segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Comunicação plena

Vivemos não apenas a era das chamadas “mídias sociais”, aliás, denominação que abomino. Prefiro mídias digitais ou mídias locativas. O certo é que não se pode mais falar apenas em Relações Públicas, Jornalismo, Marketing, Publicidade e Propaganda e quetais. Vive-se a época da comunicação plena. Essa comunicação que chama de plena mistura dispositivos móveis e fixos numa cadeia neural nunca vista. É como se todos os dispositivos digitais fizerem parte de uma cadeia comunicacional cujo limite é a capacidade de processamento e armazenagem dos dispositivos interligados. Há fatos simples, quase imperceptíveis, mas de um impacto comunicacional gigantesco. Ontem, minutos depois da minha chegada na Corrida da Companhia Athletica, recebi a seguinte mensagem por SMS: “Chip Timing informa: Parabéns, Gilson, seu tempo foi de 1h10min30s.” Esse é o típico exemplo de uma mídia locativa a serviço da comunicação plena. Um campo de estudo da Comunicação muito bem explorado pelo professor doutor André Lemos, da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Em Manaus, com o Centro de Mídidas Digitais da Universidade Federal do Amazonas (Cemidi/Ufam), o professor Gilson Monteiro, do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) é pioneiro.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Expansão atabalhoada

Um dos esqueletos deixados pelo Governo Lula, e que dará imenso trabalho à presidente Dilma Roussef, foi a expansão atabalhoada das universidades federais brasileiras e dos institutos tecnológicos. Em muitos casos, como no da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por exemplo, os campi foram transformados em unidades administrativas avançadas sob a promessa de que se transformarão em universidades. Nada contra, uma vez que o Amazonas é quase um País. No entanto, é, no mínimo, irresponsável se abrir cursos sem condições básicas de funcionamento. E foi isso o que ocorreu, não só no Amazonas, mas em todo o País com o Programa de Reestrutura e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Sem mexer nessa expansão atabalhoada o Governo Federal preservará um erro e trará problemas, inclusive, para os estudantes desses pólos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Modernização ou morte

As universidades brasileiras enfrentam um momento crucial: ou se modernizam ou morrem. E não se trata apenas de modernização administrativa, algo que, por decreto, o Governo Federal enfia, goela abaixo, aos pouquinhos, da forma que quer. Há anos ouço a cantilena de que “o carnê chegará às casas” com a mensalidade das federais. Ora, como se um estudante universitário não custasse um centavo para a sociedade. Cada um deles, na Universidade Federal do Amazonas, por exemplo, custa, em média, oito mil dólares aos cofres públicos. A universidade pública é de graça para quem? A outra conversa mole de que a universidade muda a sociedade parece cair por terra, pois a grande revolução modernizadora deste País foi encabeçada por um metalúrgico, analfabeto, que governou o País por oito anos e saiu com índices de popularidade nas nuvens. É bem verdade que foi ajudado, e muito, pelo sociólogo que o antecedeu, com medidas duras e impopulares que, talvez, o metalúrgico não tivesse coragem de tomar. Tanto o é que sua sucessora, agora, por exemplo, é obrigada a desarmar o gatilho deixado por ele nas universidades públicas. Alguém teria de dar o mínimo de sanidade ao Programa de Reestrutura e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Trata-se de uma dos maiores engodos eleiçoeiros deste País: um dos nós que Dilma Roussef terá de desatar na Educação Superior. O desafio dela é enorme. Só não é maior do que das próprias universidades, que precisam modernizar além de tudo, o olhar sobre e para a comunidade.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Recepção aos calouros de Comunicação

O Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), promove hoje, a partir das 9h, no auditório Rio Alalaú, da Faculdade de Educação (Faced), a recepção aos calouros de 2011. O objetivo da direção do Departamento é promover a integração entre os estudantes mais antigos e os ingressantes bem como esclarecê-los sobre os procedimentos administrativos e as atividades desenvolvidas. Eis a programação:

