domingo, 31 de janeiro de 2010

Cartórios validados


Há um movimento do Ministério da Educação (MEC) na tentativa de ser o único cartório responsável por validar o saber formal no Brasil. Com o crescimento e a força política de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), só para ficar em um exemplo, o monopólio do MEC foi quebrado. Tanto que um advogado não exerce a profissão apenas por ser graduado. Só está habilitado se passar no Exame de Ordem. Outras categorias profissionais lutam para retirar do sistema educacional oficial o poder de dizer quem pode e quem não pode exercer atividades profissionais regulamentadas. Para ser o melhor presidente do País nos últimos anos Luiz Inácio Lula da Silva não preciso passar pelos cartórios oficiais. Logo, pelo menos na educação política, a escola tradicional, em todos os níveis está longe de dar conta das necessidades do cidadão. Portanto, é sempre discutível a questão cartorial na educação do País.

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sábado, 30 de janeiro de 2010

E a entrada da Ufam?

Até agora o Instituto Municipal de Transportes e Trânsito (IMTT) da Prefeitura de Manaus não divulgou nenhum tipo de mudança que ocorrerá após a inauguração hoje do Complexo Viário Gilberto Mestrinho, antiga Bola do Coroado, prevista para hoje, às 21h, no trânsito da entrada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Com a liberação das obras, naturalmente os carros descerão mais velozes. Sem uma obra que permita a fluidez dos veículos, a entrada da Ufam ficará impraticável. Os fofoqueiros de plantão já disseram que só haverá um retorno para a Ufam em frente ao atacadista Makro. Uma passagem de nível em frente a Ufam complementaria a obra do Complexo Viário Gilberto Mestrinho e, se a prefeitura tivesse mesmo a intenção de melhorar o trânsito, a obra deveria ter sido feita paralelamente ao Complexo. O problema ocorrerá principalmente com o retorno às aulas a partir do dia 15 de março. Uma solução pode ser pensada em tempo.

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Enem sob supeita


Quando tudo começa errado, sempre há a possibilidade de dar errado. Não deu outra com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apresentado como a panaceia para os problemas das universidades brasileiras que tinham os vestibulares anulados constantemente, como era o caso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi anulado uma vez por vazamento das provas e agora o Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF/SC) quer a suspensão do mesmo. No entendimento do MPF/SC, o "o procedimento adotado pela entidade organizadora da prova não atende o princípio da impessoalidade". Há uma ação civil pública contra a União, o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que tem por objetivo suspender o concurso e evitar a divulgação das notas dos candidatos, prevista para o próximo dia 5 de fevereiro, e sua posterior homologação. Se isso acontecer, as universidades que aderiram ao Enem se uma discussão mais aprofundada, como é o caso da Ufam, terão sérios problemas com o ingresso dos estudantes este ano. O MPF/SC quer evitar "prejuízos irreparáveis aos candidatos".

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cheiro de podridão


Exala um cheiro de podridão essa compra do prédio da Nilton Lins, no Distrito Industrial 2, para a criação de um Campus e um Hospital Universitário da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A sonegação de informações públicas por parte da reitoria é que faz gerar esse mau-hálito. Um dos jornais da cidade de Manaus noticiou que o reitor em exercício da UEA, professor Carlos Eduardo Gonçalves, teria negado um pedido feito pelo presidente do Sindicato dos Professores da UEA (Sind-UEA), Ricardo Serudo, por ele não ter anexado comprovantes de que é presidente do sindicado. De acordo com o reitor em exercício, em não comprovando ser presidente, Serudo não teria legitimidade para requer informações. A verdade é que um elefante branco de uma universidade particular foi comprado por R$ 17,5 milhões por uma universidade pública, com recursos públicos, portanto, e a administração superior da instituição se nega a prestar informações sobre o negócio. A alegação é que se trata de “uma decisão de governo”. Quando gestores públicos se negam a informar ao público sobre os gastos com recursos públicos sempre exala um mau cheiro no ar.

