quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O respeito ao outro e às diversidades

A universidade brasileira precisa, urgentemente, transformar em prática o discurso histórico de respeito ao outro e às diversidades. E essa prática deve ser o fio condutor das atitudes dentro e fora das sala-de-aulas. Mais do que uma crise de falta de manutenção e equipamentos, falta mesmo é respeito, inclusive, às ideias contrárias. Volto a lembrar que a universidade é o espaço do exercício do livre pensar. Pode-se (e deve-se, se for o caso) duvidar até da existência de Deus sem que se seja condenado a “arder no fogo do inferno”. Portanto, enquanto não houver esse respeito, na prática, toda a universidade brasileira reproduzirá a hipocrisia coletiva que marca as relações fora dela. Reflitamos!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Novo passo para a Universidade Municipal

A criação da Fundação Municipal de Inclusão Socioeducacional (FMIS) pela Prefeitura de Manaus para administrar exclusivamente o programa “Bolsa Universidade” parece ser mais um passo milimetricamente calculado para a criação da Universidade Municipal de Manaus (UMM). A FMIS administrará os recursos oriundos da Prefeitura Municipal, e, agora, como Fundação, poderá captar recursos da iniciativa privada, principalmente das empresas localizadas no Pólo Industrial de Manaus (PIM). Na prática, a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM), com o Programa Bolsa Universidade, já administra uma espécie de “universidade virtual”, pois “aluga” vagas na iniciativa privada e as repassa aos estudantes cadastrados no programa que forem considerados carentes. Afora o desgaste que grande parte das Fundações sofreu com denúncias de corrupção e caixa dois dos políticos, inclusive, os ligados às próprias universidades, nada contra a criação de Manaus uma Fundação. Ao que parece, trata-se da Mantenedora de uma futura Universidade Municipal. No entanto, todo o cuidado é pouco na administração dessas fundações para que novos escândalos com o dinheiro público não pipoquem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Aulas prejudicadas na Ufam

Na prática, o segundo período letivo recomeça hoje. Durante a mobilização dos docentes, estudantes e, em alguns casos, até professores (e professoras) funcionavam com “um pé no freio” à espera de uma greve. O próprio indicativo de greve serviu de salvo-conduto para alguns nem aparecerem (tanto estudantes quando professores). Acontece que os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e de mais 50 universidades federais brasileiras estão parados. Inclusive sem o Governo Federal abrir uma mesa de negociações. Se, do ponto de vista da ida às aulas, o período letivo recomeça, há que se levar em conta as atividades laboratoriais. E essas, quando existem os laboratórios, serão realizadas de forma precária pela falta dos técnicos. Sem eles efetivamente a trabalhar, as atividades ainda não serão completas. Aliás, é bom que se diga que houve, ao longo dos anos, houve um processo de destruição da carreira dos técnicos das universidades brasileiras. O nível de terceirização é tão algo que permite ao governo ignorá-los numa hora dessas, algo lastimável.

domingo, 28 de agosto de 2011

Professores da Ufam não param

É preciso que fique bem-claro para toda a sociedade e para a comunidade dos estudantes e técnicos que os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Assembleia Geral realizada na última sexta-feira, dia 26, decidiram manter o “indicativo de greve”, portanto, não optaram pela greve. O indicativo de greve significa que a categoria permanecerá em processo de mobilização até que o acordo assinado pelos dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) com o Governo Federal termine toda a tramitação no Congresso Nacional. Como se trata de um projeto de lei, a tramitação é lenta e exige mobilização constante para que não haja modificações do que foi pactuado. Como o Governo possui ampla maioria no Congresso, os professores da Ufam avaliaram que não manter o indicativo de greve poderia significar descompromisso em relação ao que foi acordado. Além disso, é preciso lembrar que, a partir de setembro, o Governo se comprometeu em discutir um novo plano de carreira para os professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Daí a necessidade de mobilização permanente!

sábado, 27 de agosto de 2011

Indicativo de greve mantido na Ufam

Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram manter o indicativo de greve até que o acordo assinado pelos dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) com o Governo Federal seja aprovado no Congresso Nacional. Um projeto de lei do executivo contendo os termos do acordo será enviado ao Congresso e terá de ser aprovado até novembro deste ano para que possa entrar em vigor a partir de março do ano que vem. Ficou acordado que o governo concede 4% (quatro por cento) sobre o vencimento básico após a incorporação da Gemas ou Gedbt, mais a gratificação por titularidade. A Assembleia Geral de ontem, que começou por volta das 16h30, terminou com um ato cultural animado pela música do cantor Serginho Queiroz. O calendário das Assembleias Setoriais e do temas a serem discutidos será divulgado pela diretoria da Adua.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Governo volta atrás: ufam pode parar hoje

