segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A prestação de serviços das universidades

Uma universidade não é um escritório ou uma organização de negócios como outra qualquer. Não pode, portanto, aceitar quaisquer tipos de serviços de assessorias para os quais é procurada. Ainda mais se é uma universidade pública. Deve, portanto, em essência, servir aos interesses do público, da sociedade, em defesa das minorias e dos excluídos. Essa deve ser a premissa básica de uma universidade federal, inclusive, defendendo com unhas e dentes a diversidade religiosa, por exemplo, uma vez que o estado é laico. A não ser que deixemos o cinismo de lado e assumamos publicamente que a universidade brasileira representa uma elite burguesa, para ela existe e a ela serve, e que se danem as minorias e os excluídos. O que não dá é para se fazer um discurso canastrão de defesa dos interesses das minorias, mas funcionar como um escritório de negócios de meia dúzia de iluminados que usa toda a estrutura das instituições para fazer negócios milionários inclusive com o próprio estado. Esses são princípios básicos que precisam ser discutidos e postos em prática na hora de qualquer mudança que se queira pensar. O serviço que a universidade presta à comunidade é a formação de pessoas para o exercício pleno da cidadania e não meramente para o mercado. Reduzir a universidade a uma prestadora de serviços técnicos e matá-la aos poucos.

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