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Primeiros projetos


Encerram-se hoje as inscrições de projetos para o Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Faepeam) em parceria com Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). Estão previstos recursos de R$ 1,5 milhão. O objetivo do PPP é apoiar a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infra-estrutura de pesquisa científica e tecnológica nas instituições públicas e particulares, sem fins lucrativos, sediadas ou com unidades permanentes no Amazonas. Com o programa a Fapeam pretende fixar jovens pesquisadores e induzir à criação de novos grupos de Pesquisa em quaisquer áreas do conhecimento. Os recursos podem ser usado para despesas de capital e custeio. Os projetos aprovados terão financiamento de no máximo R$ 30 mil e vigência de até 24 meses. Para se inscrever no o pesquisador deve possuir título de doutor obtido há menos de dez anos; ter vínculo com instituições de ensino superior, fundações, institutos, centros de pesquisa e desenvolvimento públicos e particulares sem fins lucrativos, sediados ou com unidade permanente no Estado do Amazonas; não ser coordenador de projeto aprovado por Agência de Fomento nacional ou internacional (exceto bolsa); estar cadastrado no Banco de Pesquisadores da FAPEAM; e ter currículo atualizado na Plataforma Lattes.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Promessas e mais promessas


A agonia do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) parece não ter fim. As soluções inicialmente propostas ficaram no campo das promessas e nada se resolve. O certo é que se precisa tomar uma decisão política que exige coragem e ninguém toma. O HUGV não tem as mínimas condições físicas de funcionar como está. Reformas e mais reformas não passam de um sumidouro de dinheiro público. Só existe uma saída para o HUGV: a demolição completa do hospital e a construção de um novo. Ainda assim, isso não solucionará o problema de má-gestão que, ao que tudo indica, é crônico. Não apenas por culpa de alguns gestores, mas do modelo de gestão atual. É preciso se entender que um Hospital-escola é o local de aprendizado dos estudantes de medicina da instituição ao qual o hospital pertence. Logo, os investimentos são em equipamentos e material para este aprendizado. Se o hospital for obrigado a concorrer com as demais unidades de saúde por verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), por mais nova que seja a estrutura física, administrativamente está fadado ao fracasso.

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Humberto ou Umberto?


Em nota recente alertamos os motoristas para o radar localizado em frente ao Manaura Shopping que mudou de velocidade: a máxima que era 60km/h baixou para 30km/h. E, para sermos mais exatos, falamos que o radar localiza-se à Avenida Umberto Calderado Filho. Pois bem, aos que não sabem, o primeiro nome do jornalista Umberto Calderaro Filho era grafado com “u” e não com “h” como determinam as regras da Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Digo era, porque, também, de acordo com a Gramática, depois que a pessoa morre, ainda que durante toda a vida tenha o nome grafado como no registro de nascimento (e este era o caso de Umberto Calderaro), passa-se a grafá-lo corretamente, ou seja, agora, a grafia correta seria Humberto Calderaro Filho. Nas placas, o nome que consta é Umberto. Em alguns documentos oficiais, já li a grafia Humberto. Rigorosamente, os documentos oficiais que circulam com a grafia Humberto é que estão corretos. Umberto ou Humberto? Linguisticamente o que importa é o processo de comunicação. O mais importante, talvez, seja as pessoas lembrarem quem era o homenageado. Por falar nisso, você sabe quem foi Humberto Calderaro Filho?

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domingo, 24 de janeiro de 2010

Estágio supervisionado


A volta do estágio supervisionado em Jornalismo proposto pela Comissão de notáveis do Ministério da Educação (MEC) não passa da volta de um engodo que sempre existiu na área, principalmente nos estados do Norte e Nordeste nos quais a concorrência entre as empresas de Comunicação não existe. Com o fim da exigência do Diploma para o exercício da profissão o que se tem é a invasão das redações por profissionais de todas as áreas do conhecimento sem a supervisão dos professores da área de Jornalismo. Os notáveis do MEC, conhecidos profissionais do jornalismo brasileiro, deveriam pegar o avião e verificar o que ocorre no Amazonas, principalmente em Manaus. Talvez, assim, tirassem do documento original essa proposta absurda do estágio, que, ao final de tudo, tem a boa intenção de proporcionar aos estudantes a prática profissional antes da final do curso mas, como de boa intenção o inferno está cheio, tira os estudantes da sala-de-aula, atrasa a conclusão do curso e ainda promove a exploração de mão-de-obra barata. Tudo como os patrões sonhavam!