O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, em reunião com os dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), recuou na proposta inicial do Governo de que os 4% (quatro por cento) oferecidos incidissem sobre o vencimento básico após a incorporação da Gemas ou Gedbt, mais a gratificação por titularidade. Com o impasse, nova rodada de negociações foi marcada para as 14h de hoje. Em Manaus, será realizada nova Assembeia Geral dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), às 16h, para se discutir a nova postura do Governo e qual será a indicação a ser enviada ao Sindicato Nacional. O recuo do Governo nessa que seria a última reunião da rodada de negociações, porém, indica, porém, para o Andes-SN, atitudes como essas do Secretário Duvanier Paiva geram um clima de desconfiança na mesa de negociações. Os professores da Ufam mantiveram o indicativo de greve e propuseram, ao invés de 4%, 8% para janeiro de 2012 e mais 6,6 para março de 2012. Na Assembleia de hoje será discutido se a proposta fica mantida ou se a nova proposta do Governo Federal será aceita. Após as discussões políticas haverá um encontro cultural com o cantor Serginho Queiroz.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Prepotência, destempero e pouca inteligência

Espantado e estarrecido! Assim fiquei após a última fala de um dos professores, cujo nome não revelarei, na Assembeia Geral dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizada ontem, às 9h, na sede da Adua. Utilizando-se da velha é conhecida tática de pedir a palavra por último e a título de protestar contra a possível defesa do “bico” na universidade, determinado professor, aos gritos, ofendeu-me com frases do tipo “o professor Gilson Monteiro veio aqui e falou um monte de besteiras”. Prepotente por achar que o movimento dos professores é monopólio dos velhos sindicalistas barbudos (cuja barba nem conseguem manter, talvez por vergonha), destemperado, por gritar e ser grosseiro, numa demonstração de falta de educação e trato com os colegas e “pouco inteligente" por não conseguir fazer o exercício de interpretação de uma fala, o professor(?) investiu na desagregação e na ofensa pessoal. Reconheço que o ato da reconstrução de um evento comunicativo contido em uma fala, por mais que pareça algo simples, requer uma complexa rede de habilidades para lidar com saberes acumulados ao longo de uma vida e usá-lo no ato interpretativo. O fulano imaginou que eu usaria o direito regimental que tenho da tréplica para um enfrentamento. Não o fiz. Numa hora dessas, em que a categoria renasce, com 70 professores presentes à Assembleia, aceitar provocações e partir para revides pessoais é esquecer o coletivo. Manter o equilíbrio e a frieza na hora de falar, ou de calar, é exercitar a tolerância e a inteligência. A sabedoria surge desse exercício diário de tolerar até os imbecis. Confesso, porém, que também fiquei espantado e estarrecido com a completa falta de capacidade de interpretar uma fala demonstrada pelo professor (?). Quando você fala para um auditório com 70 pessoas e uma delas, somente uma delas, faz questão de entender o adverso do que você disse; ou se trata de má-fé ou é uma grave falha na formação desde o Ensino Básico. Como, no meu entendimento, foi um típico caso de má-fé, apenas sorri ironicamente não fiz a tréplica. Nada irrita mais os imbecis do que ignorá-los. A mobilização dos professores é mais importante do que a quizila de um prepotente, mal-educado e desidioso. Permanecerei na luta com equilíbrio e discernimento. O episódio deixou-me ainda mais preparado para lidar com as provocações dos incautos e para compreender a pouca habilidade de alguns tanto na educação básica domiciliar de respeito ao outro quanto reconstrução de um evento comunicativo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Professores da Ufam examinam a proposta do Governo

Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reúnem-se em Assembleia Geral hoje, às 9h, na sede da Adua para deliberar se permanecem com o indicativo de greve ou se aceitam a proposta do Governo Federal. A prevalecer o que foi decidido nas Assembleias setoriais realizadas durante a semana, o indicativo de greve não apenas permanece, mas também, será reforçado. A proposta de reajuste de 4% a ser aplicado somente em março do ano que vem foi considerada vergonhosa e reacendeu a chama do movimento dos professores. Grande parte dos estudantes que não se interessam apenas em obter o diploma apóia a paralisação dos professores tanto por melhores salários quanto pela melhora da qualidade de vida. Há que se ressaltar que os estudantes também lutam pela melhoria da infra-estrutura das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Como as verbas de manutenção e custeio foram quase nulas durante anos, o que se vê é o sucateamento de Ifes, inclusive as mais tradicionais. Lutar contra esse processo é de ver de todos os segmentos da Ifes.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Indicativo de greve reforçado na Ufam

