segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ponto quase facultativo na Ufam e na cidade


Que legalmente não houve a suspensão das atividades na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) hoje todos sabemos. Na prática, no entanto, foi um dia atípico de trabalho, inclusive, com o próprio trânsito muito melhor do que em qualquer outro dia na entrada do Campus Arthur Virgílio Filho. Ao que parece, servidores e estudantes combinaram “por o pé no freio” das atividades. A não ser aquelas atividades que dependiam do cumprimento de prazos, a maioria ficou mesmo para quarta-feira quando efetivamente começa a semana de trabalho. Nessas horas, não se entende como uma nação inteira opta por fingir que se vai trabalhar. Seria muito mais honesto o Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG) ter decretado ponto facultativo ou antecipado o usufruto do feriado de 1 de maio. Assim não se precisaria apelar para antecipação ou compensação (isso se houver) das atividades que deveria ser realizadas hoje. É curioso que, às vésperas do Dia do Trabalho, se tenha de discutir sobre o “não-trabalho”.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 29 de abril de 2012

A prepotência como estratégia na Educação


Há, ainda, na Educação brasileira, em todos os níveis, uma espécie de estratégia da prepotência. É como se os professores soubessem tudo e os estudantes nada tivessem a acrescentar. Esse tipo de postura revela extrema fragilidade e desconhecimento de que a Educação é um processo que depende da participação plena de todos os envolvidos, inclusive a família. Sem que isso ocorra, não há Educação. No máximo, transmissão de conteúdos que, nos mais das vezes, não são assimilados pelos estudantes. Quando se tem clareza de que a Educação é processual, a prepotência dos conteúdos cai por terra. Passa-se a valorizar o Jurgën Habermas denominava “mundo da vida”. Nesse mundo, as ações comunicativas são essenciais para estabelecer os elos do processo. Quando os professores tomarem consciência de que os estudantes precisam de acolhimento e compreensão nos ambientes de aprendizagem. Nesses ambientes não há espaço para a “estratégia da prepotência”. Todos crescem juntos com base no respeito às diferenças.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sábado, 28 de abril de 2012

Projeto libera a revalidação de diploma de médicos estrangeiros

O projeto 15/2012, de autoria da senadora Vanessa Graziottin (PC do B) tramita no Congresso Nacional e pode desmontar parte da máquina de regulação e fiscalização montado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O projeto libera a necessidade de revalidação de diplomas para médicos estrangeiros, especialmente daqueles formados em Cuba. Ainda que se reconheça a necessidade de profissionais médicos no Brasil, é extremamente perigosa a liberação da necessidade de se revalidar os diplomas obtidos no exterior. A grande maioria dos médicos estrangeiros que se submete aos exames da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por exemplo, termina reprovado ou com necessidade de completar os estudos para realizar novo exame. O projeto da senadora amazonense, no Inal, ao invés de ajudar, tem potencial para pôr em risco a saúde da população dos locais onde esses médicos vão atuar bem como desmontar o bom sistema de avaliação montado pela Capes e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). Será que, por ser do PC do B, a senadora ainda tenta, de alguma forma, restabelecer os laços com Cuba?



Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Dia 30 não será ponto facultativo na Ufam


Fontes da Chefia de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) dão conta de que a reitora, Márcia Perales Mendes e Silva, não pretende decretar mais, em nenhuma situação que não seja autorizada pelo Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG) “ponto facultativo”. O assunto passou a ser dominante nos corredores da Instituição desde ontem com a perspectiva de que segunda-feira, dia 30 de abril, fosse decretado facultativa a ida ao local de trabalho. A decisão da Reitora em não mais decretar “ponto facultativo”, ainda de acordo com essas fontes do Gabinete, fora motivada por um pedido de esclarecimento da Controladoria Geral da União (CGU), em função de o trabalho ter sido facultado na “quinta-feira santa”. Faz sentido o argumento da CGU de que não havia base legal para se facultar o ponto na quinta-feira da Semana Santa. Ora, em nome do princípio da isonomia, os dias considerados “santos” pelas demais crenças religiosas também deveriam ser respeitado. Uma vez que o Estado brasileiros é constitucionalmente laico, esse tendência dos administradores em preservar apenas a crença dos católicos é injusta. O fato é que, pelo menos oficialmente, o feriado de 1 de maio, Dia do Trabahador, não será “enforcado” na Ufam.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Mobilização e conscientização na Ufam


Servidores e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aproveitaram o dia de ontem, tirado pelos sindicatos nacionais do servidores públicos federais como o “Dia Nacional de Paralisação para realizarem atividades de mobilização. Pela manhã, houve panfletagem na entrada do Campos Universitário Arthur irgílio Filho. À tarde, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) representantes das categorias reuniram-se com estudantes, em uma Assembleia conjunta, para discutir os problemas da Ufam e as estratégias de mobilização para a Greve que se pretende deflagrar no dia 15 de maio. Além da mobilização dos professores, o dia encerrou-se com um evento promovido pela reitoria, no auditório Eulálio Chaves. Um representante da Controladoria Geral da União, Damon Gonçalves de Lima Castro, proferiu uma palestra sobre a Lei de Acesso à Informação Pública (Lei 12.527), promulgada no dia 18 de novembro de 2011, com data prevista para entrar em vigor no dia 16 de maio de 2012.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A relação entre universidade e empresa


