Ao começar minhas aulas em disciplinas de
Metodologia da Pesquisa Científica, normalmente entre estudantes de Mestrado ou
Doutorado (ou os dois juntos), inicio com uma provocação explícita: se o
trabalho de pesquisa que pretendem desenvolver na universidade não servir para somar
conhecimento e melhorar a vida de vocês e da comunidade à qual pertencem, há um
caminho mais cômodo: buscar os sites e profissionais especializados na
comercialização de trabalhos acadêmicos. Em seguida, explico que o meu
objetivo, com a provocação, não é incentivar o mercado absurdo da venda de
trabalhos de finais de curso, praticado, inclusive, por alguns professores em
Instituições de Ensino Superior (IES). É crucial que os estudantes tomem
consciência de que cursar um programa de Pós-graduação no Brasil não pode se
resumir à busca de status ou de um percentual de aumento nos salários. A
pesquisa científica, em essência, tem de mudar a vida de quem a faz. Das
pessoas que rodeiam quem a faz. Não tem nenhuma função social se for um mero
capricho acadêmico do pesquisador. É mister que seja um diferencial para a
vida. Uma das maiores tristezas que um pesquisador deveria sentir era, ao final
do trabalho, os exemplares morrerem, mofados, na estante de alguma biblioteca
universitária. E para que isso não ocorra, o trabalho tem de ter alma, tem de,
efetivamente, motivar quem o lê. Em assim não sendo, termina por se transformar
em meros cumprimentos das Normas Brasileiras Registradas (NBRs), da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É pequeno demais para um esforço de
pesquisa que dura pelo menos dois anos, no caso do Mestrado. Há que se refletir
com mais profundidade sobre o assunto e refutar essa prática mecanicista de se
fazer pesquisa que se alastra pelo País.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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