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sábado, 23 de janeiro de 2010

Critérios de credenciamento

O fato de obter o título de doutor não credencia um professor a ingressar automaticamente em um programa de Pós-graduação. Aos olhos do público em geral e de alguns colegas professores, basta obter o título e o ingresso é imediato. Quem pensa assim engana-se. É preciso obedecer os critérios estabelecidos nos regimentos internos dos programas e, principalmente, os critérios básicos de área exigidos pela Coordenação e Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes). De forma resumida, professor titulado que não produz trabalhos acadêmico-científicos na área de concentração dos programas, ao contrário de beneficiarem, prejudicam sensivelmente o processo de avaliação. Assim sendo, quem pretende ingressar em um dos programas de Mestrado ou Doutorado existentes na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) como professor, deve escolher, muito antes de ir cursar Mestrado e Doutorado, as áreas de atuação nas quais pretende pesquisar de acordo com o programa pretendido. Assim, economiza tempo e desgastes futuros.

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Administração e Odontologia


A aprovação de mais dois doutorados institucionais (Dinters) pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesp) da Universidade Federal do Amazonas(Ufam) são de fundamental importância para a nova política estratégica da instituição de reforço dos programas existentes e criação de grupos de pesquisa para a criaçào de novos programas. Os Programas de Doutorado Interinstitucional em Odontologia será realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia de Araraquara (Unesp) e o de Administração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Vale lembrar, porém, que é necessário dar condições aos programas de Pós-graduação existentes para que possam funcionar a contento e não correrem o risco de fechamento. Nem que para isso haja uma intervenção da Pró-reitoria e da Reitoria a fim de terminar com picuinhas internas capazes de prejudicar programas existentes. A miopia e a burrice de alguns departamentos deve ser combatida nas instâncias superiores.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Projetos de pesquisa

Está mais do que na hora de a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) promover um seminário para discutir a elaboração de projetos de pesquisa nos seus vários programas de Pós-graduação. Não se pode admitir que livros de péssima qualidade, de autores insignificantes e sem nenhum respeito acadêmico sejam indicados aos estudantes de mestrado e doutorado (e muitos menos aos de graduação). É assustadora a quantidade de projetos de péssima qualidade e, mais ainda, a falta de um padrão mínimo de exigência de alguns professores. Para quem ainda não sabe, a Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT) possui uma norma, a NBR 15287, que trata da apresentação de projetos de pesquisa. Essa história de dizer que cada autor fala uma coisa é uma tremenda balela. O máximo que pode existir são algumas divergências em relação às normas. No entanto, é inadmissível ao professor (ou professora) que trabalha com Metodologia da Pesquisa e quetais nunca ter pelo menos passado os olhos por uma norma da ABNT. Quem não conhece as normas da ABNT, elabora mal e parcamente projetos ínfimos de pesquisa, nunca teve um projeto aprovado nas agências de fomento e indica livros simplistas, de autores mais ainda, deveria se declarar impedido de orientar trabalhos de pesquisa. É o mínimo de coerência e ética acadêmica que se esperar de um professor. Estudar, ler e discutir sobre a área que se atua é o oxigênio acadêmico de todo bom profissional da educação superior. Respiremos juntos ou morramos!


