Professores
e professoras brasileiras, em geral, são os responsáveis pelo “desgosto” dos
estudantes em relação às Normas Brasileiras Registradas (NBRs) da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Qual o primeiro problema? Tratar as NBRs
como se fossem responsáveis por “engessar” os textos dos trabalhos acadêmicos, dissertações
e teses. Quem os textos engessam são os professores (e professoras) que
simplesmente “passam” as NBRs aos estudantes sem que indiquem como elas (as
NBRs) devem ser interpretadas pelos estudantes ou, mais ainda, como eles
(professores e professoras) as (elas, as NBRs) interpretam. Uma das heranças do
trabalho que fiz junto à ABNT, na reforma da NBR 6023 (Referências) foi que os
exemplos fossem exatamente como o caput da referida norma. Qual o objetivo? Que
os leitores (inclusive os estudantes) tivessem mais facilidade em interpretar o
enunciado de cada item. Só assim, talvez, se os professores e professoras não
explicarem, os estudantes entenderão que as NBRs existem para “dar um padrão” à
escrita acadêmica. Quem escreve um texto acadêmico o faz para “seus pares”. As
normas existem para que todos escrevem como todos estão preparados para ler na
academia. Ensinar as normas, neste sentido mais amplo, não é apenas repetir
regras de paginação. É, acima de tudo, entender que as normas existem para
facilitar “a conversa” do pesquisador com os seus pares. Nada além!
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