segunda-feira, 31 de março de 2014

O nó da formação das redes no Brasil

Por mais que haja claro incentivo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para a criação dos programas de Pós-graduação em redes no Brasil, o modelo ainda tem de ser discutido e aprofundado para que se possa firmar como exitoso. Quanto maior o número de associados em uma rede, maiores, certamente, podem ser os problemas, no futuro. Na CAPES, hoje, a denominação existente é "associação ampla". Tudo é muito lindo, em tese, no início da relação, quando todos os "pombinhos" envolvidos no processo se encontram no auge da paixão. Ninguém se preocupa com um problema que é crucial: os recursos financeiros são creditados apenas na conta de quem apresenta a proposta no aplicativo da CAPES chamado APCN. Quando as associadas são federais, o problema é menor. Mas, quando existem federais, estaduais e municipais no processo? Como administrar os recursos durante o processo? È preciso ter muita clareza dos pontos positivos e negativos ao se fazer parte de uma rede para que o nó não se torne quase impossível de desatar no caso de se desistir de participar do projeto.


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domingo, 30 de março de 2014

A aprendizagem e a sala de aula

Não é de hoje que digo e repito que a sala de aula é o pior ambiente de aprendizagem. E este mantra serve para os níveis fundamental, médio e superior. Quando falei sobre "A síndrome dos 200 dias letivos" foi para provocar efetivamente um debate sobre o tempo que se passa em sala de aula nas universidades brasileiras. Quando se discute retenção e evasão, principalmente nas universidades públicas, pouco se fala nesta espécie de massacre ao qual os estudantes são sobmetidos ao longo do ano. Em nenhum País bem-sucedido do mundo o estudante passa tanto tempo em sala de aula. Se estar em sala 200 dias fosse uma variável segura de qualidade na Educação, os estudantes brasileiros seriam campeões em todos os testes realizados ao redor do mundo. Os 200 dias efetivos de sala de aula só faziam sentido quando o professor (ou professora) era o centro do universo do saber. Por ele passavam todas as informações a respeito do mundo. Hoje, o poder supremo do professor se esvaiu. Diante de tanta facilidade de acesso às informações, o papel do professor é outro. Passar cinco horas por dia, durante 200 dias, a ouvir (ou fingir que ouve) o professor, revela-se cada vez mais contraproducente. É preciso aproximar a sala de aula da vida, do mundo. Sob pena de a própria sociedade ser vítima do modelo atual de Educação.


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A síndrome dos 200 dias letivos

Há, nas universidades brasileiras, uma prática latente: a da perda de autonomia consentida. E isso se revela no que passei a denominar de "síndrome dos 200 dias letivos". Vejamos o que diz o Art. 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN): "A educação básica, nos níveis fundamental e médio (grifo nosso), será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar (grifo nosso), excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver [...].
As universidades se curvam, usam o mesmo artigo da LDBEN para obrigarem seus estudantes a permanecerem 200 dias, em sala de aula, muitas vezes sob o julgo de professores e professores, com o discurso de que cumprem a Lei. É uma falácia, dentre tantas outras falácias, para manter o estudante de graduação preso à sala de aula. Nem mesmo para os níveis fundamental e médio a LDBEN determina que sejam 800 horas "dentro da sala de aula". Dizer que "duzentos dias de efetivo trabalho escolar" significam o mesmo que "200 dias em sala de aula" é de uma miopia sem precedentes. Se não, vejamos o que diz o Artigo 47, da mesma Lei: Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo (grifo nosso), excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver." Traduzir "duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo" como sinônimo de "duzentos dias em sala de aula" só pode ser essa nossa forma consentir que a nossa autonomia seja perdida. Ou por conta da Lei ou de interpretações extremamente ao pé-da-letra.

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OBS: Post do dia 29/03/2014

Para repensar o foco da Educação

A maior revolução pela qual a Educação brasileira deve passar, nos três níveis, é na perspectiva do olhar. Educar não pode ser para o mercado, precisa ser para a vida. E em todos os níveis. O fato de ir para a escola não pode ser confundido, apenas, com a missão de preparar a pessoa para um emprego. A escolha da profissão, há muito deixou de ter como horizonte o que se gosta de fazer e, com o avanço do capitalismo, passou a ser o que pode "dar mais dinheiro", possibilitar mais sucesso. Será que a felicidade de um ser vem apenas com o dinheiro? Não seria mais lógico, nós, os pais e educadores, termos como foco educar para a felicidade, para uma vida saudável? Vale uma boa reflexão sobre o que estamos a fazer como nossos filhos e nossos estudantes.