A professora da Université Paris-Est, Marne La Vallée, doutora Veronique Attias Delattre, realizou hoje, das 9h às 12h, no auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) um Workshop denominado “Políticas acadêmicas para a Formação de Gestores”. No dia anterior, nos mesmos local e horário, ela fez uma palestra sobre o “Laboratório de pesquisa Universidade/Empresa”, por ela coordenado na Université Paris-Est. A espécie de colóquio Brasil-França teve o apoio dos Grupos de Pesquisas Trabalho e Sociedade na Amazônia e Educação e Trabalho na Amazônia. O evento foi uma realização de nove programas de Pós-graduação da Ufam: PPGS, PPGSA, PPGCASA, PPGE, PPGCA, PPGB, PPGEP, PPGCC e PPGDR. O objetivo dos dois eventos foi promover a troca de experiências na aproximação entre a universidade e a empresa, principalmente no Amazonas, e, especificamente no Pólo Industrial de Manaus. Pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação trocaram experiências e vivenciaram possibilidades de aproximação entre os vários segmentos da universidade, as demais instituições de pesquisa e as empresas.

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Servidores param e discutem a universidade brasileira


Professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram usar o “Dia Nacional de Mobilizaçào do Servidor Público, amanhã, dia 25 de abril de 2012, a partir das 7h, para um momento de discussão e conscientização sobre a importância da Ufam para a região e seus problemas e soluções. O movimento começa às 7h, na entrada do Campus, porém, sem que seja fechada a passagem para nenhum dos servidores ou estudantes. na entrada do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho. Os servidores fazem esse processo de conscientização pela manhã e, à tarde, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), às 14h30, fazem uma assembleia em conjunto. A intenção é discutir as políticas públicas para as universidades brasileiras e como a Ufam se insere nesse processo. Seria de suma importância que os professores não dispensassem os estudantes e os incentivasse a participar das discussões e a elaborarem um diagnostico da Ufam, bem como apontar caminhos.

O espaço dos saberes se renova


É preciso, com urgência, renovar o espaço dos saberes na escola brasileira. Professores e todos os demais envolvidos com o processo educacional, inclusive a família, devem estar atentos ao que se passa na cabeça dos nossos jovens, inclusive crianças. O episódio da morte de um pai pelo próprio filho de 4 anos, para nós um bebê, por não ganhar um PlayStation, não pode ficar apenas no campo dão espanto coletivo. Tem de servir de motivo de reflexão sobre o nosso papel tanto em casa, como pais, quanto na escola, como professores. Crianças estão a se perder. Nós a deixamos morrer pelos vícios. Dentre eles o maior dos vícios da vida dita pós-moderna: o da dependência da Internet. No entanto, como todo vício, não se pode cortá-la abruptamente e transformar a escola em uma prisão. Em um local de privação das tecnologias. Ao contrário. O segredo parece ser um convívio pacífico e profícuo em prol do saber. Melhor dito, dos saberes. Em assim não sendo, (de) formaremos uma geração de maníacodependentes capaz, inclusive, de nos matar desde criança. Precisamos refletir e buscar novas práticas para esse espaço do saber que se renova a cada segundo.


OBS: Post do dia 23/04/2012

domingo, 22 de abril de 2012

Medir não é avaliar


Há uma crença entre os professores das universidades brasileiras, quer públicas, quer particulares, que praticam a avaliação ao aplicarem provas: não o fazem. Avaliar é um processo. Como processo, portanto, é constante. Aplicar uma prova, lançar as notas e, depois, medir o desempenho dos estudantes pela média não se trata de avaliação. Toda a estrutura da educação brasileira, do ensino fundamental ao superior, passando pelo médio, está centrada na medição e não na avaliação. Seria salutar se, nas universidades, experiências no sentido de se sair das provas para um processo efetivo de avaliação fossem testadas. Não se pode viver à mercê dessa estrutura bancária de educação do País. A continuar dessa forma, não adianta escolher Paulo Freire como patrono da educação. É preciso mudar a essência disso tudo para que se tenha uma escola melhor em todos os níveis.