A Assembleia Setorial realizada ontem, às 15h, no antigo auditório do Cetro de Processamentos de Dados (CPD), que reuniu professores das Faculdades de Psicologia, Ciências Agrárias, Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) manteve o indicativo de greve da categoria. Em estado de alerta, a categoria faz hoje, cãs 9h, no auditório da Adua, um debate sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) como parte do Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais. O evento também marca a entrada oficial dos professores a Ufam na Campanha Nacional por “10% do PIB para a Educação”. Nova Assembleia Geral dos docentes da Ufam será realizada amanhã, às 9h, para oficializar a proposta que será levada ao Sindicato Nacional para a nova rodada de negociações com o Governo Federal, a ser realizada no dia 25. Volto a tocar no assunto: se há alguém a dizer que os professores da Ufam estão em greve mente. O “indicativo de greve” reforçado ontem pela Assembleia Setorial indica “estado de mobilização permanente” e apoio da categoria, nas bases, à Secção Sindical local e ao Sindicato Nacional (Andes). Qualquer decisão, pela greve ou por aceitar a proposta do Governo, deverá ser tomada em assembleias convocadas especificamente para tal.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mobilização dos professores da Ufam hoje

Uma Assembleia Setorial, às 15h, no antigo auditório do Cetro de Processamentos de Dados (CPD), reunirá professores das Faculdades de Psicologia, Ciências Agrárias, Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para discutir o indicativo de greve, agora sem data marcada, é a programação de hoje dos professores da Ufam. A Adua decidiu, dia 18, seguir o voto do Andes – Sindicato Nacional e não marcar data para o indicativo até que as negociações com o Governo Federal fossem totalmente esgotadas. A realização das Assembleias Setoriais é uma estratégia de mobilização que busca esclarecer o maior número possível de professores e professoras sobre o processo ou não de greve. Esse tipo de informação é fundamental para que boatos não se sobreponham ao que esteja a ocorre e evite o desgaste dos professores junto à comunidade. É preciso esclarecer que os professores da Ufam ainda não estão em greve. O indicativo de greve é uma espécie de “estado de alerta” da categoria e serve para que sejam realizadas reuniões de esclarecimento ao longo do processo. A reunião de hoje à tarde é mais um momento de a entidade sindical “sentir” como os professores encaram o momento político e a correlação de forças com o Governo Federal.

domingo, 21 de agosto de 2011

O respeito acadêmico que a moda merece

Há que se registrar a sensibilidade do Comitê de Extensão e da Pró-reitoria de Extensão e Interiorização (Proexti) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para a moda como objeto de pesquisa (e, claro, de extensão) como uma área que merece respeito acadêmico. Só este ano, o Grupo de Pesquisa em Linguagens, Mídia e Moda (Mimo) aprovou três projetos de Extensão e já se tornou reconhecido pela comunidade. O primeiro deles foi o projeto “Mimo.com”, em parceria com a Livraria Saraiva MegaStore, que reúne intelectuais e o público em geral, todas as terceiras terças-feiras do mês para discutir temas relacionados à moda. No último dia 16, por exemplo, a professora Marilene Corrêa falou sobre “As dimensões socioculturais da cadeira produtiva da moda”. Da lista dos 220 projetos de Ações Curriculares de Extensão (ACEs) aprovados no edital 02-2011/2°, dois são do Mimo. Os projetos “Confluência Mimo de moda” e “Grupo Mimo de teatro”. O primeiro promoverá, ao final de uma série de encontros, o “Curso de Extensão de Introdução à Moda na UFAM”, contando com a parceria do Pólo de Moda. Já o Grupo Mimo de teatro, oferecerá cursos sobre técnicas de interpretação e será encerrado com o “1º Festival MIMO de Esquetes” com a moda como tema central. E é só começo. Muitas novidades ainda surgirão na área. A Ufam passa a ocupar o espaço acadêmico, na moda, que tem em outras áreas do conhecimento.