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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Gedeão candidato


Por mais que diga ainda não ter decidido se sai ou não candidato, o Secretário de Estado da Educação e Qualidade do Ensino, Gedeão Timóteo Amorim, é candidatísssimo a uma das vagas do Amazonas como deputado federal nas eleições deste ano. Amorim é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Trata-se de uma das pessoas mais queridas dentro da instituição e, certamente, terá o apoio da maioria da comunidade da Ufam, afora o apoio que terá entre os professores da rede estadual de ensino. É pouco provável que Amorim tenha uma votação pífia. Pelo andar da carruagem, ele será um dos deputados mais votados. Caso conte com o apoio direto do governador Eduardo Braga, principalmente se Sandra Braga não for candidata, Amorim tem chances de estar na lista dos mais votados. Certamente, dentro da Ufam, tirará bons votos que eram sagrados de Vanessa Graziottin. É esperar para ver.

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Concorrência entre as universidades


A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) entra de vez na concorrência pelos serviços educacionais de nível superior contra a Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A UEA foi autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) a ser uma das 22 universidades brasileiras a revalidar diplomas de médicos obtidos no exterior. Com isso, o monopólio da Ufam no Estado foi quebrado. Nos últimos anos a Ufam cobrou a taxa de R$ 5 mil de cada um dos candidatos que desejassem revalidar seus diplomas obtidos no exterior. A UEA, agora, lança edital cobrando a taxa de R$ 150,00. Mesmo com taxa de R$ 5 mil, o número de candidatos à revalidação na Ufam era enorme. Resta saber como ficará a concorrência com a entrada da UEA no processo. Não se deve esquecer que famílias abastadas do Acre e de Rondônia mandam seus filhos cursarem Medicina na Bolívia, onde não há vestibular. O número de candidatos à revalidação, portanto, não deverá diminuir. A demanda ainda é grande.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O papel da universidade


Ao que tudo indica, nem os membros da comunidade universitária possuem clareza do papel da própria universidade. A sociedade, então, tem uma visão equivocadíssima a respeito da universidade. Uma universidade não pode, não deve, e reduziria imensamente seu papel, se formasse apenas para o mercado. A ténica é essencial, mas, a universidade que se preza forma pessoas para o exercício pleno da cidadania. Portanto, forma pessoas que reflitam sobre o próprio papel na sociedade e a técnica por ela exercida. Ou seja, a universidade tem a obrigação de promover a reflexão sobre o fazer e não-apenas ensinar a fazer. Cursos técnicos existem para isso. Caso contrário, a universidade brasileira corre o risco de se transformar em um mero grupão escolar. Muitas delas já o são e nem sabem. Portanto, fugir da técnica pela técnica é essencial para a universidade manter sua identidade.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Miséria gera miséria


O dito popular que “dinheiro chama dinheiro” parece ser correto. Mas, o inverso, ou seja, miséria chama miséria tem boas chances de ser real. A tragédia do Haiti é uma comprovação de que a falta de investimentos em pesquisas gera miséria. Prever os locais e a intensidade dos terremotos é dever da ciência. Construir prédios e casas mais resistentes também. Logo, os problemas do Haiti poderiam ser bem-menores se a ciência, se a universidade fosse mais presente. É muito fácil doar verbas e ganhar notoriedade depois que as tragédias acontecem. Nós, os cientistas, porém, não podemos ficar apenas de olho nos holofotes da imprensa. A tragédia do Haiti tem de servir para algo. E que sirva para nos alertar a todos os cientistas e pesquisadores sobre a responsabilidade social das universidades de pesquisar e prevenir tragédias. A universidade que age antes e aponta soluções é fundamental para a sociedade. E se assim o for, terá sempre o respeito da comunidade.

