sábado, 30 de novembro de 2013

Outorga de grau é coisa séria

Ontem, por conta da posse da Reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales Mendes Silva, a mim foi delega a competência de substituí-la em uma cerimônia de outorga de grau. Trata-se, no me entendimento, do momento mais importante da vida de muitas pessoas. Não pode ser encarado como uma mera festa ou um "oba, oba" qualquer. Muitos pais, familiares, namorados e namoradas, parceiros, deram a vida para que o outro chegasse a obter o grau. E, em hipótese nenhuma, deve ser o momento em que o estudante sente-se aliviado de deixar a Instituição. Em determinados casos, são cerimônias longas e cansativas, por serem longas. Cabe a nós, porém, respeitar e reconhecer sempre o momento de cada um daqueles estudantes, dos seus familiares e amigos. Que assim seja sempre, como muito respeito, principalmente, à Ufam. De professores, técnicos, estudantes e da comunidade. Sempre! Para que, cada vez mais, tenhamos orgulho do trabalho que fazemos e os estudantes sinta-se honrados por terem dedicado parte das suas vidas aos estudos.


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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Competência, comprometimento e dedicação

Quem ouve um servidor publico em uma assembleia da categoria sente-se o mais prestigiado dos mortais. Do discurso, julga estar diante de uma pessoa que tem três requisitos de causar inveja: competência, comprometimento e dedicação. Se cada servidor, sindicalista ou não, efetivamente, unisse o discurso à prática, estaríamos diante de um serviço públicos dos mais eficientes do planeta. Acontece que o triunvirato competência, comprometimento e dedicação, na maioria das vezes, aparece de forma clara na retórica de muitos e desaparece imediatamente quando se começa a avaliar as atitudes dos "falastrões". Em todos os níveis, em todas as organizações, públicas ou privadas, há muito blá, blá, blá e poucas atitudes, ou quase nenhuma, que demonstrem verdadeiramente um compromisso com os três elementos que ressaltamos. E sem isso o caos e o charlatanismo se instalam. E nosso deve combatê-los!


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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A reacionária visão a respeito da Pós-gaduação

Quando penso que já ouvi tudo de visão reacionária a respeito da Pós-graduação deparo-me com o argumento de que "não se deve incentivar a participação política de estudantes de Pós-graduação, pois esses estão na universidade para estudar e são diferentes da graduação". Valei-me, Jesus amado! Trata-se de uma visão tão atrasada a respeito do perfil do estudante de Pós-graduação quanto aquela de alguns pedagogos que determinam, de forma inequívoca, que existe uma idade cronológica ligada a determinados tipos de conteúdos. Conduzir estudantes à alienação, em quaisquer dos níveis, dentro de uma universidade, principalmente pública, deveria ser considerado um crime de lesa-cidadania. Talvez seja por isso, por acreditar em um perfil tão diverso de uma estudante de graduação, que determinados professores defendem vorazmente que, na Pós-graduação, não se pode (nem se deve) fazer greve. É uma visão tão absurdamente fora da realidade que até a toda-poderosa Universidade de São Paulo (USP) não só permite a participação de estudantes nos Colegiados, mas também, abate do prazo do curso, o tempo dedicado à participação nos órgãos colegiados. Um bom exemplo a ser seguido por quem insiste em retirar dos estudantes até o direito de participação nos colegiados e nas coordenações de cursos.


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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A anomalia da prestação de serviços nas universidades

A prestação de serviços, que muitas lideranças sindicais dos professores e dos técnicos administrativos em educação se dizem contrários, criou uma anomalia nas universidades públicas brasileiras que vitimou até essas lideranças, pegas aqui e acolá a "prestar serviços" como forma de complementar o salário e fugir dos empréstimos consignados que abarrotam de linhas os contracheques dos servidores públicos. E qual é a anomalia? Simples. A finalidade da universidade pública não é a prestação de serviços, mas, a formação para o exercício pleno da cidadania. Em épocas de vacas magras, prestar serviços passou a ser uma forma de captar recursos para financiar despesas correntes das universidades públicas. Acontece que a maior parte do bolo dessa captação de recursos passou a estufar os bolsos de meia dúzia de professores além, é claro, de tirar do Estado o seu dever constitucional de financiar o ensino público em todos os níveis. Para piorar, criou uma casta privilegiados, encastelados no chamados órgãos suplementares, que deixam de ter como foco a universidade e passam a focar nos projetos que rendem recursos para a casta que os dirige, que não muda há dezena de anos. Alguém precisa por o dedo nesta ferida que, aos poucos, mata a universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Quem tem coragem? É preciso avaliar que, quando a atividade fim da universidade passa a ser a prestação de serviços, pesquisa, ensino e extensão se transformam em meios para se atingir o fim de prestar serviços. É mais do que evidente que, em sendo assim, a universidade pública perde a sua essência e passa a funcionar como locus de privilégios de uma meia dúzia de iluminados que arrecada muito e repassam uma ninharia para a universidade. Usar a estrutura pública para prestar serviços e embolsar 90% dos recursos e destinar apenas 10% do arrecadado para a universidade beneficia o professor que arrecada os recursos e não a universidade. E isso, além de não ser justo, se nos apresenta como criminoso. Há que se repensar o modelo que aí está antes que a universidade pública afunde de vez e os privilégios e privilegiados se transformem em uma casta que controlam até a sucessão da administração superior pela força do dinheiro e da influência entre os colegas que passam a ter. A anomalia cria tentáculos inimagináveis.


