segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O impacto dos cortes na avaliação

Na mesma proporção dos cortes existentes no Orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por parte do MEC, também, pelo menos enquanto durar a crise, os programas de Pós-graduação deveriam ter alguma espécie de compensação nos processos de avaliação. Os pesos percentuais, nas várias áreas, só voltariam aos patamares normais à medida que as verbas também fossem liberadas. Porque avaliar programas como mesmo patamar de exigência, quando os recursos, tanto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) quanto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) rarearam, é penalizar mais de uma vez, principalmente os programas notas 3 fora do eixo Sul e Sudeste. Manter os programas funcionando até o final do ano é uma coisa, conseguir que tenham o mesmo desempenho e a mesma qualidade é diferente. Ainda mais quanto até o financiamento nos estados sofreu contingenciamento. O impacto dos cortes não será só financeiro e, caso a economia não se recupere em tempo, afetará a avaliação dos programas no fechamento do quadriênio caso medidas não sejam tomadas para minimizar o impacto, também, nos processos de avaliação. É preciso voltar a perspectiva do olhar para esta variável.


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domingo, 30 de agosto de 2015

O jornalismo fast food de Manaus

Ao que tudo indica, não foi apenas no restante do Brasil que se abdicou de fazer jornalismo para se enveredar por se fazer “oposição política”. Em Manaus é ainda pior. Aqui se pratica uma espécie de “jornalismo fast food”. Ou jornalismo de conveniência: as matérias são entregues ao público de acordo com a conveniência dos donos ou de alguns figurões das redações. O interesse público, que deveria ser a mola mestra do jornalismo, dá lugar aos interesses familiares. Reafirmo: dos donos ou de alguns figurões das redações. Daí uma organização jornalística, uma empresa, passa a defender os interesses políticos de pais, filhos e mães. Vergonhosamente, artigos são publicados por pai para defender interesses do filho. Interesses familiares, de todos os níveis, ou relações de amizade, passam a valer mais que o respeito a uma organização centenária na qual 10 entre 10 manauenses se formaram. No jornalismo fast food de Manaus, qualquer denúncia, ainda que vazia, ganha as manchetes. E os preguiçosos jornalistas, que chegam ao poder mais pela relação de puxasaquismo com os donos das empresas que pela competência profissional, publicam o final de um suposto número de telefone que tentaram contato (e não obtiveram resposta). A prática virou rotina, mas, não passa de uma demonstração pública da preguiça em apurar os fatos. Em assim não sendo, querem subjugar os gestores de uma Organização aos seus horários. Como se só eles trabalhassem. No jornalismo fast food que aqui se pratica, o interesse público é o que menos importa. Valem os acordos, os conchavos e as amizades. Chega-se ao ponto de se atuar como profissional em um jornal e publicar, na íntegra, o mesmo material produzido pela então assessoria, na qual a jornalista (ou o jornalista) é o titular. E nenhum colega, arauto da ética, considera um comportamento desses condenável. No jornalismo fast food, os fins justificam os meios. O que mais me entristece é que essas são essas mesmas pessoas que cobram ética e comportamento reto de todos os demais membros da sociedade. A cretinice não tem limites! E isso ninguém, nenhum de nós, professores ou professoras, ensinou no curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Mais um motivo de tristeza!


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sábado, 29 de agosto de 2015

Nossos discursos democráticos

Na prática, nossos discursos são sempre menos democráticos que na teoria. Em tese, o espaço escolar deveria ser o locus do exercício do respeito às diferenças, em todos os níveis. O que se quer, na prática, é implantar uma espécie de centralismo democrático no qual a maioria, mesmo sendo minoria, decide o que deve ser feito e todos, unanimemente, devemos aceitar as decisões sem “chiar”. Ou seja, em tese, trata-se de um processo democrático, na prática, é uma espécie de ditadura da maioria, ainda que obtida, por exemplo, com 50% mais um dos votos. Talvez a própria democracia (ou as práticas democráticas) precise ser revista. Para que não tenhamos de viver em uma democracia\ do faz de conta ou em um regime autoritário travestido de democrático. A democracia da manada não me convence. E quando eu não decidir seguir a manda, quero ter o meu direito respeitado. Todos queremos!


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Autoritarismo velado dos professores

Há equívocos que, de tanto serem cometidos ao longo do tempo, se transformam em regra e passam a ser encarados como a única possibilidade para se solucionar um problema. Um deles é o autoritarismo velado de professores e professoras quando à possibilidade de os estudantes realizarem o que se convencionou de “prova de segunda chamada”. É um direito que, no entanto, pelo corporativismo existente em todos os níveis da Educação, dificilmente o estudante consegue exercê-lo. Ou, quando o fazem, é com base em regras fixadas pelos próprios professores e professoras, quase sempre à margem da Lei. Eis uma prática extremamente centralizadora e autoritária de professores e professoras que pouco são reveladas, a não ser em reclamações anônimas nas ouvidorias. Lastimável que tal tipo de prática ocorra porque fere frontalmente a pregação coletiva em torno das práticas da profissão.

