terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mimo no I MIEPEX

O grupo de estudos e pesquisa em Linguagens, mídia e moda (Mimo) participa da I Mostra Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão (MIEPEX) que terá a participação de 16 Instituições de Ensino Superior (IES) estabelecidas em Manaus. O evento será na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do dia 30 de novembro (hoje, com a abertura) ao dia 2 de dezembro nas dependências da Ufam. O Mimo terá espaço das 8h às 12h de amanhã, no Estande 33, localizado na Faculdade de Educação (Faced), da Ufam. Uma das supressas prometidas para o público é um desfile da miss Amazonas com roupas do estilista Rizo, que também exporá vestidos por ele produzidos. A Livraria Saraiva participará do estande oferecendo livros sobre Mídia e Moda. As pessoas que visitarem o estande do Mimo poderão compras os livros da Saraiva com cartão de crédito ou de débito. Os integrantes do Grupo estarão com camisetas personalizadas do grupo que poderão ser encomendas e posteriormente entregues aos compradores pelos membros do grupo. Toda a decoração do estande remeterá à moda e discurso, com frases, objetos, música. A jornalista e apresentadora de televisão Paula Lobão, uma das participantes do Mimo diz que “será uma espécie de Stand-Ateliê.”

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Falta cultura

Sinto falta do Festival Universitário de Música (FUM), outrora organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A apresentação do Bloco Ilê, Ayiê, precedido por três danças de terreiros, em Roraima, no dia 25 de novembro, no pátio da reitoria da Universidade Federal de Roraima (UFRR), como parte das comemorações do dia da Consciência Negra, deixou-me com saudade do FUM e uma ponta de inveja. Professores, técnicos e estudantes da UFRR vibraram com a apresentação das três Casas e chegaram ao ápice quando Iracema Negona se despediu com os versos “quer ir embora vai, não quero mais saber de você; quando você me quiser, estarei no Ilê, já te quero mais”. O reitor, Roberto Ramos, não arredou o pé um instante: participou efetivamente da festa. Precisamos de encontros culturais nas universidades brasileiras não-apenas em espaços isolados. É preciso promover os valores locais. E a universidade é fundamental nesse processo. Falta mais cultura e arte na Ufam. Que tal discutirmos saídas para esse marasmo?

domingo, 28 de novembro de 2010

Seriedade do MEC

Enquanto o processo contra o curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi arquivado pelo Ministério da Educação (MEC), o da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ficou em diligência, com a abertura de uma sindicância administrativa para apura o porquê de as metas terem sido atingidas apenas parcialmente, o da Nilton Lins, no Amazonas, perdeu 50 das 100 vagas anuais que oferecia. Para quem imaginava que o MEC poderia atuar com benevolência, enganou-se. Com a medida séria tomara pelo MEC quem ganha é a sociedade. Espera-se, com isso, que tanto as universidades particulares quanto as públicas cuidem melhor dos seus cursos, principalmente dos que envolvem a vida humana. Cursos, de todas as áreas precisam ter qualidade. Essa talvez seja a mensagem do MEC enviadas às universidades.

sábado, 27 de novembro de 2010

Medicina da Ufam cumpre metas

O processo de supervisão do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi arquivado pelo Ministério da Educação (MEC). Isso significa que todas as metas estabelecidas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o MEC e a Ufam foram cumpridas. Merecidos parabéns ao professor Dirceu Benedicto Ferreira, diretor da Faculdade de Medicina da Ufam, que aceitou o desafio de dirigir aquela Faculdade, juntamente com o médico Claudio Chaves como vice, quando poucos acreditavam que as metas poderiam ser cumpridas. Louve-se, também, a posição profissional e respeitosa tomada pela reitora da Ufam, professora Márcia Perales Mendes e Silva. Assumidamente opositor do grupo ao qual a reitora pertence, o professor Dirceu Ferreira teve o apoio institucional para que as metas fossem cumpridas. Belo exemplo deram os professores Márcia Perales e Dirceu Benedicto Ferreira para a comunidade da Ufam. Divergências de ideias devem ser postas de lado ao final dos processos sucessórios. A Ufam crescerá e será consolidada quando todos nós entendermos que divergir e até enfrentar colegas no campo das ideias não significa rixa pessoal. Toda a comunidade do curso de Medicina merece aplausos, extensivos à reitora e ao diretor da Faculdade pelo exemplo de civilidade democrática.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Jornalismo e quotidiano

