segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Universidade que não experimenta, não avança

O que mais me incomoda no modelo de universidade vigente no mundo, e não apenas no Brasil, é a falta de ousadia, fruto, muito provavelmente, do pensamento cartesiano que divide o saber em determinadas gavetas. Essas gavetas, por mais que se pregue a multidisciplinaridade, não se intercomunicam, não conversam entre si. As disciplinas, engavetadas em si mesmas, são aprisionadas em “grades curriculares” que não permitem ao estudante, por exemplo, estudar. Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no curso de jornalismo, por exemplo, embora tenha sido aprovado que o estudante pode cursar até 300 horas de outras disciplinas da própria Ufam ou de qualquer outra universidade no Estado, há o limitar da falta de um convênio institucional com as outras universidades, mas, o pior deles: o da burocracia interna. É ela que impede os estudantes de cursarem mais de 23 créditos por período. Com isso, qualquer inovação morre burocraticamente. Universidade que não se permite novas experiências nos projetos pedagógicos ou em quaisquer das áreas, não avança. Empacaremos nessa burrocracia?

domingo, 30 de outubro de 2011

O avanço dos reacionários e caretas nas universidades

Não sei qual a sensação de uma pitada em um cigarro de baseado. Muito menos do cigarro legal. Nunca tive vontade de experimentar nenhum dos dois. Das drogras legais, já tomei uísque, cachaça e cerveja. Estar embriagado e perder completamente a consciência de si não são coisas boas. De quando em vez, porém, penso que todos os consumidores do álcool, em geral, embriagam-se. Tenho tomado o cuidado de exagerar cada vez menos. Não gosto de estar inconsciente em nada que faço. Episódios como o da invasão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para prender estudantes membros da “esquadrilha da fumaça” e, mais recentemente, da Universidade de São Paul (Usp) revelam, porém, que a universidade brasileira, como reflexo da própria sociedade, é reacionária, careta e hipócrita. Tratar a questão das drogas consideradas ilegais nas universidades como um caso de polícia e não de saúde pública é de uma estreiteza que só confirma a minha hipótese da hipocrisia como regra. Nem os estudantes da Ufam, nem os da Usp precisam ser tratados como criminosos comuns. São doentes, viciados em uma droga que não está na lista das permitidas assim como há milhões e milhões de brasileiros viciados em no fumo e no álcool. Uma universidade que trata casos como esses dessa forma, não educa para a vida; para a liberdade e para a autonomia; mas, para a punição e para a repressão.

sábado, 29 de outubro de 2011

Universidade não é fábrica

Causa-me espanto que tenhamos aceito ser avaliados, principalmente nos programas de Pós-graduação, como se fossemos uma fábrica, e nosso melhor ou pior desempenho fosse centrado no número de egressos (formados não importa como) e no número de artigos e livros que produzimos. É nivelar no raso campo da mera estatística e despolitizar, inclusive, o processo da produção em Ciência no País. A Ciência não é neutra como não o é nenhuma atividade que envolva seres vivos, uma vez que todos, sem nenhuma exceção, somos sujeitos de um processo maior que se chama vida. A neutralidade da Ciência esconde o uso político que dela é feito para manter o status quo. E para sustentar esse discurso da neutralidade da Ciência (e dos cientistas) recorre-se ao método, que deve ser baseado no distanciamento (portanto na neutralidade) do sujeito em relação ao objeto. Centrar as discussões nesse tipo de “verdade” é admitir que os programas de pós-graduação fazem parte de uma fábrica de “forma” cientistas “neutros” para reproduzir esse mesmo discurso vida afora. Reflitamos sobre isso!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"Eu tuito, tu facebookas, ele bloga"

Participei ontem, juntamente com o jornalista Mário Bentes e a relações públicas, Ana Clarissa, da XIV Semana de Comunicação da Uninorte, da Mesa-redonda, que nunca é redonda, “eu tuito, tu facebookas, ele bloga”. Criativo pela própria natureza do nome que dava título ao evento, o encontro provocou os estudantes que reagiram com perguntas instigantes e se revelou um bom momento para se refletir sobre a prática do jornalismo na cidade, quaisquer que sejam os suportes, inclusive as mídias digitais. Participei com muito afeto, por mais esse movimento de aproximação institucional. Porém, fiquei com um desejo: quando teremos comprometimento efetivo de estudantes e professores, sem distinção de instituições, nas discussões que envolvem o exercício do jornalismo (e da Comunicação). Que essas interconexões institucionais ocorram mais vezes para o bem da comunidade e do campo da Comunicação.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Liberdade e universidade

