O canto da sereia de que um exame nacional e um sistema de seleção unificado seriam a solução para os problemas da educação brasileira parece não encantar mais ninguém. Principalmente os mais interessados, os estudantes, portanto, a sociedade. Os estudantes de Pernambuco já puseram a boca no trombone e não querem mais que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja usado como porta de entrada nas universidades brasileiras. Que o Enem seja feito como parâmetro para políticas públicas é uma coisa. Transformar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em monopolizador do ingresso nas universidades brasileiras é outra muito diferente. Sem contar que unificar o processo de ingresso mais parece uma tentativa, por decreto, ou seja, na marra, de uniformizar, portanto, padronizar, a educação brasileira. Isso cheira mais a uma diretriz do Banco Mundial do que a um projeto de educação genuinamente nacional. Quem conhece o Brasil e suas dimensões jamais pode imaginar que tenhamos um modelo nacional que possa ser aplicado de Norte a Sul, Leste a Oeste. É preciso respeitar as diferenças, inclusive culturais. E isso o Enem não faz. Por isso vive na berlinda.
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