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Solidariedade


É impressionante como políticos e empresas tornam-se mais solidários em ano de eleições. O programa Bolsa Universidade, da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) prorrogou as inscrições para até às 21h de amanhã porque houve a ampliação de mais 2.252 vagas. Não se pode negar a importância de um programa social como esse, no entanto, também apresenta o lado dos negócios privados. Oras, para um empresário da educação, é muito melhor aderir aos programas dos governos Federal e Municipal que se arriscar a não receber as mensalidades. É aquela história da faca e do queijo nas mãos. Resta saber se os benefícios serão mantidos após o fim do ano eleitoral, porque tanta bondade e solidariedade devem existir sempre. Espera-se, também, que a contrapartida seja cobrada dos estudantes, pois, não faz sentido um programa desses funcionar apenas com o viés assistencialista.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ano eleitoral


Causa estranhamento que a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) faça a transição de profissionais temporários para efetivos justamente em ano eleitoral. Aliás, não se trata apenas da UEA, o Governo do Estado anuncia 14 mil vagas. Dessas, 13, 4 mil são da Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc). Para a UEA, são destinadas 420 vagas. Tudo muito bem, tudo maravilhoso, as vagas em órgãos públicos devem mesmo ser preenchidas por concurso, logo, o Estado está corretíssimo em anunciar as vagas, porém, precisava ser em ano de eleições? O resultado de todos os concursos deve ser homologado até o dia 3 de julho, caso não, os aprovados só serão chamados seis meses após as eleições. Da última vez que fez um concurso às pressas, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) cometeu erros graves e o concurso terminou suspenso durante mais de um ano. Que sirva de exemplo para a UEA!

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Falta de visão estratégica


As universidades brasileiras deveriam tratar com mais respeito todos os seus aposentados, independente da categoria a qual pertencia quando na ativa. E não se resolve isso apenas construindo Centros de Convivência do Idoso. É preciso criar programas que os integrem às atividades do dia-a-dia da instituição e não enxotá-los. Tem sido comum, principalmente em relação aos mais qualificados, as universidades, e na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não é diferente, (aliás, parece ser mais igual ainda) afastarem completamente seus aposentados e esses passarem a servir ou a Universidade Estadual ou as Universidades, Centros Universitários e Faculdades particulares. Não se trata apenas de uma questão de respeito, mas, uma falta de visão estratégica inexplicável. Quer dizer, o estado investe milhões na formação de um doutor, por exemplo, e, quando ele se encontra no auge da maturidade acadêmica e da produção, é mandado embora. E passa a prestar serviços na iniciativa privada. Acordem reitores e reitoras!

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Às claras


Recebi manifestações favoráveis à entrevista para o ingresso no mestrado, com a ressalva de que os professores fecham o cerco quando não se trata de alguém procedente da universidade de origem dos entrevistadores. Internamente, defendo há muito tempo, que se adoto o modelo da Universidade de São Paulo (Usp). Lá, sem nenhum tipo de subterfúgio, quem decide o ingresso nos cursos de Pós-graduação é o próprio possível orientador. O processo é estabelecido no próprio Edital e não existe espaço para comentários maldosos ou desairosos. Os possíveis orientadores escolhem projetos e estudantes que se alinham com seus trabalhos e pesquisas e pronto. É preciso transparência em todos os processos seletivos no serviço público. E, em se tratando das universidades públicas, por definição, isso deveria ser regra. Logo, basta que se respeitem as regras, que devem ser muito bem-discutidas internamente, e deixar claro o perfil do estudante que se deseja em cada curso. E que os possíveis orientadores respeitem e sejam respeitados nos processos.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Em defesa da entrevista

Durante algum tempo fui um dos mais árduos críticos da entrevista em quaisquer dos processos nas universidades brasileiras, por uma questão mais legal que social: o temor de que a entrevista tornasse o processo de escolha dos candidatos menos impessoal. Hoje vejo que, se corretamente, usada pelas bancas (de concurso público de carreira ou de seleção para os cursos de Pós-graduação) é o instrumento mais eficaz e deve constar em todos os processos, muito embora a justiça diga sempre que não. Oras, por mais que tenha apresentado bom desempenho nas demais provas, quem tem visão estreita sobre a universidade e o mundo, como pode fazer parte dela? Pensar que depois de entrar o candidato a professor ou professora ampliará a visão e mudará é utópico. A universidade brasileira tornou-se a vanguarda do atraso exatamente pela visão míope dos seus membros a respeito do que seja uma universidade. Da mesma forma, ocorre, com os candidatos aos cursos de pós-graduação: quem não tem compromisso com a pesquisa e com a vida acadêmica deve procurar um MBA ou um Mestrado Profissionalizante. O mestrado acadêmico não deve ser um enfeite para os currículos de profissionais bem-posicionados no mercado. Ou se demonstra compromisso imediato com a vida e a carreira acadêmica ou não se deve nem ser selecionado. Daí a importância fundamental da entrevista.