sábado, 21 de abril de 2012

"Jogos vorazes" na Educação Superior brasileira


A política pública de estado mínimo na Educação e concorrência ferrenha entre os pares, implementada pelo Governo do PSDB na Educação Superior brasileira e refinada pelo Governo do PT, não tenham dúvidas, é a maior responsável por esse episódio lamentável, condenável e reprovável sob todos os aspectos que ocorreu na Universidade Federal do Amazonas (Ufam): a agressão física de um colega professor, aplicada a outro professor, por conta de uma Bolsa de R$ 1.300,00 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Sob o argumento de que o Governo Federal não tem condições de financiar as universidades com verbas de custeio e manutenção, a captação de recursos passou a ser feita, internamente, por meio de editais nacionais que estimulam uma disputa ferrenha, quase sanguinolenta, entre pares. Após longo investimento em mestres e doutores, o próprio Governo nos impinge uma política pública que nos mata dia a dia. Torna-nos doentes mentais. Nós, os professores da Educação Superior brasileira, ao obtermos o título de doutores, somos “convencidos” a entrar em uma espécie de Jogos Vorazes da vida real. Nesse jogo, só os mais aptos sobrevivem. A dita competição sadia transformou-se em uma luta diária, de morte, como no filme: os mais hábeis e fortes sobrevivem enquanto os burocratas de Brasília se divertem às nossas custas nesse reality show em que se transformou a questão do financiamento das universidades públicas brasileiras. E com todos os requinte de crueldade do filme (ruizinho por sinal) que fez sucesso nas bilheterias mundo afora. Além da barbárie oficialmente promovida tanto intra muros das universidades quanto intra-universidades, agora, nós, os professores, somos obrigados a disputar “os patrocinadores”, como no filme. Quem agradá-los, quem chamar a atenção deles, obtém mais patrocínio, ou seja, mais recursos. A isso, o Estado brasileiro, por meio do MEC, Capes, CNPq e quetais chama de “captação externa de recursos”. Acontece, porém, como em todos os lugares da vida, há uns mais espertos que os outros. Esses, passam a promover cursos de Pós-graduação  Lato Sensu, os cursos pagos, como forma de “captar recursos”. No mais das vezes, os recursos são apenas para “engordar” os parcos salários dos professores envolvidos nos projetos e quase nada fica para as universidades. Ou repensamos o modelo de financiamento da universidade pública brasileira ou morremos primeiro! E, como no filme, se você morre primeiro: GAME OVER!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Professor surrado na Ufam por conta de bolsa da Capes


A versão oficial é que, por um desentendimento em função da suspensão de uma Bolsa de R$ 1.300,00 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o professor Carlos Wagner agrediu a socos os seu colega do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ruy Pinto. Pinto teria cancelado, em novembro do ano passado, a bolsa de Wagner sob a alegação de que esse último já pertencia a outro projeto também beneficiado com bolsa da Capes. Nos bastidores, dizem que o desentendimento entre os dois vem de longas datas e que o cancelamento da bolsa foi apenas a “gota d’água”. Em qualquer dos casos, nada justifica que um professor parta para as “vias de fato” contra um colega de trabalho. Tamanha violência não pode ser admitida dentro de uma instituição de educação superior cuja marca sempre deve ser a divergência de ideias sim, mas, o respeito ao outro e às diferenças, bem como, a defesa de um direito sagrado: o da liberdade de cátedra. Esse episódio, porém, é reflexo de uma decisão covarde, pequena e subserviente tomada pelo então reitor da Ufam, Hidembergue Ordozgoith da Frota, que se omitiu completamente, tomou para o lado pessoal e não fez nada quando, no dia 11 de maio de 2009, fui brutalmente agredido pelo irmão do atual governador, Omar Aziz, Amin Aziz. Omisso e covarde, Frota preferiu calar e não tomou nenhuma atitude para proteger o professor da instituição apenas pelo fato de o esse professor ter sido seu adversário em disputa pela reitoria da Ufam. Ao se omitir, é como se estivesse mandando a seguinte mensagem: qualquer pessoa pode entrar na Ufam, agredir, inclusive fisicamente, seus professores, que nada ocorrerá. O salvo-conduto de Frota à violência terminou por transformar em vítima um de seus maiores apoiadores e colega do Instituto de Ciências Exatas (ICE), Ruy Pinto.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Estupro e homofobia na Federal de Juiz de Fora


Circula na lista da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós) uma notícia de causar asco: uma moça de 17 anos fora estuprada em uma festa do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal do Juiz de Fora (UFJF). Obrigados pelo próprio Diretório Acadêmico que, pasmem leitores e leitoras, se chama Vladimir Herzog, estudantes da Faculdade de Comunicação daquela Instituição aplicaram o seguinte trote: andar com cartazes com os seguintes dizeres: "Caloura com cara de sapatão", "Caloura com cara de puta". Esse tipo de trote, espantosamente praticado por estudantes de Comunicação, incitou uma onda de conservadorismo, machismo e homofobia que culminou com o estupro da estudante. Como tem sido regra em quase todas as universidades federais, ninguém quer apurar nada e muito menos assumir a violência. A direção da UFJF lavou as mãos alegando que o fato ocorreu “fora dos muros da UFJF”. O fato fez com que o Departamento de Jornalismo da Facom/UFJF uma Nota de Repúdio contra todas as formas de discriminação. Um absurdo não apenas o estupro da estudante mas a violência psicológica praticada contra e pelos calouros. Meu repúdio e minha solidariedade aos atingidos. De longe, sinto-me, também violentado por cartazes tão imbecis.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Inscrições do PIBIC da Ufam encerram-se hoje