sábado, 20 de agosto de 2011

Proexti da Ufam divulga projetos aprovados

A Pró-reitoria de Extensão e Interiorização (Proexti) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) divulgou ontem a lista dos 220 projetos de Ações Curriculares de Extensão (ACEs) aprovados no edital 02-2011/2°. Os coordenadores dos projetos aprovados precisam apresentar, até o dia 26 de agosto de 2011, a próxima sexta-feira, a cópia da Ata ou documento comprobatório de aprovação do Projeto no(s) respectivo(s) Departamento(s) Acadêmico(s) ou Colegiados das Unidades Acadêmicas, bem como um pronunciamento da Comunidade favorável à execução do projeto. Dos estudantes que serão bolsistas voluntários dos projetos, número mínimo de cinco e máximo de dez, devem ser apresentadas a Cópia do Histórico Escolar atualizado, a Cópia do Comprovante de Matrícula atualizado e o Termo de Compromisso, devidamente assinado. Quem não apresentar a documentação exigida para a segunda fase até o dia 26 terá o projeto arquivado. A Proexti prevê o próximo mês o crédito do apoio financeiro nas contas indicadas pelos coordenadores dos projetos. Os grupos de pesquisa Ciências da Comunicação, Design e Artes (Interfaces) e Linguagens, Mídia e Moda (Mimo), coordenados pelo professor Gilson Monteiro, tiveram quatro projetos aprovados, sendo dois em cada grupo. Sob a coordenação do próprio professor Gilson Monteiro foram aprovados os projetos “Confluência Mimo de moda” e “Caderno InterMais online”. Os projetos “Revista InterMais” e “Grupo Mimo de teatro” serão coordenados pela professora Cássia Maria Bezerra do Nascimento, vice-coordenadora do Grupo Mimo e do Programa de Mídias Digitais da Ufam (ProMidi), no qual se inserem as atividades da Revista Científica InterMais e do Caderno InterMais Online.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Terrorismo injustificável

É injustificável e vergonhoso que se use o argumento da aprovação do indicativo de greve pelos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para se paralisar as atividades. Definitivamente, os professores da Ufam não estão em greve. E não há nenhuma certeza de que entrarão. O que existe é um movimento de mobilização para se discutir, com profundidade, os problemas da universidade brasileira e, especificamente, a questão da carreira dos professores nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Alguém, em sã consciência, é contra, por exemplo, que seja aplicado o preceito constitucional da isonomia dos salários? Certamente não! Mas, no caso dos professores das Ifes, não é aplicado. Será que o professor não merece um salário que o permite viver com dignidade? Até quando os professores recorrerão a artimanhas para engordar os vencimentos do mês a fim de poder pagar as contas? Devemos permanecer a vida inteira sem as mínimas condições de trabalho? Aos estudantes precisa ser dito que a universidade chegou ao limite dos baixos salários e da falta de verbas para manutenção. Que não é mais possível a precarização da mão-de-obra nos níveis em que está. Quem está disposto a agüentar mais 10 anos com os salários congelados? Ao que tudo indica nenhum dos servidores públicos federais.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Indicativo de greve mantido

A depender da Assembleia Setorial envolvendo professores da Faculdade de Educação (Faced), Faculdade de Estudos Sociais (FES) e Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o indicativo de greve será mantido hoje, às 9h, na nova Assembleia Geral dos professores da Ufam, a ser realizada no Auditório da Adua. É fundamental a presença de todos para discutir as propostas do Governo para a categoria. Dentre elas, um aumento de 4% para daqui a dois anos. Certamente, em função da mobilização no Brasil inteiro, o governo já acena com a correção nos salários, quando antes o único horizonte era um congelamento por 10 anos. No entanto, é pouco para o processo de Educação. Faz-se necessário garantir verbas de manutenção e compra de equipamentos mínimos para o dia-a-dia das atividades. A universidade melhor para nossos filhos e toda a sociedade depende muito da nossa capacidade de mobilização e luta.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A "falsa alegria" de Sérgio Souto

Quem não conhece Sérgio Souto que “puxe a cadeira, sente, e converse com o velho amigo”. Quando, em 1991, ao lançar o vinil “Sem Babilaques”, o samba “Falsa alegria” passou a tocar nas rádios e emissoras de televisão do País inteiro, após ter ficado em segundo lugar no Festival de Músicas da antiga TV Record, esse sambista acreano, de Sena Madureira, radicado no Rio de Janeiro, passou a fazer parte do circuito Cult, ou seja, do circuito universitário da Música Popular Brasileira. Como compositor, porém, a alegria nunca foi falsa, e, ao invés de enganar a tristeza, espantou-a. Elba Ramalho e Eliana Printes, por exemplo, fizeram interpretações brilhantes de “Lembrando de você”. Essa última incluiu a faixa música como sexta faixa do CD de 1994. Sérgio Souto estará hoje, às 19h, ao lado de Célio Cruz, no Largo de São Sebastião, no Tacacá da Bossa. Não recomendo apenas por se tratar de um amigo e conterrâneo de Sena Madureira. Mas, principalmente pela boa música e pela poesia criativa dele.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mimo.com Marilene Corrêa

O projeto Mimo.com, do Grupo de Pesquisa Linguagens, Mídia e Moda (Mimo), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), volta ao hoje ao Espaço Cultural Thiago de Melo, da Livraria Saraiva MegaStores, no Manauara Shophing, a parti das 19h. A convidada de hoje é a professora Doutura Marilene Corrêa, que abordará o tema “Dimensões socioculturais da cadeia produtiva da MODA”. com a Prof(a). Dra. Marilene Corrêa.O Gostaria de informá-los sobre o evento de Moda que vai rolar dia 16 de agosto, próxima terça-feira, às 19h lá no espaço Thiago de Mello da Livraria Saraiva do Manauara Shopping. Quem gosta de moda não pode deixar a agendar, pois, a entrada é franca e a participação do público é fundamental para que o debate atinja o objetivo de compartilhar estudos acadêmicos com a comunidade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mobilização dos professores da Ufam