Liberdade com responsabilidade é o princípio basilar da pedagogia proposta por Maria Montessori. Experiências bem-sucedidas nesse campo, para os tradicionalistas, são raras. Há, no fundo, a ideia de que estudantes são pessoas irresponsáveis, não sabem o que querem e precisam de alguém, um tutor-professor, para orientá-lo. A isso se dá nomes como Educação, formação, ensino e quetais. A velha e surrada educação bancária parece ganhar novo fôlego no momento atual. Reacionários e tradicionalistas discursam contra o “excesso de liberdade”. Ao que parece, o que incomoda essas pessoas é a perda do monopólio do poder e do saber. Querem recuperar o poder de dizer o que o estudante deve e não deve fazer. Enxergam o espaço educativo como o lócus pura e simplesmente do ensinar e não do processo de troca de saberes para a aprendizagem. Nem na universidade nem na sociedade o problema não é a liberdade. É, justamente, a falta dela.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dia do Servidor Público Federal só em 14 de novembro

A Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento, por meio da Portaria 870, de 24 de outubro de 2011, publicada no Diário Oficial da União (DOU), do dia 25 de outubro de 2011, transferindo para o dia 14 de novembro de 2011 o ponto facultativo do dia 28 de outubro de 2011, data na qual se comemora o Dia do Servidor Público Federal. Logo, nas Instituições Federais, haverá expediente normal na sexta-feira, dia 28. Eis o texto integral da Portaria:
“Art. 1º Considerar, excepcionalmente, o dia 14 de novembro de 2011, como ponto facultativo no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, alusivo à comemoração do Dia do Servidor Público Federal.
Art. 2º Recomendar aos dirigentes dos órgãos e entidades para que seja preservado o funcionamento dos serviços essenciais afetos às respectivas áreas de competência.
Art. 3º Fica revogado o inciso XI, do art. 1º, da Portaria nº 735, de 1º de dezembro de 2010. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
VALTER CORREIA DA SILVA (Secretário interino do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mudanças administrativas na Ufam

Escolhido um dos delegados do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) para o Congresso Estatuinte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que ocorreria no período de 26 a 30 de setembro, não participarei por ser um dos convidados do V Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, que ocorre em Porto Alegre, no período de 8 a 11 de novembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Serei substituído pela suplente dos delegados do ICHL, professora Patrícia Sampaio. Mesmo sem poder participar diretamente, uma vez que o convite já tinha sido aceito para o Congresso de Extensão em data posterior à mudança do Congresso Estatuinte, há um ponto que considero essencial ser reorganizado pela Estatuinte da Ufam: a estrutura administrativa. Não se pode imaginar uma universidade com Faculdades e Institutos com poderes equivalentes. Institutos são unidades, formadas por Faculdades, que abrigam cursos. Na Ufam, criou-se uma aberração administrativa que, se não corrigida na Estatuinte, implantará um caos: faculdades, muitas delas com apenas um curso, possuem o mesmo valor administrativo de um instituto. Algo para ser pensando pelos congressistas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A prestação de serviços das universidades

Uma universidade não é um escritório ou uma organização de negócios como outra qualquer. Não pode, portanto, aceitar quaisquer tipos de serviços de assessorias para os quais é procurada. Ainda mais se é uma universidade pública. Deve, portanto, em essência, servir aos interesses do público, da sociedade, em defesa das minorias e dos excluídos. Essa deve ser a premissa básica de uma universidade federal, inclusive, defendendo com unhas e dentes a diversidade religiosa, por exemplo, uma vez que o estado é laico. A não ser que deixemos o cinismo de lado e assumamos publicamente que a universidade brasileira representa uma elite burguesa, para ela existe e a ela serve, e que se danem as minorias e os excluídos. O que não dá é para se fazer um discurso canastrão de defesa dos interesses das minorias, mas funcionar como um escritório de negócios de meia dúzia de iluminados que usa toda a estrutura das instituições para fazer negócios milionários inclusive com o próprio estado. Esses são princípios básicos que precisam ser discutidos e postos em prática na hora de qualquer mudança que se queira pensar. O serviço que a universidade presta à comunidade é a formação de pessoas para o exercício pleno da cidadania e não meramente para o mercado. Reduzir a universidade a uma prestadora de serviços técnicos e matá-la aos poucos.

domingo, 23 de outubro de 2011

A universidade mais perto da comunidade

Uma das decisões mais acertadas da Universidade Federal do Pará (Ufpa) foi incluir o I Festival de Arte Mídia Cidadã como parte da programação e do encerramento da II Conferência Sul-americana e VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã, promovida pela Cátedra da Unesco/Universidade Metodista de São Paulo e Rede Nacional Pró-Mídia Cidadã. Às 17h, os participantes do painel “Movimentos de ‘contravenção’ social, coordenado por Ariane Carla Fernandes, da Rede Mídia Cidadã, deslocaram-se para a Praça da República a fim de verem a apresentação de uma “Rádio Performance”. Em seguida, houve um debate muito profícuo do projeto “Azulejar”(Projeto de Mídia Livre em terreiro tradicional). Foram apresentados “Casos de intolerância religiosa em Mídias locais e nacionais” e se debateu o distanciamento da universidade da comunidade, apontada por muitos como responsável pelos casos de intolerância na Mídia, uma vez que os estudantes que hoje trabalham nos meios de comunicação foram formados pelas próprias universidades. A professora Maria Ataíde, coordenadora geral da Conferência, contra-argumentou que o fato de estarei ali era uma demonstração, exatamente, dessa reaproximação, ainda que pequena, da universidade da comunidade. Em seguida, houve uma “Mostra de baile Hip-Hop” e “Dança contemporânea”, finalizada pelo “Carimbó de Icoaraci”, momento no qual professores, estudantes e a comunidade se juntaram no coreto da Praça e dançaram por quase uma hora, encerrando a Conferência com muito suor e a certeza de um encontro, de fato, com a comunidade.