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Agilidade administrativa

O perfil da nova Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que deve surgir após a Estatuinte de 2010 tem de ser de uma organização ágil e que responda aos interesses e às mudanças constantes que ocorrem na sociedade. Abrir novos cursos e fechá-los quando necessário é algo que deve ser encarado com naturalidade. Uma universidade que diz ter 100 anos não pode ter mais de uma dúzia de cursos com a mesma idade. Isso é um indicador de letargia e falta de visão estratégica. O mundo passa por mudanças na velocidade da luz e a as universidades, em geral, não ganham nem de uma tartaruga mais esperta. Ou das reformas nasce uma coelhinha linda ou a Ufam vai perder espaço para a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e deixará, em pouco tempo, de ser referência na região. A mudança é uma questão de sobrevivência para todas as organizações do mundo moderno, para a Ufam, é fundamental.


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domingo, 10 de janeiro de 2010

Tempos horripilantes


Sou de um tempo em que avós, de quaisquer das linhagens, eram as figuras mais queridas e respeitadas das famílias. Quando os filhos eram deixados com o avô ou com a avó, tinha-se a plena certeza de que os filhos seriam bem-cuidados. É bem-verdade que algumas avós, como a minha paterna, são capazes de alguns “atos terroristas”. A minha, por exemplo, adorava, quando a gente ia passando, esticar a perna e nos ver se espatifar no chão. Ria a valer. Certamente, não se tratava apenas de um ato de humor, muito menos de amor. Mas, quando abro os jornais de hoje e leio que a violência sexual de avós contra netos aumentou 46% (quarenta e seis por cento) em 2009, penso: como era doce a minha vovozinha. Pensar que não se pode mais confiar nem nos avós significa que irmãos e primos são menos confiáveis ainda. E ainda falam em desagregação da família. Oras, se não se pode confiar em ninguém dentro dessa própria célula, a desagregação já existe faz tempo. E tempos horripilantes, tanto agora quanto antes.

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sábado, 9 de janeiro de 2010

Mudanças necessárias


O Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) precisa, com urgência, dinamizar as relações com as universidades brasileiras relativas ao Exame Nacional dos Estudantes (Enade). Em algumas delas, como na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) o Inep reporta-se aos coordenadores de cursos, portanto, todos os problemas também devem ser solucionados no mesmo âmbito. Acontece que as responsabilidades jurídicas recaem sobre as pró-reitorias. No caso em questão (da Ufam), a pró-reitoria de ensino de graduação (Proeg). Em sendo assim, não seria mais fácil o Inep encaminhar os relatórios diretamente às pró-reitorias? É evidente que sim. O relatório e presença e ausência de cada ano, por exemplo, é enviado, pelos correios, diretamente aos coordenadores. Deveria ser encaminhado às pró-reitorias de graduação, uma vez que são essas que controlam a colação de grau dos estudantes. Além disso, o mesmo relatório deveria ficar disponível, on-line, para consultas, posteriormente. Um documento de suma importância como esse não deve ser encaminhado apenas aos coordenadores pelos Correios. Há sempre o risco de não se receber essas informações e, no final das contas, os estudantes terminam por ser prejudicados.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Falta de doutores


É preciso, urgentemente, que se acelere os programas das agências de fomento para a formação de doutores. Os concursos públicos da universidades federais brasileiras revelam que, em algumas áreas, como a Comunicação Social, por exemplo, a falta de doutores afeta os cursos de pós-graduação e pode atrasar em até 10 anos o avanço das pesquisas na área. Como isso ocorre? Vagas não preenchidas em concurso público, inicialmente para doutores, em seguida, podem ser preenchidas por mestres ou até mesmo graduados. Quando isso ocorre, os programas de pós-graduação demoram, na melhor das hipóteses, até 10 anos para ter um novo doutor nos seus quadros. Em alguns casos, é tão trágico que pode até determinar o fechamento de cursos existentes.