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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Qualidade e quantidade em Pesquisa

A taxionomia em pesquisa talvez seja mais complexa que a própria complexidade. Há os que simplificam tudo dividem as pesquisas em qualitativa e quantitativa. Como o bom é estar na moda, tem que ouse dizer que faz pesquisa "qualiquanti". Talvez fosse melhor complementar com uma frase vinda do humor:"não necessariamente nessa ordem". Porque fazer uma pesquisa que tenha a primeira fase qualitativa e depois a segunda fase quantitativa não tem lógica e não se sustenta em meia hora de discussão teórica. E até aceitável que se faça uma primeira fase quantitativa para se concluir que o fenômeno pesquisado merece ou não uma fase mais aprofundada. Aí se esbarra no velho dilema: quanto mais amplio a base de entrevistados em uma pesquisa, menos consigo profundidade. Opostamente, quando a base tende à unidade, mais profunda se torna a pesquisa. Prega o dito popular que água e vinho não se misturam. A não ser por modismo ou pendantismo, usar a denominação "qualiquanti" dificilmente poderá ser comprovada com o resultado da pesquisa. Porque uma pesquisa extremamente ampla jamais será profunda e vice-versa.


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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Avaliar não é simplesmente medir

Não entendo a resistência dos meus colegas professores da dita Educação Superior em fazer claramente a distinção entre avaliar e medir. Avaliar vai muito além do ato de aplicar provas ao final de cada período letivo. O que se tem hoje é um ineficiente sistema de medição que, somado à ineficiente de muitos professores empurra o estudante a desistir ou o coloca na vala comum do jubilamento. Em todos os dois casos, o fracasso não é do estudante. É da universidade e dos mecanismos de medição atrasados que não são capazes de efetivamente avaliar. Medem mal e parcamente, desestimulam estudantes e professores e se perpetuam como se estivessem a praticar a avaliação. A medição está ligada simplesmente às notas. A avaliação é processo. Que pode até ter como um dos parâmetros a nota. Mas, se trata apenas de um dos parâmetros, porém, não o principal deles. Enquanto a nota for vista como o único critério para se medida o desempenho dos estudantes, teremos uma escola do fracasso em todos os níveis, com elevados índices de evasão, como ocorre atualmente.


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domingo, 24 de novembro de 2013

A frágil democracia das assembleias

Participei, até sábado, como delegado do Instituto de Ciências Humanas E Letras (ICHL), da segunda fase da Estatuinte da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e constatei a importância e a necessidade dos embargos infringentes para uma decisão verdadeiramente democrática. Ao mesmo tempo, ficou claro e comprovado para mim o quanto são frágeis e nada democráticas as decisões tiradas em Assembleias. E nem me reportarei à realidade. Trabalharei aqui apenas o raciocínio a partir de números hipotéticos, muito embora várias e várias decisões tenham sido tomadas similarmente. Debate-se um assunto sobre o qual se terá de tomar uma decisão por mais de três horas. Na hora da votação, o resultado é: 10 votos a favor, 9 contra e oito abstenções. Os números revelam que os "jurados" não foram suficientemente esclarecidos. E mais, oito deles se abstiveram. Oras, quem se abstém, ou é um irresponsável e não cumpre o dever democrático em uma Assembleia, ou não admite que não foi convencido a vota nem contra nem a favor. Aí já começa o problema da decisão hipotética aqui levantada. Quando há 10 votos a favor e oito abstenções, contra 9 votos, significa que o assunto deveria ter sido novamente tratado à exaustão até que se resolvesse de forma clara o problema. Em assim não sendo, o risco de injustiças serem cometidas é enorme. Em qualquer Tribunal, o embargo infringente é necessário para que injustiças não sejam cometidas. Caso contrário, a tão defendida democracia das assembleias não passa de uma geleia sem consistência nenhuma.