sábado, 22 de outubro de 2011

Painéis e Arte encerram a Conferência Mídia Cidadã

Dois Painéis e várias performances do I Festival de Arte Mídia Cidadã encerram a II Conferência Sul-americana e VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã, promovida pela Cátedra da Unesco/Universidade Metodista de São Paulo e Rede Nacional Pró-Mídia Cidadã, realizada pela Universidade Federal do Pará (Ufpa). O primeiro Painel, “Cultura digital e cidadania”, ocorre das 9h às 12h, no Cine Olympia, na Avenida Presidente Vargas, no centro de Belém. Será coordenado pela professora Marianne Eliasquevici, da Ufpa, e terá como debatedores os professores Gervásio Cavalcante, da Ufpa, Gilson Monteiro, da Ufam, Maria Cristina Gobbi, da Universidade Estadual Paulista de Bauru, e Joice dos Santos, do Museu Paraense Emílio Goeldi. No mesmo local, das 14h às 17h, haverá o painel “Movimentos de ‘contravenção’ social, coordenado por Ariane Carla Fernandes, da Rede Mídia Cidadã, e a participação de Drika Chagas, do Coletivo Grafiteiros, Jader Gama, do Coletivo Puraquê e Marcos Ayden/Ninja, do Movimento Hip-Hop Organizado do Pará. Ao mesmo tempo, das 14h às 19h30, ocorre o I Festival de Artes e Mídia Cidadã, na Praça da República, com a apresentação de “Rádio Performance”, “Azulejar”(Projeto de Mídia Livre em terreiro tradicional), um debate sobre “Casos de intolerância religiosa em Mídias locais e nacionais”, “Mostra de baile Hip-Hop”, “Dança contemporânea” e “Carimbó de Icoaraci”. Ontem, das 14h às 18h, enquanto a professora do curso de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Cássia Maria Bezerra Nascimento, apresentava o trabalho “Thiago de Mello na mídia: poesia viva e insubmissa”, artigo realizado sob orientação do professor Gilson Monteiro, seu orientador no Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia, no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), ele coordenava o Grupo de Trabalho “Mídia e Relações Políticas” no qual foram apresentados e debatidos 10 artigos que constam nos anais do evento.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Conferência Mídia Cidadã em Belém

Um clima de emoção e solidariedade tomou conta do Auditório do Centro de Eventos Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (Ufpa), ontém, às 14h, na abertura da II Conferência Sul-americana e da VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã, quando o jornalista e editor do Jornal Pessoal, Lúcio Flávio Pinto, subiu ao palco do teatro para proferir a Conferência “Como comunicar a verdade na Amazônia”. O próprio conferencista emocionou-se ao anunciar que naquele momento ocorria a cremação do seu sobrinho, o cartunista Júlio Pinto, encontrado morto nas proximidades da Ufpa sem que as circunstâncias da morte tenham sido esclarecidas. As dificuldades da prática do jornalismo em função das pressões políticas e financeiras na região foram abordadas por Lúcio Flávio Pinto com a experiência de quem edita o conhecido Jornal Pessoal, segundo ele, sem nunca ter uma das suas reportagens desmentidas. Contundente, durante toda a conferência, chamou a atenção para o dever do jornalista de sempre se reportar aos fatos, que, para ele, são a expressão da verdade. Ao final, foi aplaudido de pé. O evento prossegue hoje e vai até amanhã. Às 14h, a professora do curso de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Cássia Maria Bezerra Nascimento, apresenta o trabalho “Thiago de Mello na mídia: poesia viva e insubmissa”, artigo realizado com a orientação do professor Gilson Monteiro, seu orientador no Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia, no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), da Ufam.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A verdade dos jornais às vezes é mentirosa

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas:”A respeito deste fato, o senhor pretende adotar alguma medida? Com a imprensa do Amazonas não dá pra gastar nenhum dinheiro, porque aqui a prática do jornalismo está cada vez mais difícil. A gente tem todo um trabalho dentro dos cursos, de tentar fazer com que os alunos acompanhem, discutam os assuntos. Mas, aqui o exercício da liberdade é bem limitado. O exercício da liberdade e da independência, não só para a imprensa mas para os cidadãos, principalmente os professores, é limitado por um Estado que tem mecanismo de controle do próprio Estado. E é um controle tão grande que cala até a Universidade Federal do Amazonas. Pode-se deduzir que esse caso é a comprovação de que a imprensa tem mordaça? Ou seja, ela não “mexe” com quem está no poder? A imprensa simplesmente utilizou um release e atribuiu um título deveras mentiroso. Não é nem o que diz o próprio release, fato mais estranho ainda. O que fazer numa situação dessas: entrar com processo por danos morais contra os jornais?”

