A greve de 70 dias de professores, técnicos e
estudantes da Universidade Federal do Rondônia (Unir) deixa uma lição às demais
universidades brasileiras: assepsia política nunca mais. Durante os anos de
chumbo da ditadura, bem como até o Partido dos Trabalhadores (PT) chegar ao
poder, a universidade brasileira não calava. E não era nenhum pecado as
agremiações políticas travarem debates, disputarem os cargos, enfim, “apimentarem”
a vida acadêmica por intermédio da militância. Depois disso, só o limbo. A
letargia tomou conta e deu espaço para o discurso dos reacionários de todos os
matizes. Principalmente do que defendiam a ideia de que, na universidade, os
partidos políticos não deveriam interferir. Tudo parte de um discurso cínico:
os mesmo que pregavam isso nos corredores se articulavam às escuras em busca de
apoio de qualquer que fosse o partido. O episódio da Unir traz de volta a luta
política, a garra, a demonstração de que a comunidade universitária não se deve
curvar diante da força do Estado. Uma universidade que castra a política da
vida dos seus estudantes, técnicos e professores, jamais formará para o
exercício pleno da cidadania e será sempre refém de práticas espúrias como as
que ocorrem em grande parte das Fundações de Apoio das universidades
brasileiras. É hora de botarmos, de novo, as mãos na massa da política. E sem
usar luvas.
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