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OBS: Post do dia 28/03/2014

quinta-feira, 27 de março de 2014

Interdisciplinaridade é mais que juntar áreas

Durante muito tempo, principalmente nas universidades das regiões com menos incidência de doutores, foram abertos inúmeros programas de Pós-graduação embaixo do guarda-chuva da Interdisciplinaridade. Acontece, que juntamente com a proliferação de programas, espalhou-se, também, a visão de que "juntar professores" de vários cursos em um único Programa de Pós-graduação é ser interdisciplinar. Por mais que nome induza a isso, como bem dizem todos os teóricos dos sistemas, a soma das partes e maior que o todo. A perspectiva do olhar da interdisciplinaridade é muito mais abrangente que a simples soma de pesquisadores de várias áreas. E, volto a dizer, não se confunde com os limites impostos pela categorias profissionais. Sem uma relação de interação entre as disciplinas, não se pratica a interdisciplinaridade. É preciso, também, refletir sobre o próprio conceito de disciplina e o valor histórico do conceito para a onstrução da universidade no mundo. Só assim se vencerá esta visão míope de que interdisciplinaridade é a mera soma de disciplinas.


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quarta-feira, 26 de março de 2014

MEC abre negociações com o ANDES

Diferentemente do que ocorreu há dois anos, quando jogou duro e provocou 120 dias de greve dos professores e professoras das universidades e dos instituto federais, desta vez o Ministério da Educação (MEC), abriu negociações com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Este movimento do MEC pode ser um balde de água fria em qualquer possibilidade de greve entre os professores e professoras das universidades caso as pautas do sindicato sejam postas à mesa. A presidente da entidade, Marinalva Oliveira, na entrevista publicada no site do Sindicato, entende, porém, que é preciso um horizonte de tempo claramente definido para que as negociações em torno da pauta tenham início, meio e fim. Uma nova reunião entre as partes ocorrerá no dia 10 de abril.


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terça-feira, 25 de março de 2014

O número de papers como fator de qualidade

Todas as vezes que se levanta uma discussão sobre a Pós-graduação no Brasil, dois pontos são recorrentes: o número de artigos publicados e "as exigências da Capes". Não me canso de repetir que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) não é uma abstração que brotou da mente de algum iluminado. Tem papel fundamental no patamar que a Pós-graduação alcançou no País, mas, espelha nossas práticas coletivas e nossas formas de ver a Pós-graduação Brasil afora. E, infelizmente, estamos com uma visão equivocada sobre as formas de se medir o valor de um trabalho de pesquisa. O maior problema que temos hoje é: o que gera desenvolvimento e inovação em uma País é a pesquisa aplicada, a que volta, a que retorna à sociedade para melhorar a qualidade de vida. A pesquisa que só gera papers e mais papers, cujo parâmetro principal é o número de artigos publicados em revistas "Qualis sei lá o quê" pouco muda a vida das pessoas, logo, da sociedade. É uma pesquisa feita por pares para pares. Como um País pode mudar a sua base tecnológica se de cada tese ou dissertação o que mais conta é o número de artigos ou papers? A política de avaliação atual induz, ainda que não seja essa a finalidade, à produção desenfreada de papers e só. O número de papers não é o único fator de qualidade em um processo de avaliação. Se continuarmos com a visão reducionista atual perderemos o bonde da história e corremos o risco  de destruir uma base muito sólida construída pelo cientistas que vieram antes de nós.


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segunda-feira, 24 de março de 2014

Um novo olhar para a pesquisa no Brasil

Hoje, ao participar pela primeira vez como representante institucional da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), do Décimo Fórum Estadual de Gestores de Instituições de Ensino e Pesquisa, fiquei positivamente surpreso com a palestra do Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva. Ele desenvolveu o tema “Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento da Ciência”, no Salão Canoas, do Instituto Leônidas e Maria Deane. Fiquei positivamente surpreso com a fala de Oliva em razão do novo olhar para a pesquisa no Brasil, e, principalmente, para a avaliação de projetos no órgão que ele dirige. Não focar apenas na variável quantidade, vindo de uma agência de fomento, é algo que surpreende. Pelo menos se trata de um sinal de que, em pouco tempo, a mera produção de papers não será o indicador mais importante para se aprovar projetos e se conseguir recursos do CNPq.


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domingo, 23 de março de 2014

A impessoalidade transformada em lenda

O princípio básico da impessoalidade exigido em qualquer seleção pública não parecer sem bem-visto na universidade brasileira. Mais ainda na Pós-graduação, principalmente quando se trata de selecionar candidatos para ingresso nos programas. Em geral, há uma defesa quase cega de que se deve decidir o ingresso ou não de um candidato aos programas de Pós-graduação por meio de uma entrevista. A centralidade do argumento está no fato de que o projeto pode não ter sido elaborado pelo candidato e, com a entrevista, se descobre esta "peculiaridade". Se não é um equívoco, só pode ser má-fé, porque não há nada mais pessoal do que uma entrevista. E, entendo, não haver lógica nenhuma em se definir o ingresso ou não de alguém, por meio de uma entrevista, baseada em um projeto que, no mais das vezes, é totalmente modificado (ou até completamente abandonado) no transcorrer dos estudos. Por outro lado, os mesmos pares que adoram a pessoalidade para selecionar ingressantes nos Programas de Pós, detestam-na quando se trata do exame dos vossos artigos pelas revistas científicas. Defendem, com unhas e dentes, a chamada "avaliação cega". Ora, nada mais justo do que uma avaliação cega em todos os níveis. Caso contrário, a impessoalidade será meramente uma lenda.