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O lugar das Instituições de Ensino e Pesquisa na Sociedade

Volto à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) na definição de Educação para discutir o lugar das Instituições de Ensino e Pesquisa na sociedade:
"TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Fica mais do que evidente, inclusive do ponto de vista legal, que Educação é conceito bem mais amplo e que não se resume aos bancos e salas, às vezes mal arejadas, das escolas, institutos e universidades.
No livro “A Ciência em uma sociedade livre”, lançado pela Editora da Unesp, Paul Feyerabend, autor de "Contra o Método", é enfático: “o parecer de especialistas é muitas vezes preconceituoso, não confiável e precisa de controle externo”. No limite, talvez Feyerabend queira ironizar e dizer:"quem precisa dos especialistas?!"
Em "Adeus à razão", o mesmo autor vai mais longe:”As informações são surpreendentemente desinformadas. É verdade que a “cultura” ocasionalmente fica um tanto desorganizada. Mas a tendência não é nada nova e é compensada por poderosas tendências contrárias: as escolas superam, passam às frente ou absorvem outras escolas, cientistas de campos diferentes criam áreas de estudos interdisciplinares (exemplo: sinergia, biologia molecular), grandiosos “esquemas unificadores” (evolução, holismo, soluções dualistas do problema mente-corpo, especulações linquistas) embaçam distinções importantes, o cinema a arte informatizada, o rock, a física de alta energia misturam princípios comerciais, inspiração artística e descoberta científicas de uma maneira que nos lembra o que ocorreu no Renascimento no século XV. Há fragmentação, mas há também uniformidades novas e poderosas.
A falta de perspectiva exibida pelos críticos é ainda mais surpreendente. Eles falam da “(!) crise da cultura contemporânea” ou da “cultura mundial”, quando o que querem dizer é da vida acad6emica e artística ocidental. Mas as brigas de professores e as contorções da arte ocidental tornam-se insignificantes quando comparadas à expansão constante do “progresso” e do “desenvolvimento”no Ocidente, o que corresponde à disseminação do comércio, da ciência e da tecnologia ocidentais. Esse é um fenômeno internacional: ele caracteriza tanto sociedades capitalistas quanto as socialistas; ele é independente das diferenças ideológicas, raciais e políticas e influencia um número cada vez maior de povos e culturas. Quase não há aqui nenhum vestígio dos debates e desacordos que tanto exercitam nossos intelectuais. O que está sendo imposto, exportado e mais uma vez imposto é uma coleção de ideias e práticas uniforme que têm o apoio intelectual e político de grupos e instituições poderosas. [...] Decisiva entre esses grupos é uma nova classe, uma elite científico-tecnológica que, segundo alguns autores (Daniel Bell e John Kenneth Galbraith entre eles), cada vez mais determina o prestígio e o poder. Bakunin (1972, p. 319), que enfatizou a importância do conhecimento científico, também nos alertou contra “o reino da inteligência científica, o mais aristocrático, despótico, arrogante e elitista de todos os regimes”. Hoje seus temores se tornaram realidade. Pior ainda, o conhecimento passou a ser uma mercadoria, sua legitimidade relacionada com a legitimação do legislador: “a ciência parece mais completamente subordinada aos poderes prevalecentes do que nunca e ... está em risco de se tornar um fator importante no conflito deles...”(Lyotar, 1984, p. 8). A elite que administra a comunidade muitas vezes apoio aquilo que Thompson (1982, p. 1ss, especialmente p. 20) chamou de “exterminismo”, uma estrutura de pesquisa abstrata e desenvolvimento tecnológico direcionada para assassinatos em massa. Também Chomsky (1986), bem como os debates sobre a função dos laboratórios nacionais reimpresso no Bulletin of the tomic Scientists, de 1985.”
Todos os textos destacados já foram publicados neste Blog em algum momento. Trazê-los de volta é uma forma de refletir e chamar à reflexão sobre o lugar a ser ocupado pela Ciência na sociedade: a voz das elites com o carimbo e a nossa assinatura.

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OBS: Post do dia 23/11/2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

As universidades muito além dos certificados

Recuso-me a entender a universidade como um mero entreposto do Ministério da Educação (MEC) para a emissão de certificados e diplomas. Centrar as discussões na "formação para o mercado" é tirar o protagonismo e a grandeza do papel da universidade. É reduzi-la a um biombo certificador e diplomador. Pensar a universidade como o locus da formação profissional é uma visão tão equivocada que passa até longe do que a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) define como Educação:
"TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Educar, portanto, até do ponto de vista legal, não se trata apenas de formar para o mercado, para o mundo do trabalho. São "os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais."
Não há educação se todos esses entes não tiverem interconectados. Erra, e feio, quem imagina a universidade como um centro irradiador do conhecimento. Não passa de apenas mais um dos entes, categorizada como "instituições de ensino e pesquisa". Entendê-la como uma espécie de sol, de morada dos deuses, é criar um muro invisível, mas, intransponível, e negar os processos formativos da vida familiar, da convivência humana, do trabalho, dos movimentos sociais e da organizações da sociedade civil bem como das manifestações culturais. Aproximar a universidade da sociedade será impossível se a própria universidade não se reconhecer apenas como parte do mundo da vida e não o centro dela.


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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Decisões colegiadas nem sempre são democráticas

O mito de que as decisões colegiadas são mais democráticas parece perdurar nas universidades brasileiras. E, talvez, atém o sejam. No entanto, dependem do compromisso e da participação efetiva dos representantes na s reuniões dos colegiados. Caso contrário, o que se consegue, na prática, é criar condições para que os déspotas travestidos de democráticos manipulem, inclusive, para que as reuniões ocorram sempre que a "maioria" dos que decidem "com ele" estejam presentes. Portanto, quando decisões são tomadas como resultado de manipulações e artifícios, são aparentemente democráticas. É preciso se levar em conta a democracia dos discursos e a democracia da vida real. Esta última nem sempre é tão participativa quando deveria ser.


