Em
1979, quando deixei meus pais, meus irmãos e todos os demais membros da minha
família para vir morar em Manaus, a convite do meu primeiro, Alfredo Bulbol (in
memorian), muito antes do "odiado" Bolsa Família do "Governo do
PT", eu, sem saber, e sem entender até bem pouco tempo, estava diante do
que se pode chamar de "uma política de governo para a inclusão
social". Sabem quando eu teria conseguido chegar aonde cheguei, hoje,
doutor, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da centenária Universidade
Federal do Amazonas (UFAM) se não fosse a oportunidade criada pela generosidade
do meu primo? NUNCA! A atitude de me trazer para morar em Manaus, bancar os
meus estudos do Ensino Médio, até que eu, por mérito, ingressasse na UFAM como
estudante, em 1985, é o pando de fundo do Bolsa Família. Por mais que possa
parecer um trocadilho infame, um menino pobre, das margens do Rio Yaco, cuja
infância era pescar mandii nas piracemas para ter um jantarzinho melhor em casa
(a culinária tradicional e repetira era o chibé), não teria acesso às
informações e a uma melhor educação se não fosse a "mãozinha" da
família Bulbol. Se hoje faço parte dos pouco mais de 6% da população que
compõe, pelo menos monetariamente a Classe A, é porque alguém investiu em mim.
Essa é a essência do Bolsa Família, uma política pública de inclusão que obriga
a manter os filhos na escola para, no futuro, conseguirem alguma oportunidade
de progredir dentro da máquina do capitalismo. E essa é a diferença básica
entre o PT e o PSDB. Enquanto um entende que é papel do Estado criar políticas
que possam incluir o máximo de pessoas, no sistema capitalista, o PSDB prega
"o estado mínimo", ou seja, "quem for podre que se quebre".
Tive a sorte de ter um primo, à época rico, que me trouxe para Manaus, que me
ofereceu a oportunidade de crescer. Quero isso para todas as pessoas, como
política pública, como política de Estado, não de Governo. E, para esses casos
sim, fico imensamente feliz em recolher meu Imposto de Renda. Quero que muito
mais pessoas tenham a mesma oportunidade que tive como um dever do Estado e não
como uma mera gratidão de família. Eis a diferença basilar!
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