domingo, 30 de novembro de 2014

Perigo de morte da Língua

Faz tempo que mantenho a discussão de que a expressão castamente correta era "perigo de morte" e "não perigo de vida". À época, quando defendia a expressão e, inclusive, consegui incluí-la no Manual de Redação do Jornal A Crítica, por mim elaborado, fui criticado por um sem número de pessoas. Defendiam que a expressão "perigo de vida" era uma forma apócope de "perigo de perder a vida". Mantive a defesa até hoje e, em Lisboa, nos trilhos de uma estação do Metro da cidade, tive um certo sentimento de "alma lavada". Fotografei uma das placas que ficam espalhadas pelos trilhos do Comboio, vagões a vagões, aqui chamados de Carruagens, nos quais há um alerta: "Perigo de morte" (vejam a foto a seguir). Anos e anos depois, vejo comprovado que a expressão por mim defendida faz sentido. Pelo menos na capital portuguesa. Com certeza!



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sábado, 29 de novembro de 2014

Educação pelas atitudes

Há quem acredite que educar é um ato de amor. Estou no time dos que são alimentados por esta crença. Mas, sou daqueles que acredita que, talvez, também, educar seja um ato de demonstração, logo, como diziam os mais antigos, pelo exemplo. Nós, os professores e professoras, não temos como cobrar dos nossos estudantes posturas éticas se nas as tivermos. O professor ou professora que não ministra aulas regularmente não tem condições de exigir o mesmo dos estudantes. Quem não se dedica ao trabalho com a desculpa de que recebe mal, não tem como cobrar dedicação dos seus estudantes. São esses exemplos aos quais me refiro. Só se demonstramos ter compromisso e gostar da instituição qual trabalhamos, podemos ter o mesmo dos nossos estudantes. É bem verdade que temos o dever de reivindicar melhorias sempre. Não temos o direito, porém, de nos portar como irresponsáveis. Para o nosso próprio bem e da sociedade.


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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Abusos sexuais inconcebíveis

Está cada vez mais difícil aos integrantes da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (Aaaoc) explicarem a prática recorrente de violência sexual contra as estudantes de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As denúncias são de práticas repugnantes, acobertadas por todos os participantes da Associação. Ainda que o caso tenha chegado ao Ministério Público, é muito pouco. Quem incentiva a violência sexual contra a mulher e o preconceito racial deve ser punido exemplarmente. Não se pode admitir que em uma universidade a prática da violência sexual contra a mulher se transforme em algo rotineiro. Os relatos de abusos na USP revelam uma prática inconcebível, que, em hipótese nenhuma, pode ser aceita pela sociedade. Que as investigações cheguem aos culpados e que sejam punidos exemplarmente.


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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cid Gomes no Ministério da Educação

Tão nociva quando a presença de Kátia Abreu no Ministério do Agricultura e de Gilberto Kassab no Ministério das Cidades, é a especulação de que Henrique Paim sai do Ministério da Educação e, no lugar dele, entra Cid Gomes (PROS). Governador do Ceará, o cotado para o Ministério da Educação, embora tenha melhorado alguns índices do Estado na área de Educação, é mais lembrado quando pregou, aos quatro cantos, que "professor deveria trabalhar por amor e não por dinheiro". Gomes, irmão de Ciro Gomes, quando ainda era do PSB, partido do qual saiu para se manter firme no apoio à Dilma Rousseff, contra o voo de Eduardo Campos, notabilizou-se por gastar R$ 388 mil em uma viagem à Europa, uma forma de agrado à sogra. Paim, um técnico experiente e muito bem conceituado entre os administradores da área, perde o cargo para um especialista em bajular o poder central que, na área de Educação, pouco entende. Não é possível que as entidades representativas de todos os segmentos da Educação, principalmente as que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff, aceitem caladas a nomeação de Gomes para a Educação. Seria decepcionante e lamentável!


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Educação não se mede por salários

O nível melhor ou pior de um sistema educacional não se mede apenas pelo salário dos professores. Assim como não se pode como não se pode avaliar os ganhos de uma categoria por um ou dos professores que recebem além do razoável. Mas, com os salários dos professores da Universidade de São Paulo (USP) aconteceu exatamente isso: a divulgação passou a falta impressão de que os professores (e professoras) são marajás. Um deles ganhava R$ 60 mil. Outro, R$ 45 mil. Eram dois casos de sinecuras particulares baseadas nas brechas deixadas pelas leis brasileiras e estaduais. Não se trata, nem de longe, do que é pago aos professores das instituições municipais, estaduais e federais de Ensino Superior. É inegável que os professores merecem, certamente, receber, pelo menos, salários iguais aos de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para se ficar só em um exemplo. É injusto pegar uma divulgação dessas e enquadrar professores, em geral, na categoria dos supersalários brasileiros.