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OBS: Post do dia 28/08/2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fraturas expostas na Ciência

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) transformou em fraturas expostas todas as fraudes detectadas em trabalhos científicos financiados por aquela agência de fomento. Elencou o que convencionou chamar de “fraudes científicas” e divulgou os cinco trabalhos que possuem plagio ou fabricação de dados. A Agência deixará as “fraturas” expostas de três meses a cinco anos, de acordo com a gravidade da fraude cometida. Trata-se de uma medida inédita no Brasil por parte das agências de fomento que, certamente, deveria ser seguida por todas as demais agências. Cientistas precisam entender que não estão acima do bem e do mal e que o resultado de suas pesquisas não deve ser aceito como verdade absoluta. A medida é saneadora e dará a transparência necessária, uma vez que entre alguns cientistas a prática de criticar o comportamento ético dos colegas é sempre muito maior que a própria prática. A pesquisa brasileira e a comunidade agradecem.


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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O interior precisa da Pesquisa

Quando se fala em interiorização da Pós-graduação, tanto na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) quanto nas demais Instituições, não se pode esquecer que o interior precisa da Pesquisa para que se tente, no Estado, encontrar um caminho para que a atividade econômica ganhe vida no interior. Hoje, há uma relação de dependência do interior em relação à capital. Manaus concentra 95% da atividade econômica do Estado. Esta relação já foi maior: de 98%. Ou se trabalha, em conjunto com todas as Instituições, e o próprio Estado, para que esta relação de dependência seja ainda menor, ou o interior não tem salvação. E se o interior não tiver salvação, o próprio Estado fica com um problema de difícil solução: a concentração das atividades econômicas em Manaus. Daí a importância do processo de interiorização das Instituições. No entanto, nenhum desses movimentos de interiorização pode dar certo se não for acompanhado de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida por parte dos municípios e do Estado. Só há um caminho mais seguro: a pesquisa científica com compromisso social.


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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Os miseráveis de espírito

Há alguns miseráveis de espírito, porque são mais que pobres, incapazes de entender a diferença entre um militante e um gestor. O militante, como o torcedor, é um fanático, um apaixonado pelo seu time. Em alguns casos, faz vistas grossas até para coisas do tipo “roubado é mais gostoso”. Ao gestor, é proibido pensar nesta possibilidade. Não deve ser militante nem fanático. Deve agir com equilíbrio. Pesar cada decisão, porque, quaisquer delas, envolve a vida das pessoas. Pessoas que, por mais que o gestor seja justo nas decisões, estão prontas para atacá-lo, diminuí-lo e, se possível, destruí-lo. O ônus de quem administra parece ser a solidão e o sofrimento permanentes. Os miseráveis de espírito não podem permitir que sejamos ricos. Tentam nos destruir. Mais que isso: destruir a nossa autoestima. Querem que também sejamos miseráveis. Carecem de companhia nas suas agruras, na inveja, no processo permanente de destruição do outro. Às vezes conseguem. Mas, o maior exercício de quem é gestor, além de gerir, é vencer o permanente assédio dos miseráveis. Para não se tornar mais um deles.


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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O jogo sujo da política

Cheguei a embrulhar o estômago ao ler “Em gesto ao PSDB, Temer deixará a articulação política”. O texto narra, em detalhes milimétricos, as articulações para se arrancar a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder e se fazer um “governo de transição”, comandado por Temer. Se o que o texto diz for mesmo verdadeiro, o que é bem-possível que o seja, o PT e a presidente Dilma Rousseff dormiram com o inimigo o tempo inteiro. Será possível que de um Condomínio, passando por uma universidade e chegando à Presidência da República, não se pode ter uma relação de respeito. Será que ao invés de lutar para construir coletivamente, neste País, só se investe em “o quanto pior melhor”? A luta para se chegar ao poder não pode ser um jogo insano e tão sujo quanto o revelado pelo texto. Recuso-me em acreditar que uma pessoa faça um papel tão condenável apenas para comandar o País por algum tempo. O texto só me confirmou comportamentos que me foram revelados, durante o dia, tão ou muito pior que o de Temer. É lastimável e dá vontade de desistir de tudo! Ou de procurar outro texto e outras pessoas que sejam antidepressivas.