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O silêncio da Reitoria é estranho

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas:”Se a Universidade sabia que o dinheiro era fruto de uma negociação, ela poderia, em sua opinião, recusar-se a liberar os dados? Como já falei, naquele 10 de maio, eu expedi um ofício cobrando um posicionamento da instituição e ela não tomou nenhuma providência, não me respondeu nada. Isso é que me causa estranheza. É uma questão política? É porque eu fui candidato a reitor, duas vezes, contra esse grupo que está ai? Eu não sei. Eu queria ter uma resposta. “Professor Gilson, nós não temos nenhuma informação”, poderiam ter respondido. O ruim é não ter o retorno. O Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) também cobrou posicionamento da Universidade no dia 01 de outubro de 2010, solicitando resposta a respeito do caso. A Administração Superior nunca se dignou a responder nenhum dos ofícios emitidos por mim ou pelo Instituto. O senhor recorda das circunstâncias em que se deu esse episódio? Sobre o que o senhor estava falando exatamente naquele dia? A gente comentava a questão da retirada do nome do atual governador da CPI [da Pedofilia] e eu passei a falar sobre um capítulo da minha tese que trata sobre o atrelamento dos meios de comunicação ao poder do Estado. Mas os jornais fizeram um “auê” danado, dizendo que eu estava acusando todos de estarem vendidos. Aliás, eu não preciso afirmar nada disso: basta acompanhar a cobertura de então e de agora, sobre o caso. Agora, na imprensa local, saíram manchetes mentirosas dizendo que o professor Gilson tinha recebido R$ 15 mil do irmão do governador. Isso é uma grande mentira! É muito estranho que os profissionais de imprensa não façam nenhum tipo de verificação, apuração das matérias e, ao contrário, publiquem release encaminhado pela Assessoria de Imprensa do MPF/AM e ainda com uma manchete dessas! Também foi uma violência da imprensa contra mim, que sou professor de jornalismo, e contra a sociedade.”

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma nova reação dentro da Ufam

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas:” Diante desse fato, o que o senhor pretende fazer daqui em diante? Vou continuar com os advogados estudando o processo, para entrar com uma representação contra a própria Ufam. Eles estão estudando e vão tomar alguma atitude. Em relação ao processo, ele terminou. A não ser que haja uma posição, não sei se é possível, de anulação da decisão do MPF e desse acordo. Do ponto de vista criminal, vou entrar com um pedido por danos morais. E, do ponto de vista político, esse processo deu start a uma nova reação aqui dentro da Universidade. Para o senhor, a Ufam se comprometeu ao fornecer os dados de sua conta bancária e não ter participado sequer ao interessado? A Reitoria ficou em silêncio toda vez que eu pedi informação. A omissão e a conivência são a segunda grande agressão, e mais violenta ainda, porque vêm exatamente de quem deveria nos proteger. O Ministério Público Federal também deveria nos proteger e não propor um acordo desse tipo para um agressor. É muito estranho que a Universidade não saiba de onde vem o recurso de depósito em sua conta. Não é estranho?”

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Decisão histórica do Decom da Ufam

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas:”No mesmo blog administrado pelo senhor, há a informação que o Departamento de Comunicação Social (Decom) da Ufam tomou recentemente uma decisão política: recusou o valor da multa determinada pelo juiz. Como o senhor avalia essa decisão? Foi uma decisão histórica! Pela primeira vez, depois daquele episódio, me senti protegido dentro da Ufam. Me senti em casa. O Departamento de Comunicação, em outras palavras, disse: “não me responsabilizo pelo que o professor Gilson Monteiro disse em sala de aula, mas é inadmissível que alguém invada esse espaço e agrida, física e verbalmente, um professor dentro desta instituição”. Era o que esperava, repito, da Administração Superior. Se o Decom recusou o valor e quantia já foi paga, onde está esse recurso? Não faço ideia, mas deve estar nos cofres da Universidade. Aliás, a mensagem que fica é essa: um professor agredido dentro da Instituição vale R$ 15 mil. Quem pagar pode vir aqui e agredir à vontade, basta ter a quantia necessária para a multa.”