O exercício do jornalismo é quotidiano e não se aprende apenas na escola. Isso não significa discutir a exigência ou não de diploma para o exercício da profissão. O que não se pode aceitar é a prática de algumas empresas de contratar pessoas sem nenhum tipo de qualificação para o exercício do jornalismo. Um serviço público prestados por particulares, como bem o define Otávio Frias Filho, não pode ser prestado por profissionais sem nenhum tipo de qualificação. Cabe às universidades, dentre elas a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) discutir os rumos da profissão e do curso de Jornalismo. Informação é direito constitucional do cidadão. Comunicação é direito de todo ser humano. Exercitar o jornalismo é exercer o direito à cidadania em plenitude. Esse é o desafio das escolas, dos professores, dos estudantes e de toda a sociedade: entender o jornalismo acima de tudo como filosofia de vida.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

FSPA começa hoje em Santarém

Começa hoje e vai até o dia 29, em Santarém, no Pará, o V Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA). Criado dentro do Fórum Social Mundial, ainda em 2002, o FSPA deste ano terá a presença de movimentos sociais, organizações e pesquisadores da Pan-Amazônia. Um dos projetos de maior repercussão para o FSPA deste ano é do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Coordenado pelo antropólogo Alfredo Wagner de Almeida, o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PPGSCA/UFAM - FUND. FORD), terá pesquisadores e movimentos sociais mapeados. Além de participarem com uma atividade autogestionada, terão reunião do Instituto Nova Cartografia paralela às reuniões do V FSPA. As atividades do V FSPA estão divididas em quatro eixos temáticos: 1 – Em defesa da mãe - terra e dos territórios; 2 – Poder para os povos pan-amazônicos; 3 – Direitos humanos (dhescas); e 4 – Cultura, comunicação e educação popular.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tema do Enem vazou

Não há mais dúvidas! Além dos problemas de “apenas” 21 mil estudantes terem recebidos provas com defeito, a Polícia Federal concluiu as investigações e confirmou que o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vazou. Uma professora do interior da Bahia teve acesso ao tema duas horas antes da realização do Exame, telefonou para o marido que mora em Petrolina, em Pernambuco, que passou o tema ao filho, um dos concorrentes. Em minutos o tema da redação espalhou-se pelo País e chegou aos jornais e aos sites noticiosos. O fato só reforça a certeza de que não há garantias, ou elas são próximas do zero, de sigilo no Enem em função, exatamente, da logística envolvida. Há centenas e centenas de professores a aplicar as provas, do Oiapoque ao Chuí. Como garantir que tais professores não tenham ninguém da família envolvido direta ou indiretamente com o Exame? Quase impossível. Só quero ver qual será a decisão da Justiça brasileira. Não é possível que, diante de uma investigação da Polícia Federal que comprovadamente assevera a quebra do sigilo da prova de Redação, ainda apareça algum juiz garantindo o resultado do Enem deste ano. Diante de tantas trapalhadas é quase certo que o Enem morrerá por inanição. Nem sempre as boas ideias são aplicáveis. O Enem é o exemplo mais claro disso. Unificar a seleção de todas as universidades brasileiras parecia a saída ideal para evitar fraudes pontuais nos vestibulares. Conceitualmente, porém, o Brasil é um país de inúmeras peculiaridades regionais. Unificar a Educação do País é, portanto, um desafio quase intransponível. Realizar um exame unificado, então, idealismo ingênuo. Enquanto isso, as universidades que não foram adesistas, como o foi a do Amazonas, devem ter poucos problemas a enfrentar. As demais, caso haja nova anulação do Enem, terão prejuízos incalculáveis. Afora o próprio prejuízo direito nos cofres públicos. Alguém terá de responder por tanto dinheiro público jogado fora em dois Exames anulados. A conta não pode ser simplesmente espetada no balcão da viúva.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ilê Aiyê na universidade

O Bloco Afro Ilê Aiyê, criado em 1974 no Terreiro Ilê Axé Jitolu, na Bahia, para ser um espaço de manifestação dos negros no Carnaval da Bahia, apresenta-se hoje, às 20h, no espaço aberto próximo à reitoria da Universidade Federal de Roraima (UFRR). O evento faz parte do encerramento da Semana da Consciência Negra em Roraima. O Bloco trouxe para Boa Vista 18 dos seus componentes e promete incendiar a plateia com sucessos como “Pérola Negra”. O grupo é presidido por Antônio Carlos dos Santos Vovô e tem em Hilda Dias dos Santos, a Mãe Hilda Jitolu, sua mentora espiritual. Na turnê em Boa Vista é dirigido pelo professor Edmilson Lopes das Neves, responsável pelo Projeto de Extensão Pedagógica (PEP). A trajetória do Bloco confunde-se com a da própria Mãe Hilda, filha de Obaluaiyê e Oxum. O Caderno de Educação do bloco registra: ”Oxum colocou nas mãos de Mãe Hilda força, graça, ternura, beleza, sabedoria e compromisso. Com estes dons, Mãe Hilda transforma tudo em Água Viva, em seiva que fecunda o bem, a prosperidade, a orientação, o conselho, a palavra amiga, a atenção especial que ela dedica a cada pessoa segundo suas necessidades.” É com esse espírito que Iracema Negona, a vocalista do grupo, sobe hoje no palco.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Defeito genético e matemática