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Que todos cumpramos a nossa parte

De quando em vez, um deputado ou um vereador tenta "obrigar", ainda que de forma velada, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a rever o percentual de 50% de vagas via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que toma como base as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O que me impressiona é a base da discussão: sempre o curso de Medicina, com um dado pontual deste ano: nenhum estudante de Manaus fora aprovado. Ora, é óbvio que ao invés de proteger os filhos das classes média e alta que tentam e não conseguem ingressar nas 50% das vagas do Curso de Medicina da Ufam, deputados e vereadores deveriam cobrar do Estado e do Município investimentos na qualidade do ensino. Por outro lado, os pais das classes média e alta deveriam cobrar, também, melhoria das escolas particulares que se "vendem" como as melhores da cidade. Ao contrário, todos, conjuntamente, preferem tentar mexer nas regras da Ufam ou jogar a Ufam contra a sociedade. Que tal cada um cumprir a sua parte?

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OBS: Post do dia 20/11/2013

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Interiorização da Pós: uma Política de Estado

A interiorização da Pós-graduação na Amazônia, especificamente no Amazonas, não se trata apenas de uma política de Governo. Tem de ser encarada como uma política de Estado. Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Ifam) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA) estão em uma fase bem-adiantada das conversas para que um movimento feito pela Ufam, com seus Mintras e Dintras, transforme-se em uma Política de Estado. Essa Política, os acertos também avançam, terá o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). É meta da Ufam para 2014 que em cada um dos cinco polos que possui no interior do Estado sejam oferecidas 30 vagas de Mestrado e 15 vagas de Doutorado para a comunidade. Entende-se que esse movimento faz parte de uma política efetiva, não apenas de formação, mas, de fixação de mestres e doutores no interior. Seriam, de imediato, 150 vagas para Mestrado e 75 para Doutorado. Ainda que a meta inicial não seja atingida na totalidade, estudantes que concluíram a graduação no interior terão oportunidade de continuar os estudos. Espera-se que as conversas entre as três instituições avancem para que sejam triplicadas as vagas.


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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pesquisadores-Operários e o Mestrado Profissional

Ontem, por conta da postagem "Pesquisadores-operários cada vez mais excluídos", recebi comentários de que eles (os pesquisadores-operários) se encaixariam melhor na modalidade Profissional. Isso não é totalmente verdade. O que muitos não conseguem entender é que os Pesquisadores-operários são operários por não terem a chance de se profissionalizarem como pesquisadores. Trabalham por necessidade. Mas querem ser Pesquisadores. E não o conseguem. Quando o fazem é exatamente pela força do trabalho e da dedicação à pesquisa. Nem sempre os movimentos de gabinete acertam o alvo. A criação do Mestrado Profissional, se teve esse objetivo, não o atingiu. É preciso repensar o modelo e se entender que a realidade brasileira é feita de estudantes-operários desde os cursos de Graduação. E esses mesmos Operários se transformam em Pesquisadores-Operários quando chegam à Pós-graduação. É preciso levar em conta essa trajetória para que a política pública seja efetiva no caso desses pesquisadores.


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domingo, 17 de novembro de 2013

Pesquisadores-operários cada vez mais excluídos

O Brasil é uma País no qual algumas política públicas carregadas de boas intenções terminam por aumentar ainda mais a exclusão. Quando as agências de fomento tomaram a decisão de que bolsistas só podem ter vínculo empregatício se o trabalho que realizam durante a pesquisa “for resultante de sua condição de bolsista e como consequência do tipo de projeto que esteja desenvolvendo” excluíram que não for ligado às universidades. Acontece que, no Brasil, a maioria dos estudantes de Pós-graduação, pelo menos no Amazonas é assim, são operários. Não apenas professores, mas, operários ou no Polo Industrial de Manaus (PIM) ou nas empresas. Sem que sejam liberados para dedicação exclusiva aos programas de Pós, são obrigados a trabalhar e a estudar. Com isso, cria-se uma distância ainda maior entre que é do ramo da Educação, os professores e professoras, e quem dele não faz parte. Não tenho fórmulas, mas, é preciso tentar corrigir essa distância. Afinal, a pós-graduação não é destinada apenas aos professores. Se o País quer ter mais pesquisadores nas empresas terá de encontrar uma forma de o pesquisador-operário não ser excluído das Pós-graduação.