domingo, 16 de outubro de 2011

Nojo e revolta

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas: Em um blog de sua autoria, o senhor diz ter sentido “nojo e revolta como silêncio da Ufam”, que, aliás, esse é o título de um dos artigos publicados sobre o caso. Por que esse sentimento? Veja bem: se você tem um filho e algum desconhecido entra na sua casa, dá uma surra no seu filho e você não toma nenhuma  atitude, me parece que significa que você é conivente, que você aceitou a agressão. Você acha que aquele filho merece punição do agressor! É assim que me sinto em relação à Ufam. Enquanto a Reitoria não me der uma boa resposta, eu vou sentir que cada soco daquele, do senhor Amim Aziz é um soco da AdministraçãoSuperior. Nenhum outro departamento acadêmico deu apoio à sua causa? Não, mas eu esperava mais, sinceramente. Esperava que em qualquer situação dessas todas as unidades do interior, cada unidade acadêmica da sede fizesse uma manifesto, em caráter de revolta, pela invasão à Ufam. Mas, nesse caso, o silêncio daReitoria reflete o próprio silêncio da comunidade universitária, que curvou os joelhos diante do poder do Estado. Então, como é que a Ufam pode cobrar autonomia universitária do governo federal se ela não tem autonomia nem diante do Poder do Estado do Amazonas, do poder estabelecido, do governo estabelecido, qualquer que seja o governo?.”

sábado, 15 de outubro de 2011

"Senti-me completamente sozinho"

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas: Na sua avaliação, esse seria um caso de violência institucional? É uma violência institucional, sim. Uma Reitoria que se manteve calada em todas as vezes que foi incitada é porque aceitou o acordo. Essa é a grande violência. Ou seja, me senti completamente sozinho, desprotegido. A única entidade que ainda se manifestou, fez uma passeata, obrigou praticamente o reitor à época a publicar uma nota foi a Adua. No mais, fiquei solitário na briga, esperando o tempo passar... A Universidade não cumpriu a obrigação dela: garantir-me a integridade física, a integridade moral e a segurança no meu local de trabalho. E se não garantiu, sabendo que a Ufam foi invadida, a Reitoria deveria ter reagido. Do ponto de vista simbólico, quando a instituição não diz nada, não se manifesta, não toma nenhuma providência, significa que ela está sendo conivente com a agressão. Qualquer que fosse o reitor, não interessava se fosse o meu adversário em disputas pela reitoria, deveria ter se sentido também agredido. Em um blog de sua autoria, o senhor diz ter sentido “nojo e revolta com o silêncio da Ufam”, que, aliás, esse é o título de um dos artigos publicados sobre o caso. Por que esse sentimento? Veja bem: se você tem um filho e algum desconhecido entra na sua casa, dá uma surra no seu filho e você não toma nenhuma atitude, me parece que significa que você é conivente, que você aceitou a agressão. Você acha que aquele filho merece a punição do agressor! É assim que me sinto em relação à Ufam. Enquanto a Reitoria não me der uma boa resposta, eu vou sentir que cada soco daquele, do senhor Amim Aziz é um soco da Administração Superior.”

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma ação solitária

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas: “Nesse processo, a sua representação também foi própria? O senhor resolveu agir sozinho, como fez com os laudos? Eu fiz a denúncia de agressão ao Ministério Público. Mas, a maior violência não foi só do agressor. Eu vejo uma violência extrema da própria direção da Universidade, em se apoderar de um valor desse tipo, ao informar sua conta. A Ufam sabia que se tratava do processo de agressão que eu sofri. Por várias vezes, a Reitoria foi incitada a manifestar-se sobre o caso. No dia 10 de maio de 2011, por exemplo, véspera dos dois anos da agressão, eu encaminhei um documento à Administração, pedido informações a respeito do caso. Pasme! E no dia 28 de abril, o agressor já havia pago a última parcela da multa! Portanto, a punibilidade dele naquele processo já havia sido extinta. E a Reitoria não se manifestou sobre o assunto, após as suas investidas? Não se manifestou.”

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Acordo unilateral o MPF/AM

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcrevo a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis mais duas perguntas: “O senhor considera, então, que esse acordo foi unilateral, pois o MPF/AM não ouviu as partes interessadas? Não sei se Universidade foi procurada para manifestar-se sobre o caso, só sei que eu não fui. Essa medida foi arbitrada pelo próprio Ministério Público, porque não sei de onde ele tirou essa ideia de que invadir uma universidade, agredir um professor, deixá-lo com 50% de perda auditiva – e isso não é caso de “lesão corporal leve”, pois estou com seqüelas até hoje –, é passível de acordo desse tipo. O senhor possui os laudos? Os laudos estão todos anexados ao processo, que o advogado da Adua já teve acesso e está analisando. Eu pedi aditamentos dos laudos, porque o laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) foi muito irresponsável. Não realizaram exames em mim, apenas preencheram uma ficha muito simples. A decisão deve ter sido tomada com base também nesse documento. Por isso, realizei exames numa clínica particular e pedi aditamento ao processo.”

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quem é o verdadeiro agressor?

