Ontem citei alguns exemplos de como se é empurrado para a corrida produtivista das universidades e das agências de fomento, mas esqueci o principal deles: os pareceres e as decisões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em outubro de 2008, saiu o resultado do Edital 55, CT-Amazônia, Faixa C, sobre o meu projeto do Centro Digital de Pesquisa e Difusão da Informação em Ciência e Tecnologia (Cedipi), cujo parecer era: “O projeto tem mérito científico, a metodologia proposta é adequada e há coerência entre o currículo do proponente e o projeto.” A proposta, portanto, fora deferida. No entanto, a Diretoria do CNPq resolveu não implementá-la. Desde então, em função de um parecer tão sucinto e favorável, submeto a mesma proposta com variações no nome do projeto. Por duas vezes o projeto foi aprovado, mas, de novo, não, implementado pela diretoria do CNPq. Recentemente, recebi um parecer, além de abusado, acusando-me de ser um professor com “baixa produtividade” nos últimos anos. Mandei o mesmo projeto apenas com valores diferentes, e este ano, foi aprovado, sem, no entanto, ser implementado pela diretoria do CNPq, pois, na comparação com outros projetos, “não ganhou prioridade”. É assim que a Ciência e fomentada. Assim são analisados os projetos e tomadas as decisões. Oras, se a diretoria do CNPq não implementar nenhum dos meus projetos aprovados, quando poderei entrar na categoria dos “pesquisadores produtivos”? Ora, vão se catar seu CNPq e seus pareceristas que a Ufam e a sociedade já reconhecem meu trabalho há tempos.
domingo, 7 de novembro de 2010
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