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Índios nas ruas


A questão dos índios das tribos kulina, jaminawa e kaxinawa que vivem praticamente como mendigos nas ruas de Sena Madureira, município localizado a 144 quilômetros de distância de Rio Branco, a capital do Estado do Acre, é gravíssima. A Fundação Nacional do Índio (Funai) não toma providências, a prefeitura municipal menos ainda e os indígenas das três tribos perambulam pelas ruas sem destino. Álcool, drogas e prostituição marcam a prática até das crianças das três tribos e nada é feito. Vergonhosamente se vê, dia-a-dia, meninos e meninas atacando as lixeiras para retirar restos de alimentos. O mínimo que o poder público deveria fazer era conseguir abrigo para as crianças e os adultos desses povos uma vez que o Estado é o tutor dos índios.

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Alta periculosidade


Ser cientista no Amazonas é uma profissão de alta periculosidade da área do conhecimento. Você pode ser agredido pelo irmão do vice-governador, corre o risco de ter a vida bisbilhotada no twitter, ser atacado por animais ou ser morto. Isso não significa que região deve ser marcada pela velha imagem de selva com jacarés pelas calçadas, isso não. Mas, quem vem trabalhar na Amazônia como pesquisador deve saber dos riscos que enfrentará. O que aconteceu com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Deise Nishimura, de 24 anos, que teve parte da perna amputada, pode acontecer com qualquer pessoa. É fato comum na Amazônia as pessoas serem atacadas por animais. Ter consciência da periculosidade é fundamental para que os cientistas não criem uma imagem equivocada da região.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Agonia administrativa do HUGV


Ao fazer o apelo aqui, no início do ano, para que professores e técnicos pusessem a mão na consciência e buscassem, cada um e cada categoria, descobrir onde estava o nó da agonia do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi por ter “quase certeza” de que se tratava de má-gestão. Não deu outra. Mesmo sem concluir o relatório, o coordenador geral dos hospitais universitários do Ministério da Educação (MEC), Celso Fernando Ribeiro de Araújo, detectou problemas de gestão. Que as condições físicas do HUGV são precárias nem precisava o senhor Ribeiro de Araújo ter se deslocado de Brasília para saber. O professor Dirceu Bededicto Ferreira, à época vice-diretor, juntamente com o médico assistencial Raymisson Monteiro, então diretor, fizeram o mais perfeito e profundo diagnóstico que o Hospital já teve nos últimos anos. Tomaram as medidas administrativas mais corretas para sanear as dívidas do HUGV e o hospital “respirar” financeiramente. Nas eleições seguintes para a escolha da direção do Hospital, em função de manobras e mais manobras da Administração superior da Ufam, denunciadas, inclusive à Justiça Federal, Monteiro perdeu por míseros seis votos de diferença. Está mais do que na hora de a comunidade do HUGV medir competência administrativa e não competência populista na hora da escolha dos diretores. Caso não, o HUGV respira por aparelhos, os tubos são retirados quando aparece algum socorro (financeiro, é claro), mas o doente não sai da UTI nem com reza.

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novo portal da Ufam


Estava mais do que na hora de a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ter um verdadeiro portal. O ano começou com novidades: o design é moderno, com boa navegabilidade. No entanto, há algo essencial na Internet: a atualização. E, para isso, é preciso efetivamente uma equipe de bons redatores, 24h no ar. Caso contrário, a ideia de algo novo e dinâmico vai para o brejo. Há três dias que as “últimas notícias” são as mesmas. Isso não pode ocorrer de forma nenhuma. Ainda podemos dar o desconto por se tratar de uma fase inicial do trabalho de reformulação, no entanto, urge que a equipe seja montada e o trabalho efetivo de atualização seja feito, inclusive aos finais-de-semana. Não se pode deixar de registrar, porém, elogios à iniciativa. A Ufam já merecia há tempos um portal que demonstrasse a importância que tem para o Estado e para a região. Que saiba manter-se assim.