PROGRAMAÇÃO RECEPÇÃO CALOUROS

DIA 25/02/2011 – sexta-feira – Auditório Alalaú (FACED)
8h50 – Aquecimento
9h – Boas Vindas (Funções da Coordenação e da Chefia) – Profa. Inara Costa
9h10 – Desafios na gestão 2011 e 2012 (Ensino, Pesquisa e Extensão) – Prof. Allan Rodrigues
Atividades de Extensão
9h20 – Cine e Vídeo Tarumã – Prof. Tomzé
9h35 – Maloca Digital – Profa. Ivânia Vieira
9h50 – Projeto Visita VIP – Profa. Célia Carvalho
10h05 – Apresentação AIESEC – Programa de Desenvolvimento Individual – Acadêmico do 5º per. de Relações Públicas Erlan Bindá
10h15h – Sorteio de Brindes (ASCOM)
Atividades de Pesquisa
10h20 – Grupo de Programa de Educação Tutorial em Comunicação – PETCOM. Profa. Luiza Elayne (Pesquisa e Extensão).
10h35 –Grupo de Pesquisa em Semiótica de Comunicação – Mediação. Profa. Mirna Feitoza
10h50 – Grupo de Pesquisa Interfaces – Prof. Gilson Monteiro
11h05h – Programa de Pós Graduação de Ciências da Comunicação – Prof. Gilson Monteiro
11h15 – Encerramento

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Plágio acadêmico gera demissão na USP

A matéria “USP demite professor por plágio em estudo”, publicada no jornal Folha de S. Paulo de domingo, dia 20 de fevereiro de 2011, assinada pelo jornalista Fábio Takashi, provoca discussões no Brasil inteiro desde que foi publicada. Denúncias de professores que copiam trabalhos de estudantes, quer na graduação que nos programas de Pós-graduação, grassam há tempos. Sem contar as denúncias de trabalhos de estudantes totalmente, ou quase, copiados da rede mundial de computadores. No entanto, essas denúncias viram conversas de corredores, na maioria das vezes os copiadores tornam-se “professores extremamente produtivos”, ao cabo que os estudantes copiados enfrentam problemas psicológicos inomináveis, e a vida acadêmica continua com suas contradições e hipocrisias, como a vida fora da academia. No entanto, quando a toda-poderosa Universidade de São Paulo (USP), após um processo administrativo demorado, resolve exonerar um professor, Adreimar Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto e cassar o título de doutora de Carolina Dalaqua Sant’Ana, a coisa muda de figura. Na lista da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós), por exemplo, há inúmeros pesquisadores (e estudantes, também) a relatar casos de plágio. Ao afirmar que a punição tem um “efeito pedagógico”, o reitor da USP, João Grandino Rodas, tem toda razão. Que o episódio sirva de alerta, também, para professores que, nos grupos de pesquisa, mal trocam uma vírgula de lugar e já se autointitulam coautores de trabalhos acadêmicos. Espera-se que a moda pegue, muitos plagiadores sejam demitidos e muitos títulos cassados. A Ciência, a sociedade e os pesquisadores corretos e sérios agradecem. Para auxiliar a esses, o professor Tomás Barreiros disponibilizou o endereço http://www.farejadordeplagio.com.br/index.php?acao=Download àqueles e àquelas que desejarem “farejar” plágios dos seus estudantes e dos colegas professores. Aproveitemos!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aula realmente magna

Quem falta à Aula Magna “Juventude e sustentabilidade na Amazônia”, proferida pela professora de História da Universidade Federal do Acre (Ufac) e ex-senadora, Marina Silva, não sabe o que perdeu. Ela deu uma verdadeira aula, mais que tudo, de política. Pegou o tema, triturou-o e trouxe para o universo da política, claro, com temperos acadêmicos como citações de Lacan e Hanah Arendt, por exemplo. A Administração Superior da Ufam merece elogios por retomar o olhar político na abertura do Ano Letivo. Não dava mais para agüentar eventos burocráticos, quando não, quase religiosos. Marina Silva, alfabetizada apenas aos 16 anos, é um exemplo de que a maturidade política é fundamental para o exercício de qualquer profissão. Logo, é uma tremenda miopia, que beira a burrice, tentar eliminar a política do espaço universitário. Se você tem Facebook veja as demais fotos em www.facebook.com/GilsonMonteiro.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Início do período letivo na Ufam