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domingo, 23 de agosto de 2015

A covardia coletiva


Nitidamente, ao que parece, professores e técnicos tentam induzir estudantes a ocupar as reitorias das universidades, inclusive aquelas, como a da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), cujos estudantes não entraram em greve. É um tipo de covardia coletiva de quem não tem argumentos para enfrentar nem a categoria, que não aceita este tipo de movimento, nem o Ministério Público Federal (MPF), por conta da Lei de Greve. Tanto é legítimo entrar em greve, quanto é direto não o fazer, caso você não seja convencido pelos argumentos de quem faz a greve. Há, no entanto, a crença de que todos são obrigados a aderir, mesmo que a minoria decida fazê-lo. Quem está do outro lado, como administrador, tem o dever de garantir o direito dos dois lados. Há, porém, uma covardia coletiva. Tanto dos que aderem à greve quanto dos que deixam de fazê-lo: querem obrigar os administradores a tomar partido de um ou de outro lado. É a mais covarde das covardias: tentar obrigar um gestor a fazer o que não pode. Há má fé dos dois lados na tentativa de colocar os gestores em posições extremas de conflito com as categorias. Publicar notícias de invasões e compartilhá-las permanentemente com o objetivo de tentar fazer com que os estudantes façam o que, covardemente, não conseguem fazê-los é de uma insensatez inexplicável. Só o fazem os que são fracos de espírito e covardes e que tentam manipular estudantes. Se todos, juntos, tiverem coragem que o façam, mas, que não tentem manipular estudantes. E, ao que parece, é um movimento ardilosamente contido nas notícias e nos compartilhamentos. Que os estudantes não se deixem manipular!



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sábado, 22 de agosto de 2015

Os bastidores das notícias


Volto ao tema dos nossos nem sempre éticos comportamentos porque, em tese, a universidade defende que tudo é permitido. Uma grande balela! Na universidade, nada é permito. Mais parece uma igreja dos “nem sei quantos dias”. A liberdade plena que se prega no discurso não passa de, digamos, “conversa para ninar bois”. Os bastidores das notícias sobre as universidades são muito mais, digamos, “carregados” de o quê parecem. Tudo porque, de certa forma, há um cinismo. Não somos tudo o que dizemos e nem fazemos o que pregamos. O desafio de aproximar o discurso da prática talvez seja o maior a ser vencido. Quem topa enfrenta-lo?



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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O boato como Ciência


Costumo dizer que, no Brasil, se a universidades produzissem Ciência como produzem boatos e fofocas, estaríamos entre os primeiros em todos as listas. O problema é que o boato não tem como se transformar em Ciência. A não ser que seja na área da Propaganda, quando, dizem, o “boca-a-boca” é mais poderoso que quaisquer das técnicas de propagação de mensagens. Não deixa de ser verdade: uma marca contra a qual um consumidor decida fazer uma “propaganda”, dificilmente fica incólume ao boato. Mas, quando digo que mais se produz boatos que Ciência na universidade brasileira, é apenas uma alegoria para o fato de o quanto, em determinadas instituições, as pessoas deixam de produzir para tratar da vida dos outros, nos corredores. O boato, pelo jeito, jamais se transformará em Ciência. Mas, o tempo que se gasta produzindo boatos, pode, muito bem, ser usado para produzir benefícios científicos para a sociedade. É um desafio! Resta saber se queremos vencê-lo.



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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A crise ética entre nós

Acredito, há uma crise maior de o quê a enfrentada pelo País: é a crise ética entre nós, pesquisadores e pesquisadoras. Quem, inocentemente, digamos, “joga” de peito aberto, corre o risco de ser massacrado. E massacrado por atos nada recomendáveis. Tanto internamente quanto externamente o que se consegue perceber é uma guerra de egos que enfraquece, em muitos casos, os objetivos institucionais. Levantar bandeiras, criticar a postura dos políticos, enfiar o dedo nas feridas dos outros é fácil. Quero ver é termos, no todo, a capacidade de olhar para o que fazemos, no dia-a-dia, e compararmos. Avaliarmos, analisarmos se não somos tão aéticos quanto os aéticos que criticamos? Talvez tenhamos de fazer um mea culpa. Porque, em muitos casos, somos tão sem-ética quanto os sem-ética que criticamos.


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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O Norte na agenda da pesquisa

Ontem foi uma reunião na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre a presidência, todos os diretores, reitores e pró-reitores das IFES da região Norte. A audiência foi solicitada pelo deputado federal Sibá Machado (PT-AC) com o objetivo de discutir ações para reduzir assimetrias em relação ao Norte, principalmente no que diz respeito à formação de docentes na região. Por conseguinte, ao reduzidíssimo número de programas de Dourado na Amazônia. Hoje, reitores e pró-reitores do Norte, em Audiência Pública, sob a coordenação do deputado federal Raimundo Angelim (PT-AC), debatem sobre a Pesquisa na Região. Ao que parece, enfim, a Região Norte passou a ser vista como estratégica para o desenvolvimento do País. Espera-se que não se fique apenas nos velhos e conhecidos balões de ensaio. Que estes encontros sejam só o início de uma profunda discussão sobre a pesquisa na Região.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015

O pior dos mundos acadêmicos

Impressiona a convicção com que pessoas atribuem coisas às outras pessoas sem o menor respeito, digamos, ao ser humano. E porque falo “digamos”? Porque, em tese, a universidade, como entidade suprema do respeito às diferenças e ao ser humano, deveria ser o templo do respeito, até às semelhanças. Na prática, o que se vê é uma universidade da vida pública, linda respeitosa, pulsante de democracia, porém, o pior dos mundos na vida privada. Talvez nem seja o pior dos mundos, por refletir o próprio mundo, muito embora, os membros da dita comunidade universitária façam de tudo para tentarem ser diferentes. Ou, apenas, parecerem. Quem sabe, o pior dos mundos seja, exatamente, o mundo das com tradições, no qual, a pregação é sempre mais real que a prática. Para provocar alguns colegas de trabalho mais próximos costumo dizer: se na universidade brasileira se fizesse ciência o quanto se faz fofoca, seríamos o primeiro em produção científica. Para descontrair, uma brincadeira aqui e acolá não faz mal a ninguém. Mas, quando as piadas e boatos passam a ser regra, talvez, este sim, seja o pior dos mundos.


