Quanto mais estudo sobre Teoria da Complexidade,
"Nova Ciência" e quetais, mas me convenço de que os ditos teóricos
modernos, de todas as áreas do conhecimento, beberam somente na fonte do
biólogo austríaco Karl Ludwig von Bertalanffy. Ele é considerado o "pai da
Teoria Geral dos Sistemas (TGS)", estudada principalmente na área de
Administração, mas, mal e parcamente, interpretada pelos que se autodenominam entusiastas
do "modelo holístico". O que hoje parece moderno (ou até pós-moderno)
foi tratado por Bertalanffy, nos anos 20, quando começou a produzir seus
primeiros estudos e a desenvolver, baseado, na Biologia, a ideia de que "o
todo é maios do que a soma das partes". A paternidade de Bertalanffy, no
entanto, é posta em cheque, porque, entre os anos de 1912 e 1917, o russo Alexander
Bogdanov, criara a Tectologia, esta sim, a primeira tentativa da Ciência de
"olhar" seres vivos como parte de um sistema. A Tectologia foi
apresentada como a "Ciência das estruturas". Já naquela época,
Bogdanov identificara três tipos de sistemas: Complexos organizados (o todo é
maior que a soma das partes), complexos desorganizados (o todo é menor que a
soma das partes) e complexo neutros (a organização e desorganização se anulam
mutuamente). A verdade histórica é que Bogdanov é pouco lembrado até mesmo
pelos "teóricos da complexidade" atuais e Bertalanffy parece ter tido
uma "equipe de comunicação mais eficiente" a ponto de ganhar a
paternidade da Teoria Geral dos Sistemas (TGS). Afora o equívoco histórico, o
que mais me incomoda atualmente é a interpretação que se faz do "modelo"
da TGS. De forma reducionista, fala-se que um sistema é composto de entradas,
processamento e saídas. Resolvi denominar esta forma equivocada e cartesiana de
"ver" a TGS de "metáfora do liquidificador". Entender a TGS
como entrada, processamento e saída é reduzir um estudo dos mais complexo a
você jogar uma banana, uma mação, leite e açúcar e, do copo do liquidificador,
tirar uma mistura denominada "vitamina". Penso que o equívoco está em
usar o termo "processamento" como se significasse a mesma coisa que
"processo". O que muda? Tudo! Ao mudar a perspectiva do olhar de
processo para processamento, o que se tem é um modelo mecanicista, nada
complexo, uma forma de ver o mundo tão tradicional quanto a cartesiana. Processo
significa contínuo, em ação. Logo, a complexidade maior é, depois de o sistema,
digamos, entrar em funcionamento, não se poder mais determinar o que é entrada
e o que é saída. Eis o dilema para o qual só há reposta racional na perspectiva
do olhar tradicional. O liquidificador, assim, estará ligado!
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