Entendo perfeitamente a revolta do militantes
e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT) com a forma como o
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi coagido a depor na sala da Policia
Federal, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Chocou-me, mais ainda, o
brasileiro eleger “o japonês da PF” (segundo o noticiário, comprovadamente
corrupto, mas, reintegrado à Polícia Federal por conta de um mandato judicial)
como ídolo e, ao lado dele, um ex-presidente que, inegavelmente, fez muito por
este País e pelos menos favorecidos ser achincalhado como se fosse um criminoso
comum sem nenhuma prova concreta de crime contra ele até agora. No entanto, a expansão
da Educação Superior do País e a inclusão das classes menos favorecidas na
universidade brasileira não é salvo-conduto capaz de apagar crimes de
corrupção. Uma coisa não pode ser misturada com a outra. As forças
conservadoras avançam vorazmente sobre os direitos sociais conquistados no
período. Porém, a garantia destes direitos conquistas não isenta ninguém de
pagar pelos crimes cometidos, se forem comprovados. Se Dilma Rousseff e Luís
Inácio Lula da Silva cometeram crimes, que sejam julgados com ampla chance de
defesa como estabelecem as leis em um estado democrático de direito. Mas, que a
democracia não corra riscos e nem o País seja empurrado para uma guerra civil.
E que a Educação não seja usada como escudo.
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