Pesquisadores de Minas Gerais tiram até o sangue de crianças e jovens por suporem que dificuldades de aprendizagem em matemática são provocadas por um defeito genético denominado discalculia, transtorno crônico na aprendizagem da disciplina. Quem vê problema por intermédio desse olhar acredita que as dificuldades em aprender matemática não devem ser atribuídas apenas à falta de interesse do estudante, a uma educação deficiente ou à escassez de estímulos. Cientificamente não se comprova a existência da doença. Cientistas que rezam pela cartilha da discalculia, porém, estimam que 6% da população não possuem habilidade com os números. Ora, e quem foi que disse que a população inteira é obrigada a ter habilidade com números? O que autoriza esses cientistas a colher até o sangue de crianças e jovens para tentar comprovar a existência da doença? O professor doutor João Batista do Nascimento, da Faculdade de Matemática da Universidade Federal do Pará (Ufpa), comprovou, com documentos, que são as ações em matemática que não qualificam para a aprendizagem. Bem que o Governo de Minas Gerais deveria dar uma olhada com mais carinho nos achados do professor João Batista do Nascimento. Evitaria que o sangue de muitas crianças e jovens fosse retirado.

domingo, 21 de novembro de 2010

Semianalfabetismo universitário

O que um dos jornais de Manaus divulgou hoje sobre os universitários de Manaus só reforça a ideia de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nem de longe poderia ser utilizado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para ingresso dos estudantes, pois provocaria, ao invés de oportunidades iguais, desigualdade inigualável. Não é hora, porém, de críticas e sim de uma discussão de toda a sociedade para superar os problemas gravíssimos que a educação enfrenta no Amazonas, em todos os níveis. Não se pode, de forma nenhuma, aceitar que a Educação do Amazonas permaneça no patamar em que está. É preciso juntar forçar na aplicação de políticas públicas capazes de solucionar a questão. Devemos esquecer todas as diferenças políticas e partir para ações que verdadeiramente solucionem o problema. O analfabetismo funcional e o semianalfabetismo universitário devem ser enfrentados com urgência.

sábado, 20 de novembro de 2010

A "emoção-pesquisa"

Maria Luiza Cardinale Baptista faz questão de usar o acróstico dos três primeiros nomes Maluca. E deve ser mesmo Maluca com letra maiúscula para defender entre doutores que não existe nenhum tipo de distanciamento entre sujeito e objeto, mas sim um fluxo intenso de troca de afeto. Ela é Professora e pesquisadora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e Diretora da Pazza Comunicazione, Brasil. Esteve recentemente em Manaus para participar do II Seminário do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e deixou um rastro de encantamento, quase torpor com sua teoria da “paixão-pesquisa” que, aliás, se encaixa como uma luva dentro da proposta inovadora do PPGCCOM da Ufam. Felicidade, afeto, encanto, envolvimento... palavras e atitudes que parecem ter sumido do ambiente universitário. Distanciamento, objetividade... ciência fria. Cientistas frios. Algo que Maluca pretende quebrar na sua quase “missão” de pregar no deserto. Como ela disse durante a palestra em Manaus, somente quando você se autoriza a escrever sobre algo é que seu texto flui. Deve ser assim com o amor, o afeto, o carinho: somente quando você se autoriza a trocá-lo, as coisas fluem. Quando resolvi criar o Grupo de Pesquisa em Linguagens, expressões humanas, Mídia e Moda (MIMO) tinha plena convicção de que deveria ser, acima de tudo, um espaço para a troca de afeto porque, só assim, os saberes fluiriam. Depois da criação do Grupo, Maluca veio a Manaus e tivemos uma experiência de encantamento que não pára de reverberar até agora. Disse a ela que aqui entre nós desenvolveremos a teoria da "emoção-pesquisa", apenas um olhar diferente sobre a teoria dela, da "paixão-pesquisa". Será esse o nosso desafio teórico. Que sejamos todos felizes, Maluca!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Psicanálise e cinema

O projeto “A psicanálise e o cinema”, coordenado pelo professor Manoel Dias Galvão, apresenta amanhã, a partir das 8h, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a “manhã cultural Padre Luiz Ruas”. O evento terá a participação da professora doutora e cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dinara Machado Guimarães. Ela é psicanalista e autora dos livros “Voz na luz” e “Vazio iluminado: o olhar dos olhares”. A abertura será às 8h, com a projeção do curta-metragem “A voz na luz”. Em seguida, às 9h, será exibido o filme “Oito e meio”, de Federico Fellini. Às 11h será a palestra “Os elos entre o cinema e a psicanálise”, da professora Dinara Guimarães e, às 12h, o encerramento. No encontro, as pessoas discutirão o enredo e as cenas do filme suscitando questionamentos sobre a abordagem da Psicanálise e da Psicologia, bem como das demais áreas demonstradas no filme.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Debates na Adua