“Juventude e sustentabilidade na Amazônia” é o título da “Aula Magna” a ser ministrada hoje, às 9h, pela professora de História da Universidade Federa; do Acre (Ufac), Marina Silva, ex-senadora e candidata à presidência nas últimas eleições, na abertura do ano letivo de 2011 da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A cerimônia de abertura será presidida pela reitora da Ufam, Márcia Perales, no Auditório Eulálio Chaves, também, local da aula. Em seguida, Silva, que também é ex-ministra do Meio Ambiente, falará sobre o tema “Juventude e Sustentabilidade na Amazônia.” Este ano a Ufam recebe mais de 2.800 novos estudantes, aprovados por meio do Processo Seletivo Contínuo (PSC) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que toma por base as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Ufam possui cerca de 20 mil estudantes distribuídos em todos os seus campi e nos 109 cursos de graduação da Instituição e seus mais de 30 cursos de pós-graduação, inclusos mestrados e doutorados. Nesses, porém, o ano letivo só começa no dia 14 de março de 2011, após as festas carnavalescas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Internet veloz

Justiça seja feita: aumentou, e muito, a velocidade da rede de Internet nda Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Resta saber se, com a volta às aulas, a velocidade permanecerá. Como os vários pontos sem fio são abertos e grande parte dos estudantes possui Lap Tops e celulares com Wi-Fi, certamente, haverá queda natural na velocidade. No entanto, espera-se que nada volte a ser como antes. Vale lembrar que é necessário, também, manter a segurança permanente da rede. Casos de roubo dos cabos de fibra ótica são recorrentes e prejudicam o serviço. Outra coisa que precisa urgentemente de reparos é a rede de energia elétrica, a fim de garantir o bom funcionamento da Internet. Espera-se que, a partir de amanhã, com o retorno das atividades acadêmicas, tudo esteja resolvido, pois, no caso da estrada de acesso ao setor Norte, os buracos permanecem.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma nova mídia

Gosto de usar o termo Mídias Digitais, porque ainda precisam de muito para se tornar sociais. As Mídias Digitais não se resumem apenas às populares redes sociais representadas mundialmente pelo Orku e pelo Facebook. São mais que isso. Trata-se da integração em várias mídias da circulação e troca constantes de informações ininterruptamente. Não foram simplesmente as mídias sociais que provocaram a queda de Hosni Mubarac no Egito. Foi o fato de ele bloquear a Internet. Não somos mais seres isolados, cada um em seu quintal. Somos glocais: globais e locais. Mensagens de celulares, TV Digital, as ditas mídias sociais e o que aparecer fazem parte do campo de estudo das Mídias Digitais. O Centro de Mídias Digitais (Cemidi) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é o embrião dos estudos desse novo campo do conhecimento em todos os níveis. O Curso de Graduação em Mídias Digitais, em breve, sairá do papel. O programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) já estuda o fenômeno. Temos muitos bits e bites pela frente para entender esse novo universo. Enfrentá-lo-emos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Providências urgentes

A estrada que dá acesso à reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) precisa urgentemente de reparos. Ainda mais se levarmos em conta que o retorno das aulas, marcado para o dia 22 de fevereiro de 2011, terça-feira. Todos precisam ficar atentos. Há problemas graves no asfalto na entrada de uma curva. Veículos leves que não possuem protetor de Cárter podem enfrentar problemas. Outro cuidado é reduzir a velocidade pois as irregularidades no asfalto e os buracos, tudo do mesmo ponto, podem provocar derrapagens e capotamentos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O exercício da liberdade

Exercitar a liberdade, principalmente na Educação Superior, é algo simples e fácil na fala das ditas “lideranças” e até dos mais humildes incógnitas. Na prática, é uma das coisas mais complexas que se enfrenta nas Instituições de Educação Superior (IES). Quem foi que disse, por exemplo, que se é obrigado a “participar politicamente”? Pode haver quem queira se dar ao luxo do ócio enquanto alguns discutem os rumos das universidades. E daí? Não deve se respeitar essa opção? É legítimo ou não cuidar apenas dos interesses pessoais, desde que se cumpra os regulamentos internos, inclusive, se ministre boas aulas, algo cada vez mais raro? Ser livre não seria respeitar o outro em todas as suas diversidades? No limite, a idiotia também não deve ser respeitada? Há mais dúvidas do que certezas, mais perguntas do que respostas. Como esse deve ser o espírito predominante nas universidades, viva a diversidade. Mas que seja posta em prática diariamente por cada um de nós.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Péssimo exemplo