O prazo para a submissão de projetos de pesquisas que irão concorrer ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica(PIBIC) encerra-se hoje. Com data inicial prevista para se encerrar no dia 14 deste mês, as inscrições foram prorrogadas. Os projetos, se envolverem seres humanos, devem ser submetidos primeiramente ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Caso não envolva seres humanos, deve ser submetido, on-line, no Portal Lira. Após isso, devem ser entregues ao DAP/PROPESP uma cópia impressa do termo de compromisso assinado, obtido na página de inscrição on line e depois da seleção dos projetos, os bolsistas FAPEAM devem apresentar três vias do Termo de Compromisso e Responsabilidade do Bolsista/ FAPEAM preenchido digitalmente e assinado somente pelo bolsista. Para o orientador, os documentos exigidos são um recibo da submissão do projeto ao PIBIC- PIBIT 2012/2013, obtida na página de inscrição on line e uma cópia impressa do termo de compromisso assinado, obtido na página de inscrição on line, que perderá a validade caso o projeto não seja selecionado.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Paulo Freire virou patrono da Educação


Como homenagem é algo mais que merecido o fato de o educador Paulo Freire ter sido declarado “patrono da Educação brasileira”. Sonho, porém, com o dia em que as ideias de Freire sejam efetivamente postas em práticas e não-apenas citadas e apresentadas como mero proselitismo acadêmico. Ele deve ser o educador brasileiro mais citado em teses e dissertações, bem como nos Trabalhos de Conclusão de Cursos. No entanto, suas ideias e seis ideais pouco são postos em prática. Fala-se, até, equivocadamente, em um método Paulo Freire. A não ser que eu esteja redondamente enganado, Freire é uma espécie de Paul Feyerabend nacional, que nem de método gostava. Pregava a liberdade, a realidade, ou seja, a vida, como fonte do processo educacional. Como imaginar que ele teria um método educacional? Se os admiradores das suas ideias se limitassem a defendê-las e praticá-las a educação nacional, certamente, daria um salto de qualidade.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Liberdade e prisão na Educação brasileira


Liberdade e prisão são dois lados da mesma moeda na Educação brasileira. Como cara e coroa convivem na moeda, esses dois conceitos opostos se atraem e uma vira mote para consumo externo enquanto a outra, a prisão, faz parte do dia-a-dia, em todos os níveis. As escolas, por exemplo, mais parecem penitenciárias que locais da prática da educação para a “liberdade” e a “tolerância” conforme prega a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). O que se vê, na prática, é um ambiente carregado de intolerância e desrespeito às diferenças. Cartesianamente, todos somos obrigados a assumir padrões e teorias como se o mundo pudesse ser posto em uma forma e o conhecimento armazenado em “caixinhas” cujos donos, os professores e professoras mais antigos, determinam o rumo que devemos tomar. O “mundo da vida” é substituído por um mundo idealizado pelas “santidades do saber”. A continuar essa lógica, e Educação superará esse problema de “má-formação” congênita e não ajudará o País a superar o desafio de ser grande em todos os sentidos.

domingo, 15 de abril de 2012

A virtualização dos conteúdos na Educação


Quando se fala em implantar uma das possibilidades deixadas em aberto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ou seja, a virtualização de 20% do conteúdo de todas as disciplinas dos cursos, em quaisquer dos níveis, os professores tradicionais levantam as sobrancelhas. Alguns aumentam até o tom da voz. Outros chegam a promover uma gritaria geral. Entendo perfeitamente todas as reações. Inclusive, já estive no time, pelo menos, dos que levantavam as sobrancelhas! Hoje, porém, mudei de ideia. Consigo compreender, de cara, a inevitabilidade do processo, ou seja, quer a LDBEN permitisse, quer não, essa geração que os profissionais de marketing chamam de Geração Y, se duvidar, nasce com um Tablet à mão. Logo, a virtualização conteúdos, não apenas de 20% como estabelece a Lei, é um caminho sem volta. Resta a nós, professores, resistirmos, se ou nos tornarmos aliados dessas novas plataformas de recepção multimídia. As possibilidades de trazer os estudantes para o nosso lado com o uso das plataformas multimídias são infinitas. Para isso, porém, é preciso “entrar na deles”. Desses jovens que permanecem 24h plugados. Principalmente para quem trabalha com a Educação Superior. Ou fazemos isso ou perdemos o bonde da história.