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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Valores que não conseguimos passar

Nós, os pais e educadores, temos um desafio gigantescos: amenizar a arrogância e a prepotência quase inata dos jovens de hoje. Na ânsia de sermos democráticos e pregarmos a autonomia como valor intrínseco ao ser humano, esquecemos de dizer aos nossos jovens que autonomia não se confunde com arrogância. Como esquecemos de trabalhar o valor da arrogância, nem ligamos para outro valor fundamental: o da humildade, o do saber ouvir, o do aprender com o outro. Nossos jovens, na imensa maioria, não sabem o que é humildade. Consideram-se donos do mundo. Optam por “quebrar a cara”. Não respeitam nem ouvem os “mais velhos” porque, também, talvez não tenhamos tido competência para ensiná-los o que é sabedoria e como se a adquire. Fica a sensação de que há alguns valores que não sabemos passar, embora reconheçamos a necessidade crucial deles para vida.


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domingo, 16 de agosto de 2015

O mundo não volta aos anos 60

As manifestações de hoje, tanto dos direitistas barulhentos quanto da esquerda ruminante parecem apontar para um equívoco histórico: não estamos nos anos 60. Assim sendo, nem os militares querem voltar ao poder como “salvadores da pátria”, nem “os protestos são como antigamente”. Acabou! Quem ainda não se conscientizou disso não sabe (ou faz questão) de não ler a realidade. O Partido dos Trabalhadores (PT), ao assinar aquela fatídica carta, aderiu ao capitalismo. No máximo, pratica o liberalismo igualitário. Logo, não fará a revolução nem pelas armas nem por decreto. Se vocês não são ingênuos, acreditam em duendes. São a Xuxa da política nacional. Querem voltar aos anos 60? O mundo mudou. Nós mudamos. A vida mudou! Parem de fazer papel de bobos da corte! Afirmo: o mundo não volta aos anos 60! Nem para os direitistas de plantão nem para os esquerdistas ruminantes. Nada será como vocês sonharam nem como nós sonhamos! Quem insistir em voltar aos anos 60 será, na melhor das hipóteses, ridicularizado.


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A natimorta Pós-graduação brasileira

Quando, em 12 de dezembro de 2012, no lançamento do PAC-PG da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o então Diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Lívio Amaral, vaticinou que a Pós-graduação do Brasil era natimorta, confesso, fiquei sem entender. Nos dois anos seguintes, como Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFAM, comecei a compreender a profundidade de o que foi dito por ele: se não investirmos vorazmente na Educação Básica, não teremos a menor condições de mudar o quadro da Educação no País. Nossa Educação Básica, principalmente no Amazonas, é um desastre. E isso se nos apresenta de forma mais clara quando se examina os números da Graduação no Estado: tanto nas particulares quanto nas federais, na região, não se consegue formar mais de 30% dos que ingressam. Um fracasso retumbante! Nos processos seletivos dos cursos de Pós-graduação os números revelam o impacto do desastre. Há seleções nas quais não se consegue nem selecionar 50% dos candidatos na primeira prova. Com isso, as bolsas oferecidas pelas agências não são preenchidas. O ciclo é tão negativo que chega a ser desesperador. Mas, ao mesmo tempo, aponta para a responsabilidade social das universidades: ou interferimos na Educação Básica ou morreremos.

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OBS: Post do dia 15/08/2015

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Avanços e desafios da interdisciplinaridade

Dividi, há pouco, no Fórum de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação do Norte (ForpropNorte0, com o novo diretor de relações internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Adalberto Val, espaço em uma mesa-redonda para discutirmos avanços e desafios da internalização da interdisciplinaridade na Pós-graduação. Centramos mais as falas nos desafios que nos avanços. E concordamos que o primeiro grande desafio está na Educação Básica. “Ensinamos teorias e metodologias e tiramos das crianças o prazer da descoberta”, disse Val. Ele ressaltou um ponto considerado essencial para o momento político, social e econômico: o compromisso social da ciência. Há dois problemas básicos que considero necessário serem superados para a prática efetiva da interdisciplinaridade. A formação e a mudança na perspectiva do olhar. Ou interferimos desde a Educação Básica até a Graduação ou a Pós-graduação brasileira, como bem-disse o antigo diretor de Avaliação da Capes, Lívio Amaral, “é natimorta”. Entre nós, os professores e professoras, é preciso resolver o problema conceitual sobre o que é efetivamente interdisciplinaridade. Em seguida, faz-se crucial promover uma mudança na perspectiva do olhar. Por fim, para se internalizar a interdisciplinaridade na Pós-graduação é necessário mudar radicalmente as estruturas acadêmicas e administrativas das Instituições. Além disso, é preciso um processo de gerenciamento das entradas nos Programas de Pós, bem como, novos parâmetros de avaliação. “Com os parâmetros atuais de avaliação é impossível a prática da interdisciplinaridade”, avaliei.