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sábado, 16 de novembro de 2013

Cinquenta anos de idade, 20 anos de Ufam

Há exatos 50 anos, aos 45min do dia 16 de novembro de 1963, numa casa de paxiúba coberta de palha, em Sena Madureira, a primeira capital do Acre, localizada a 144 quilômetros da hoje capital, Rio Branco, eu nascia. Somente ontem à tarde, quando cheguei de Manaus, minha mãe revelou:"há cinquenta anos, sua mãe quase bate o catolé". A expressão "bater o catolé" significa morrer. De bem com a vida e feliz rebati:"Mãe, então temos dois motivos para comemora. A senhora nasceu de novo e eu também nasci". Depois de 35 anos volto a Sena Madureira para comemorar o aniversário com minha mãe, meus irmãos, sobrinhos e parte da família. Em março de 1993 ingressei na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) como professor. Depois de oito anos e dois cursos na condição de estudante, somo 28 anos de dedicação à Ufam. Tenho poucas ilusões em relação ao local no qual trabalho, alguns sonhos e uma certeza: a cada ano que passa, o fim se aproxima. Meu avô morreu com 77 anos, meu pai, 79. Talvez eu ainda tenha mais 30? Não sei! Quero viver intensamente, com menos ilusões em relação à humanidade, mas com a utopia de um mundo mais justo e melhor.


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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Vagas nas instituições públicas

Fico a me perguntar, afinal, qual a imagem que a classe média (alta e baixa) brasileira tem das universidades públicas: quer federais, estaduais ou municipais. Nos discursos pré-formatados e preconceituosos se diz que é um lugar onde não se tem aulas, não se trabalha e "ainda se faz greve". Na hora da disputa por vagas, porém, todo mundo que ingressar nelas. Será, meramente, uma questão econômica? Tratam-se de lenda, balela, conversa para bois dormirem e quetais essas histórias de que, "por causa das greves", os filhos vão para as Faculdades e Universidades particulares. A classe média brasileira blefa constantemente. Faz de conta que desvaloriza a Educação Pública, mas, no fundo, não consegue se sentir realizada sem por ela passar. Ingressar em uma universidades pública ainda simboliza, sim, sucesso, ser bem-sucedido na carreira profissional. Daí, ser tão acirrada a luta por vagas.


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O esfacelamento da área da Comunicação

A área da Comunicação, para muitos tida como Campo, para alguns outros já com status de Ciência, enfrenta um grave momento no Brasil: de esfacelamento. Tudo em função da predominância de muitos profissionais de Jornalismo com uma visão estreita a respeito do Campo e da própria Comunicação em si. E foi com base nesta estreiteza de visão que se aprovaram as Diretrizes Curriculares do Jornalismo, extremamente excludente em relação às demais atividades que fazem parte da Comunicação. Baseado em "líderes de si" e de alguns subservientes seguidores, o que se fez, com as Diretrizes, foi afastar o Jornalismo das atividades correlatas. Esses mesmos "líderes" negam, inclusive, as Mídias Digitais e, talvez, sonhem com o retorno do Jornalismo aos cânones dos anos 60 e 70. O retorno do Estágio Curricular Obrigatório simboliza esta nostalgia do grupo que propôs as Diretrizes para os cursos de Jornalismo. Simboliza, também, a aversão ao novo, ao moderno, ao Digital. O movimento se refletirá em ações separatistas nas Faculdades e Universidades. Levará a um atraso, inclusive do ponto de vista teórico, que, ao longo do tempo, certamente, decretará o fim do Jornalismo que os velhos líderes tentaram resgatar. A história contemporânea comprova que jornalistas formados pela velha cartilha se transformam em desempregados portadores de diplomas. Será o fim para aqueles que optarem por seguir religiosamente líderes anacrônicos.


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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O que se espera da universidade

Há uma distância monumental entre o papel da universidade pública na sociedade e o que se espera dela. A expectativa em torno da atuação de uma universidade, principalmente uma federal, é que de seja capaz de corrigir todos os erros das esdrúxula e falidas políticas públicas para a Educação nos níveis municipal e estadual. Não se pode é atribuir à universidade o dever de corrigir o problema da péssima Educação nos níveis Básico e Médio. Ao contrário, ela, a universidade, termina por se tornar vítima de um ciclo que, por mais que consiga um bom nível de qualidade, sempre será afetada pelo processo de formação nos níveis anteriores, responsabilidade do Município e do Estado, respectivamente. Antes de qualquer tentativa de interferência na política de seleção de ingressantes em qualquer universidade, deputados e vereadores devem mesmo é cumprir o dever de casa e cobrar providências tanto do Município quanto do Estado no sentido de que seja ofertada uma Educação de qualidade. A universidade pode até ser parceira no processo, nunca, porém, condenada pela má-administração de quem não cumpre o mínimo.


