sexta-feira, 11 de março de 2016

A glamourização do Ministério Público

O desastroso pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito por três promotores do Ministério Público de São Paulo revela uma espécie de disputa muda entre o juiz da lava jato e os promotores de São Paulo pelos holofotes. É o que se pode chamar de glamourização do Ministério Público, por extensão, da Justiça. O fenômeno não é de hoje. Desde o momento em que o nome das Operações da Polícia Federal ficou mais importante que a efetividade delas, implantou-se um viés midiático em tudo o que se faz na Justiça brasileira. Como consequência, disputa-se as lentes das câmeras fotográficas dos jornais, os microfones das rádios e as filmadoras das TVs com uma avidez juvenil. Tal avidez é resultado da chegada e jovens (quase adolescentes) treinados para passar em concursos públicos que chegam aos algumas das instâncias da Justiça sem a maturidade suficiente para o processo de tomadas de decisões tão importantes, por exemplo, como “solicitar a prisão preventiva de um ex-presidente”. Rasos nos argumentos, ases em holofotes, podem cometer erros grosseiros capazes de levar o Ministério Público ao descrédito. Vestem-se de preto, colocam a máscara do Zorro e passam a posar de justiceiros. Serenidade, numa hora dessas, é fundamental para que a trapalhadas de alguns não atinjam a credibilidade da organização de todos os que dela fazem parte. Há muito membro do Ministério Público País afora que se considera acima do bem e o mal. Agora precisa ser feito contra a arrogância e a prepotência de alguns destes garotos e garotas que mal saíram dos cursos de Direito e já se consideram tão autossuficientes que, se não houver um freio, daqui a pouco vão querer executar quem pensa diferente deles.


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