sábado, 29 de fevereiro de 2020

ABNT para quê te quero!


Professores e professoras brasileiras, em geral, são os responsáveis pelo “desgosto” dos estudantes em relação às Normas Brasileiras Registradas (NBRs) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Qual o primeiro problema? Tratar as NBRs como se fossem responsáveis por “engessar” os textos dos trabalhos acadêmicos, dissertações e teses. Quem os textos engessam são os professores (e professoras) que simplesmente “passam” as NBRs aos estudantes sem que indiquem como elas (as NBRs) devem ser interpretadas pelos estudantes ou, mais ainda, como eles (professores e professoras) as (elas, as NBRs) interpretam. Uma das heranças do trabalho que fiz junto à ABNT, na reforma da NBR 6023 (Referências) foi que os exemplos fossem exatamente como o caput da referida norma. Qual o objetivo? Que os leitores (inclusive os estudantes) tivessem mais facilidade em interpretar o enunciado de cada item. Só assim, talvez, se os professores e professoras não explicarem, os estudantes entenderão que as NBRs existem para “dar um padrão” à escrita acadêmica. Quem escreve um texto acadêmico o faz para “seus pares”. As normas existem para que todos escrevem como todos estão preparados para ler na academia. Ensinar as normas, neste sentido mais amplo, não é apenas repetir regras de paginação. É, acima de tudo, entender que as normas existem para facilitar “a conversa” do pesquisador com os seus pares. Nada além!

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