Todos nós que fomos às ruas e
lutamos pelas “Diretas já” tínhamos uma utopia: gestões mais democráticas. A
prática quotidiana nos ensina, no entanto, que a democracia representativa sem
estruturas efetivamente democráticas perpetua “ações entre amigos” para
garantir um monstro que nem nos preocupamos: a governabilidade. Foi em nome
deste mostro, aliado a outros dois, a estabilidade política e a estabilidade
econômica, que quatro juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluso o
seu presidente, o ministro Gilmar Mendes, disseram: “houve crime, reconhecemos
que são graves, mas, as provas robustas existentes não fazem parte do pedido
inicial”. Um Tribunal é uma “instância colegiada” das democracias
representativas, assim como todos os “Conselhos”. Promove, por si, a gestão
democrática? De jeito nenhum. Eis o ponto para o qual ainda não temos solução.
É mister, no entanto, pensar em como superá-lo!
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