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OBS: Post do dia 26/11/2014

terça-feira, 25 de novembro de 2014

CEP específico para a área de Humanas

Desde o dia 03 de julho deste ano, por meio da Carta Circular N° 100/CONEP/CNS/GB/MS, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) reafirma a decisão tomada por meio da Resolução 466/12 que reconhece "as especificidades da pesquisas ciências sociais e humanas" e apresenta a necessidade de uma Resolução Específica para a área. Desde julho de 2013 a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) criou um Grupo de Trabalho (GT) para elaborar a proposta de Resolução. Entre os dias 17 e 19 de novembro de 2014, ocorreu, em Atibaia, São Paulo, o Encontro Extraordinário dos Comitês de Ética em Pesquisa (ENCEP) e o 1º Encontro Nacional de Representantes de Usuários do Sistema CEP/CONEP. O principal ponto da pauta do evento foi "a criação de uma Resolução específica para as pesquisas em Ciências Sociais e Humanas."  Como se sabe, a proposta original foi elaborada pelo GT, composto por 60 entidades da área de Ciências Sociais e Humanas. Pela decisão tomada no evento, as sugestões discutidas serão enviadas aos participantes do "GT dos 60" nos próximos dez dias. Em seguida, haverá uma Consulta Pública sobre o documento a ser votado pelo CNS. É preciso estarmos atentos para que nós, das Ciências Sociais e Humanas, não sejamos apena "Outros" nos formulários dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs). Há que se avançar muito mais, para, no futuro, termos Comitês específicos da área.


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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Da iniciação científica à internacionalização


O tema "Da iniciação científica à internacionalização" marca o I Encontro de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), cuja abertura é hoje, às 9h, no Auditório da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA). Após a abertura, que será feita pela Reitora da UFAM, professora Márcia Perales Mendes Silva, será proferida a Conferência de Abertura, pelo convidado especial do evento, o professor da Universidade de Sussex, no Reuno Unido, Alex Shankland. Ele é pesquisador do Institute Of Development Studies (IDS), da Universidade de Sussex (Reino Unido). Atuou entre 2012 e 2014 como coordenador do programa Rising Powers in International Development. Coordena o programa de pesquisa ‘Civil Society from the BRICS’ e a participação do IDS no programa trilateral ‘Civil Society and South-South Cooperation’, além de outros estudos sobre a difusão de inovações em políticas sociais e de saúde entre os países BRICS. À tarde, a partir das 14h, serão discutidos os programas de Mobilidade Internacional dos quais os estudantes da UFMA participam ou poderão partir. No dia 25, pela manhã, já no Auditório do Ceteli, será discutida a Iniciação Científica na UFAM e, à tarde, no mesmo local, a Pesquisa e a Pós-graduação. O objetivo do encontro é aproximar a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPESP) da comunidade e subsidiá-la com informações para o planejamento estratégico do ano de 2015. Os encontros deverão ocorrer anualmente a partir de temas e problemas levantados por professores, estudantes e toda a comunidade que lida diretamente com a PROPESP.


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domingo, 23 de novembro de 2014

Uma construção necessariamente coletiva

Quem imaginar que é possível qualquer avanço nos programas de Pós-graduação sem um trabalho coletivo engana-se redondamente. Em Educação, no geral, é quase impossível qualquer tipo de avanço que não seja por um trabalho coletivo. Em se tratando de Pós-graduação, no entanto, o pressuposto do trabalho coletivo é algo imprescindível. Em essência, a construção coletiva deve ser iniciada na própria construção da proposta, embora muitos assim não o façam. Em assim não sendo, corre-se o risco de os programas de Pós-graduação morrerem por inanição ou se transformarem em "territórios" de meia dúzia de pessoas que, com o tempo, perdem o estímulo e tendem a largar o trabalho abnegado que desenvolvem. Sem que haja engajamento, é pouco provável que as administrações superiores das universidades possam fazer algo em prol do programas. Para que se tenha avanços é fundamental a consciência do trabalho coletivo. Só assim se pode construir avanços, logicamente, também, coletivos.


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sábado, 22 de novembro de 2014

Escrever: um dos problemas da Pós-graduação

O maior problema da Pós-graduação brasileira talvez não seja o número de bolsas para os estudantes, mas, a pouca experiência em produzir artigos científicos. Ou, ainda mais, a pouca habilidade em escrever quaisquer tipos de textos. Na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), passamos a oferecer oficinas de produção de textos científicos aos professores, professoras e estudantes. Não sei se por preconceito, a participação dos professores e professoras não é das maiores. Nem mesmo os estudantes se interessam. Pelos comentários a respeito do problema, fica-se com a impressão de que há "um modo de escrever" para cada área do conhecimento. Discordo frontalmente desta crença: o que se pode admitir são adaptações às normas das revistas por áreas. Algo para o qual também é necessário praticar, fazer exercícios. Não é uma questão de saber ou não escrever, mas, de se apropriar dos temos, das palavras, do estilo, por área. No geral, porém, é preciso praticar a escrita. Sem isso, corre-se o risco de a produção de professores e estudantes não atingir o nível mínimo exigido pelas respectivas áreas.


