sábado, 10 de junho de 2017

Para manter a estrutura de poder

O meu colega Gilson Volpato questinou, em uma postagem no Facebook, o porquê de tantas pessoas reclamarem do sistema de avaliação baseado no número de artigos que se publica e nada mudar. E respondeu: “Exatamente porque muitos que criticam se alimentam dela, ajustando seus currículos ao número de artigos. Essa é uma hipocrisia da comunidade científica que tem segurado o desenvolvimento de nossa participação qualitativa na ciência”. Vou mais fundo nesta hipocrisia: mentimos que avaliamos qualidade da ciência, das pesquisas, dos Programas de Pós-graduação. Sabe o que fazemos? Criamos indicadores para a distribuição do bolo dos recursos públicos aos pesquisadores, por conseguinte, aos programas, às universidades. O pacote vem envolvido no discurso do mérito, do “Qualis” e quetais. Para esconder que, o que fazemos mesmo, é criar uma estrutura de poder, para manter o poder. O nosso poder. Criamos estruturas decisórias aparentemente democráticas, baseadas na autoridade de quem submete os projetos e em “critérios meritocráticos tangíveis”. Meu caro, Gilson Volpato. Você tem toda a razão: não mudamos porque não queremos mudar!


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