É de causar preocupação ao
cidadão e à sociedade essa tendência monopolizadora da Ciência como única e
correta forma de se “olhar” a vida. São inegáveis os avanços da humanidade com
o progresso e a evolução da Ciência. No entanto, é preciso reconhecer a
validade de todas as demais tradições, depois, os próprios limites da Ciência.
O saber científico não é a verdade absoluta sobre as coisas da vida, do
universo. Todo o saber científico possui limites. E esses limites devem ser
reconhecidos pela sociedade. Para evitar o endeusamento das profissões e dos
saberes. Tomemos por exemplo, a Medicina. Médico é médico. Graduado em Medicina
como qualquer outro curso de graduação. Transformá-los em deuses, em donos da
vida, é erro gravíssimo. A Medicina, como Ciência, não sabe tudo sobre a vida,
muito menos sobre a morte. Há um agravante moderno: a Medicina transformou-se
em negócio. Ao invés de ser uma profissão cujo objetivo social deveria ser
lutar para preservação da vida, virou uma cadeia de negócios que lucra até com
a morte. Assim sendo, não pode ser vista como a única tradição capaz de “salvar
vidas”, muito embora, seja a principal. Querem um exemplo do limite de
conhecimento da Medicina sobre as doenças? Não é raro a população chegar aos
hospitais e receber algum tipo de medicação, normalmente incapaz de fazer mal
nenhum (muito menos bem) e receber o diagnóstico que se trata de uma virose. Quando
um médico diagnostica uma doença como virose, em verdade, não sabe do que se
trata. É o reconhecimento público de uma categoria dos limites da própria
Medicina como Ciência. Em todas as áreas é assim. Portanto, é importante
reconhecer a Ciência, endeusá-la, porém, não se deve. Todas as tradições devem
ser aceitas e respeitadas. Nenhuma delas, porém, endeusadas. Nem mesmo a religião.
Pior ainda é a Ciência ser transformada em religião. Quando isso acontece, o caos
está próximo.
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