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sábado, 22 de março de 2014

O equívoco em torno das ações das universidades

Há um grave equívoco interpretativo em se vincular ações de determinadas organizações à, digamos, noção de espaço geográfico. E tal equívoco é cometido até pelos magistrados, quando tentam aplicar a Lei. Aos olhos de alguns deles, por exemplo, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) não pode realizar nenhuma ação exclusivamente voltada para amazonenses porque "é federal". Para quem tem esse tipo de interpretação, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) pode até reservar vagas para quem mora no Amazonas, porque "é estadual". Essa visão míope talvez seja baseada na origem dos recursos que "financiam" as duas Instituições, como se dinheiro tivesse pátria ou território. Olhar desta forma seria decretar que a UFAM seria para os brasileiros de outros estados que moram no Amazonas e a UEA para os brasileiros nascidos no Amazonas. É uma visão tão rudimentarmente canhestra que prefiro, encarar como uma piada de péssimo gosto. Pois, recuso-me a acreditar que ainda haja alguém, nas duas universidades, que pensem de forma tão estreita.


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O coletivo acima do individual

A cada dia que passa tenho mais certeza de que quem não tem espírito coletivo e não se preocupa com o outro dificilmente será um servidor público na essência da palavra. No máximo, servir-se-á do público, sem, no entanto, ter a menor possibilidade de prestar um bom serviço. E esse tipo de prática atravessada tem sua gênese não apenas na tradição de que os serviços públicos são ineficientes e ruins. Entendo que a gênese está no péssimo serviço prestado pelos políticos à comunidade. Quando isso acontece, como é cada vez mais recorrente no Brasil, passa-se a difundir a crença de que tudo o que é público é ruim e tudo o que é privado é eficiente. Todo político deveria ser um servidor público como outro qualquer. No mais das vezes, porém, serve-se do que é público para defender interesses próprios ou de pessoas próximas a ele. O coletivo deixar de estar acima do individual e a perdemos todos com a desqualificação e o descrédito do serviço público.

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OBS: Post do dia 21/03/2014

quinta-feira, 20 de março de 2014

A qualificação profissional e as categorias

Há que se fazer uma diferença básica entre a qualificação profissional, as categorias e o desempenho individual para efeito de se falar em remuneração e exercício (profissional) das atividades, diametralmente opostos à comparação com o lugar que ocupamos, individualmente, nas categorias. Tomemos como exemplo a categoria profissional a qual sou vinculado: sou jornalista por formação. Tenho licença e um registro na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para exercer a função de jornalista. Pertenço, portanto, à categoria dos jornalistas. Para efeito de exercício da função, sou jornalista, igual a qualquer outro jornalista. Para efeito de remuneração, porém, posso não ser igual. Quem determinará a igualdade ou não é o Plano de Carreira de cada organização. Como possuo o título de doutor, certamente, sou diferenciado em relação a quem é apenas graduado. A prática profissional, a forma como escrevo, também pode ser um diferencial levado em conta por quem emprega para diferenciar o salário e o exercício das funções. Estar ao lado dos trabalhadores, portanto, na sua luta por melhor remuneração e condições de vida é um dever de todo trabalhador. No capitalismo, porém, querer que cada trabalhador receba a mesma remuneração e seja tratado de forma igual e chamar isso de justiça é não ter a menor ideia de o que seja justiça. Se alguém me convencer que o simples fato de ser jornalista, como eu, dá o direito a outro jornalista de receber remuneração igual a minha, embora produza menos e trabalhe menos apenas pelo fato de ser jornalista e chamar isso de justiça, tenho mesmo que rever, e muito, meus conceitos a respeito do tema.


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quarta-feira, 19 de março de 2014

A justa luta dos professores e professoras

Hoje, dia 19 de março de 2014, foi o dia simbólico de luta dos professores e professoras das universidades brasileiras. A paralisação teve como objetivo a abertura das negociações salariais. Não como a mesma força demonstrada na greve de 120 dias realizada em 2012, porém, nem por isso injusta. Ocupe ou não uma função dentro da instituição que trabalho, jamais deixarei de reconhecer a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, de modo geral, e, especificamente, a luta dos professores e professoras do País por uma remuneração mais digna garantias para o desenvolvimento das nossas atividades como a comunidade merece que seja feito. É dever do Estado garantir uma Educação de qualidade, gratuita e socialmente referenciada. Este é o elo que nos une na luta por uma universidade pública e gratuita: maior patrimônio da sociedade brasileira.