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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Modernização administrativa e credibilidade

Nos meios de Comunicação, principalmente nos jornais, sem linha editorial claramente definida e credibilidade não se vai a lugar nenhum. Penso que na Administração Pública, principalmente das universidades, o artigo intangível mais importante é a credibilidade: dos gestores e institucional. Essa credibilidade, porém, embora intangível, deveria ser medida pelas ações das pessoas em prol da instituição e não de interesses pessoais. Caso contrário, a administração fica impregnada de uma praga que tanto, todos nós, criticamos no serviço público em geral: a troca de favores. A mim me parece de uma incoerência sem tamanho criticar, em alto e bom som, nos corredores das instituições, as práticas dos políticos em geral e, internamente, não conseguir dar um passo sem usar a "advocacia administrativa" como regra. Quem age dessa forma, infelizmente, não põe em risco apenas a credibilidade pessoal, mas, e principalmente, a credibilidade institucional e a dos dirigentes, em todos os níveis. A modernização administrativa efetiva passa pela modernização das relações. Enquanto todos os membros de uma organização não trabalharem em favor da credibilidade institucional, prestando bons serviços e cumprindo suas obrigações, não há modernização que se sustente.


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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quando a racionalidade acadêmica inexiste

Há momentos e movimentos dentro das universidades brasileiras que parecem refletir simplesmente uma busca individual e insana pela criação de guetos. Enquanto, de um lado, os teóricos discutem a religação dos saberes, do ponto de vista administrativo, discute-se o saber do eu-sozinho. A racionalidade didático-pedagógica perde sentido. Os prédios e as vagas nos conselhos superiores passam a ditar o tom dos discursos. Ou os sentimentaloides sonhos individuais de se passar para a história como mentor de alguma Faculdade ou Instituto. O bem-comum que se lixe. O coletivo que desapareça. Vale a esperteza da manipulação dos discursos e colegas para se vencer um debate que de acadêmico não tem nada. E quando a razão acadêmica e dinamitada em nome dos argumentos administrativos com fins de se ganhar poder e prédios, a noção de universidade morre. Fica-se com a impressão que é desejo de muitos que cada um se transforme em um Instituto ou uma Faculdade ambulante. A unidade acadêmica, princípio basilar de uma universidade, dá lugar a um amontoado de cursos que viram Faculdade ou Institutos. Só há uma explicação para movimentos como esse: a insana e gloriosa luta(não mais velada) por CDs.


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A complexidade da política de quotas

A política de quotas nas universidades brasileiras não é algo tão simples como a vã proclamação de decretos e leis leva a crer. No próximo ano, por exemplo, as universidades serão obrigadas a elevar para 22,5% o número de vagas. Quanto mais se eleva esse número, mais se torna necessário um trabalho psicopedagógico de acompanhamento e apoio às pessoas que entraram por meio desta modalidade para que não fiquem pelo meio do caminho. A responsabilidade social da universidade não pode se limitar a oferecer as vagas. É preciso dar condições para que essas pessoas, após entrarem, logrem êxito. E isso não se consegue sem que haja uma política interna de acompanhamento e apoio a esses estudantes para evitar, dentre outras coisas, o confronto e o preconceito das pessoas que sentem como se suas vagas fossem "tomadas". É preciso entender que há uma dívida social e um dever de se dar oportunidade de inserção para as pessoas menos favorecidas. E a universidade brasileira não pode se furtar a fazer parte do processo de pagamento dessa dívida histórica.

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OBS: Post do dia 10/11/2013

domingo, 10 de novembro de 2013

A cruel universidade dos corredores

Ao longo dos anos como professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ingressei em 1993, percebo que existe a universidades dos corredores e cantinas e a universidade dos discursos. Essa última, a mais ética, correta e democrática que um dia alguém sonhou, inclusive eu. Essa universidade dos discursos nos enche de orgulho. A dos corredores e cantinas, que parece ser a mais real, é de dar nojo: formada por vermes, víboras e amebas. O maior desafio é tentar aproximar essa universidades dos corretores da utópica universidade dos discursos. Quisera eu e a sociedade inteira que a pregação dos discursos fosse transformada em prática, no dia-a-dia. Ter-se-ia uma universidade menos cruel e mais comprometida com os interesses coletivos. Em não sendo assim, a universidade se transforma em uma casta de interesses individuais sobrepondo-se sempre à sociedade, o que é uma lástima.

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OBS: Post do dia 09/11/2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O totalitarismo mascarado de democracia

O fato de as decisões serem colegiados, como o são nas universidades brasileiras, não garante que o processo seja plenamente democrática. Quando uma maioria absoluta de membros de um colegiado, por exemplo, une-se para que nenhum de tipo de projeto ou proposição da minoria seja aprovado, o que se tem não é democracia. É totalitarismo travestido ou mascado de democracia. A predisposição por prejudicar algum desafeto, o lobby, a troca de favores, tão lastimavelmente criticada fora da universidades, transformou-se em regra a ponto de até os maiores defensores das decisões colegiadas optarem por uma nova estrutura sem os departamentos. Acontece que esse tipo de estrutura é ainda mais totalitária e centralizadora que a anterior, baseada em departamentos. Se em uma unidade menor os arranjos nas votações de temas polêmicos ou de interesse da administração existem, o que não se dizer em uma unidade maior: as chances de a maioria esmagar a minoria são muito maiores. É fundamental refletir sobre o problema.