Mal recomeçaram as aulas e alguns motoristas teimam deseducar outros condutores de veículos e os próprios filhos. Ontem, em frente ao Colégio do Norte, curiosamente bem-próximo ao Detran-AM, alguns pais paravam até em fila tripla para pegar seus filhos. Em época na qual até os netos possuem celular, não custaria nada para um pouco mais a frente, ou mesmo antes, e usar o aparelho para ligar aos filhos. Basta dizer a localização em que se encontra. Evitaria o péssimo exemplo para os próprios filhos e contribuiria para o exercício pleno da cidade à porta da escola. É bem verdade que na faixa localizada também na frente daquela escola, os motoristas, em geral, permitem a passagem de todos os pedestres sem a necessidade de um semáforo. No entanto, justamente os pais de estudantes dão um exemplo às avessas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Venda casada

Escolas de Manaus, como o Colégio do Norte, por exemplo, resolveram obrigar os pais dos estudantes a comprar o casaco com a logomarca da própria escola. Que se tenha de usar as camisetas do uniforme, é até compreensível. Mas, querer obrigar os pais a comprar um casaco de qualidade duvidosa, que custa R$ 60,00 é um acinte. A se considerar o Código de Defesa do Consumidor (CDC) trata-se de venda casada. E isso é crime contra a economia. Imaginemos uma família cujos três filhos estudam no Colégio do Norte? Terá uma despesa adicional inconcebível. Ainda mais por se tratar de um produto cuja qualidade não é lá das melhores. Quando a finalidade das escolas não é o processo de aprendizagem, mas a venda de produtos, a educação transforma em mero instrumento para atrair novos negócios. Todos os pais que enfrentam situações semelhantes devem reclamar. Não é possível aceitar uma imposição tão absurda.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A arte no ICHL

Merece registro o trabalho de conclusão de curso realizado pelo estudante José Batista, do Curso de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Orientado pelo professor doutor Otoni Mesquita, o trabalho de Batista está fixado na entrada do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) e chama a atenção pela sofisticação no uso de elementos regionais em sua obra. O professor Otoni Mesquita esclareceu que o artista também é marceneiro e confeccionou toda a sua obra. Veja as fotos completas das duas obras em www.facebook.com/GilsonMonteiro no álbum “Arte na Ufam”.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A universidade da ousadia

A universidade, em nenhum momento pode se permitir ao disparate de ser “careta”. Em sendo assim, não avança, não ousa. Tende mais para um grupo escolar, como já propagava Márcio Souza, em relação à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), há anos, que uma instituição propagadora do saber universalizado e das liberdades individuais e coletivas. Quando a universidade perde o foco da liberdade e do saber universal transforma-se em mera reprodutora das “caretices” da sociedade estabelecida. A universidade, com instituição, precisa ter como marca a aventura, a ousadia, em todos os campos. A universidade deve profanar templos, destruir crenças, derrubar conceitos e pré-conceitos e avançar sobre o tradicionalismo e as regras estabelecidas. A universidade não é uma Igreja. Não pode ter dogmas nem estereótipos. Deve aceitar todos os matizes e possibilidades de misturas de cores. Caso contrário, transforma-se em um templo do atraso: algo péssimo para a sociedade. A universidade lança um olhar ao passado para destruir o presente e construir o futuro. Assim precisa ser vista, inclusive pelos seus membros.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Contratações suspensas

Embora, nas últimas avaliações, as universidades públicas ainda apareçam bem-qualificadas, há uma tendência de queda que deve se tornar motivo de preocupação. Entende-se a necessidade de controle da inflação, mas, a medida do Governo Federal de suspender por um ano as contratações, inclusive dos aprovados em concurso público, prejudicará imensamente as universidades federais brasileiras. Passar um ano sem repor o número de professores e professoras que faleceram ou se aposentaram comprometerá indelevelmente a qualidade do processo de aprendizagem. É fundamental que os reitores e reitoras das Instituições Federais de Educação Superior (Ifes), unidos, lutem, em Brasília, para que, pelo menos, quem já realizou concursos sejam autorizadas a contratar os aprovados. Caso contrário, haverá reflexos, inclusive, nos programas de Pós-graduação.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Escola pública para todos