O indicativo de greve não significa que os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) paralisaram as atividades. É, porém, o início de uma mobilização que pode levar a ela. As greves das universidades federais são construídas coletivamente à medida que as demais Instituições Federais de Educação Superior (Ifes) aderem ao movimento. A única que havia indicado greve antes da Ufam, no segmento dos professores, era a Universidade Federal do Paraná (Ufpr). Uma reunião hoje com o Governo Federal apontará qual a tendência. Antes, não se via predisposição de nenhum Ifes brasileira de entrar em greve. Com o indicativo da Federal do Paraná, a Ufam também votou pelo mesmo caminho. Ainda é cedo para se fazer qualquer tipo de prognóstico. No dia 18, às 8h, os professores da Ufam fazem nova Assembleia, no Auditório da Adua. Do ponto de vista da mobilização dos professores, uma coisa é certa: já esteve muito pior. Amanhã, técnicos em greve da Ufam vão a Itacoatiara mobilizar os colegas a pararem. Em Parintins, técnicos e professores estão parados. A reunião do dia 18 é crucial para se ter uma real indicação dos caminhos do movimento.

domingo, 14 de agosto de 2011

Interdição das universidades federais

Às vezes revolta-me a visão equivocada de muitos estudantes universitários (alguns professores e professoras também partilham dessa visão) de que a greve só prejudica a vida deles. Há um processo lento e gradual de sucateamento das universidades públicas brasileiras e de achatamento da carreira e dos salários dos professores. No entanto, grande parte das pessoas faz questão de olhar apenas para o próprio umbigo. É como se perdurasse uma máxima perversa do tipo “se eu obtiver o meu diploma, as próximas gerações que se lixem.” Alguém, em sã consciência, tem as mínimas condições de trabalho, por exemplo, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), só para ficar em um exemplo? No curso de jornalismo, particularmente, não as tenho. No período passado contei com a colaboração e a compreensão dos estudantes para ministrar “Webjornalismo” virtualmente, pois nossos laboratórios não possuem um equipamento sequer. A única estrutura que temos é a rede wireless. Os estudantes usaram seus equipamentos pessoais, fizeram as “tarefas” em casa e conseguimos superar o período letivo com boa parte das habilidades desenvolvidas. É desonesto, porém, não oferecer permanente as condições de trabalho necessárias aos professores e estudantes. No período atual, tivemos de fazer uma mobilização para garantir condições básicas nas salas de aulas: quadro de giz e ar-condicionado funcionando. Ainda que ganhássemos os melhores salários do mundo, temos razões de sobra para paralisar as atividades por falta de condições mínimas de trabalho. Somos trabalhadores, a Ufam (portanto o Governo Federal) é a nossa patroa. Não cabe a nós, os professores, captarmos recursos. É dever do Estado e da mantenedora nos suprir com laboratórios, material permanente e material de consumo básico para desenvolvermos nossas tarefas. Se isso não acontece, temos razões de sobra, inclusive, para solicitar judicialmente a interdição da organização na qual trabalhamos. Para o nosso bem e da própria sociedade.

sábado, 13 de agosto de 2011

Professores da Ufam decidem pelo indicativo de greve

Professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reunidos ontem em Assembleia Geral, às 15h, no Auditório da sede da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-seção sindical) decidiram ontem, com apenas um voto contra dos presentes, pelo indicativo de greve para o dia 23 de agosto. Os professores da Ufam seguem o mesmo caminho da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que votou pelo indicativo de greve a partir do dia 16. Técnicos e professora da Ufam de Parintins também estão parados. As universidades brasileiras esperam o resultado de uma reunião com o Governo, marcada para o dia 15. No entanto, pelos indicativos de greves votados para datas posteriores a esse dia, a crença é de que as negociações não avancem. O certo é que a PL 549/2009 que congela os salários dos servidores públicos por 10 anos, somada à decisão do Ministério do Planejamento e gestão de congelar os concursos públicos de carreira por pelo menos dois anos deu novo fôlego aos servidores públicos, que nos últimos dez anos conviveram com uma espécie de letargia generalizada. A greve, pelo jeito, é iminente.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Professores da Ufam podem parar