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O ritual simbólico da formatura

O que antigamente recebia o nome de formatura, hoje, nas universidades brasileiras, recebe o nome de cerimônia de outorga de grau. Não pela mudança de nome, mas, pelo valor simbólico para a família e para os amigos, considero hoje ser este o momento mais importante de quem "passa" por uma universidade. Mas, de quem efetivamente vivencia a vida acadêmica e transforma essa experiência em propulsor da mudança da própria vida e da sociedade. E é por simbolizar não apenas um rito de passagem, mas, o ápice de uma trajetória de vida. É como se fosse o coroamento de um esforço coletivo para que o rapaz ou a moça passasse a "ser alguém". Daí a importância da "formatura", talvez, nem tanto, para o estudante, mas, para a família e os amigos. Registrar o momento da entrega o diploma, a presença de alguns amigos de longas datas que só aparecem na hora da cerimônia é algo que faz parte do ego e da memória coletiva. Importante demais para ser relegado a segundo plano.

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OBS: Post do dia 07/11/2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As organizações que se destroem por dentro

As universidades, muito provavelmente, estão entre as organizações que mais conseguem se destruir internamente pela lamentável e repugnante guerra de egos. A tão propagada democracia das "decisões colegiadas" encobre ranços autoritários que podem ferir de morte a própria estrutura. Uma delas é centrar as discussões, que deveria ser didático-pedagógicas, nos cargos comissionados ou nas questões de fundo administrativo. Com isso, subverte-se a ordem das prioridades e o que é meio passa a ser fim em si mesmo. Quando isso acontece, a organização começa um fino e quase imperceptível processo de definhamento que, se não leva à morte, passa a adoecer, paulatinamente, seus membros. A guerra de egos talvez seja a maior responsável por esse processo de autodestruição organizacional. No caso das universidades, o problema é mais grave porque se trata de uma organização cujo discurso é o da liberdade, mas, cuja prática é tão ou mais autoritária quanto a da sua máter-divina igreja. A centralização das decisões certamente acentuará o problema.

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OBS: Post do dia 06/11/2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Por uma efetiva Educação libertadora no Brasil

Ainda aposto, confio, acredito e sonho com a educação libertadora. Caso não, já teria largado a profissão. E para ser libertadora, a Educação deve ser plena. Inclusive em dar ao cidadão o direito de desenvolver por completo a cidadania e ter o direito sagrado de optar entre o tradicionalismo de um sistema educacional fracassado e o avanço da a Educação Domiciliar ou homeschooling, como é conhecido nos Estados Unidos, tema que abordei ontem aqui neste mesmo espaço sob o título "Monopólio do Estado na Educação começa a ruir". A Escola, como diria Antonio Gramsci, é, certamente, o aparelho ideológico mais eficaz do Estado. O lema da Revolução Francesa, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não passa de um mecanismo subliminar de controle das minorias, tanto do Capital quando do Estado, para que os dominados não percebam, de forma crítica, os aparelhos idiológicos, inclusive subliminares, usados pelas classes dominantes para usurparem o poder da maioria, os dominados. Por isso, até hoje, é quase impossível tirar do Estado a tutela, o poder cartorial de "certificar" o conhecimento. A Escola, no mundo atual, não é o único espaço da aprendizagem. Em alguns casos, é o pior e mais inadequado espaço para a troca de saberes. Que Paulo Freire nos ilumine e tenhamos coragem de vencer os tabus e implodir a estrutura tradicional em troca de um processo mais cidadão e libertador na Educação brasileira.


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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Monopólio do Estado na Educação começa a ruir

Já não era sem tempo! Um dos maiores muros da vergonha na Educação brasileira, similar ao de Berlim, começa a ruir: o monopólio do Estado na educação de crianças, jovens e adolescentes. Dia 12 deste mês, na Câmara dos Deputados, em Brasília, haverá uma audiência pública para discutir a "descriminalização" do Ensino Domiciliar no Brasil. O tema será discutido na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. A esperança da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) é que entre em discussão, também, o Projeto de Lei (PL) do deputado Lincoln Portela (PR-MG), que autoriza o ensino domiciliar.
Nos Estados Unidos, a Educação Domiciliar é conhecida como homeschooling. No Brasil, a justiça ainda considera crime quem "educa os filhos em casa". A resistência ao monopólio do Estado fez com que surgisse a Aned, hoje oficialmente com mil famílias associadas. Um dos fundadores do grupo, Ricardo Iene, pelos e-mails que recebe, calcula que há mais mil famílias educando os filhos em casa no País.
O assunto, com toda a certeza, gerará acaloradas discussões porque não atinge apenas o monopólio do estado cartorial, mas, e principalmente, o monopólio de algumas profissões ligadas ao processo de Educação. Talvez demore anos para que um projeto desses seja aprovado. Principalmente porque fere de morte muitos democráticos de discurso e de fachada, mas que, no fundo, não reconhecem o direito que os pais possuem de não manter os filhos na fraca escola tradicional brasileira.


