domingo, 26 de junho de 2016

Nossa vida diária de cientista

Será que não devemos fazer uma reflexão sobre o nosso dia-a-dia de cientista, quiçá, sobre a ciência que estamos a fazer no Brasil? Penso que sim. Afinal, a Pós-graduação brasileira não pode se resignar em ser um curso de “Graduação com grife”. Temos efetivamente feito ciência? Buscado dialogar com outros cientistas do mundo? Ou fazemos uma ciência voltada para o próprio umbigo? Porque me incomoda esta Pós-graduação que mais parece uma graduação com grife? Pelo fato de termos uma estrutura curricular voltada para a sala de aula, erro comum na Graduação. Ciência, efetivamente, não se faz quando estudantes de Mestrado e Doutorado passam mais tempo em sala de aula do que no campo, na pesquisa, nos laboratórios. Será que a base da Pós-graduação não deveriam ser as atividades nos Grupos e Pesquisa? Será que os Grupos de Pesquisa não deveriam efetivamente pesquisar, pesquisar e pesquisar? Nossa vida diária de cientista talvez esteja tomada por atividades administrativas, pelo tempo excessivo em sala de aula e pela concorrência absurda focada meramente na publicação de artigos. Refazer o modo de fazermos ciência talvez seja o caminho para mudarmos o foco da ciência brasileira. É um desafio coletivo que, muito provavelmente, nem todos querem enfrentar. Mas, é nossa obrigação, no mínimo, refletirmos sobre o assunto.


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