Não são apenas os delegados e peritos da Polícia Federal que ameaçam para as atividades. Hoje, às 15h, no Auditório da Adua, os professores da Universidade Fedearl do Amazonas (Ufam) reúnem-se em Assembleia Geral para debater a proposta de Plano de Carreira apresentada pelo Governo no dia 09 deste mês. A proposta nacional é de mobilizar a categoria e partir para o “indicativo de greve” caso os pleitos não sejam atendidos. Afora os problemas como a nova proposta de carreira, os servidores públicos em geral convivem com o fantasma da PL 549/2009 que congela os salários por 10 anos. Levando-se em conta que o governo mantém professores das Instituições Federais de Educação Superior (Ifes) em banho-maria desde novembro do ano passado, pode-se afirmar que motivos existem, de sobra, para que haja o indicativo de greve. A presença expressiva dos professores, caso ocorra, será determinante para a tomada de decisão. O dia é de suma importância para o movimento e para se ter uma ideia da força a favor da greve. É esperar!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bermudas proibidas

Quando digo que a Escola é a primeira prisão institucionalizada do ser humano ninguém acredita. E torna-se muito pior na Educação Superior. Descontando as raríssimas exceções que, às vezes, não são nem das Instituições, mas, apenas de alguns cursos, a universidades brasileiras tem como marca o atraso nas relações e na forma de ver o mundo. E não se precisa ir muito longe para ter demonstrações inequívocas desse atraso: ele se nos apresenta na própria Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), antes um Instituto de vanguarda. Lá, há um curso no qual não se pode namorar nem usar Lap Top em sala-de-aula. Agora, surge a denúncia de que, na Faculdade de Estudos Sociais (FES), os estudantes não podem frequentar as aulas de bermudas. A continuar nesse ritmo, em breve, teremos o fardamento da Ufam. Nas empresas mundiais mais bem-sucedidas, seus executivos podem trabalhar de sandálias de dedo, bermudas e camisetas. No dia em que uma bermuda, tanto em homem quanto em mulher, for suficiente para prejudicar uma das minhas aulas é sinal de que, sintomaticamente, à universidade, só resta fechar as portas. O último que apague a luz!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A responsabilidade coletiva na Educação

O processo de Educação, em quaisquer dos níveis, não é uma obra individual. Trata-se de um trabalho coletivo, ao longo dos anos, portanto, sem resultados imediatos. O maior problema em se obter esses resultados, ainda que sejam parcos para alguns, é que o coletivo não é apenas a soma dos indivíduos. É uma complexa teia que envolve compromisso e responsabilidade de quem forma o conjunto dos indivíduos participes desse processo. Em alguns momentos, somos levados a crer que podemos revolucionar a Educação por intermédio de ações individuais. Essa utopia, no entanto, jamais será atingida se não tivermos um trabalho de todos os colegas professores envolvidos, bem como das instituições, tanto no nível Superior, quanto no Médio e no Básico. Enquanto não tomarmos consciência de limitador, sofreremos intimamente como se não fizéssemos a nossa parte.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Educação superior: choque de realidade

O maior orgulho de um professor é quando seus estudantes de tenra idade e parca visão de mundo dão os primeiros passos para a independência intelectual. E esses passos não dependem única e exclusivamente de laboratórios. Dependem de gente, de interrelações, de pessoas e exemplos práticos da vida. Não gosto de usar o termo “aluno”, pois, dignifica “sem luz”. Tenho a convicção que nenhum ser humano existe sem seu próprio foco de luz. Nossa contribuição de professores de nível superior na vida dessas pessoas que nos chegam a cada ano é na ampliação da visão social para o exercício pleno da cidadania. Nossa missão é trocar experiências no uso da mente e não das mãos, dos braços. Nosso habitat não são meramente os ringues, mas a vida, plena de relações, sentimentos e desejos, às vezes inexplicáveis. Nosso laboratório é o mundo, nossa meta é o exercício da cidadania em cada área de formação. Não enxergar isso é a maior crise, não apenas da universidade brasileira, mas de todas as escolas de formação superior do mundo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Panorama do Rádio em Manaus