O diretor técnico da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (Smtu), engenheiro Paulo Henrique, participou ontem de um debate com professores, técnicos e membros da comunidade sobre o “transporte público” em Manaus. Um grupo formado por professores aposentados da Ufam, tais como Osvaldo Oliveira, Aloysio Nogueira e Menabarreto Segadilha, bem como professores na ativa, resolveram discutir, todas as quartas-feiras, no Auditório da Adua-Secção Sindical, grandes temas que afetam não só a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mas também toda a comunidade. O debate com o engenheiro Paulo Henrique faz parte dessa série de debates. O que ficou evidente em todo o debate é que a Prefeitura tem projetos para a solução do problema, no entanto, a questão política é o maior problema. Interesses particulares impedem soluções que beneficiem a coletividade. A verdade é que Monotrilo e BRT tendem a induzir os motoristas a deixarem os carros em casa. Toda essa discussão passa por uma mudança cultural intensa. Deve ser muito mais discutida com a sociedade.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O canto da sereia

O canto da sereia de que um exame nacional e um sistema de seleção unificado seriam a solução para os problemas da educação brasileira parece não encantar mais ninguém. Principalmente os mais interessados, os estudantes, portanto, a sociedade. Os estudantes de Pernambuco já puseram a boca no trombone e não querem mais que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja usado como porta de entrada nas universidades brasileiras. Que o Enem seja feito como parâmetro para políticas públicas é uma coisa. Transformar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em monopolizador do ingresso nas universidades brasileiras é outra muito diferente. Sem contar que unificar o processo de ingresso mais parece uma tentativa, por decreto, ou seja, na marra, de uniformizar, portanto, padronizar, a educação brasileira. Isso cheira mais a uma diretriz do Banco Mundial do que a um projeto de educação genuinamente nacional. Quem conhece o Brasil e suas dimensões jamais pode imaginar que tenhamos um modelo nacional que possa ser aplicado de Norte a Sul, Leste a Oeste. É preciso respeitar as diferenças, inclusive culturais. E isso o Enem não faz. Por isso vive na berlinda.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ato de repúdio

Estudantes e professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), fazem hoje, às 8h, um Ato Público de repúdio, em frente à Câmara dos Vereadores de Parintins. O evento contará, também, com a participação de estudantes das escolas secundaristas e tem por objetivo protestar contra o lamentável episódio de agressão verbal sofrido pelas professoras Sandra Helena e Sandra Damasceno, do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Elas, conjuntamente com outras organizações da sociedade civil, cobravam, no dia 8 deste mês, providências sobre os casos dos vereadores João Bacu e Henrique Medeiros, bem como a respeito dos demais casos de abuso sexual de crianças e adolescentes ocorridos no município. Foram agredidas verbalmente e, pasmem, alguns parlamentares posicionaram-se contra os Direitos Humanos, a favor da agressão às crianças e da violência sexual. As universidades inteiras do Amazonas, bem como todos os seres de bem deste Estado, não devem encarar o caso de Parintins como ato isolado. Devem reagir ferozmente contra esse tipo de postura de quaisquer homens públicos. Fica aqui o nosso registro do Ato Público, nossa solidariedade e respeito às professoras e ao povo digno de Parintins e nosso mais veemente protesto contra os vereadores que se portaram como crápulas. Se eles não sabem, como muitos deputados do Amazonas não sabem, foram eleitos sob juramento de defender o Estado Democrático de Direito, pilar da Democracia. Se não o fazem, mas o atacam, é o mais grave caso de falta de decoro parlamentar. Que sejam punidos pela atitude.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Lições da Fórmula 1

