Durante
o ano inteiro, a maioria das pessoas trata a Universidade Federal do Amazonas
(UFAM) como “aquela que só vive em greve”. Isso para ficar em nas, digamos,
coisas mais simples e publicáveis. No mais das vezes, a classe média alta fala
mal das universidades públicas, diz que é um antro de esquerdistas e, se
pudessem as destruiriam. Mas, há um dia que nós, das universidades públicas,
viramos o jogo. Nem que seja por algumas horas: é quando sai o resultado dos
processos seletivos. Aí, a UFAM (e todas as federais e estaduais) passam a ser “a
menina dos olhos da classe média”. Porque, nestas horas, entrar na UFAM é sinônimo
de sucesso das próprias crias. E ontem foi assim. Até eu comemorei (E ainda
estou a comemorar) o fato de a minha filha ter ingressado no curso de
Jornalismo da UFAM, no qual construí toda a minha carreira acadêmica e
profissional. Por decisão dela, que gostaria de fazer Cinema, “mas aqui não tem”,
resolveu optar pelo Jornalismo. Que seja muito feliz. E que a classe média
aprenda a respeitar as universidades públicas com todos os seus problemas e
passe a defendê-las como o lugar de formação dos vossos filhos.
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