Com o capítulo “Panorama do Rádio em Manaus”, o coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é um dos 52 pesquisadores participantes do projeto de pesquisa “PANORAMA DAS EMISSORAS DE RÁDIO DAS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS”, coordenado pela professora da Universidade Federal de Ouro Presto (Ufop), Nair Prata, que resultou no livro “PANORAMA DO RÁDIO NO BRASIL”. A obra será lançada dia 5 de setembro, em Recife, durante a realização do 34º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. É um trabalho em conjunto do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). O livro, publicado pela Editora Insular (www.insular.com.br) tem 590 páginas e mapeia 561 emissoras de todas as Regiões Metropolitanas. A obra faz parte de um amplo projeto de pesquisa, que pretende inventariar todas as emissoras de rádio de todos os Estados e de todos os municípios brasileiros. O projeto ainda abrangerá as emissoras que funcionam apenas na internet, as webradios. “Fazer parte de uma pesquisa com tamanha amplitude nos enche de orgulho. Ainda mais por se tratar de uma semente plantada com o projeto ‘A história dos meios de comunicação em Manaus’, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Costumo dizer que, dos projetos financiados pela Fapeam e pelo CNPq, esse foi um dos que teve maior retorno. Se não, vejamos: foi o primeiro projeto, responsável pela consolidação do Grupo de Pesquisa em Ciência da Comunicação, Informação, Design e Artes (Interfaces). O Interfaces propôs a mudança do Projeto Pedagógico do Curso de Jornalismo da Ufam, a criação do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação, a criação do Curso de Graduação em Mídias Digitais, a revista Cietíica InterMais, o Programa de Mídias Digitais da Ufam (aprovado no Sesu/MEC0 e o Centro de Mídias Digitais da Ufam (aprovado pelo CNPq) só para ficar em alguns exemplos de suma importância para a região. Aquele projeto de 2004 culmina com a participação no livro ‘Panorama do Rádio no Brasíl’. Não se deve esquecer que o Grupo Interfaces, em 2008, ficou entre os cinco finalistas do Prêmio Luiz Beltrão. Tudo isso é reflexo do investimento inicial que permitiu consolidar o grupo de pesquisa”, ressalta o professor Gilson Monteiro.

domingo, 7 de agosto de 2011

Convenções que precisam ser mantidas

Ontem falei sobre as “convenções que precisam ser quebradas”. Hoje resolvi retomar o tema e falar de uma que, embora criticada por muitos, é secular e, entendo, precisa ser mantida e valorizada pelos dirigentes das universidades brasileiras: a formatura. Trata-se de um rito, é bem-verdade. Cansativo, por sinal, ainda mais quando inúmeras turmas se formam no mesmo dia e horário. No meu entendimento, porém, é o momento mais sublime do estudante e da sua família. Por isso, deve ser compreendido e valorizado por quem dirige as instituições. Talvez seja necessário modificar o ritual. Modernizá-lo para tornar o processo inteiro menos cansativo. É o tipo de convenção que marca a vida de quem forma e, inclusive, a dos professores homenageados. Para muitos estudantes, é o momento do reencontro dele com a família e com ele mesmo. É o tipo de convenção que se transforma em rito de passagem e merece o respeito de toda a comunidade.

sábado, 6 de agosto de 2011

Convenções que precisam ser querbradas

Não sei que criou a tal convenção de que professor universitário não pode ministrar aulas no início de cada período. Só sei que não compactuo com esse tipo de atitude por mais que, às vezes, o calendário acadêmico seja completamente sem lógica. Começar um período letivo na quinta ou sexta-feira, por exemplo, parece não tem nenhum nexo. No entanto, nós, os professores, como os demais servidores públicos, fomos contratados para uma rotina trabalhista que não é decidida por nós. Quando se tem uma pró-reitoria acadêmica e uma Câmara de Ensino e Pesquisa; podemos até contestá-las (um direito democrático), mas, não deixar de cumprir nossas obrigações de professores. Particularmente, sigo o ritual das disciplinas que ministro: discuto com os estudantes o Plano de Aprendizagem e começo o que estiver programado já no primeiro dia de aula. É o mínimo de respeito que todo estudante merece.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Atributos e atribuições

Confesso! Desde que li “Preconceito linguiístico”, de Marcos Bagno, tornei uma pessoas mais tolerante às placas, cartazes e todos os tipos de equívocos e agressões à Língua Portuguesa. No campo da Linguística, ainda vá lá que se aceite, no da Semântica, porém, há placas que nem transmitem o que querem dizer, logo, são inaceitáveis. Hoje, li uma delas: ”Prescrever dieta e suplementos são atributos de um nutricionista”. Nitidamente a placa tinha a intenção de alertar professores de Educação Física para o fato de que eles não estão autorizados a prescreverem suplementos alimentares, muito menos dietas. O problema é que atributo é bem diferente de atribuição. É inegável que algumas nutricionistas (e os nutricionistas também) possuem atributos admiráveis. E a principal atribuição desses profissionais é prescrever dietas. Usar um termo pelo outro, como se fossem sinônimos, não é nada recomendável. Talvez quem escreveu a placa esteja precisando de uma boa dieta, temperada com algumas aulinhas de Língua Portuguesa.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O retorno das atividades acadêmicas da Ufam

