quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quem é o verdadeiro agressor?

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcreverei aqui, diariamente, até que se complete, a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis a primeira parte da entrevista, com a primeira pergunta: “Depois de dois anos e três meses de espera, o primeiro dia de setembro de 2011 reservou uma grata surpresa ao coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Dr. Gilson Monteiro. Ele acordou com a informação, estampada nos jornais e portais de notícias, de que o processo de agressão movido contra o Amim Aziz, irmão do atual governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz (à época da acusação, vice-governador), chegara ao fim. O Juizado Especial Criminal acatou proposta de acordo feita entre o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM) e o acusado: o pagamento do valor de R$ 15 mil, em três parcelas e revertido à Ufam. Vinte e sete meses após a agressão sofrida em sala de aula, no dia 11 de maio de 2009, o docente relembra o caso, critica a atuação do MPF/AM), da Universidade e até da imprensa local, e questiona: quem é o verdadeiro agressor? Acompanhe a seguir entrevista concedida pelo professor ao Jornal da Adua.
Era a decisão que o senhor esperava? O senhor ficou satisfeito com o resultado do processo?
Nem um pouco. Do ponto de vista legal, a lei usada pelo MPF para embasar a proposta de acordo está correta. Mas, o valor me parece muito pouco para o tipo de agressão que sofri. Essa decisão foi covarde por parte da própria Universidade em ter aceitado e eu nem posso afirmar se ela assim o fez. Moralmente foi mais uma postura equivocada. Se ele ou alguém ligado a ele se sentiu ofendido, por que não me processar, por exemplo? Nós não vivemos num estado democrático de Direito? Ele invadiu a Universidade e rasgou a Constituição Federal, a Liberdade de Imprensa, todos os direitos. Tudo foi jogado no lixo, numa atitude insana, intempestiva, de invadir a Ufam. Nãome assusta que quem está no poder fica mais embevecido por ele. Eu não tenho elementos para acusar o atual governador, à época vice-governador, mas me parece comum as famílias acharem que podem fazer tudo o que querem no Estado porque têm o poder nas mãos. Quando resolvi processar o Amim Aziz, a minha intenção foi tentar que a justiça fosse feita e esperava pelo menos o apoio da própria Universidade. Esperava que a instituição também entrasse com um processo, buscando indenização contra o agressor, mas a Ufam, nesse ponto, falhou feio, foi irresponsável e omissa, pois não tomou nenhuma atitude.”

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