sábado, 5 de setembro de 2015

O exercício diário de ser calhorda

Os últimos episódios dos quais participei, como observador, fizeram-me acreditar em uma única verdade: viver em sociedade é ser permanentemente um canastrão, ou seja, um péssimo ator. As pessoas fingem tão mal, representam com tanta inépcia que não seria nada anormal dizer que a vida em sociedade é um exercício diário de ser calhorda. No dicionário, calhorda é “Desprezível, sem caráter, que causa nojo e repulsa. Um sujeito que não se importa com as outras pessoas, ilude e engana.” É sinônimo de “nojento, repulsivo, escroto, desprezível, ignóbil, biltre, sórdido, torpe, ananicado, fúfio, baixo, miserável, infame, indigno, pífio, à-toa, somenos, ignominioso, abjeto, refece, ordinário, vilão, vil, asqueroso, contemptível, mísero, reles, soez, desprezável, pulha”. Haja adjetivo! Ainda assim, para manter a paz, a vida em sociedade, o respeito às diferenças, você é obrigado a cumprimentar educadamente cada ser que, no fundo da alma, você gostaria de externar todos os adjetivos possíveis para a figura. A vida em sociedade requer o pleno exercício da arte de fingir. Dizer o que pensa em todos os momentos é ser excluído aos poucos. O se aprender a viver em sociedade, ou se aprende a ser péssimo ator, ou você será um zumbi dentro de qualquer grupo. Triste e ignóbil realidade!


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