A
cultura da violência machista entre nós, os humanos, é secular. E bíblica!
Portanto, não me venham com este discurso que o feminismo “é coisa da esquerda
e dos esquerdistas”. Este é um discurso da extrema direita que tenta se
aproveitar de um fato da mais alta gravidade para “vender” a ideologia da
punição violenta como única saída para o problema. O que temos de fazer, tanto
homens quanto mulheres, é, antes de tudo, reconhecermos o nosso machismo.
Impregnado na nossa cultura desde antes do nascimento. Portanto, não nego a
ninguém: nasci e fui criado em uma família tradicionalmente machista apostólica
romana. Luto, desesperada e diariamente para vencer cada um dos defeitos
culturais congênitos que em mim foram impregnados. Quando militei na luta
contra a Pedofilia (e até fui covardemente agredido por isto sem que a
Instituição na qual trabalho tenha me defendido) foi por ter adquirido a
consciência de que nenhuma mulher deve ser violentada, muito menos uma criança.
Quando jornalista, lutei arduamente contra argumentos que ainda leio hoje: “também,
ela queria o quê?” Preconceituosos, estupradores e torturadores escondem-se por
trás do “manto sagrado” da Bíblia; quando não para justificar a própria
violência, para justificar “punições duras e exemplares”. Em casa, no trabalho,
na vida em sociedade, ainda somos violentos demais. Precisamos nos tratar
permanentemente. Ter consciência disto e tentar vencer nossos monstros dia após
dia é primordial para mudarmos o nosso mundo e o mundo das demais pessoas. Não
se passa da cultura da violência para a cultura da amorosidade da noite para o
dia. Cada um de nós, homens principalmente, precisamos dar o primeiro passo. Só
teremos uma sociedade mais justa quando a distinção de gênero não mais existir
como forma de medir o maior ou o menor grau de violência de um ser contra o
outro.
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