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) talvez seja o campeão em ótimas ideias sepultadas pelo Congresso Nacional. Respira por aparelhos nas profundezas dos gabinetes diretores uma ideia brilhante do senador, transformada em projeto, que é “obrigar os filhos de senadores e deputados” a estudarem em escolas públicas. Mais interessante seria ampliar o raio para todos os filhos de funcionários públicos, em todos os níveis, inclusive filhos de professores universitários. O que motivou Buarque a apresentar o projeto é a convicção de que, com os filhos na escola pública, os parlamentares tomariam consciência da má-qualidade do ensino e fariam algo para melhorá-lo. É bem-verdade que os parlamentares deveriam ter essa atitude independentemente de lei que os “empurrasse” para tal postura. Ainda assim, para não correr nenhum risco, eles preferem deixar a proposta morrer por inanição. Sou capaz de apostar que até os funcionários públicos ficariam contra a proposta, se fosse ampliada. A defesa da escola pública mais parece jogo de cena: na prática ninguém faz nenhum tipo de sacrifício para que o objetivo seja atendido.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jogo fora de casa

Sempre defendi que não se pode pensar em universidade com o olhar da “assepsia política”. A universidade é da sociedade e precisa ser pensada e discutida por todos, inclusive pelos partidos políticos. No entanto, é inadmissível que a escolha dos dirigentes das universidades federais seja decidida fora da própria universidade, ou seja, em acordos de bastidores dos partidos políticos. O jogo da sucessão deve ser decidido dentro de casa, por quem dele participa efetivamente. Permitir a interferência dos poderes municipal e estadual neste processo, conjuntamente com os partidos, é trazer para a universidade o dualismo imbecil da política em geral: a salvação só existe de um lado ou do outro do espectro político. Em não sendo isso, na pior das hipóteses, o processo sucessório passa a ser discutido fora da universidade, o que é excessivamente prejudicial ao processo de governança. Já se começa a falar em sucessão na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), inclusive, com expressa garantia de que a professora Márcia Perales Mendes e Silva não será candidata à reeleição. Que a Ufam se rediscuta entre os seus pares e na correlação saudável com todos os segmentos da sociedade. Mas, sem acordos espúrios de partidos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Política editorial

É inacreditável que o governo brasileiro não tenha implementado no País uma política editorial similar a existente na Venezuela. Produzidos em papel jornal e distribuídos em livrarias do próprio governo nos mais longínquos locais do País, os livros são vendidos a preços acessíveis à população. No Brasil, uma política editorial inclusive como aquela poderia ser levada a cabo pela editoras das universidades e suas livrarias, por exemplo. Bastaria que o Governo Federal repassasse verbas especificamente para esse fim às universidades. Clássicos e pesquisas financiadas com recursos públicos, por exemplo, obrigatoriamente deveriam ser editadas a preços populares e distribuídas para as escolas públicas de todo o País. A Ciência produzida nas universidades públicas não ficaria mofando nas estantes das bibliotecas e a sociedade teria livros e os resultados das pesquisas por ela financiada disponibilizados de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Alguém aí no parlamento quer aceitar o desafio de propor algo neste sentido?
Livraria popular em Santa Elena de Uiarén, Venezuela

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sem vida

As universidades brasileiras, em especial a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) precisam criar espaços vivos para as trocas: de saberes, experiências, vivências culturais ou, simplesmente, para o ócio criativo. Pelos corredores das universidades circulam pessoas, gente, seres humanos. A base que nos sustenta psicologicamente são os relacionamentos. Nós, os professores e professoras, não nos relacionamos, não nos conhecemos, não sabemos o que o colega da mesa ao lado, faz, produz, estuda e pesquisa. Não dividimos nada. É como se fossemos seres assexuados, amorfos, despojados de qualquer sentimento. A objetividade da pesquisa, o distanciamento do objeto de pesquisa, base do método tracicional, foi trazido para as relações. Aliás, não se consegue criar relações de respeito ao outro. É como se o outro não existisse. Como se o universo criado fosse em torno de mim. A universidade brasileira não pulsa, não tem vida. As disputas pelo poder mataram as relações. Sem estabelecer relações sadias o ser perde a condição de humano. Precisamos pôr o cientista que há em nós pra dormir e acordar o ser, o humano. Faremos uma universidade e uma sociedade melhor se assim procedermos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Frieza do texto jornalístico