O mundo inteiro viu ontem, talvez estarrecido, uma demonstração matemática de que ser ético vale a pena. E, no mundo de hoje, no qual a ética é relativizada, chegar a tal conclusão, mereceria servir de exemplo para muitas gerações. Para quem não sabe, escreva esse nome em um pedaço de papel, afinal, é difícil decorá-lo. Dietrich Mateschitz. Isso mesmo, ele, como chefe da equipe Red Bull, foi taxativo ao dizer que preferia perder o título a ganhar com o que considera “maracutaia”: o chamado jogo de equipe. Quem não se lembra do Grande Prêmio da Alemanha, quando Felipe Massa foi sempre o melhor, estava na frente, vitória garantida, mas a Ferrari deu ordens para que deixasse Fernando Alonso passar? Espantosamente, milhões de pessoas consideraram a atitude normal. Muitos, porém, reagiram. Um deles foi Dietrich Mateschitz. A conta ética que alguns talvez não entendam é bem simples. Sebastian Vettel terminou o campeonato com 256 pontos, apenas 4 pontos a frente de Fernando Alonso, que ficou com 252 pontos. Tivesse a Red Bull feito o famigerado “jogo de equipe” aqui no Brasil, quando Mark Weber estava em segundo e Sebastian Vettel em primeiro, o título teria sido de Alonso. A ética e as forças invisíveis deram tapa com luva de pelica na cara de Fernando Alonso. Sempre que era perguntado sobre o fato de a Red Bull ter assumido publicamente que não faria “jogo de equipe”, o espanhol soltava um riso cínico e desdenhava: “eles estão administrando muito bem”. Como quem dissesse, “estão administrando muito bem o meu título”. Combinar resultados no esporte muda sempre o destino para pior. A ética é um pilar, valor que não pode ser relativizado. Ganha o esporte, ganha a vida, com a vitória de Vettel. Que sirva de lição para Barichello, que foi contratado para perder sempre, para Massa, pela submissão vergonhosa e para Alonso, que viu o título fugir entre os dedos, talvez, pela soberba.

domingo, 14 de novembro de 2010

Em defesa da pedofilia

A forma como foram atacadas covardemente as professoras Sandra Helena e Sandra Damasceno, do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Parintins é resultado do “salvo conduto” que a Administração Superior da própria Ufam deu a todos os políticos, parentes e amigos. A Ufam foi humilhada, seus professores desqualificados e toda a comunidade vilipendiada no seu direito à liberdade de cátedra quando, no dia 11 de maio de 2009, o irmão do governador Omar Aziz, Amin Aziz, invadiu o auditório Rio Negro e me agrediu a soco e pontapés. Depois disso, todos os políticos do Amazonas se acham no direito de tratar a Ufam como um ZERO à esquerda. Isso porque a Ufam apequenou-se. Tanto a administração anterior quanto a atual não tomaram nenhuma posição dura contra os ataques. Agora, em Parintins, os vereadores da cidade aproveitam-se disso para defender pedófilos, a pedofilia e agressões às crianças e adolescentes. Um deles, Rai Cardoso, disse: “elas chegaram aqui um dia desses e já querem revolucionar.” Carlos Augusto Neves, ao apartear Rai Cardoso, foi mais longe: ”hoje tudo é direito. Direito da criança, dos adolescentes, do idoso... Vivemos nesse tal Estado de direito e a universidade fica ensinando essa história de direito”. E completou: ”quando era criança apanhava dos pais e que está vivo até hoje e nem por isso precisou do direito da criança e do adolescente que tanto a universidade quer”. A ira dos parlamentares contra a Ufam e as professoras é uma defesa dos dois colegas pedófilos. A quem ponto se chegou neste Estado. Não demora e nossos parlamentares regulamentarão a pedofilia.

sábado, 13 de novembro de 2010

Três senhores

Há jornalistas que pela manhã são funcionários das Assembleias legislativas ou das Câmaras municipais, à tarde “jornalistas profissionais” e, à noite, ainda encontram um tempinho para “prestar assessoria” a algum político. O argumento usado por essas pessoas é que “são profissionais” e não há nada demais nisso. Bem, devem ter aprendido essa justificativa não nas aulas de jornalismo do Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Aliás, duvido muito que alguma faculdade ou universidade brasileira “relativize” tal comportamento. Se até a Bíblia condenava quem “servia a dois senhores”, imaginem servir a três, ao mesmo tempo! Esse tipo de prática de servir a vários senhores simultaneamente tem outro nome desde a antiguidade. E não é jornalismo nem assessoria. Mais que qualquer órgão regulador, quem deveria repensar esse tipo de prática são as pessoas que o tornaram comum.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Emoção-pesquisa

“Emoção”. Palavra que pode resumir em um termo a relação estabelecida entre a professora-doutora Maria Luíza Cardinale e o público, formado por professores de graduação e pós-graduação e estudantes, também de ambas as categorias, no encerramento do II Seminário de Ciências da Comunicação (SemiCom), promovido pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ontem, no Auditório da Biotecnologia, antigo CPD da Ufam, próximo à Biblioteca do mini-campus. Por telefone, após chegar ao Rio Grande do Sul, a professora disse que ainda não tinha saído do estado de torpor em que se encontrava, estado também compartilhado pelo professor Gilson Monteiro, coordenador do PPGCCOM da Ufam. O encontro encerrou-se, na verdade, à tarde, com o curso do professor doutor Jorge Gonzalez, da Universidade Autônoma do México, cuja proposta metodológica “Cibercultur@ - com arrouba” tinha pontos coincidentemente comuns. Hoje, nos corredores, estudantes de graduação só comentavam a relação de empatia e emoção estabelecida com e pela professora. Uma experiência que não dá para ser narrada. Só sabe quem a viveu.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Paixão-pesquisa na Ufam