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terça-feira, 18 de março de 2014

Entre a centralização e a descentralização

Há uma dilema shakespeariano a ser enfrentado por quem assume cargos de gestão no serviço público: centralizar ou não centralizar: eis a questão! Quem delega poder além do considerado trivial pelos ditos "manuais de Administração" é tido como pouco eficiente. Em outras palavras, delegar tarefas, portanto, poder, é visto como sinal de "pouco controle". Por outro lado, quem não delegada nada é visto como centralizador e autocrático. O que provoca o dilema? O fato de que, no serviço público, por mais que haja planejamento detalhadamente estratégico, ainda se administra "por surtos" (ou, talvez, sustos). As demandas chegam sempre "para ontem" e as respostas exigidas são para já. Dessa forma, ao que parece, não se pode nem centralizar demais nem delegar de menos. O desafio, portanto, é encontrar um equilíbrio no processo para que as atividades não terminem sobrecarregando que deveria ocupar postos estratégicos e terminam por se prender às atividades operacionais e deixar de planejar. Quando isso acontece, todos perdem.


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segunda-feira, 17 de março de 2014

O patético confronto de egos nas universidades

Em algumas universidades brasileiras, e na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) não é diferente, há um patético confronto de egos. Certamente, são cientistas tradicionais, que baseiam o raciocínio na Teoria da Evolução darwiniana da seleção natural das espécies. Consideram-se "mais fortes" e entendem que a Ciência como a eliminação dos que consideram "mais fracos". Porque, no caso, muito provavelmente se consideram os melhores, os mais fortes. Esqueceram que o naturalista francês Jean-Baptiste de Monet Chevalier Lamarck, mais que as "leis do uso e do desuso", lançou o pressuposto de que a evolução das espécies ocorreu pela cooperação e não pela competição. Tal perspectiva do olhar muda tudo na Ciência e na própria relação entre as pessoas. E se nos apresenta muito mais próxima da universidade que sonhamos. Pensar uma universidade na qual seus pesquisadores e cientistas ao invés de praticarem a colaboração partem para uma competição desenfreada. Acredito piamente na colaboração e não vejo a universidade como o locus mais adequando para a competição (das espécies). Que me perdoem os professores e pesquisadores que enxergam a evolução com a lente de Charles Darwin.


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domingo, 16 de março de 2014

As Mídias Digitais e a comunicação organizacional

Nenhuma organização, pública ou privada, pode prescindir de usar (e acompanhar) as Mídias Digitais. Principalmente as chamadas mídias sociais, como o Facebook, por exemplo. Como plataforma para a comunicação organizacional, o Facebook, se bem usado, é um dos elementos mais promissores para aproximar cada vez mais as organizações do público interno e externo. Há, porém, um visão extremamente equivocada dos servidores de que só eles tem o direito de "seguir e bisbilhotar" os dirigentes. Aliás, alguns deles (servidores) se acham no direito não só de bisbilhotar, mas, manipular fotos e fatos a fim de, constantemente, denegrir a imagem dos dirigentes e das organizações. É como se os "colaboradores" tivessem todo o direito do mundo e aos dirigentes nada restasse. Fato similar ocorre com o assédio moral: se o dirigente cobra o mínimo de desempenho do servidor, é acusado de praticar assédio, mas, se o servidor não aparece para trabalhar, o dirigente não tem o mesmo direito de acusá-lo de assédio moral contra a sociedade, que o paga. Nos dois casos, o mais importante é que se mantenha, efetivamente, o clima de respeito mútuo. Caso contrário, o que se terá sempre será o linchamento moral dos dirigentes e a vitimização constante dos servidores.


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sábado, 15 de março de 2014

Descobertas científicas que assombram

É de causar espanto: hábitos que até ontem poderiam ser considerados nocivos, inclusive, uma tremenda falta de higiene, hoje, aos menos se os estudos estiverem corretos, passam a ser salutares. Pesquisadores suecos, da Universidade de Gotemburgo, concluíram que a melhor maneira de a mãe higienizar a chupeta das crianças é com a própria saliva. A prática traria o benefício de proteger os bebês dos micróbios do chão e transferiria microrganismos "do bem", da mãe para o bebê. Confesso que senti uma espécie de "gastura" ao ler a notícia sobre o assunto e imaginar mães a dividir as chupetas com as filhas. Não me parece nada simpático, em um passeio na praça, por exemplo, você levantar os olhos e observar a mãe a pegar a chupeta da criança, que caiu no chão, faz uma "higienização" na chupeta dentro da própria boca e devolve para a boca da criança. Como os cientistas dizem que se trata de uma prática saudável, quem se habilita a iniciar a prática a partir de hoje?