De repente, eu e o coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor Avery Veríssimo, passamos discutir a “temperatura” dos textos jornalísticos. O que motivou a discussão foi uma matéria sobre um pai que seqüestrou o filho e, de motocicleta, atirou-se contra uma carreta. Os dois morreram instantaneamente. Para os jornais da cidade, o motivo da atitude do pai fora vingança contra a mãe do menino, que o havia abandonado. Que jornalismo é esse que não se embrenha em fatos de tamanha profundidade psicológica? A partir dessa questão passamos a avaliar a nossa própria prática como professores de jornalismo. Será que formamos os jornalistas que a sociedade precisa? Concluímos que o texto jornalístico baseado friamente em “o quê”, “quando”, “quem”, “onde” e “porquê” não serve nem à sociedade nem ao jornalismo. Para Marshall McLuhan o texto é “quente” ou “frio”. Quem sabe o texto jornalístico não deva ser apenas “temperado”?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A avaliação dos cursos de Pós

Não me parece injusta a sistemática de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para os cursos de Pós-graduação no País. Há que se lembrar que as regras são sugeridas e votadas pelos próprios pares das várias áreas. Pesos e medidas diferentes são utilizados? Claro que sim, e isso não se pode negar, pois é inerente aos seres humanos. Mas, a regra geral é seguir o que foi decidido pela maioria dos próprios programas de Pós-graduação nas suas respectivas áreas. E uma das decisões coletivas mais acertadas é retirar do sistema brasileiro de Pós todos os programas que ficarem durante nove anos com a mesma nota 3 (três). Deve ficar bem-claro que essa nota não significa que as coisas estejam maravilhosamente bem quando da autorização dos cursos. Na área de Comunicação, por exemplo, normalmente os cursos são autorizados com a nota 3 como uma forma de “dar oportunidade” aos grupos de pesquisa que giram em torno dos programas de se organizarem. Não é possível que a instituição ou o próprio Ministério da Educação (MEC) deixem um curso, durante três avaliações, ou sejam, nove anos no nível três. Oras, em nove anos não há nenhuma evolução, não tem jeito: o caminho é fechar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Corrida aos cursos de Pós

Impressiona-me o número de pessoas que, recentemente, procuraram-me para “buscar” informações sobre os programas de Pós-graduação da Universidade da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). É como, se, de repente, principalmente os comunicadores, tivessem despertado para a necessidade de qualificação. Antes tarde do que nunca. Parece evidente que os comunicadores descobriram que a vida não se resume a ser repórter de jornal, rádio ou televisão. A Internet abriu um mundo de oportunidade aos comunicadores. E mais: não adianta ser apenas técnico, dominar os instrumentos de publicação na Internet. É preciso ser um “pensador da Comunicação”. Não só na Comunicação, mas também nas demais áreas, o que a Pós-graduação faz é isso: aguça ainda mais o senso crítico e volta o olhar para a pesquisa. A corrida aos cursos, porém, deve ser feita de forma planejada. A maioria das pessoas imagina que ingressar em um Programa de Pós-graduação e coisa simples: basta chegar, conversar com alguém que possa orientá-lo e pronto. Quem quer participar do processo de seleção deve ficar atento aos editais, no caso da Ufam, a partir de julho, agosto, para ingressar no ano seguinte. Produzir livros e artigo, bem como publicá-los, é fundamental na hora do desempate. E muita dedicação depois de aprovado. Que nos venham os interessados!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Amostra grátis