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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A dor infinita de um pai

Estou eu aqui. Sem condições de imaginar. Sem condições de medir a imensidão da dor de um pai. Minha filha é minha joia. Juntamente com meu filho, meus tesouros mais queridos. Desde cedo, só faço um exercício: me colocar no lugar do pai de uma das amiguinhas de escola da minha filha. Ela se foi. Por opção, preferiu partir na frente dele. A culpa, a dor, a perda. O que se pode dizer ou pensar em uma hora dessas? A mim não cabe julgar o pai ou a filha (que hoje não existe mais). Ela, simplesmente, tomou a decisão de deixá-lo. Chorei, copiosamente (e ainda choro, agora, ao escrever este texto), quando minha filha contou o que viu no velório da amiga. O pai se agarrava ao corpo da filha, na frente de todos os coleguinhas de escola, e gritava: ”Filha, filha, filhinha! Acorda! Acorda para ir para a escola! Teus colegas e tuas colegas estão todos aqui te esperando!”. Deus meu! Que dor! Ela já se foi. Não volta mais. Não sente dor nenhuma, embora possa ter sentido dores incomensuráveis ao discutir com o pai. Ele, coitado, foi transformado, por ela, em um zumbi, uma criatura “que vive a perambular e a agir de forma estranha e instintiva”. Não julguem este pai. Não o condenem antecipadamente. A dor de perder uma filha nas condições que ele a perdeu é incompreensível. Tenham respeito por ela, que se foi, porém, por ele, que ficou e está morto por dentro. Temos de repensar, definitivamente, como educamos, como reagirmos em relação aos nossos filhos. Antes que eles resolvam apressar a partida e nos deixem órfãos deles.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Fim da greve com data marcada

A greve dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) das universidades federais está com os dias contados. Por mais que querem negar ou esticar a data do fim em um ou outro caso, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) dá sinais de que não há mais como resistir. A Federação avalia que o reajuste de 21,3%, em quatro vezes, será mantido. Desta forma, as indicações da Federação são de que suas associadas saiam da greve no dia 21 de agosto e retornem ao trabalho no dia 24 de agosto, segunda-feira. Ao que tudo indica, para a categoria, será “vendido”, mais uma vez, depois de mais de três meses parados, que os ganhos foram incomensuráveis: aumento nos Vale Alimentação, Auxílio-Creche, Ressarcimento do Plano de Saúde e Step. Resta saber se, na base, a categoria aceitará a recomendação da FASUBRA. Dia 21 teremos a resposta.


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terça-feira, 11 de agosto de 2015

A Pátria Educadora dos mal-educados

Concordo em gênero, número e todos os graus que a presidente Dilma Rousseff (PT) exagerou na dose ao proclamar, logo após as eleições, que o Brasil passaria a ser a “Pátria Educadora”. Ainda mais após o ajuste fiscal que cortou R$ 9 bilhões do Ministério da Educação (MEC). A crise existe, não é localizada, portanto, apenas do Brasil, mas, tem o poder de desvendar alguns “mistérios” ligados à área de Educação. O primeiro deles é que há uma contradição tão gritante quanto a do lema da presidente Dilma Rousseff (PT). Assim como a Pátria Educadora parece ser um engodo, da mesma forma, na Educação, o mal-educados se revelam nos momentos de crise. Não respeitam hierarquias, não respeitam as diferenças e manipulam, vorazmente, fatos e a própria realidade. Fragilizados, usam de todos os artifícios possíveis para demonstrar uma força que não possuem. Se a Pátria Educadora da presidente Dilma é uma farsa, o que não dizer da turma de farsantes que a acusam? Os mal-educados não o são porque a presidente lançou um slogan que não consegue cumprir. Fazem-no porque farsante foi a educação doméstica que nunca tiveram e imaginam ter. Chamar a presidente de um Pais de vaca, anta e outros adjetivos animalescos é tão revelador quanto as palavras de ordem ensandecidas dirigidas a quem administra quaisquer instituições estatais: a face mal-educada de quem não respeita as diferenças.