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sexta-feira, 14 de março de 2014

Erre pouco, pergunte sempre

Penso que o mantra de todo servidor público deveria ser: "erre pouco, pergunte sempre". A presunção da compreensão criar problemas gravíssimos e pode desintegrar uma equipe. O silêncio obsequioso, em qualquer cultura, significa que o interlocutor entendeu. E se a resposta não vem como se acha que se foi entendido, o perigo de se perder as estribeiras é imenso. Perguntar não tira pedaço. Errar muitos menos. O que arranca pedaços e destrói qualquer relação, inclusive as de trabalho, é o silêncio total. Que pode ser interpretado de duas formas: ou tudo foi entendido e se terá a resposta desejada, ou se foi completamente ignorado. Em nenhum dos casos o resultado é bom para a organização. A menor probabilidade do erro ocorre, portanto, quando se pergunta, se esclarece. Com informação qualificada, fluente e clara, é possível diminuir, também, os conflitos. Pensemos, juntos, nisto!


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quinta-feira, 13 de março de 2014

O corporativismo nosso de cada dia

Tenho poucas ilusões sobre qualquer mudança na Educação brasileira se o Ministério da Educação não tomar a providência política de enfrentar, com rigor, as corporações profissionais. Porque, ao que parece, o que existe hoje, na Educação, é uma disputa feroz para decidir que é o dono do "carimbinho" e do "carimbaço". Acontece que o conhecimento vai muito além das fronteiras (e das barreiras) estabelecidas pelos guetos acadêmicos de cada profissão. Enquanto a estrutura educacional existir para servir as corporações profissionais e não ao processo efetivo de aquisição de conhecimento, o corporativismo nosso de cada dia se nos imporá comportamentos que distanciam os saberes e dissociam práticas do dia a dia da Ciência tradicional. E entender a Ciência como algo distante do mundo é assumir uma aura de iluminados que não temos.


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As Mídias Digitais e a sala de aula

É evidente , no Brasil,  que nem todas as Instituições estão preparadas para lidar com as Mídias Digitais. Nem dentro nem fora da sala de aula. Em algumas delas por mais absurdo que possa parecer, não se permite o acesso às mídias sociais, por exemplo. E isso prejudica, e muito, o desenvolvimento de práticas modernas até de sala de aula. Há professores que resolveram inovar por conta própria e praticamente eliminaram o uso do papel: passaram a compartilhar os textos na nuvem. Em programas como o Dropbox. Como fazer isso, porém, quando se proíbe quase tudo? Não se trata de apenas usar as Mídias Digitais na sala de aula. É preciso mudar a perspectiva do olhar. Mudar a cultura, portanto, o modo de agir. Sem que isso ocorra,  as Mídias Digitais passam a ser vista não como aliadas, mas, como concorrentes. É um erro ter esse tipo de visão. E pode acarretar prejuízos inimagináveis ao processo de aprendizagem. Vale refletir sobre o problema!

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OBS: Post do dia 12/03/2014

terça-feira, 11 de março de 2014

A aposta na desmobilização

Ao que parece, o Governo brasileiro aposta na desmobilização dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) relativamente à greve marcada para ter início no dia 17 de maço de 2014. Que a greve dos TAEs pode ser um fracasso, é inegável. No entanto, negar, também, a possibilidade de que seja um sucesso estrondoso é viver no mundo da lua. A conjuntura atual não nos permite ser otimistas ou pessimistas ao extremo. O que devemos ter é equilíbrio para, de imediato, reconhecer que a greve é um direito de qualquer trabalhador, em todos os níveis. Feito isso, o melhor que se faz é ter uma programação de trabalho capaz de repor o mais rápido possível as atividades. Só assim cumpriremos o nosso dever de prestar um bom serviço ao público. Apostar na desmobilização não nos parece uma medida das mais inteligentes.


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Nossa eterna aversão à burocracia

Nos, os professores e professoras, temos uma aversão (quase que eterna) à burocracia. Aliás, penso que temos aversão quase doentia à própria administração e, mais ainda, a um dos seus pilares: o controle. Professor, em quaisquer dos níveis educacionais, tem ojeriza ao controle. Sente-se o senhor de todos os saberes e não suporta a ideia de ser nem controlado nem supervisionado nas atividades que desenvolve. Acontece que professor, por mais que mereça o respeito das gerações passadas, presentes e futuras, não é Deus. Não é o dono única e exclusivamente da verdade. Muito menos da verdade científica. E é por esta eterna aversão à burocracia que lutamos por eleições diretas para a escolha dos nossos dirigentes, mas, ao fim dessas, parecemos desenvolver um ódio sistemático em relação a quem nos dirige. Certamente, precisamos, refletir sobre o problema e escolhermos um caminho a seguir: ou somos dirigidos por nossos pares ou partimos para uma administração profissionalizada e passamos a desenvolver, nas Instituições, apenas nossas atividades fins: ministrar aulas, pesquisar e desenvolver projetos.

