domingo, 31 de janeiro de 2016

O caráter didático de um prêmio

Fiquei muito feliz e honrado em participar da cerimônia de entrega de uma Placa em homenagem a estudantes e professores do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ocorrida dia 29 de janeiro de 2016, às 9h, no auditório do Campus Universitário Moysés Israel. Os estudantes Wagner Queiroz e Ruddá Beltrão e docentes Bruno Bonifácio e Priscila Fernandes foram homenageados porque obtiveram “o título de melhor Pôster no XIV Simpósio Brasileiro sobre os fatores humanos em sistemas computacionais (IHC 2015) realizado em Salvador-BA”. Parece ser uma conquista simples demais. No entanto, professores e estudantes merecem sim o reconhecimento. Conseguiram, na prática, demonstrar que é possível, em um único trabalho, fazer Pesquisa, Ensino e Extensão. Foram capazes, sendo professores mestres, de levar estudantes de graduação a provar que a interação entre a Graduação (Ensino) e a Pós-graduação (Pesquisa) é perfeitamente exequível. Eis aí o ponto fundamental da homenagem e do prêmio: o caráter didático. Que assim sejam sempre os trabalhos dos professores e estudantes da UFAM daqui para a frente!


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sábado, 30 de janeiro de 2016

Pós-graduação não é esconderijo

Nas conversas com alguns professores das universidades públicas brasileiras, principalmente das federais, fica-se com a impressão de que a Pós-graudação, para eles (e elas) funciona como uma espécie de guarda-chuva que os protege, digamos, contra as “atividades mais duras” nos cursos de graduação. Claro, se traduzirmos “mais duras” como equivalente a “ministrar aulas”. Esquecem estas figuras que será impossível uma interlocução efetiva entre graduação e pós-graduação se não for feita pelos professores e professoras. Não entendem que a essência de uma universidade é a conexão permanente entre atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão. Professores (e professoras) das universidades não são apenas pesquisadores, cuja carreira é diferente e está abrigada nos Instituto de Pesquisa. Nas universidades públicas, professores (e professoras) sã contratados para fazer as três coisas. E sabem disso desde que leem o Edital e se candidatam aos concursos públicos. Há, porém, alguns que, após ingressarem, credenciam-se nos programas de Pós-graduação e se escondem, ao máximo, sob o manto sagrado da pesquisa. Quem opta por ser professor-pesquisar, nas universidades públicas, obviamente, trabalhará mais que os outros. E o fará melhor se entender que graduação não é um penduricalho nem na sua vida nem na vida da Instituição. Afinal, se não tivermos uma graduação forte, teremos uma Pós-graduação natimorta.


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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Veneno da mídia contra as cotas

Aparentemente a matéria, "Não fui preterido", diz 1º lugar que não concorreu na USP por causa de cotas” publicada no site do Universo OnLine, é a favor das cotas. Caio Carvalho é Engenheiro Químico e foi primeiro lugar na Universidade de Federal de São Paulo (Unifesp). Leitores e leitoras, percebam a sordidez de uma matéria que é nitidamente contra as cotas, no entanto, se nos apresenta como se fosse favorável às cotas: “Pela primeira vez participando do Sisu, a USP disponibilizou 34 vagas para o curso de filosofia todas para candidatos que, independente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Carvalho estudou a vida toda em escola particular. "Minha mãe é professora da rede pública por muitos anos. Acredito que por conhecer o sistema preferiu colocar eu e minha irmã em escola particular", diz.
Mas engana-se quem acredita que o engenheiro tenha uma visão negativa das escolas públicas. Para ele, não é impossível que um aluno dessas instituições passe em boas universidades. "É difícil generalizar. Existem boas redes pelo país, como em Pernambuco e em Sobral, no Ceará."
A má-fé do órgão de imprensa e tamanha que faz ilações sobre algo que não existe. Se a USP decidiu que todas as 34 vagas oferecidas no curso de Filosofia, pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) seria para estudantes de escolas públicas, é um desserviço fazer ilações de que Caio Carvalho teria realizado o seu sonho se concorresse na USP, mas, não o fez “por causa das cotas”. Ora, Carvalho já e um profissional, posicionado no mercado. Palmas para a USP que cria 34 oportunidades para novos profissionais. Reduzir um tempo tão complexo, coletivo, a um sonho particular não realizado de quem já possui um curso de graduação é de uma má-fé incomensurável e só revela a falta de compromisso e de seriedade de uma mídia manipuladora e rasa: na forma como produz os textos e como aborda assuntos complexos.


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