Às
vezes fico a me perguntar se Paulo Freire, em vida, não teria percebido que
a utopia da Educação libertadora terias sérias dificuldades para ser alcançada.
E, talvez, o problema não se resuma apenas à escola. Tem relação direta com o
processo de formação na família. Isso porque, nós, os pais e mães,
efetivamente, não educamos para a liberdade. Não deixamos nossos filhos e
filhas experimentarem a vida. Não me estranha, por exemplo, que nos dias
atuais, os jovens estejam mais caretas que os vossos pais. Isso é fruto dessa
educação familiar castradora. Que se revela um desastre quando meninos e
meninas chegam à universidade. Como, em tese, nas universidades, se deveria
respirar liberdade, os estudantes não conseguem conviver com ela (a liberdade)
por chegarem muito cedo e pouco terem desfrutado dela em família. Cria-se uma
espécie de vala entre o que se deseja e o que se tem de vivência dos
estudantes. A falha de formação não se vincula aos ensinos básicos e médio.
Mas, ao processo educacional que começa no lar e nele deve sempre ter o
suporte.
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