sábado, 14 de abril de 2012

A questão da carreira dos professores universitários


A mobilização dos professores das universidades federais brasileiras é mais do que justa. E deve centrar o foco exatamente na questão da carreira, bem como correlacioná-las com o que ocorre no Congresso Nacional. A aprovação da aposentadoria com base no teto do INSS, por exemplo, afeta diretamente os professores das universidades. Não dá para pensar a “carreira” apenas enquanto estiver na ativa. Cabe a todos nós lutarmos por condições dignas, tanto atualmente, quando na “melhor idade”. A desmobilização atual parece ser levada a cabo em função dos ganhos imediatos, que nem são muitos. O foco da luta sindical, portanto, deve ser nos benefícios ao longo do tempo e não-apenas no que se pode ganhar imediatamente. O desafio dos sindicatos, porém, é convencer os demais membros da categoria dessa necessidade. Sem que isso ocorra, certamente, o processo de adesão ao movimento dos professores fica prejudicado. Tentemos convencer nossos colegas que os trabalhadores só conseguem ganhos se estiverem mobilizados, no nosso caso, nacionalmente. É uma luta árdua mas compensadora quando os resultados aparecem.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Professores mobilizam-se para greve nacional


As Universidades Federais brasileiras estão com indicativo de greve geral marcado para o dia 15 de maio de 2012 em função do não-cumprimento, por parte do governo, do acordo firmado entre o Governo e os Sindicatos. Hoje, às, houve uma Assembleia Setorial conjunta de professores do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Faculdade de Educação (Faced) e Faculdade de Estudos Sociais (FES) para dar início ao movimento. No dia 19 de abril, a partir das 8h, será uma panfletagem na entrada do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho, seguida de uma Assembleia Geral, às 10h, na Sede da Adua. O objetivo é construir a paralisação dos Servidores Públicos Federais (SPFs), marcada para o dia 25 de abril de 2012. A pauta específica dos professores das federais é a reestruturação da Carreira de Professor Federal. A pauta geral de reivindicação inclui a definição da data-base, uma política salarial permanente de reposição das perdas inflacionárias e valorização do salário-base, bem como a incorporação das gratificações, paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas. Há, também, a tentativa de reposição salarial imediatamente.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dogmas não podem interferir na Ciência


A cada dia que passa fico mais convicto de que a crenças e dogmas estão a interferir na forma como se pratica a Ciência no Brasil. Entendo, e defendo, que se precisa ter todos os cuidados do mundo, inclusive para preservar as crenças e os dogmas religiosos, quando a pesquisa envolve diretamente os seres humanos. No entanto, a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) extrapola todos os limites da razoabilidade quando sai do campo saúde e interfere nas pesquisas em todas as áreas do conhecimento. Com o objetivo de regulamentar a “manipulação genética”, criou-se a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), comissão do CNS, cuja função é “implementar as normas e diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, aprovadas pelo Conselho.” Esclarece o site da Conep que “tem função consultiva, deliberativa, normativa e educativa, atuando conjuntamente com uma rede de Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) organizados nas instituições onde as pesquisas se realizam.” Até concordo que qualquer pesquisa que possa provocar interferências irreversíveis, do ponto de vista da saúde, devem ser rigorosamente fiscalizadas. Acontece que os CEPs, a título de “cumprir a lei”, interferem diretamente no modo como se vai realizar a pesquisa, chegando ao ponto de comparar se os “métodos de coleta de dados” são compatíveis com a “metodologia descrita”. Ora, ora! Isso não é função de um Comitê de Ética em Pesquisa. Isso é trabalho da Banca Examinadora, de quem vai julgar o resultado das pesquisas. Aceitar previamente esse tipo de imposição é se curvar ao pré-julgamento de que “todo pesquisador não é ético até que prove o contrário”, ao Comitê de Ética. Os CEPs tornaram-se “deuses” da pesquisa no Brasil e isso extrapola o campo da Ciência e entra no campo dos dogmas. Protesto e sempre protestarei contra essa condição autoritária, impositiva e humilhante de se interferir nas pesquisas.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Salários da UEA impressionam professores


A divulgação dos salários de até R$ 8,3 mil para mestres e de até R$ 10.987 para doutores em início de carreira, que a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) pagará aos seus professores concursados no edital nº. 1, de 26 março de 2012 transformou-se em “zum-zum-zum” nos corredores de todas as demais Instituições de Educação Superior (IES), inclusive na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Não sem razão: um professor com dedicação exclusiva e doutorado, na Ufam, só passa a receber quantia equivalente ao se transformar em Associado I, ou seja, no primeiro nível do topo da carreira. Há quem diga que as particulares vão perder docentes (o que duvido muito) e a que a própria Ufam perderá alguns de seus professores ou que esses reduzirão a carga horária para, também, ficarem na UEA e na Ufam. Em verdade, não há dados concretos que permitam fazer quaisquer tipos de projeção. A título de especulação, no máximo o que se pode inferir é que, com os salários pagos pela UEA, talvez, os professores da Ufam se reorganizem no seu sindicado e passem a lutar, de fato, por uma carreira digna no Magistério Superior das federais. Se isso ocorrer, será um grande ganho, pois, grande parte dos professores das federais se encanta com as “oportunidade” de assessoria, com os ganhos em projetos e esquecem que lutar por garantir uma carreira que dê condições ao longo do tempo, bem como garantir uma aposentadoria digna. Não creio que ninguém pense em sair, mas, se a luta por dignidade na carreira for incentivada, com os bons salários iniciais da UEA, que assim ocorra.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ministro da Fazendo discute PNE hoje


