Qual é o tempo de maturação de um
doutor? Sou daqueles que acredita que existem doutor que nasce, cresce, vive e
nunca amadurece. É o tipo de pergunta cujas respostas podem ser das mais
variadas. Quando ainda não e era o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sempre que se discutia a questão da qualidade
dos programas de Pós-graduação, dizia: ”se eu tiver um professor comprometido,
entrego um curso nota 5”. Em primeiro ligar, não basta ser doutor. Durante
muitos anos, o doutorado foi uma forma de se “engordar” salários sem a menor
correlação com a Pós-graduação. Felizmente, parece que esta época foi superada.
Não é verdade que se deva ser “produtivista”. Mas também, não é verdade que não
se deva produzir nada em tempo algum. Um professor-doutor que não tem
responsabilidade e comprometimento com a instituição que atua enxerga o título
apenas como mais uma oportunidade de “engordar” o que recebe ao final do mês. A
maturação de um doutor não é meramente política ou acadêmica. Precisa ser,
também, baseada em o que publica. E isso não pode ser confundido com
produtivismo. O que não se pode admitir é um doutor não faça mais nada após receber
o título. Muitos dos que atacam o chamado “produtivismo” são professores que saíram
para cursar doutorado, usaram os recursos públicos e não defenderam vossas
dissertações ou teses. Tivessem o mínimo de coerência, não cobrariam
comportamento ética de ninguém. Afinal, cometeram o crime de desídia e não o assume.
E são muitos. E não amadureceram. Preferem investir no discurso de que o Estado
é o único culpado pelos problemas da Educação no País. Quem sai para fazer um
mestrado ou um doutorado e não defende a dissertação ou tese não tem moral para
falar de ninguém. É de uma irresponsabilidade que não se pode nem qualificar.
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