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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Lições para o jornalismo no Senado

O senador Romário Faria (PSB-RJ) subiu à tribuna do Senado Federal para, mais uma vez, desancar a revista Veja e o jornalismo por ela praticado. Na mais absurda delas, a revista veja acusa Romário (embora tenha pedido desculpas, não tirou a acusação do ar) de “ter uma conta milionária na Suíça” sem que a tenha declarado ao fisco. A revista publicou um extrato bancário dando conta de que o senador possuía R$ 7,5 milhões no banco BSI. Romário foi à Suíça, provocou que o extrato publicado é falso e, agora, cobrará, na justiça, 10 vezes o valor da acusação. O Baixinho, como era conhecido nos tempos de futebol, a cada dia vê a popularidade crescer e já aparece como o nome mais cotado para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Faz estremecer até o PSOL, que aposta no nome de Marcelo Freixo. Acontece que, em tempos de crise, que não se nos apresenta como moral, mas também, ética, Romário Faria se destaca por “jogadas” no Senado similares as que fazia em campo. O discurso de hoje não foi além de uma alfinetada em Veja, mas, um alerta para a sociedade sobre o jornalismo que se pratica atualmente: “Nos últimos dias tive uma amostra, embora essa não tenha sido a primeira, do que há de pior no jornalismo, que se manifesta quando alguns profissionais pensam que detêm a exclusividade da informação e da verdade. Esse pensamento arrogante, aliado ao mau-caratismo e movido por interesses escusos, pode ter efeitos devastadores na vida de qualquer cidadão, especialmente, quando praticado por um grande veículo de comunicação. Foi isso que a revista Veja fez ao publicar um extrato falso de uma suposta conta que que teria na Suíça. Hoje o banco acabou definitivamente com todas as dúvidas sobre o assunto com uma nota. A revista vai responder à justiça brasileira e também à suíça.” Como dava trabalho aos zagueiros, talvez Romário seja o único político a colher dividendos no momento atual que o País enfrenta.


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domingo, 9 de agosto de 2015

A esperteza vendida como ingenuidade

Não posso crer que só agora alguns ditos intelectuais que se autodeclaram “orgânicos” perceberam que a Reforma Universitária, feita aos pedaços, está em fase final. E sabem quando ela começou? No Governo Fernando Henrique Cardoso. Quem me lê sabe, pois repito à exaustão: O governo Lula refinou a reforma da educação superior iniciada por FHC e Dilma Rousseff a aprofundou. Mas, ainda há aqueles, talvez por conveniência, que se dizem surpresos com o rumo que as coisas tomam. Senhores e senhoras, só quem é ingênuo desconhece o planejamento estratégico do Governo Federal: sair da educação superior. Se você, intelectual da esquerda rabugenta, ainda não sabe, no Sudeste, as IES públicas não representam 10%. E este é o objetivo estratégico para todas as regiões: no máximo, 10% das IES serão públicas. Há sim, e quem não “vende” a esperteza como ingenuidade, uma retirada paulatina do financiamento público nas IES públicas. E você aí, meu colega, professor e professora, vem me dizer que não sabia? Se não for esperteza, é pura demonstração de total falta de capacidade de ler a realidade. Lamentável.


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sábado, 8 de agosto de 2015

A gourmetização da democracia brasileira

Nos últimos dias, a democracia brasileira entrou em pleno parafuso, no que se pode chamar de processo de gourmetização. E o que está no formol, que fede a mofo, passou a ter a cara de novidade, de sofisticação. Aquele ato típico de pobretão, o bater panelas (para anunciar que estava sem dinheiro, como fome) passou a ser o mais chique ato da atual democracia brasileira. Também virou chique pedir a renúncia ou o impeachment de Dilma Rousseff (PT). E a esquerda radical uniu-se à direita ruminante para dizer que é pelego ou pouco inteligente quem não pensar igual a eles. Qualquer palavra em defesa da permanência de Dilma significa que você ou é alienado ou faz parte “da corja de ladrões” que assola o País. Para o democrático gourmet, vale o mantra: se pensas igual a mim, és admirável. Caso não, és detestável! “Ei, você aí! Pare e escute....”, parafraseando o narrador esportivo Jaime Barreto, pensam que isso só ocorre do mundo real? Não, a democracia gourmet está cravada dentro da universidade brasileira. Os intelectualoides modernosos consideram que se a análise política não é de um deles, não merece ser compartilhada ou lida, quando a deles, muitas vezes, é tão profunda quanto uma meme de Facebook. Apresentam discursos da década de 70, goumertizados, para tentarem parecer sofisticados. Tanto a esquerda radical quanto a direita ruminante, se pudessem, recuariam a 1964, quando, nas palavras esclarecedoras de Juremir Machado da Silva, “o golpe foi midiático-civil-militar. Sem o trabalho da imprensa não haveria legitimidade para a derrubada do presidente João Goulart. Os jornais de cada capital atuaram como incentivadores e árbitros”. Abraçados, Tradição Família e Propriedade (TFP), evangélicos e a assumida esquerda radical, querem ver Dilma Rousseff sangrar, em praça pública, até a última gota. Esquecem, todos eles, que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é a representação mais transparente das lideranças da democracia gourmet: um aproveitador que manobra, na Câmara dos Deputados, e chantageia, por meio de artifício legais, o Governo. E a vítima das chantagens, a presidente, passou a ser vilã, sem que haja nenhuma prova concreta contra ela. Enquanto alguns peixes graúdos do Partido dos Trabalhadores (PT) nada na sujeira desde o Mensalão, até o Eletrolão, passando pelo Petrolão, a denúncia do pagamento de propina de R$ 5 milhões a Eduardo Cunha é relativizada. Assim estamos hoje: se a denúncia for contra o PT deve ser apurada a fundo e a todos os envolvidos, cadeia, imediatamente. Em não sendo, são manipulações para envolver adversários inocentes. A insanidade coletiva é tamanha que, se a Operação Lava Jato não concluir que Lula e Dilma Dousseff são culpados e não forem presos, o queridinho das memes digitais, o juiz federal Sérgio Moro, será execrado. Eis a face mais cruel da democracia gourmet, em quaisquer dos ambientes: a idolatria é efêmera e só dura o tempo que pensas ao teu adversário político atual.


