A política pública de
estado mínimo na Educação e concorrência ferrenha entre os pares, implementada
pelo Governo do PSDB na Educação Superior brasileira e refinada pelo Governo do
PT, não tenham dúvidas, é a maior responsável por esse episódio lamentável,
condenável e reprovável sob todos os aspectos que ocorreu na Universidade Federal
do Amazonas (Ufam): a agressão física de um colega professor, aplicada a outro
professor, por conta de uma Bolsa de R$ 1.300,00 da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Sob o argumento de que o
Governo Federal não tem condições de financiar as universidades com verbas de
custeio e manutenção, a captação de recursos passou a ser feita, internamente,
por meio de editais nacionais que estimulam uma disputa ferrenha, quase sanguinolenta,
entre pares. Após longo investimento em mestres e doutores, o próprio Governo
nos impinge uma política pública que nos mata dia a dia. Torna-nos doentes mentais.
Nós, os professores da Educação Superior brasileira, ao obtermos o título de
doutores, somos “convencidos” a entrar em uma espécie de Jogos Vorazes da vida
real. Nesse jogo, só os mais aptos sobrevivem. A dita competição sadia transformou-se
em uma luta diária, de morte, como no filme: os mais hábeis e fortes sobrevivem
enquanto os burocratas de Brasília se divertem às nossas custas nesse reality show em que se transformou a
questão do financiamento das universidades públicas brasileiras. E com todos os
requinte de crueldade do filme (ruizinho por sinal) que fez sucesso nas
bilheterias mundo afora. Além da barbárie oficialmente promovida tanto intra
muros das universidades quanto intra-universidades, agora, nós, os professores,
somos obrigados a disputar “os patrocinadores”, como no filme. Quem agradá-los,
quem chamar a atenção deles, obtém mais patrocínio, ou seja, mais recursos. A
isso, o Estado brasileiro, por meio do MEC, Capes, CNPq e quetais chama de “captação
externa de recursos”. Acontece, porém, como em todos os lugares da vida, há uns
mais espertos que os outros. Esses, passam a promover cursos de Pós-graduação Lato Sensu, os cursos pagos, como forma de “captar
recursos”. No mais das vezes, os recursos são apenas para “engordar” os parcos
salários dos professores envolvidos nos projetos e quase nada fica para as
universidades. Ou repensamos o modelo de financiamento da universidade pública
brasileira ou morremos primeiro! E, como no filme, se você morre primeiro: GAME
OVER!
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