quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tema do Enem vazou

Não há mais dúvidas! Além dos problemas de “apenas” 21 mil estudantes terem recebidos provas com defeito, a Polícia Federal concluiu as investigações e confirmou que o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vazou. Uma professora do interior da Bahia teve acesso ao tema duas horas antes da realização do Exame, telefonou para o marido que mora em Petrolina, em Pernambuco, que passou o tema ao filho, um dos concorrentes. Em minutos o tema da redação espalhou-se pelo País e chegou aos jornais e aos sites noticiosos. O fato só reforça a certeza de que não há garantias, ou elas são próximas do zero, de sigilo no Enem em função, exatamente, da logística envolvida. Há centenas e centenas de professores a aplicar as provas, do Oiapoque ao Chuí. Como garantir que tais professores não tenham ninguém da família envolvido direta ou indiretamente com o Exame? Quase impossível. Só quero ver qual será a decisão da Justiça brasileira. Não é possível que, diante de uma investigação da Polícia Federal que comprovadamente assevera a quebra do sigilo da prova de Redação, ainda apareça algum juiz garantindo o resultado do Enem deste ano. Diante de tantas trapalhadas é quase certo que o Enem morrerá por inanição. Nem sempre as boas ideias são aplicáveis. O Enem é o exemplo mais claro disso. Unificar a seleção de todas as universidades brasileiras parecia a saída ideal para evitar fraudes pontuais nos vestibulares. Conceitualmente, porém, o Brasil é um país de inúmeras peculiaridades regionais. Unificar a Educação do País é, portanto, um desafio quase intransponível. Realizar um exame unificado, então, idealismo ingênuo. Enquanto isso, as universidades que não foram adesistas, como o foi a do Amazonas, devem ter poucos problemas a enfrentar. As demais, caso haja nova anulação do Enem, terão prejuízos incalculáveis. Afora o próprio prejuízo direito nos cofres públicos. Alguém terá de responder por tanto dinheiro público jogado fora em dois Exames anulados. A conta não pode ser simplesmente espetada no balcão da viúva.

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