Não deu para me conter ao ler o Twitter da Associação dos Servidores da Universidade Federal do Amazonas (Adua-Seção Sindical) “Deputados discutem Plano Nacional de Educação com Mantega”. Imediatamente me veio o trocadilho infame: “se é com Mantega, deve ser no café-da-manhã”. Errei, mas, nem tanto. Será hoje, às 17h, certamente em um chá-da-tarde, o encontro dos deputados que fazem parte da Comissão Especial que vai analisar o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O encontro será no próprio gabinete do ministro, às 17h. A proposta de encontro foi feita pelo deputado Artur Bruno (PT-CE), em reunião da Comissão realizada no dia 9 deste mês. Os deputados estão preocupados em ouvir o ministro sobre “os números” envolvidos na proposta que pretende destinar 7,5% do PIB para investimento em Educação, ao ano. Quando se discutem esses número só me vem uma preocupação: o ralo da corrupção. Quanto desse percentual jamais chegará às escolas, em nenhum dos níveis da Educação no País? Merece reflexão!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Inscrições abertas para professor da UEA


Estão abertas desde hoje e vão até o dia 9 de maio de 2012, as inscrições para 81 vagas de professores de carreira da Universidade Estadual do Amazonas (UEA)> Podem concorrer professores de todo o Brasil com Especialização, Mestrado ou Doutorado. Os salários podem chegar a R$ 8,3 mil para mestres e a R$ 10.987 para doutores. O primeiro Edital de concurso público para professor de carreira da UEA destina 81 vagas ao interior do Estado assim distribuídas: 31 vagas para o Centro de Estudos Superiores de Tefé (Cest), 18 para o de Tabatinga (Cestb), 23 para Parintins (Cesp) e nove para o de Itacoatiara (Cesi). Essas vagas são distribuídas para em 28 áreas do conhecimento. São 70 vagas para professor auxiliar e 11 vagas para professores assistentes. As inscrições podem ser realizadas pelo candidato ou por procuração, de segunda a sexta-feira, no horário de 8 às 12h e de 14 às 18h, nas quatro unidades da UEA no interior do Estado onde há vagas e na reitoria da universidade, na Avenida Djalma Batista, nº. 3.578, 69050-010 -Flores, Manaus. Existe a possibilidade de as inscrições serem feitas pelos Correios. Nessa modalidade, a ficha de inscrição devidamente preenchida e os documentos listados no edital, devem ser endereçados à reitoria da UEA, por Sedex ou carta registrada com aviso de recebimento, e dirigidos ao setor Comissão Geral de Concursos, com a referência “Concurso público para professor – edital nº. 1, de 26 março de 2012” . As taxas de inscrição são de R$ 200 para o cargo de professor auxiliar (especialista) e R$ 220 para professor assistente (mestre) e devem ser pagas no Banco do Brasil, na conta corrente 31990-2 e agência 3053-8, sob o título UEA Concurso Professores.

domingo, 8 de abril de 2012

A tola competição dentro da Academia


Há uma competição desenfreada nas universidades brasileiras, principalmente as que possuem programas de Pós-graduação, pela produtividade, por cumprir os índices estabelecidos pelos próprios pares. Embora pareçam critérios draconianos, servem, também, para balizar a produção mínima de quem obtém o título de doutor, portanto, passa a carregar a “aura” de pesquisador. A produtividade pela produtividade não leva a nada. No entanto, é preciso ter parâmetros para avaliar programas, comparar universidades e programas dentro das próprias universidades. Tola é a competição que ocorre entre pares do nada pelo nada. Essa deve ser abominada. Nas universidades federais, por exemplo, nem é preciso “brigar” pelo poder: na maioria das vezes se é obrigado a exercê-lo, em forma de rodízio. Os próprios regulamentos precisam ser rasgados por falta de pessoal qualificado para cumprir as próprias exigências. Disputas que só levam ao desgaste físico e emocional entre colegas de trabalho nas instituições federais são tolas e devem ser evitadas. Para a saúde de todos nós.