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OBS: Post do dia 10/03/2014

domingo, 9 de março de 2014

O futuro do qual me envergonhei

Certa vez, pouco antes de concluir o curso de graduação em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), escrevi um texto cujo título jamais esqueci: "Vergonha do futuro". Nele, fazia uma análise do jornalismo que se praticava em Manaus e dizia da minha vergonha, antes mesmo de me formar. Nunca cheguei a publicá-lo e hoje nem sei mais por onde anda. Hoje, muito cedo, ao ver as manchetes de dois grandes jornais da cidade, enfim, tive a prova do que me envergonhei há tantos anos. Com letras garrafais, um deles preconizava: "GOL DE PLACA". O outro era ainda mais efusivo: "ORGULHO NACIONAL". Senti asco. Não tive coragem de ler nenhum dos dois. Não me sentia diante de dois jornais da cidade, mas sim, de dois órgãos de divulgação aulicista das obras dos governo do Estado e do Município. Desde o início das obras da Copa, se vendeu gato e se entregou uma lebre das mais tímidas. As obras de mobilidade só podem ter sido feitas em Londres, ou seja, para inglês ver. E todos calam! O que houve foi uma enganação pública. Promessas e mais promessas de que a cidade melhoraria. O que se viu foi um caos total nas imediações do Estádio. Em pleno domingo, a cidade inteira sofreu com um trânsito caótico. Não é possível que a prática do jornalismo "chapa branca" se transforme em regra, não em exceção. Eis o futuro do qual me envergonhei. Talvez dele não queria mais participar. Não tenho mais ilusões de que se possa interferir, com a formação, na linha editorial dos jornais. Quando a opção é se alinhar ou ser expurgado, entendo melhor os colegas jornalistas. Não sou obrigado, porém, a aceitar esse estado extremamente lamentável ao qual as coisas chegaram. Tanto em Manaus quanto em todas as demais cidades da Copa, se prometeu o paraíso e se está entregando um inferno a cada jogo.


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sábado, 8 de março de 2014

A arbitrária classificação em Educação

Fico a me perguntar, sem encontrar uma resposta convincente, o porquê de a Educação ser classificada em inferior e superior ou as variações que se nos são apresentadas. Educação como um instrumento ideológico do Estado para "formatar" massas talvez até possa ter algum tipo de taxionomia, o conhecimento, porém, é muito mais complexo. Aliás, talvez não possa, jamais, ser classificado, a não ser como mero instrumento didático. Tão arbitrária quanto rasa, também é a classificação que se faz da Educação, como se o processo do conhecimento pudesse ser aprisionado em faixas etárias ou temporais. Trata-se a Educação como se não tivesse nenhuma relação com o conhecimento, com a vida. Como se a Educação fosse um ente separado da vida pelos muros da Escola. Na prática, porém, tal separação existe. E faz como que crianças e jovens sonhem com uma Escola diferente, na qual o prazer e o jogo não sejam socrossantamente proibidos. O primeiro passo para se chegar à realização deste sonho é romper, definitivamente, com a arbitrária taxionomia da Educação e aproximá-la da vida.


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O lero-lero da Ciência moderna

A constatação de que revistas científicas mundo afora deixam-se levar pelo "lero-lero" de pseudocientistas, publicada neste espaço, na sexta-feira, dia 06 de março de 2014, sob o título de "Artigos científicos que não passam de lero-lero" é um alerta mais que vermelho para nós, os cientistas, definitivamente, botarmos em pauta a pressão fabril-produtivista que sobre nós foi lançada. A Ciência moderna baseia a qualidade da produção dos seus cientistas não apenas nos benefícios que as descobertas podem trazer para a sociedade, para a humanidade, mas, e principalmente, em "fatores de impacto" e número de artigos publicados em revistas "qualificadas" pelos pares. Como o fator de impacto é calculado baseado no número de citações a cada dois anos, na prática, há um incentivo direto ao lero-lero acadêmico e não às descobertas científicas. Há que se encarar o problema não como se fosse meramente uma questão de ética individual. No fundo, é algo bem mais complexo, que envolve a questão do financiamento da pesquisa e a exigência quase desumana de resultados numéricos quase sempre elevados em espaço de tempo cada vez mais exíguos. Obrigados pelas instituições as quais estão ligados, pelas agências de fomento e pelos pares, muitos pesquisadores não resistem à tentação do lero-lero acadêmico sob pena de não serem mais aceitos entre os pares e a sociedade. Caminha para se tornar uma espécie de doença coletiva e pública da comunidade acadêmica mundial.


