Nesses
tempos de disputa pela Presidência da República, não veja uma proposta que
toque, a fundo, nos problemas da Educação brasileira. O que se tem é um crescente
discurso reacionário em todos os sentidos. A educação libertadora, tão
defendida pelo nosso maior educador, Paulo Freire, nem de longe permeia a
proposta de nenhum dos candidatos. Repito o meu mantra: educar é um ato de
amor. Requer acolhimento, entrega, doação. Quem está disposto? É fácil pregar a
condenação de um menor, por exemplo. Nada fácil é educá-lo, reintegrá-lo à
sociedade. Quais os antecedentes que o transformaram em um infrator? Sei que é
nossa tendência de humanos pensarmos somente nas vítimas das violências
praticadas pelos menores. E, mais ainda, se for próximo de nós. No entanto, que
tal se colocar no lugar nas centenas de milhares de crianças em situação de
risco? O mundo não é um lugar doce, no qual você solta as pessoas e elas
crescem saudáveis. As prisões brasileiras recuperam alguém? Possuem capacidade
de reintegrar algum ser ao convício social? Ou vai desumanizá-lo de vez? Que
tal, ao invés de pensarmos só pelo lado da vítima, imaginar um filho nosso, da
classe média alta, a praticar algum delito, ser enjaulado sem nenhuma chance de
recuperação? É muito fácil a perspectiva do olhar de quem é rico, de quem tem.
Só que o processo educacional tradicional é injusto. Passa longe de ser
libertador. E na educação para a liberdade, o que se tem de trabalhar é a
responsabilidade, o crescimento moral do ser. Para que ele seja capaz de
assumir, maduramente, seus erros e acertos. Para que possa crescer. E vejo
chances próximas do zero de isso acontecer em uma prisão, se não acontece nem
na prisão tradicional e consentida chamada escola.
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