Autorizado pelo jornalista Anderson Vasconcelos, transcreverei aqui, diariamente, até que se complete, a entrevista que dei ao Jornal da Adua intitulada “Quem é o verdadeiro agressor?”, um desabafo documentado da violência que sofro há mais de dois anos, não apenas física, mas moral. Eis a primeira parte da entrevista, com a primeira pergunta: “Depois de dois anos e três meses de espera, o primeiro dia de setembro de 2011 reservou uma grata surpresa ao coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Dr. Gilson Monteiro. Ele acordou com a informação, estampada nos jornais e portais de notícias, de que o processo de agressão movido contra o Amim Aziz, irmão do atual governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz (à época da acusação, vice-governador), chegara ao fim. O Juizado Especial Criminal acatou proposta de acordo feita entre o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM) e o acusado: o pagamento do valor de R$ 15 mil, em três parcelas e revertido à Ufam. Vinte e sete meses após a agressão sofrida em sala de aula, no dia 11 de maio de 2009, o docente relembra o caso, critica a atuação do MPF/AM), da Universidade e até da imprensa local, e questiona: quem é o verdadeiro agressor? Acompanhe a seguir entrevista concedida pelo professor ao Jornal da Adua.
Era a decisão que o senhor esperava? O senhor ficou satisfeito com o resultado do processo?
Nem um pouco. Do ponto de vista legal, a lei usada pelo MPF para embasar a proposta de acordo está correta. Mas, o valor me parece muito pouco para o tipo de agressão que sofri. Essa decisão foi covarde por parte da própria Universidade em ter aceitado e eu nem posso afirmar se ela assim o fez. Moralmente foi mais uma postura equivocada. Se ele ou alguém ligado a ele se sentiu ofendido, por que não me processar, por exemplo? Nós não vivemos num estado democrático de Direito? Ele invadiu a Universidade e rasgou a Constituição Federal, a Liberdade de Imprensa, todos os direitos. Tudo foi jogado no lixo, numa atitude insana, intempestiva, de invadir a Ufam. Nãome assusta que quem está no poder fica mais embevecido por ele. Eu não tenho elementos para acusar o atual governador, à época vice-governador, mas me parece comum as famílias acharem que podem fazer tudo o que querem no Estado porque têm o poder nas mãos. Quando resolvi processar o Amim Aziz, a minha intenção foi tentar que a justiça fosse feita e esperava pelo menos o apoio da própria Universidade. Esperava que a instituição também entrasse com um processo, buscando indenização contra o agressor, mas a Ufam, nesse ponto, falhou feio, foi irresponsável e omissa, pois não tomou nenhuma atitude.”

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Competição e colaboração na aprendizagem

Há que se mudar, definitivamente, a perspectiva do olhar em torno do processo de aprendizagem nas universidades brasileiras. Transformar o mercado, e não a sociedade, em foco das ações fez com que os professores criassem um ambiente e competição desenfreada entre si que prejudica sensivelmente a aprendizagem. O primeiro equívoco grave é querer criar dentro das universidades uma espécie de espelho do mercado, com todas as suas idiossincrasias e contradições. É impossível, e não é esse o papel da universidade, replicar dentro dela, o ambiente competitivo individual e de falta de colaboração típico do capitalismo de rapina e selvagem. A universidade tem de funcionar como uma incubadora de ideias e de soluções para os problemas da sociedade e não dos seus professores e pesquisadores. É salutar a competição, mais que isso a colaboração, que tenham como foco a solução de problemas sociais. Condenável, porém, é transformar a universidade brasileira em uma simples incubadora de empresas e de capitalistas de per si. Capitalistas menos vorazes e menos aves de rapina são bem-vindos e saudáveis para a sociedade. No entanto, a universidade brasileira precisa repensar esse caminho elitista e esse viés empresarial que contamina boa parte dos seus professores. Em não sendo assim, teremos uma universidade meramente utilitarista e da mais valia. A sociedade perderá com isso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os supermercados da educação

Ao se aproximar o final do ano, quem tenta mudar os filhos de escola, depara-se com o que se pode chamar de “supermercados da educação”. Se as farmácias, há muito, vendem picolés, sorvetes, filmes, brinquedos e até mesmo medicamentos, as escolas, atualmente, oferecem uma gama de serviços, todos adicionalmente pagos. A velha escolha, cujo foco era a formação cidadã, hoje, foi substituída por uma cesta de serviços educacionais de deixar os pais de estudantes tontos. A mensalidade escolar, que já é altíssima, não cobre nenhum dos serviços adicionais. As escolas oferecem voleybol, natação, futebo, balé, dança, artes e o que mais puderem. Cada uma dessas modalidades com preços diferentes e onerosos aos bolsos dos pais. Trata-se de um serviço que, rigorosamente, é pago duas vezes pelos pais que recolhem impostos. Portanto, a cada dia, é preciso refletir mais sobre a escola pública que é oferecida aos nossos filhos e aos filhos de toda a comunidade. Não é possível transformar a educação em mero serviço e ofertá-lo como se as escolas fossem supermercados. Para o bem da sociedade.