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domingo, 3 de janeiro de 2010

Ufam 2010


Indicado pela reitora Márcia Perales e aceito pelo Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) como o “Ano da Estatuinte”, 2010 não pode ficar apenas em salamaleques, discursos oficiais mas nenhuma ação. É preciso trabalho intenso e dedicação plena ao projeto de Estatuinte. Como está, em frangalhos, a Ufam não pode ficar. Existe a Ufam de Manaus, que funciona completamente diferente da Ufam do interior, e existe a Ufam das unidades que criaram faculdades a torto e a direito. Esse é o primeiro desafio da estatuinte: fazer uma limpeza nos currais eleitorais e acabar de vez com as faculdades de um curso só. Faculdades não podem, não devem e é impossível administrar dessa forma, ter o mesmo status administrativo dos institutos. Desde que o mundo é mundo a estrutura administrativa das boas universidades é formada por Institutos (ou quaisquer outros nomes que se queira dar), esses institutos abrigam Faculdades e as Faculdades abrigam os cursos que, certamente, deveriam acompanhar a a lógica da divisão por área feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), uma vez que a Ufam hoje possui mais de 30 curso de Pós-graduação. A estrutura é simples e permitiria agilidade administrativa e avaliações positivas dos cursos da Ufam, caso as vaidades e a idiotia baré fosse deixada de lado. A proposta até já existe e foi entregue ao famigerado Comitê Gestor faz tempo, porém, totalmente desvirtuada. Como ela está intacta em meu computador, voltará a ser discutida, assim espero.

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sábado, 2 de janeiro de 2010

Desafio de 2010


O maior desafio a ser enfrentado pelo Ministério da Educação em 2010 é tentar recuperar a credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ideia do Ministro Fernando Haddad de unificar os vestibulares de todas as universidades federais brasileiras, inicialmente bem-aceita, terminou minada pelo roubo das provas do exame e um prejuízo de mais de R$ 30 milhões. Um bom começo para recuperar a credibilidade perdida é obter de volta o dinheiro do contribuinte usado nas primeiras provas, que foram anuladas. Não se pode admitir que os R$ 30 milhões pagos ao Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Conasel), empresa terceirizada contratada para operacionalizar o Enem, escorram pelo ralo ou desapareçam como que por encanto. Não será fácil recuperar esse dinheiro mas é o primeiro desafio na tentativa de o Enem e o próprio MEC ganharem, de novo, o respeito da população e dos estudantes brasileiros.

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

HUGV agoniza


A maior tristeza que tive em 2009 não foi a derrota para a reitoria nem a agressão sofrida no auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pelo irmão do vice-governador Omar Aziz. O que dou e ainda dói muito foi ler, ontem, no Jornal Diário do Amazonas, a matéria “HUGV espera, hoje, repasse de 4,5mil para não fechar”. Das duas campanhas para a reitoria da Ufam me restaram amizades incríveis entre pessoas que trabalham no Hospital. Não apenas por elas, entra as quais incluo médicos, enfermeiros e técnicos, mas pelo que o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) representa para Manaus não se pode deixá-lo agonizante para sempre. Todos devemos refletir. Cada um de nós, inclusive e principalmente, os que nele trabalham, se fizemos a nossa parte. Será que não somos responsáveis por essa agonia? Ou será o modelo de gestão? O ano que hoje se inicia foi eleito “o ano da Estatuinte na Ufam”. É preciso um olhar especial para o HUGV e a forma como ele é gerido a fim de que essa agonia não se perenize. Contem comigo,no que for necessário, amigos do HUGV e reitora Marcia Perales. O Hospital está acima das querelas políticas e eleiçoeiras. A Ufam é maior, o HUGV também!

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