Ontem, ao retornar de uma viagem a Parintins,
a serviço da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sentei ao lado de um
desconhecido que, imediatamente, puxou conversa. Queria saber se eu era
professor, disse “vamos trazer a .....” para cá, e perguntou se eu era da
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Eu disse que era da UFAM e ele ainda
me perguntou qual era a minha área. Respondi que era jornalismo. Depois disso,
ele pôs o fone de ouvido e não trocou mais nenhuma palavra. Aceitei o silêncio
de tão objetivo interlocutor, mas, cá com meus botões, fiquei a refletir sobre
a expansão da Educação Superior na iniciativa privada. Certamente, a abordagem
que sofri não foi “sem nenhuma intenção”. Caso eu fosse professor na área de
interesse da instituição que aquela pessoa representava, receberia, na hora,
uma oferta, digamos, de “conveniência acadêmica”. Seria convidado a ministrar
alguma disciplina de final de semana, sem vínculo com a empresa, portanto, sem
ferir, legalmente, o meu contrato de Dedicação Exclusiva com o Governo Federal.
No faz-de-conta da Educação Superior como negócio, todos ganham. O estudante,
porque obtém o seu certificado, o governo, porque cumpre, de alguma forma, suas
metas de expansão, e as lojas de conveniência acadêmica. Até os professores
ganham um dinheiro a mais nas suas contas, porém, são obrigados a se matar. Só
quem perde é a Universidade pública brasileira, que deixa de receber recursos
para este fim, enfrenta a maior dificuldade para oferecer até os cursos de
graduação, e vê seus professores seduzidos pelas migalhas de final de semana.
Triste fim se não enfrentarmos o problema internamente e encontrarmos uma
solução que seja melhor para a sociedade, pois, certamente, será melhor para a
Universidade.
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