domingo, 9 de outubro de 2011

A expansão, o espaço físico e os laboratórios

Não se pode falar em expansão das universidades públicas brasileiras levando-se em conta apenas o número de vagas. Esse parece ter sido o grande erro do Programa de Apoio ao Plano de Expansão das Universidades Federais (Reuni). Expandir as vagas sem, no entanto, cuidar do espaço físico e dos laboratórios é dar um tiro no pé. Estudantes, técnicos e professores necessitam das mínimas condições de trabalho para que o processo de aprendizagem deslanche. É erro grave condicionar as condições estruturais à abertura de mais vagas. E isso foi feito no Reuni. Ainda há tempo de se corrigir essas distorções. No entanto, é preciso responsabilidade e comprometimento das administrações superiores das universidades brasileiras. Ceder a essa espécie de chantagem institucionalizada do Ministério da Educação (MEC) de só liberar vergas para infraestrutura caso as vagas sejam primeiramente abertas é reduzir a discussão aos números. E isso é raso demais para melhorar a Educação no País.

sábado, 8 de outubro de 2011

O fracasso dos valores vendidos nas escolas

Condenar pura e simplesmente os garotos que foram acusados por uma famosa escola de Manaus de contratar hackers para furtar as provas do terceiro ano do Ensino Médio é o caminho mais simplista e cômodo de ver o problema. Esses jovens fizeram isso porque a eles nunca foi ensinado o valor do respeito ao outro. Esses jovens, principalmente na tal escola, não são educados; são treinados para “passar” em concursos vestibulares. Para eles e os próprios pais, sucesso é ser aprovado. Não foram educados para a vida. Não sabem que errar e acertar são componentes normais (e naturais) do ser vivo. Aí me aparece a mãe de um dos estudantes da dita escola e protesta, em uma das rádios da cidade, contra a posição “arbitrária e autoritária” tomada pela direção no episódio. Um pai que matricula um filho em uma escola cuja base pedagógica é a arbitrariedade e o autoritarismo não pode se dizer surpreso quando algo dessa forma acontece. Nas escolas com esse tipo de filosofia, de valor, transversalmente também se aprende que “os fins justificam os meios”. Logo, o que esses estudantes aprenderam foi: “o importante é passar, é ser aprovado; não importam os meios que nos utilizarmos para tal”. Vergonha, para eles, e pelo que aprenderam, não é serem pegos fraudando uma prova, mas, sim, não serem aprovados. Enquanto valores desse tipo foram “vendidos” na escola, em todos os níveis, a Educação brasileira tende ao fracasso completo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PPGCCOM da Ufam abre inscrições com novidades

O Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) está com inscrições abertas até o dia 21 para selecionar 10 novos estudantes com ingresso previsto para março de 2012. Além de um prova de conhecimentos baseada em bibliografia que consta no Edital de Seleção, os concorrentes devem apresentar um projeto de pesquisa e passar por uma análise de currículo e uma entrevista. A maior novidade do processo deste ano é que os estudantes não concorrem às para que haja uma posterior escolha de orientador, mas, serão selecionados (e disputarão as vagas, portanto), oferecidas pelos orientadores (ou orientadoras) as quais oferecerem. Podem participar do processo de seleção quaisquer estudantes que possuem curso de graduação reconhecido pelo MEC em quaisquer área do conhecimento.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Facebook, Skype e YouTube: a sinergia das mídias

Net, Claro e Embratel anunciaram hoje a integração dos serviços de rede para ofertar aos consumidores serviços de Web, TV e telefone num pacote denominado “Combo Multi”. Há 11 anos, em 2003, num dos capítulos da minha tese, “Por um clique: o desafio das empresas jornalísticas tradicionais no mercado da informação – Um estudo sobre o posicionamento das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes, em Manaus. 2002. 309p. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação): Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2003”, tive a coragem de ousar e dizer que o futuro chegaria com essa configuração. Como a Legislação brasileira era rigorosíssima e não permitia esse tipo de integração, muitos duvidaram. E isso é só o começo. O modelo de TV Digital brasileiro nasceu morto e terá de se reconfigurar. A sinergia das mídias é uma realidade inevitável. Em poucos anos, tudo o que se entende por “mídia” estará centralizada em um único aparelho e forma de recepção. Arrisco-me em dizer que a Internet do futuro (portanto a mídia já em sinergia) será uma mistura de Facebook, Skype e YouTube.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A responsabilidade da escola

A responsabilidade da escola, em todos os níveis, no processo de formação do ser humano para a vida em sociedade não deveria se limitar a reproduzir pensamentos e teorias. Muito menos a padronizar comportamentos e visões pré-conceituosas. A escola só se justifica e forma pessoas melhores se for capaz de contestar a existência do próprio Estado. Em assim não sendo, não há como se falar em “educação libertadora”. Uma escola que enquadra e formata pessoas as adoece ao longo da vida. Por isso, não há profissão boa ou ruim. Falar em “cursos de ponta” é criar uma classificação preconceituosa em torno das atividades as quais os indivíduos vão desenvolver. É preciso educar para a felicidade, para a vida e para o respeito ao outro e ao ambiente. E só!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O título de Lula e o preconceito