“Emoção e subjetividade na paixão-pesquisa em Comunicação: desafios e perspectivas metodológicas” é a pesquisa que será ministrada hoje, a partir das 8h, pela professora-doutora Maria Luíza Cardinale, no II Seminário de Ciências da Comunicação (SemiCom), promovido pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A professora Maria Luíza Cardinale é graduada em Jornalismo grágico e audiovisual pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (Usp). Ela exerce suas atividades profissionais na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e dirige a empresa Pazza Comunicazione, especializada em supervisão, consultoria e projetos de comunicação. A palestra ocorre no Auditório da Biotecnologia, antigo CPD da Ufam, próximo à Biblioteca do mini-campus. Trata-se de oportunidade ímpar para professores e estudantes de pós-graduação e graduação discutirem pesquisa a partir da perspectiva de um relacionamento entre o sujeito e o objeto.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A fordlização da universidade

Por meio de decretos e portarias o Ministério da Educação (MEC) implantou e continua a implantar a reforma universitária. Cada portaria, cada parecer, cada item do marco regulatório só reforça a ideia neoliberal do “estado mínimo na educação”. O pior é que grande parte da comunidade universitária brasileira não perceber o movimento ou fingir que ele não existe. Discute-se pouco o assunto, o marco regulatório, quando analisado, é feito em cada área do conhecimento o que provoca miopia em relação ao todo. Tenho travado discussões profícuas neste espaço. Numa delas, meu amigo e professor Jorge Atlas, ao comentar uma das postagens aqui do blog, alertou: “é preciso evitar a fordlização da universidade, toyotização do conteúdo e mercantilização da ciência." Ele acerta no cerne da questão que muitos intelectuais brasileiros querem negar. Há sim um movimento claro de fordilização da universidade brasileira, temperada por uma toytizaçào dos conteúdos, bem como a ciência passou a se utilizar de todos os instrumentos do mercado, inclusive, um marketing mal-aplicado que recebe o nome de divulgação científica ou coisa do gênero. Além de cientista, o pesquisador precisa ter um assessor de imprensa (ou de comunicação) para trombetear seus feitos, numericamente cobrados pelas agências de fomento. O momento requer reflexão profunda para não cairmos na armadilha de fermentar a produção.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mundo da Lua

O ministro da Educação, Fernando Haddad, deve-se reconhecer, tem um papo que derruba até avião. E já convenceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que é possível habitar a Lua. E mais: os dois já moram lá. Lula declarou a uma emissora de televisão que “o Enem foi extraordinariamente bem-sucedido”. Não é verdade, presidente. Inadmissível, ministro. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recorrentemente tem fracassado. Os problemas atuais são uma repetição do que ocorreu no ano passado. O princípio da quebra da isonomia foi ferido sim. Como se feriu o princípio da retroatividade da lei no “ficha limpa”. Essa história de que se pode ligar para o Inep e marcar a prova na hora que quiser mais parece o tal “vestibular agendado” feito pelas instituições particulares de Educação Superior. A verdade é que grande parte das universidades brasileiras deu provas cabais de não conseguir realizar nem um exame para ingresso de estudantes sem que houvesse constantes denúncias de fraude. O Enem, que foi a salvação para algumas administrações incompetentes como a da Ufam, por exemplo, há dois anos tem problemas. Começa a perder credibilidade. Deixem a Lua, presidente e ministro. Quer dizer que erros em 21 mil provas devem ser descartados? Duvido que a justiça brasileira acredite nesse conto de fadas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enem no lixo

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não podem reclamar de ninguém se o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cair em descrédito de vez. Não gosto muito de falar em culpados, mas, se existem culpados, só o MEC e o Inep podem ser acusados. Não bastasse o ocorrido no ano passado, com a anulação do exame, o MEC e Inep aprontaram novas trapalhadas que fragilizam o Enem. Deveriam ser alertados para o fato de que exames como esses vivem de credibilidade. E quando a própria credibilidade e posta na lata do lixo pelas instituições promotoras, a gravidade é ainda maior. Como podem exigir que as Instituições Federais adotem o Enem como exame unificado de seleção se o dito Enem começa a perder credibilidade mais que os antigos vestibulares. Ou o MEC toma uma providência séria ou o Enem morre. E não bastam apenas entrevista e explicações do Ministro da Educação. A sociedade precisa ser convencida de que o Enem é sério e crível. Tarefa hercúlea para o MEC e o Inep.