Ainda que involuntariamente, a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) teve, ontem, uma amostra grátis do inferno que será fechar a entrada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e deslocar o retorno para o semáforo localizado em frente ao Makro. Em função de um evento realizado em uma Igreja localizada em frente, a Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU) foi obrigada a fechar o retorno que dava entrada para a Ufam. O caos foi tamanho que provocou, antes das 8h, um engarrafamento-monstro a ponto de o trânsito não fluir no próprio Complexo Viário Gilberto Mestrinho. Sem falar que as aulas ainda nem retornaram na Ufam. Forem sensíveis, os técnicos da Prefeitura perceberão que a tal mudança prevista não deve ser feita sem um estudo aprofundado do caos que provocará. Os problemas não serão apenas para os membros da comunidade universitária. Os fatos demonstraram isso. Insistir me fechar a entrada do Campus da Ufam é um erro grave. Espera-se que a Prefeitura não o cometa.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mercado dos paradidáticos

Algumas escolas particulares parecem trabalhar em rede com os interesses das editoras que “metem” literalmente a mão no bolso dos consumidores, ou sejam, os pais. É descabida e inconcebível a exigência de que os livros paradidáticos só sejam aceitos se forem de acordo com as novas normas ortográficas. De acordo com alguns professores, “ao lerem, vocês aprendem”. Convenhamos, os paradidáticos ajudam mais ao desenvolvimento do raciocínio e à interpretação dos textos. Não Substituem uma leitura específica sobre a reforma na grafia das palavras. Jornais e revistas, por exemplo, são mais eficazes que os livros, os romances clássicos e os mais modernos. Essa exigência de que só devem ser aceitos os livros de acordo com a nova ortografia fere a própria leia da reforma, que indica como data-limite o ano de 2012. Antecipar essa exigência mais parece uma ardilosa trama comercial a fim de arrancar mais uns trocados dos bolsos pais desavisados. Não aceitei calado esse tipo de pressão e não troque o seu “Iracema” antigo por um novo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Big Brother Brasil

Não sei se me é permitido, mas, Luiz Fernando Veríssimo, sempre fui teu fã. Você me perdoa postar nos meus dois blogs o teu texto que recebi por e-mail? Bem, quem cala consente. E você calou e consentiu em nome do Brasil. Recebi este texto denominado “Big Brother Brasil” por e-mail. É de Luiz Fernando Veríssimo e não tenho a fonte original. A única forma de homenagear a coragem provocadora de Veríssimo foi publicar seu texto. Deliciem-se com o vigor o famoso escritor gaúcho. Ele merece a tua leitura.

“BIG BROTHER BRASIL

(L??? F?????? V????????)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Educação no trânsito

A volta às aulas em algumas escolas de Manaus aponta para m problema seriíssimo; embora haja avanços nas relações, tanto entre motoristas e motoristas quando entre motoristas e pedestres e vice-versa, ainda é preciso avançar, e muito, em campanhas pela educação no trânsito. Filas duplas, buzinaços, dedos em riste pra fora, gestos obscenos e palavrões são algumas das atitudes que ainda se presencia ou se percebe no trânsito, principalmente nas proximidades das escolas. É bem-verdade que alguns motoristas já param, mesmo sem as faixas, para ceder passagem aos pedestres. O mau-exemplo, no entanto, vem de alguns pais-motoristas. Não se torna um péssimo exemplo apenas para os colegas motoristas, mas, para os filhos e filhas que estão no veículo ou saindo da escola. O alerta serve, também, para o retorno às aulas nas universidades, centros universitários e faculdades. Um trânsito mais saudável torna, inclusive, mais saudável o processo de aprendizagem.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Jogo on-line

Não é nenhuma novidade que pouco mais da metade dos aprovados para a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tenha se matriculado na primeira chamada. Como sempre digo, a ideia é boa, mas a execução se transformou em um desastre: o Sisu hoje funciona como uma espécie de mais um jogo on-line do qual participam estudantes de todo o País. Principalmente no caso da Ufam. Trata-se de uma universidade localizada fora dos grandes centros. O custo da passagem para Manaus não cabe no bolso de todas as pessoas. Com isso, os cursos são selecionados mas as vagas não são ocupadas. O que isso provoca: uma falsa demanda. Ou seja, os estudantes que escolhem tanto a universidade, a Ufam ou qualquer outra, quando os cursos, no fundo, não conseguirão ocupar a vaga pretendida. Moral da história: as aulas começam e as turmas não são fechadas. Isso é imensamente prejudicial ao processo de aprendizagem e tem de ser repensado.