Há ainda na classe alta brasileira preconceito imenso em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afora o fato de ele ter levado José Dirceu a tira-colo quando foi receber o título de doutor honoris causa do Instituto de Ciência Política de Paris, em nada o título de Lula diminui o valor do meu título de doutor obtido, como muito suor, junto à Universidade de São Paulo (Usp). Um título não tem nada que ver com o outro e seria uma idiotice sem tamanho da minha parte não reconhecer a capacidade, talvez até acima do nível de doutorado, que Lula tem de fazer política, de ser político. É bem-verdade que José Dirceu sempre foi seu fiel-escudeiro. Talvez isso explique o fato de ter sido convidado a acompanhar Lula quando da entrega do título. No mais, qualquer manifestação contrária ao título de Lula não passa de dor-de-cotovelo e inveja. Jamais me apequenarei a ponto de me sentir menor (tanto eu quando meu título) porque Lula foi titulado doutor. Os títulos “honoris causa” homenageiam personalidades. E Lula é o primeiro da América Latina a recebê-lo. Pelo que ele já fez na política brasileira e mundial, o título é mais do que merecido.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A cultura da destruição

A chamada “Nova Ciência” prega a integração do homem (e das mulheres, é claro) ao meio como forma de preservar a vida na Terra. A cultura da exploração e da destruição parece ser intrínseca aos humanos. E, talvez, esse seja o maior desafio da Educação no País: transformar a cultura da destruição em cultura da cooperação. Não sei se há fórmula par tal. Só sei que é uma necessidade, inclusive, para tornar melhor a vida em sociedade. Um bom caminho talvez seja nos tornarmos menos escravos dos métodos e das metodologias e mais afetivos e amorosos. Mudar a perspectiva do olhar em torno da Ciência pode ser um caminho para essa mudança de foco e de vida na Educação. Fica o desafio.

domingo, 2 de outubro de 2011

O imobilismo político não educa

Professores de vários estados do País dão exemplo de luta e mobilização, nas greves que resistem às pressões quase ditatoriais de um estado cujo processo repressor deve ser bem-avaliado. Diria, até, combatido. Imobilismo político, ao invés de educar para a vida em sociedade, para o exercício da cidadania, transforma o ser social e um mero ser individual. E o “ser individual” é incapaz de se indignar com práticas repressoras que atingem o semelhante. Transforma-se naquele tipo cuja base de vida é “se não é comigo, pouco me importa”. Esse tipo de postura faz muito bem a quem luta pela manutenção do status quo. Serve, portanto, ao capitalismo, no qual o processo de consumo individualista e individual está acima das necessidades coletivas. Só quando essa coletividade se transforma em possíveis clientes, serve ao sistema. Educar para o imobilismo política é destruir os laços da vida em sociedade.

sábado, 1 de outubro de 2011

A prática vergonhosa do jornalismo

Até quando suportaremos calados, ou apenas reagiremos individualmente, os ataques promovidos por políticos (ou parentes deles) à liberdade de cátedra e de manifestação do pensamento? Há dois anos e quatro meses, fui agredido covardemente por Amin Aziz, irmão do atual governador do Amazonas, Omar Aziz. À época, fui trucidado publicamente por grande parte da imprensa e dos deputados e vereadores da cidade e do estado. Lacaios e subservientes a quem estiver no poder, há muito, a imensa maioria dos políticos não age em função do estado democrático de direito, mas sim, dos interesses pessoais ou de seus prepostos. Volto a insistir: grande parte da imprensa é cúmplice dessa ditadura travestida de democracia. E tenho como comprovar isso com o capítulo inteiro da minha tese “A mão invisível do Estado e a concorrência em Manaus” da minha tese “Por um clique: o desafio das empresas jornalísticas tradicionais no mercado da informação – Um estudo sobre o posicionamento das empresas jornalísticas e a prática do jornalismo em redes, em Manaus. 2002. 309p. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação): Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2003”. Para completar, ao divulgarem o resultado do acordo proposto pelo Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM), alguns jornais da cidade tascaram manchetes mentirosas do tipo “Professor recebe 15 mil do irmão do governador”. Não apuram corretamente, não ouvem os envolvidos e publicam manchetes inverídicas, baseadas em releases das assessorias. E ainda reclamam quando afirmo, com todas as letras, que são vendilhões do templo e prestam serviço a quem estiver no poder e não à sociedade. Pois reafirmo: grande parte, mas grande parte mesmo, da mídia do Amazonas é totalmente comprometida com os interesses dos donos e de quem estiver governando. Gostaria de saber o porquê de ninguém nunca terem contestado uma linha da minha tese, na qual, o então presidente do Sindicato das Empresas de Jornais (Sineja), Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, foi enfático: “Eu duvido muito que um jornal que não negocia a sua verdade, sobreviva”. O jornalismo que se pratica em Manaus é motivo de vergonha!