domingo, 7 de novembro de 2010

Avaliação da produtividade

Ontem citei alguns exemplos de como se é empurrado para a corrida produtivista das universidades e das agências de fomento, mas esqueci o principal deles: os pareceres e as decisões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em outubro de 2008, saiu o resultado do Edital 55, CT-Amazônia, Faixa C, sobre o meu projeto do Centro Digital de Pesquisa e Difusão da Informação em Ciência e Tecnologia (Cedipi), cujo parecer era: “O projeto tem mérito científico, a metodologia proposta é adequada e há coerência entre o currículo do proponente e o projeto.” A proposta, portanto, fora deferida. No entanto, a Diretoria do CNPq resolveu não implementá-la. Desde então, em função de um parecer tão sucinto e favorável, submeto a mesma proposta com variações no nome do projeto. Por duas vezes o projeto foi aprovado, mas, de novo, não, implementado pela diretoria do CNPq. Recentemente, recebi um parecer, além de abusado, acusando-me de ser um professor com “baixa produtividade” nos últimos anos. Mandei o mesmo projeto apenas com valores diferentes, e este ano, foi aprovado, sem, no entanto, ser implementado pela diretoria do CNPq, pois, na comparação com outros projetos, “não ganhou prioridade”. É assim que a Ciência e fomentada. Assim são analisados os projetos e tomadas as decisões. Oras, se a diretoria do CNPq não implementar nenhum dos meus projetos aprovados, quando poderei entrar na categoria dos “pesquisadores produtivos”? Ora, vão se catar seu CNPq e seus pareceristas que a Ufam e a sociedade já reconhecem meu trabalho há tempos.

sábado, 6 de novembro de 2010

A elite das universidades

O oxigênio do ambiente universitário é a discussão, o diálogo, a troca de saberes. Vive-se um momento de centralização e autoritarismo nas universidades brasileiras como se reuniões e discussões fosse “perda de tempo”. Todos os problemas enfrentados pelas instituições foram transferidos para “as reuniões” e para os “departamentos”. Logo, o grande herói (ou heroína) dos tempos modernos nas universidades será aquele que acabar com os dois monstros sagrados dos tempos modernos: reuniões e departamentos. Sejamos honestos, as reuniões e os departamentos não funcionam mais porque foram “mortos e enterrados” pela estrutura de financiamento existente no País. A política governamental para a educação superior iniciada na “Era FHC” foi refinada na “Era Lula” é clara: o financiamento público não é mais para as instituições e sim para os pesquisadores (e seus grupos de pesquisa), não importando se eles estejam nas instituições públicas ou privadas. Já vigora no País um modelo de financiamento (e de universidade) similar ao norte-americano, cuja avaliação é baseada única e exclusivamente na produção, ou seja, na quantidade de artigos publicados e nas teses e dissertações defendidas. Ora, de que adianta discutir alguma coisa nos departamentos ou nas “reuniões colegiadas” das unidades (ou institutos) se as verbas chegam diretamente aos professores-doutores que possuem projetos via grupos de pesquisa? Neste País, manda quem tem a chave do cofre. Ardilosamente, o PSDB começou (e o PT refinou) esse modelo de entregar mini-chaves diretamente aos pesquisadores. Hoje temos a universidade brasileira dividida entre “pesquisadores” e “professores-aulistas”. Nos grupos de pesquisa, o universo gira em torno do umbigo do líder ou da líder. E não dá para ser diferente. Só conseguem atingir as metas de artigos, publicações e quetais aqueles líderes que passaram a aceitar o modelo-americano: tudo o que sair do grupo de pesquisa tem de ter a assinatura do líder e de todos os membros. Aos poucos, e sem que percebêssemos, os Grupos de Pesquisas foram transformados nas “linhas-de-produção” das universidades brasileiras. E eles já são controlados a ferro-e-fogo, on-line, não mais pelas universidades, e sim pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Hoje, as universidades são meras intermediárias (ou fornecedoras das respectivas grifes) entre essa “elite” brasileira de “pesquisadores”, o CNPq, as agências de fomento e a iniciativa privada. A cada dia, o marco regulatório é modificado com refinamentos pouco perceptíveis aos olhos menos treinados para garantir esse fluxo. E a pesquisa? Que se dane a pesquisa pura. O que vale é a pesquisa aplicada. E a formação para a cidadania? Que se dane o cidadão, nós precisamos sim, de técnicos para esse País crescer e gerar empregos. E as universidades? Que se virem para administrar os egos dessa nova elite de “pesquisadores” que, grande parte das vezes, se nega até a ministrar aulas nos cursos de graduação. Talvez, quem sabe, essa história de “graduação” seja um “serviço menor”, a ser prestado pelas particulares. #Pronto, falei!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mestrado Profissional

A comunidade universitária brasileira precisa ficar em alerta para a questão dos mestrados profissionalizantes. E a discussão não deve girar apenas em torno de “o que é bom para nós”, os professores mestres e doutores, mas, sim, “o que é bom para a sociedade”. Nas universidades públicas esse tipo de mestrado é visto com desconfiança porque dá o mesmo direito aos seus concludentes de pleitear vagas nos doutorados do País. Não deve mesmo haver distinção entre o mestrado profissional e o acadêmico. No entanto, é preciso ficar atento exatamente para a possível estratégia da política governamental de esvaziar os mestrados acadêmicos a ponto de eles morrerem por inanição. Há que se levar em conta que os mestrados profissionais são pagos. E como tais, remuneram, via fundações, os professores que nele trabalham. Com isso, é claro e evidente o risco de esvaziamento dos demais tipos de cursos oferecidos pelas instituições públicas. A modalidade está posta e precisa ser encarada de frente tanto pelas instituições públicas quanto pelas particulares com todos os problemas e soluções que possam apresentar. Só não se pode ignorá-la.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E a autonomia?