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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Saudades do PT e do PSDB

Ontem, enquanto ia ao ar a propaganda eleitoral gratuita do Partido dos Trabalhadores (PT), li, nas Mídias Digitais, reações indignadas de professores e professoras das Universidades e Instituto federais em greve contra panelaços e buzinaços da, digamos, classe média alta. Se não eram reações indignadas, eram ironias ao que parece, à pouca adesão. Cheguei a me beliscar para sentir que eu não estava em outro planeta. Porque não é possível que não passe pela cabeça de nenhum dos servidores públicos federais em greve que parar o País é fragilizar ainda mais o Governo da presidente Dilma Roussef (PT) criar todas as condições possíveis para a volta do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao poder. Fico a me perguntar se essas pessoas já esqueceram a última greve sob a égide do PSDB, quando nossos pontos foram cortados e passamos três meses sem receber os salários, que só foram devolvidos em função de uma ação judicial. Se não é cegueira, é uma insanidade coletiva. Com o cenário econômico internacional, os servidores públicos federais podem até parar o País, mas, não haverá reajuste salarial superior ao oferecido, parafraseando a própria presidente em campanha, “nem que a vaca tussa”. Achar que o Governo recuará no ajuste fiscal previsto, só para quem acredita em duendes. Que o Governo do PT está em frangalhos, não há como negar. Mas, parar o País com uma greve geral dos servidores públicos federais é tirar a última gota de sangue que ainda resta da presidente Dilma. É colaborar diretamente com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e todos os seus asseclas. Oras, se querem derrubar o Governo do PT, que vistam suas camisetas, unam-se à direita mais reacionária deste País e tomem conta das ruas no dia 16. É a melhor data para os servidores públicos federais pararem o País. Com isso, conseguem duas coisas que, pelo jeito, é o objetivo: que o PSDB retorne ao poder e que o PT volte a apoiá-los nas suas greves. Só a saudade incomensurável de que isso aconteça explica o que ocorre atualmente. Reafirmo: se o objetivo for este, o melhor caminho é parar o País a partir do dia 16 e só voltar a trabalhar depois que a presidente Dilma Rousseff for tirada do cargo. Alea jacta est!


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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Pressão e má qualidade de vida

É mais que evidente: de modo geral, “o estresse no trabalho prejudica a qualidade de vida do profissional e pode levar a afastamentos”. Entre nós, os professores e pesquisadores, a má-qualidade de vida provocada pelas pressões inerentes à profissão pode ser catastrófica. Lidamos com a formação de pessoas em todos os níveis. Se não tivermos ambientes de trabalho prazerosos, que promovam um bem-estar constante, não teremos condições psíquicas de consolidar o processo de construção de uma sociedade melhor e mais justa. Este é o nosso desafio profissional de educadores: luar pela melhoria da qualidade de vinda de cada um de nós, mas, essencialmente, indicar caminhos para que as pessoas que se tornarem estudantes nas nossas disciplinas e cursos também tenham condições de encontrar a qualidade de vida. Em assim não sendo, podemos sofrer transtornos físicos e mentais, algumas vezes agravados pela falta de reconhecimento por parte dos colegas. É um desafio permanente vencer as barreiras pessoais e coletivas na busca de estudantes mais preparados e professores com condições de efetivamente prepará-los.


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Quando o respeito dá lugar ao despeito

Certa vez, ainda estudante do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), li que o maior fator de estresse entre os professores da Universidade de São Paulo (USP) era o que, no texto, se chamava de “fogueira das vaidades”. À época, pouco entendi como as pessoas, principalmente colegas de trabalho, poderiam criar condições para morrerem mais cedo. Após passar 10 anos como gestor na célula administrativa chamada Departamento de Comunicação Social, aceitei o desafio de assumir a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFAM. Desde então, faço o exercício diário de relembrar partes do texto lido e relacioná-las com fatos vividos nos dois últimos anos. Não há nada de científico, mas, é um mero exercício de percepção: o maior motivo de estresse talvez seja quando o respeito cede lugar ao despeito. A guerra fratricida não é só engendrada por colegas que lutam desesperadamente por verbas para a pesquisa nas disputas dos editais federais, estaduais e municipais. Há dois fatores que a mim me parecem fundamentais: uma política pública cujo objetivo, ainda que velado, é promover o estresse entre nós, e um componente pessoal que, às vezes, nos mata mais rápido: a falta de respeito e o despeito em relação aos colegas, ao que produzem, ao trabalho de desenvolvem. Publicamente, até que o comportamento é aceitável. É até possível se manter o convívio social. Para fazê-lo, no entanto, o fígado precisa ser de aço. Se o discurso do respeito às diferenças saísse do campo teórico e fosse cláusula pétrea, certamente, o respeito passaria a pesar mais nesta balança íntima que nos move.