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domingo, 3 de novembro de 2013

Polêmica moralista em escola fundamental no Acre

Uma tirinha modificada, publicada em uma prova de uma escola fundamental, em Rio Branco, no Acre, ganhou contorno de escândalo e, se duvidar, o Pastor Marcos Feliciano pode aparecer, a qualquer momento, para condenar a professora da disciplina a "arder permanentemente no fogo do inferno". Vejam, caros leitores e leitoras, como um site de notícias inicia a divulgação do fato: "Uma prova de língua portuguesa contendo um palavrão foi aplicada a alunos em uma escola fundamental em Rio Branco, no Acre. No teste, a palavra “pica” foi colocada em uma tirinha alterada da Turma da Mônica, gerando polêmica entre os pais das crianças".
 
Reprodução/Efigênia Ferreira/Arquivo Pessoal
Uma análise da "tirinha modificada" leva-me a crer que o centro da polêmica não deveria ser a grafia equivocada de "pipoca". O pessoal da "revisão" dormiu no ponto (ou até mesmo de propósito) e pipoca virou aquilo lá que espantou o pipoqueiro. O problema talvez esteja na frase "Leia a tirinha a baixo (sic) e responda a questão 16". Ainda assim, sem nenhum preconceito linguístico, o que houve foi um espaço em branco a mais e a sílaba "po" a menos.
Entendo que o episódio poderia ser usado pela direção da escola de forma didática. Não para condenar publicamente uma professora que, no mais das vezes, trabalha sem motivação, sem salários dignos e em péssimas condições de trabalho. Não conheço a escola e não sei se esse foi o caso, mas, o certo, é que todos nós somos passíveis de cometer erros de grafia: por desleixo ou por pressa. São erros, porém, que jamais podem provocar à condenação pública de um profissional. É preciso levar a conta a história de vida das pessoas, os bons serviços prestados até então e "dar um desconto" e, no máximo, exigir mais atenção e zelo da professora ao revisar o texto das provas a serem aplicadas.
E quanto ao palavrão (que nem é assim uma palavra tão grande para figurar no aumentativo, embora muitos homens tenha trauma em relação ao tamanho da palavra) serve de mote para uma excelente aula de Educação Sexual, puxada pela taxionomia dos órgãos genitais femininos e masculinos. Talvez, assim, se vencesse, definitivamente, o mito vagina e do pênis (ou pene) e o assunto deixasse de ser tabu e passasse a fazer parte da vida das pessoas, com muito mais naturalidade. Afinal, "pais das crianças", as crianças só existem porque, em algum momento, vagina e pênis foram usados.

OBS: Fosse em uma tese ou dissertação, bastaria uma errata: "onde se lê "a baixo", leia-se "abaixo" e onde se lê "pica", leia-se "pipoca".


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sábado, 2 de novembro de 2013

Ufam tem o primeiro Observatório de Economia Criativa

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) promoveu na sexta-feira, dia 1º novembro, às 15h, no auditório da Faculdade de Direito, a inauguração do primeiro Observatório de Economia Criativa (OBEC-AM) do país. A cerimônia contou com a presença do diretor de desenvolvimento, monitoramento e regulação da Secretaria de Economia Criativa do Minc, Luiz Antonio de Oliveira, e do secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Marcos André Rodrigues de Carvalho.
O secretário destacou que a Economia Criativa move o mundo:"Hoje, um garoto pode criar um programa de computador e amanhã estar milionário". Ele destacou a relevância de inaugurar o primeiro OBEC do país no Amazonas como uma quebra de paradigma do próprio Ministério e uma demonstração do Ministério direcionar recursos e gerar maior participação para a região Norte do país.
Compuseram a mesa de abertura estavam a reitora da Ufam, professora Márcia Perales, o vice-reitor, professor Hedinaldo Lima, o secretário de economia criativa do Ministério da Cultura (Minc), Marcos André Carvalho, o diretor de desenvolvimento, monitoramento e regulação da Secretaria de Economia Criativa do Minc, Luiz Antonio de Oliveira, o secretário executivo adjunto da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Eduardo Costa, o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, professor Gilson Monteiro, o pró-reitor de extensão e interiorização, professor Luiz Frederico Arruda e a pró-reitora de inovação tecnológica, professora Socorro Chaves.


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O difícil exercício da ética nas universidades

Certa vez fui convidado a participar de um evento no qual se discutia a ética na prática do jornalismo. Era no auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O palestrante era um "famoso" jornalista de Manaus, formado pela Ufam. Ele até que discorria bem sobre o tema da ética no jornalismo. Até dar o exemplo de um assunto grave que fora investigar. Ao descobrir que se tratava de dois amigos dele, resolveu não divulgar. E deu o tal exemplo como característico de um comportamento ético. Para ele, não divulgar uma notícia, ainda que acompanhada de provas cabais, por se tratar de uma amigo, é ético. Dei uma gargalhada por dentro para não constranger o colega de trabalho e me fui. Com a certeza de que o exercício da ética é um dos mais difíceis. E se o exercício for trazido para o ambiente das universidades, então, é um esforço quase hercúleo.


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