quinta-feira, 3 de março de 2016

A serviço da manifestação do dia 13

Que o jornalismo brasileiro se encontra à beira de um poço sem fim, parece mais que óbvio. Hoje, no entanto, durante o dia, o que se viu foi uma desastre e irresponsabilidade em cadeia que só se explicar por um motivo: a mídia está a serviço da manifestação marcada para o dia 13. E mais: quer transformá-la em algo de proporções incomensuráveis a ponto de deixar a presidente Dilma Rousseff (PT) em um beco-sem-saída. Só isso explica tamanha irresponsabilidade de se divulgar “uma possível delação premiada” do senador Delcídio Amaral (PT-MS) cujo teor seriam 400 páginas. Ainda que exista a tal delação premiada, não se pode, em um estado democrático de direito, condenar alguém, muito menos a Presidente da República, sem que provas cabais sejam apresentadas. À mídia não cabe especular, mas, investigar e divulgar fatos. Ninguém pode ser condenado com base em depoimentos sem provas, em ouvir dizer. O jornalismo que se tem praticado hoje é asquerosamente vergonhoso, tendencioso por essência e motivo de vergonha para que defende a prática responsável da apuração, redação e difusão de notícias. O “jornalismo de dedo-duro” que hoje se pratica é tão condenável quanto os crimes não comprovados que até agora se tem divulgado.


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