O retorno das atividades acadêmicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em meio à greve dos técnicos, ao que tudo indica e pelo que ocorreu hoje, trará sérios problemas ao processo de aprendizagem. Não que os professores e estudantes (e devemos incluir os técnicos também) vivam em um “mar-de-rosas” nas Instituições de Federais de Educação Superior (Ifes). O problema é que o funcionamento básico fica prejudicado. Professores e estudantes, ao chegarem aos seus locais de trabalho, por exemplo, encontram as salas estarem fechadas. Isso provoca estresse desnecessário. Não se sabe se os professores da Ifes vão ou não entrar em greve. Particularmente, não me sinto nada bem em trabalhar enquanto meus colegas técnicos lutam por melhores condições de trabalho. A mim me parece que as condições de trabalho estão excelentes para professores e estudantes, enquanto falta tudo para o exercício dos trabalhos técnicos. A verdade é que algumas Ifes, se não tivessem o MEC como mantenedor, deveriam ser fechadas dadas a falta de condições mínimas. A universidade é um todo: para técnicos, professores e estudantes. Só faz sentido um movimento desses em separado se o fim único for o aumento de salários. Aliás, o Governo joga duro apostando exatamente nisso. Talvez, por isso, esteja vencendo a batalha.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Política sem lógica na Educação Superior

É estranho e insustentável que o Governo Federal queira, em nome de abrir oportunidades para mais pessoas, eliminar a exigência de titulação na contratação de professores para as universidades brasileiras, mas, incentive a contratação de Doutores fora do País. Ao mesmo tempo, utiliza verba pública para enviar 100 mil estudantes ao exterior. Não seria mais lógico investir esse dinheiro na melhoria da qualidade das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), inclusive, equipando os laboratórios e contratando mais doutores? O discurso de que, a se eliminar a obrigatoriedade de, inicialmente, se contratar doutores, abre mais oportunidades, põe em risco, inclusive, o tão propalado melhor sistema de avaliação do mundo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Com o adesismo recorrente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, certamente o Governo não terá dificuldades em aprovar propostas como essas. No entanto, elas carecem de sustentação lógica.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O STF e o liberalismo nas profissões

O Supremo Tribunal Federal (STF) que já havia passado o facão na obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, confirmou que o exercício da profissão de música não depende de filiação à Ordem dos Músicos do Brasil. Não duvidem, em breve, o monopólio de mais um cartório, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também será quebrado, ou seja, em breve, qualquer pessoa minimamente qualificada poderá ser ministro do STF. É o que todos nós esperamos, inclusive eu como jornalista e professor, de um tribunal: é que a mesma lógica com que se julga o exercício de duas profissões seja estendido para todas as demais. O que ninguém ainda percebeu, é que todo esse movimento se trata de um processo que visa devolver ao Ministério da Educação um poder que foi dele usurpado ao longo do tempo. Quer dizer que uma universidade passa anos e anos a formar um músico, por exemplo, mas ele só tem o direito de exercer a profissão se for filiado à Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), assim como um advogado só pode exercer a profissão de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) autorizar? É evidente que se tratam de duas práticas cartoriais inadmissíveis. Ora, se a universidade brasileira está falida, que se cobre do próprio MEC, o mantenedor, investimentos necessários para soerguê-la. No Brasil, só o poder público autoriza ou não o exercício de uma profissão. E isso ainda não mudou.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gestão profissional das universidades

Não creio que a gestão das universidades brasileiras seja exclusividade de doutores. O fato de obter um título desses não credencia a pessoa nem para ser professor de Metodologia, o que se dirá para exerceria reitoria! Gerenciar qualquer organização não é tarefa eminentemente técnica, assim como não é a titulação que faz o gestor ser melhor ou pior para os destinos de um governo ou de uma empresa. O mérito acadêmico, que muitos defendem, não passa de mais uma forma de se criar “reserva de mercado”. Fosse o título essencial para alguém exercer o cargo administrativo, Luiz Inácio Lula da Silva não seria presidente do Brasil. O cargo de reitor, em uma universidade, não é apenas técnico. É político! É para quem tem habilidade de gerir pessoas e seus talentos. Um técnico ou um profissional da área podem sim gerir uma universidade: por que não? Até admito que o título de doutor seja um dos critérios, mas, não deve (nem pode) ser o único determinante. Sem afeto e sensibilidade para compreender, inclusive, que, passadas as eleições (no caso das universidades), a organização é mais importante que as picuinhas pessoais, o título de doutor (ou doutora) não passa de mais um penduricalho. Mais que tudo, é preciso ter uma visão ecossistêmica do funcionamento da instituição e ser capaz, de, teoricamente, compreender a complexidade das inter-relações envolvidas na teia administrativa. Sem isso, o amadorismo e as relações de amizade sobreporão os interesses institucionais. E isso gera o principal problema da falta de profissionalismo: interesses pessoais acima dos interesses da coletividade, algo inadmissível em tempos modernos.