É bem verdade que o tema Educação nem passou perto das discussões durante a sucessão presidencial. No entanto, não nos parece salutar que os candidatos digam o que pensam, pelo menos sobre a Educação Superior. A universidade brasileira sim deve deixar o marasmo de lado e ser protagonista. Afinal, defendemos ou não a autonomia universitária? Não é a presidente eleita, Dilma Roussef que tem de dizer o que pretende para a universidade brasileira. Nós da universidade sim, devemos dizer a ela qual a universidade que queremos. Esse estado de letargia política atrofia a universidade a ponto de ela se apequenar durante o processo eleitoral. O modelo ora proposto (e em execução no Brasil) fere os interesses da sociedade e dos membros da comunidade universitária. Precisa ser rediscutido antes que seja tarde demais.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Grandes temas

A universidade brasileira, em especial a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não pode e nem deve se eximir de discutir grandes temas nacionais e regionais. Limitar-se a funcionar como fornecedora de EIA e Rimas é muito pouco para o que a sociedade necessita de uma universidade. Discutiu-se, por exemplo, no caso do Gasoduto, cujo EIA-Rima foi fornecido pela Ufam, quem seriam os beneficiados pela chegada do gás a Manaus? Qual seria a projeção do preço cobrado? E no caso da Ponte sobre o Rio Negro? Ao que tudo indica, as cores tenderam ao rosa, como se o mundo de Alice fosse ali do outro lado, no Iranduba. Sem uma universidade crítica e atuante politicamente, quem perde é a sociedade. Modelos teóricos e administrativos são importantes, mas não sustentam uma instituição dos saberes perante seus acionistas: os contribuintes. O momento é de reflexão e mudança de rota. Antes que seja tarde demais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dilma e a universidade

A eleição de Dilma Roussef (PT) à presidência da República não significa que a universidade brasileira terá momentos de glória. Os manifestos pró-dilma esqueceram que existe um plano de carreira proposto pelo governo atual, que certamente será tocado pelo seguinte, que liquida com a carreira nas universidades brasileiras, incentiva a prática das assessorias como complementação salarial e cria a figura do “professor-aulista”. É salutar, portanto, que, passadas as eleições, a luz vermelha seja acesa. Com a maioria obtida tanto na Câmara quanto no Senado, Dilma pode fazer o que bem-entender. E a universidade brasileira não é esse País das Maravilhas que os manifestos tentaram transparecer: enfrenta uma das piores crises políticas da sua história e não quer discutir o modelo de administração ora proposto.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ligação espiritual

Os pais, ao que tudo indica, possuem ligação espiritual com os filhos. No dia 30 de outubro de 2010, às 18h24, vibra o meu celular. Surpreso, vi a identificação: era Paulo Guedes. E do seu celular, algo que nunca tinha acontecido. Ele sempre ligava do aparelho convencional. Tinha dificuldades de operar o celular. Então, apenas atendia as chamadas a ele dirigidas. Da última vez que estive em Sena Madureira, ele reclamava constantemente do aparelho, que não prestava, não segurava carga, enfim, pouco utilizava o dito. Mas, naquele dia 30 ligou para saber se eu já tinha voltado da última viagem que fizera a Brasília. Reclamou por eu não ter avisado. Falei para ele que viajaria dia 3 para São Paulo, depois só pousaria em Manaus para trocar de aeronave e ir para Recife. Ele deu uma gargalhada, disse que eu só vivia viajando, mandou um beijo para as crianças. Eu pedi a benção como sempre fiz “desde que me entendo por gente”, ele me desejou felicidades e desligou. Um papo de 1min04segundos. Ao meio dia do dia 31 de outubro de 2010, doze horas depois, Pedro Paulo Guedes Monteiro, meu pai, estava morto, vítima da negligência e do descaso com que as pessoas são tratadas no Sistema Único de Saúde. Fica o registro, como mais uma homenagem a ele. No laudo, como sempre, vai aparecer “insuficiência respiratória”. Desde que os médicos descobriram essa fórmula “genérica” de registrar a causa da morte, ninguém mais morre de nenhuma outra doença neste País.