Confesso: do ponto de vista pessoal, tenho sérias dificuldades com o uso da máscara. Incomoda-me bastante e embaça permanentemente meus óculos. Detesto correr (e não o faço) com a máscara. Só a uso em locais cuja obrigatoriedade é determinada por lei. Defendo a lei e o uso das máscaras, mas, também tenho dúvidas a respeito da efetividade do uso da máscara se não for combinado com outros hábitos de higiene. E não digo isso “do nada”. Vejamos, por exemplo, se eu, apesar das dificuldades, saio de casa para fazer meu jogo da loteria, como é meu hábito, aos sábados. Passo no banco para tirar o dinheiro. Ponho a mão na maçaneta da porta. Em seguida, aperto o dedo nas teclas do caixa eletrônico. Até então, não me apareceu ninguém com “álcool gel”. Na entrada da casa lotérica, um senhor me borrifa com jatos envergonhados de álcool. Faço o jogo, pegos nos cartões, no dinheiro e nada de proteger as mãos. Só existe uma possibilidade de eu não ser contaminada, embora esteja o tempo inteiro de máscara: é não tocar a mão nem na máscara, nem em nenhuma parte do corpo. O que quero dizer com isso? Que é preciso investir em ações de higienização das mãos e dos locais tocados pelo povo. Caso não, a máscara dá a sensação de proteção, mas, efetivamente, não protege.
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