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quinta-feira, 6 de março de 2014

Artigos científicos que não passam de lero-lero

O título desta postagem também poderia ser "Imposturas intelectuais ultra-pós-modernas", em homenagem aos físicos Alan Sokal e Jean Bricmont, que publicaram, em 1998, o livro "Imposturas Intelectuais." E vejam, leitores e leitoras, como a Pós-modernidade impostora que eles revelaram na Ciência, ao invés de se retrair, ganhou novos contornos. Em 1996, em um periódico norte-americano denominado Social Text, Alan Sokal apresentou-se como defensor do Pós-modernismo, ao enviar um texto para a revista. Tratava-se de uma bricolagem, sem nenhum rigor científico. O artigo não só foi aceito, mas também, muito elogiado pelos "examinadores" da revista, algo assim como os nossos rigorosos "pareceristas". Após desnudarem o universo editorial das revistas científicas, Alan Sokal e Jean Bricmont publicaram o famoso livro no qual desancam críticas aos filósofos e cientistas sociais, bem como destroem o "relativismo epistêmico". O que eles não sabiam era que a Ciência enveredaria pularia do relativismo epistêmico para a lógica produtivista pura e simples. Não imaginavam, também, que as imposturas intelectuais iriam mais longe. E não é que foram! A revista Nature revelou que os editores das revistas científica Spinger e IEEE removeram 120 artigos ditos científicos, publicados entre 2008 e 2013, porque descobriram que não passavam de um mero jogo de palavras produzidos por um programa de computador popularmente conhecido como "gerador de lero-lero". É um programa de computador criado pelo Massachussets Institute of Tecnology (MIT) denominado SCIgen. O cientista da computação Cyril Labbé criou o programa para provar que "conferências acadêmicas", no mais das vezes, aceitam "papers" sem o menor sentido. O An Automatic CS Paper Generator (SCIgen) está disponível agora aos que possuem cara-de-pau acadêmica suficiente para testá-lo. Quem se arrisca a comprovar que ainda há quem cai no "lero-lero" científico do programa?!


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quarta-feira, 5 de março de 2014

A formação profissional e a empregabilidade

Em qualquer discussão séria sobre a universidade é preciso responder a uma pergunta básica: a universidade existe para servir às corporações ou à sociedade? E antes de respondê-la, preciso esclarecer que uso o termo corporações, aqui nesta postagem, para me referir não apenas ao mercado, mas, às corporações (empresas), bem como aos interesses corporativistas das categorias profissionais. Particularmente, não sinto a menor dificuldade (aliás, nunca tive tanta clareza quanto agora) em responder que uma universidades pública (e até mesmo as particulares), existem com o fim de servir à sociedade. Sem isso, não cumprem a função social (no caso das públicas), muito menos os objetivos dos negócios (no caso das particulares). São fundamentais para embasar a reflexão os conceitos de empregabilidade e sociabilidade. O de empregabilidade talvez não deixe nenhuma dificuldade para se entender: é a capacidade que a Instituição tem de os seus estudantes saírem dela com empregos garantidos. O segundo, se não existe, acabo de criar, é a capacidade de a Instituição se preocupar com a sociedade no todo, e não apenas com parte dela, o mercado. De início, parecem conceitos diametralmente opostos. Na prática, complementam-se porque não existe mercado, empresa ou corporação, portanto, empregabilidade, se não existir uma sociedade saudável, bem formada para o exercício da cidadania. No fundo, são perspectivas do olhar: enquanto o foco da empregabilidade é meramente utilitarista, o foco na sociabilidade dirige-se à pratica de se mudar a vida do conjunto de pessoas que forma a sociedade. Um não vive sem o outro. E uma universidade não cumpre o seu papel social se não souber equilibrar as duas coisas no processo de formação dos seus estudantes.


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terça-feira, 4 de março de 2014

A retenção como regra nas universidades

À parte a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que preconiza a educação democrática e inclusiva, o que se vê nas universidades brasileiras é um fantasma que teima em se levantar do túmulo para assombrar estudantes, muitas vezes vítimas de péssimos coordenadores e cursos e das armadilhas postas por professores (e professoras) ao longo do percurso, para que eles (os estudantes) sintam o amargo gosto da derrota: a reprovação. Uma reprovação em alguns cursos cuja disciplina é sempre pré-requisito da outra pode significar, ainda que não se queira, um fantasma ainda mais poderoso: o do jubilamento. Jubilar um estudante é expulsá-lo, no mais das vezes, contra sua vontade, muito embora alguns só demonstrem "querer estudar" após serem desligados. A lógica do desligamento, porém, é administrativa e não pedagógica. Entendo que, em se tratando de uma universidade, deveria prevalecer sempre o pedagógico para além de todas as visões. Ao que parece, no entanto, vigora uma regra a lá Michael Focault, de "vigiar e punir". O problema é mais complexo do que simplesmente expurgar estudantes. E precisa ser enfrentado urgentemente pelas universidades brasileiras.