sábado, 7 de abril de 2012

A dependência da Internet nas universidades


Sou um dos maiores entusiastas do uso das Mídias Digitais em todos os níveis da Educação, porém, como prega Bill Gattes no livro “A empresa na velocidade do pensamento”: “para melhorar a vida do ser humano”. Quando esse uso se transforma em dependência plena, deve ser imediatamente repensando. Tenho visto, não apenas na Educação superior, estudantes que não conseguem dar mais um passo se não for ancorado na Internet. É inegável que esse banco de dados com possibilidades quase infinitas de pesquisa, a Internet, por meio de suas inúmeras interfaces, hoje se tornou primordial no processo de aprendizagem. Faz parte da vida das pessoas e promove encontros e desencontros. No entanto, não deve ser a única possibilidade. O fetiche da tecnologia pela tecnologia é o maior perigo no uso das Mídias Digitais. Quando isso acontece, os usuários tornam-se viciados, portanto, geram uma dependência doentia. E isso não é recomendável, pois, desvia o foco do processo de aprendizagem apenas em direção aos equipamentos. E esses, os equipamentos, são parte do processo, no mundo de hoje, porém, ainda estão longe de se confundirem com a aprendizagem.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A força da fé no mundo acadêmico


Quando falo que a Ciência não é a única tradição, principalmente na sexta-feira Santa, considerada da Paixão, fico a imaginar se aquela (a Ciência) não busca o mesmo patamar de fé da Igreja Católica. Qual outra religião tem tamanha força a ponto de ser decretado ponto facultativo na quinta-feira, seguido de um feriado na sexta? A Semana Santa é dos católicos, muito embora o que se tente passar para a pessoas, seguir a Igreja de Roma é uma questão de foro íntimo, de fé. Ora, para se manter a isonomia e o respeito pleno às demais religiões, com todo o respeito que tenho aos católicos, inclusive por ser um deles (não tanto praticante quando antes), todas as demais religiões deveria ter o mesmo direito: há pelo menos dois dias de feriado e respeito às suas crenças. Duvido que se atinja esse nível nos próximos 100 anos. A força da tradição é católica. Ela é a religião, assim como a Ciência também o é entre os cientistas. Entre os pesquisadores, Descartes é o Deus da maioria e o método é o único: “quem não me seguir, em mim não crê, portanto, não adentrará ao reino”. Quem não disser amém ao método cartesiano corre o risco de arder no fogo do inferno, assim como quem não curvar os joelhos aos rituais católicos. É dever, porém, da universidade, reconhecer e respeitar todos os demais rituais.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Os ambientes modernos de aprendizagem


Há anos reafirmo que a sala-de-aula, nos moldes que ainda existe em muitas escolas, em todos os níveis da Educação é o pior ambiente de aprendizagem que existe. Sou criticado ferozmente por uns, outros tentam argumentar que “mesmo assim é possível fazer alguma coisa”, no entanto, poucos são os argumentos capazes de comprovar que essa minha ideia está equivocada. Bem diferente de “dar para fazer alguma coisa” é entender que a geração de me meninos e meninas de hoje em dia são concebidas, nascem e crescem em contato com as Mídias Digitais. Muitos só faltam sair da barriga da mãe com um celular, aparelho com o qual vivenciam, minuto a minuto, experiências lúdicas de recepção em multiplataformas. Esses jovens, no entanto, se deparam com uma escola tradicional, em todos os níveis, volto a frisar, na qual as práticas pedagógicas normalmente são atrasadas e os ambiente de aprendizagem extremamente inadequados. O que isso provoca: desestímulo total nos estudantes. É preciso, com urgência, modernizar as práticas e os ambientes de aprendizagem. Em não sendo o ambiente atrativo, as escolas, inclusive as universidades, tenderão a ter estudantes insatisfeitos e desmotivados. E falta de motivação é fator determinante para o sucesso ou o fracasso do processo de aprendizagem.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A cultura dos Grupos de Pesquisa


Uma das maiores necessidades das universidades brasileiras, ainda que não possuam cursos de Pós-graduação, é implantar a cultura da pesquisa. Mais que isso, da vivência entre pares, nos Grupos de Pesquisa. O que tenho dito entre os colegas, nas conversas e discussões dos dois grupos que lidero na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Mimo e o Interfaces, é que o trabalho de pesquisa só se completa com o prazer da descoberta. Essa, porém, só se concretiza com o que chamo de “cultura dos Grupos de Pesquisa”. Para isso, é fundamental criar a cultura de se reunir, discutir temas, formatos, métodos, metodologias. Só assim se pode chegar ao que se cobra minimamente tanto nas agências de fomento quanto as agência de fiscalização. Sem a cultura das pesquisas como resultado de experiências afetuosas, não se avança nas próprias pesquisas. Quando isso ocorre, aí sim, os programas crescem em qualidade. Ao que nos parece, portanto, é essencial estarmos vinculados a essa ideia de que o Grupo de Pesquisa faz parte da vida de um programa de Pós-graduação. Sem isso, não se atinge a qualidade mínima necessária exigida pelas agências.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O que nenhuma universidade ensina


