O conceito e Brasil como País começou a ruir desde que, em outubro de
2014, a oposição passou a contestar a derrota eleitoral nas urnas. O maniqueísmo
esquerda x direita foi desenterrado e se chegou ao cúmulo de uma médica, no Rio
Grande do Sul, se negar a ser a pediatra de um bebê porque os pais são
petistas. Ética médica e ética política se misturaram (ou a falta das duas). O
episódio, no entanto, revela que chegamos a um ponto de ebulição da
intolerância que merece reflexão. Imaginemos que o impeachment da Dilma
Rousseff (PT) ocorra, seremos, todos nós que não concordamos que ela seja
apeada do poder, vítimas deste tipo de comportamento? É hora de refletirmos,
analisarmos, avaliarmos e recorrermos à sensatez. Há sim uma fogueira, acesa
pela maioria da mídia e por ações equivocadas do judiciário que tocaram fogo no
País a ponto de o nível de ódio chegar aonde chegou. É hora de nos desarmarmos,
esquecermos todas as divisões da ética e centramos na ética humanitária, coisa
que a médica não teve.
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