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segunda-feira, 3 de março de 2014

Que as universidades não virem igrejas

Há pouco, vi um link compartilhado no Facebook pelo meu amigo Robson Franco que me levou à uma reflexão e ao texto que aqui publico. Não muito diferente do link compartilhado, O Fuxico Gospel, desde o advento da internet como Mídia Digital, O Fuxico Acadêmico, rola à solta. As insinuação maliciosas contra a filha do pastor Renê Terra Nova contidas no site compartilhado me fizeram lembrar uma máxima que ouvi, logo após ter sido agredido, em 11 de maio de 2009, em pleno Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). À época, ouvi uma frase filosofal:"A universidade é o templo da liberdade. É o único lugar no qual se pode duvidar até da existência de Deus sem que se seja importunado por isso". Quando ouço falar em universidade como templo já começo a sentir ojeriza. Não é de hoje que digo, por onde passo, que há três organizações altamente tradicionais: a igreja, o exercito e a universidade. Como instituição, são as mais refratárias às mudanças. Tradicionalíssimas ao extremo, embora, no discurso, neguem, principalmente na universidade, o tradicionalismo. O tal Fuxico Gospel do link é apenas uma demonstração disso. Da forma leviana como são tratadas as demonstrações de carinho. Se alguém me disser que temas como esses são tratados com a maior tranquilidade dentro das universidades, certamente, estará mentindo. O que se tem é um tradicionalismo velado, só demonstrado nos boatos e nas fofocas de corredores. Blogs, sites e perfis similares ao Fuxico Gospel não param de surgir. Só espero que, embora reconhecidas (nem que seja apenas nos discursos) como tempo da liberdade, as universidades efetivamente não se transformem em igrejas. Porque uma instituição tão importante para a sociedade ser transformada em mera casta de iluminados será uma tragédia.


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domingo, 2 de março de 2014

A formação profissional e a burocracia

Durante muitos anos as universidades brasileiras formaram médicos e especialistas nas várias áreas do que se convencionou chamar de Ciências da Saúde. Foi um período de foco tamanho na especialização que se chegou a um ponto de os planos de saúde, no caso dos tratamentos odontológicos, solicitarem primeiro o parecer de um especialista. E ele indicava um odontólogo para tratar o canal, outro para o caso de se precisar de aparelhos, outro para fazer a restauração e assim sucessivamente. Na área médica não foi diferente: passaram a sair oftalmologista, dermatologistas, cirurgiões plásticos e quetais que pudessem gerar riquezas. Principalmente aos próprios especialistas. Se ainda não mudaram na odontologia, na medicina, os burocratas de Brasília descobriram (talvez tarde demais), que nenhuma política pública de saúde funcionariam com as universidades formando apenas especialistas. Mudou-se o foco da formação para Clínicos Gerais e que cada um se especializasse após a formação. Em tese, é o correto: não cabe a nós, a sociedade, financiarmos especialidades e sim médicos capazes de fazer valer as políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). É, porém, uma discussão que não nos parece terminar por aqui. Esperemos!


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A injustiça dos processos seletivos

Quando se tem um número maior de pessoas para entrar do que vagas disponíveis, sempre se precisará, na universidade brasileira, praticar a seleção e não a avaliação. E para se praticar a seleção, até na seleção brasileira de futebol, há o corte. E se há corte, corre-se o risco de se deixar de fora inúmeras pessoas competentes e capazes que, por algum problema no dia da prova de seleção, não se saíram tão bem quanto imaginavam (ou, até, quanto deveriam). Logo, é impossível, quando se realiza seleção, se praticar a justiça: sempre haverá quem reclame, quem se considera injustiçado e quem conteste os processos seletivos. Ainda mais quando esses processos não levam em conta os princípios básicos da Administração Pública emanados do Art. 37 da Constituição de 1988: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. De todos esses princípios, a impessoalidade não deixa nada tranquilos muitos professores e professoras. Só não se pode esquecer quem sem respeitar a impessoalidade os processos seletivos tendem a ser ainda mais injustos.

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OBS: Post do dia 01/03/2014

sábado, 1 de março de 2014

O ódio aos estrangeiros e menos favorecidos

Não consigo entender o quanto de ódio algumas pessoas desenvolvem em relação aos "estrangeiros" e aos menos favorecidos nas universidades. Principalmente em se tratando de uma universidade, que é federal, portanto, do povo brasileiro, e não especificamente de nenhum de nós em particular. E, se pertence ao povo brasileiro, não deve servir ao povo brasileiro sem nenhum tipo de restrição quanto à localidade? Nos cursos de maior concorrem, a elite das localidades não consegue para de reclamar quando são usadas as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e seus filhos não conseguem classificação por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Ao invés de centrar as baterias na Prefeitura Municipal e no Governo do Estado, para que melhorem o ensino nos dois níveis, querem obrigar a Universidade e mudar seus critérios. Nas salas de aula, muitos desses "estrangeiros" também sofrem preconceito, bem como os estudantes que entram por meio das quotas sociais. É como se a universidade existisse apenas para servir à elite, aos mais favorecidos. É hora de mudarmos o modo de olhar para as universidades federais e entendê-las como indutoras de políticas públicas inclusivas e não um espaço sagrado das elites.

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OBS: Post do dia 28/02/2014