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OBS: Post do dia 05/08/2015

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O desconhecimento dos direitos em Educação

Por mais que, aparentemente, haja a ideia de que, em Educação, as pessoas são mais politizadas, logo, cientes dos seus direitos, ao que me parece, existe, estranhamente, um nível de desconhecimento, além do aceitável. Quem cobra por exemplo, quer das instituições públicas, quer das empresas particulares, o Projeto Pedagógico do Curso disponibilizado, antes da matrícula? Quem sabe, em todos os níveis, que os Planos de Cursos, devem ser disponibilizados no início das disciplinas? Qual professor sabe que só pode mudar a data prevista de uma prova com a concordância de todos os estudantes da turma? Levantei apenas três problemas. Talvez o desconhecimento seja ainda maior. Normalmente, no entanto, o direito dos estudantes (e dos seus pais) sejam os menos reconhecidos pelas próprias escolas. A dissonância é preocupante!


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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Os lados da moeda publicação

Medir a qualidade da produção de um pesquisador apenas pelo número de artigos que publica é o lado produtivista da moeda chamada publicação. Por outro lado, ser pesquisados e não publicar nada, é como ser peixe e viver fora da água. A moeda da publicação, portanto, como toda moeda, tem dois lados. Diametralmente opostos, mas, crucias para a própria sobrevivência da Pós-graduação. Assim como não é aceitável que se detenha toda a carga da qualidade de uma produção no número excessivo de artigos, também é impossível se avaliar alguém que nada publica. Há que se repensar o processo de avalição centrado meramente na produção. O mínimo exigido, de um artigo a cada semestre, é um número razoável. Centrar a avaliação em quem publica mais de 50 artigos em três anos (agora a avaliação passou a ser de quatro em quatro anos) é, no mínimo, criar uma engrenagem que nem sempre pode ser levar a sério. Afinal, é humanamente impossível que se viva apenas para produzir e publicar. Mata a Ciência e o cientista.


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domingo, 2 de agosto de 2015

Recursos públicos para a iniciativa privada

O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) foi criado em 1999, portanto, no Governo de Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá são 16 anos. Do site oficial do Prouni: ”O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2004, pela Lei nº 11.096/2005, e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. As instituições que aderem ao programa recebem isenção de tributos.” De lá para cá são 10 anos. O FIES “é um programa do Ministério da Educação do Brasil destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas.” “Instituições não gratuitas”, na linguagem tucana, tem o mesmo significado de “instituições da iniciativa privada”. A transferência de recursos públicos para a inciativa privada existe, portanto, há, pelo menos, 16 anos. Ano passado, por exemplo, o grupo educacional que menos cresceu foi o Ser Educacional, de Recife, que teve um lucro líquido de 15%. Não posso crer que somente hoje, em 2015, tenhamos tomado consciência disto. É muito tempo. Há nos alerto, aqui, neste mesmo espaço: a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso foi refinada (incentivada) nos dois governos do presidente Lula e não arrefeceu nos Governos de Dilma Rousseff. Demonstrar surpresa com isso em 1025 e incluir na pauta dos Servidores Públicos Federais como novidade é, no mínimo, uma dissonância histórica.


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sábado, 1 de agosto de 2015

A crise no processo de formação

A grave crise enfrentada pelo Brasil na área de Educação, as greves que estouraram nos níveis Federal, Estadual e Municipal são a prova disso, não é financeira, moral ou infraestrutural. É, mais que tudo, no processo de formação. O que temos é um processo didático pedagógico caquético. Que não dá conta de preparar nem para as profissões nem para a vida moderno. Há um exército de solitários, descontentes, inconformados com a formação técnica e despreparados para enfrentar a vida, o mundo. São pessoas que experimentam a falsa plena liberdade promovida pelas ditas redes sociais e a prisão temporária das salas de aulas, em todos os níveis educacionais. Salários de ministros do Supremo, Laboratórios de MIT talvez minimizem o problema. Mas, o mostro da visão pedagógica (quem sabe até de mundo) equivocada, que cheira a mofo, ficará aprisionado por algum tempo. Depois voltará! Porque quando não se muda a perspectiva de olhar a vida e a Educação, empurra-se o problema para mais adiante. É o que temos feito permanentemente nos últimos anos.


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