Após a queda da necessidade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, os próprios jornalistas, bem como estudantes e professores; parecem ainda não terem encontrado o prumo. A profissão, em verdade, enfrenta o problema de formação de toda a universidade: formar bacharéis que tenham conhecimento técnico suficiente para enfrentar a duríssima concorrência do mercado que sejam capazes de aliar a prática necessária ao pensar a profissão. Na profissão de jornalista, porém, o que ninguém ensina, por mais paradoxal que seja, é a ser jornalista. Pode-se, na universidade, ensinar a fazer jornal perfeitamente. A ser jornalista, no entanto, dificilmente se consegue. Ser jornalista é opção de vida. É a capacidade de se indignar, diariamente, diante das injustiças e mazelas do mundo. É não ser curvar diante dos poderosos e do poder do dinheiro. É não se corromper frente às facilidades da profissão. Ser jornalista é quase um sacerdócio. É fazer voto de defesa dos direitos da sociedade, do cidadão. Prestar os vários serviços da área de comunicação sem nenhum tipo de pudor, é, em alguns casos, fazer, no máximo, jornal, jamais, jornalismo. A essência do jornalismo não se ensina em nenhuma escola. Jornalismo é opção de vida e jamais leva alguém a ficar milionário. Quem entra na universidade apenas pensando em “se dar bem”, deve mudar de curso. No jornalismo, hoje em dia, até se consegue. Porém, sem praticar efetivamente o jornalismo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O erro de ver a Ciência como única tradição


É de causar preocupação ao cidadão e à sociedade essa tendência monopolizadora da Ciência como única e correta forma de se “olhar” a vida. São inegáveis os avanços da humanidade com o progresso e a evolução da Ciência. No entanto, é preciso reconhecer a validade de todas as demais tradições, depois, os próprios limites da Ciência. O saber científico não é a verdade absoluta sobre as coisas da vida, do universo. Todo o saber científico possui limites. E esses limites devem ser reconhecidos pela sociedade. Para evitar o endeusamento das profissões e dos saberes. Tomemos por exemplo, a Medicina. Médico é médico. Graduado em Medicina como qualquer outro curso de graduação. Transformá-los em deuses, em donos da vida, é erro gravíssimo. A Medicina, como Ciência, não sabe tudo sobre a vida, muito menos sobre a morte. Há um agravante moderno: a Medicina transformou-se em negócio. Ao invés de ser uma profissão cujo objetivo social deveria ser lutar para preservação da vida, virou uma cadeia de negócios que lucra até com a morte. Assim sendo, não pode ser vista como a única tradição capaz de “salvar vidas”, muito embora, seja a principal. Querem um exemplo do limite de conhecimento da Medicina sobre as doenças? Não é raro a população chegar aos hospitais e receber algum tipo de medicação, normalmente incapaz de fazer mal nenhum (muito menos bem) e receber o diagnóstico que se trata de uma virose. Quando um médico diagnostica uma doença como virose, em verdade, não sabe do que se trata. É o reconhecimento público de uma categoria dos limites da própria Medicina como Ciência. Em todas as áreas é assim. Portanto, é importante reconhecer a Ciência, endeusá-la, porém, não se deve. Todas as tradições devem ser aceitas e respeitadas. Nenhuma delas, porém, endeusadas. Nem mesmo a religião. Pior ainda é a Ciência ser transformada em religião. Quando isso acontece, o caos está próximo.

domingo, 1 de abril de 2012

O quadradismo de quem precisa pensar redondo


Ao refletir sobre a postagem de ontem que falava da dificuldade que os professores das universidades brasileiras possuem em derrubar os muros invisíveis lembrei-me de uma música antiga, da dupla Antônio Carlos e Jocafi, “Você abusou”. Nela há um verso, pouco antes do refrão, que resume bem a dificuldade, traduzida em contradição, dos intelectuais que só conseguem ver o mundo por intermédio da janela do cartesianismo dilacerante: ”...se o quadradismo dos meus versos vai de encontro aos intelectos, que não usam o coração, como emoção...” Entendo que é obrigação do intelectual, do pesquisador, avançar na forma de ver o mundo. O cartesianismo, como a sua filosofia de dividir o todo, estudá-lo e depois recompô-lo teu seu mérito. No entanto, está superado. Recortar um todo e depois voltar as partes ao lugar não dará mais o todo antigo. Como pregam os teóricos da complexidade, a “o todo não é a soma das partes”. É dever de nós, os professores e pesquisadores, pensarmos redondo. Enxergarmos o todo. Entendermos a vida como um complexo acúmulo de conhecimentos ao longo dela. Não se pode, nas universidades, formar meros técnicos. Cumpridores dessa ou daquela tarefa. Enquanto a universidade não o lócus de se pensar o fazer, estaremos sem rumo.