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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Uma bolsa por estudante na Pós

Ao que parece, há um grave equívoco na Pós-graduação brasileira: a ideia de que cada estudante de Pós deve ter uma bolsa de estudo. É bem verdade que, no Amazonas, por exemplo, quase se consegue atingir este nível, caso sejam somadas as bolsas da Comissão Permanente de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). No entanto, não se pode imaginar que se deva trabalhar com esta meta. Necessária para o crescimento e o desenvolvimento científico e tecnológico do País, a Pós-graduação também é interesse do indivíduo. Portanto, o financiamento não pode, ao meu ver, ser totalmente federal, estadual ou municipal. A meta de uma bolsa por estudante de Pós não está escrita em lugar nenhum, mas, é o que se pode inferir a partir das reivindicações de cada programa de Pós no País. Talvez a meta faça sentido se tivéssemos recursos em abundancia, o que não é o caso. Quando o cenário não é este, é preciso priorizar investimentos. Sem, com certeza, abandonar, como meta, que se chegue, um dia, ao nível de uma bolsa por estudante, o que não é a realidade atual.


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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Meias verdades na Educação Superior

O discurso de que o sistema brasileiro e Educação Superior, ao atingir a marca de seis milhões de matriculados, está saturado, talvez se encaixe naquela categoria das meias-verdades. A expansão inegável não pode ser confundida com saturação. O que se deve jogar luz sobre, e poucos querem fazê-lo, é na ineficiência das universidades brasileiras no que se pode chamar de "processo de formação". Se há saturação nas entradas, como muitos querem fazer crer, a falta de efetividade nas saídas é gritante. Enquanto nas universidades públicas o índice médio de sucesso é de 44%, na iniciativa privada é de 37%. Nos dois casos, é um número estarrecedor, pois, menos da metade dos que ingressam conseguem se formar. E não adianta atribuir o insucesso apenas à baixa qualidade do Ensino Médio. Há sim, também, problemas nos processos pedagógicos tanto das universidades públicas quanto das particulares. E se o problema não for enfrentado, ficar-se-á sempre com a impressão de que as universidades são eficientíssimas e o problema está fora delas. O que, também, termina por se caracterizar como uma meia verdade.


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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Abertura do ENPROP hoje em Águas de Lindoia

O Ministro de Estado da Ciência, Tecnoloiga e Inovação (MCTi), Clélio Campolina Diniz, será o conferencista da abertura do XXX Encontro de Pór-reitores de Pesquisa e Pós-graduação das universidades brasileiras (XXX ENPROP), a ocorrer hoje, às 19h, no Hotel Majestic, em Águas de Lindoia, interior de São Paulo. Ele falará sobre "A Pesquisa como Instrumento do Desenvolvimento Social: Universidade e Sociedade um Diálogo Necessário". O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Jorge Guimarães, também participará da conferência, que terá como coordenador o presidente do FORPROP, Isac Almeida de Medeiros. O evento propriamente dito começa às 14h com a reunião dos segmentos (particulares e públicas) e com a reunião das regionais, às 16h. O XXX Encontro Nacional dos Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-graduação – ENPROP reunirá pró-reitores de instituições públicas e privadas de todo o país. No Encontro, serão discutidas as políticas nacionais de pesquisa e pós-graduação, bem como serão apresentados e debatidos itens do Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), pela Comissão de Acompanhamento do PNPG criada pela CAPES para acompanhar a execução do Plano.


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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Por uma escola do bem-querer-bem

Ao que parece, há uma necessidade permanente de controle entre os que fazem o dia-a-dia da Escola, em quaisquer dos níveis. Deveria mais se preocupar era com liberdade, que rima com felicidade, e lutar para fazermos uma Escola menos burocrática e maçante. Mais atraente para adultos e crianças. Na qual, como prega Maria Luíza Cardinale Baptista, a amorosidade e o bem-querer-bem fossem elementos essenciais. Educar é amor, doação e entrega. Não um processo de controle absoluto. Impor limites é uma coisa, uma necessidade para a vida em sociedade, inclusive. Tornar a imposição de limites uma obsessão é perder o horizonte de uma Escola libertadora, que forme para a vida. Na Escola do bem-querer-bem, só um muro poderá se erguer: o do amor, da paixão, da amorosidade. Quando nos conscientizarmos disso, deixaremos de lado a busca permanente pelo controle como mecanismo de manter os estudantes no espaço da aprendizagem e aprenderemos a conquistá-los, com amorosidade e bem-querer bem.


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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

As entrelinhas do preconceito

Por mais que combatamos o preconceito em todos os matizes de suas manifestações, não será tão fácil superá-lo. Ele, ao que parece, está nas entranhas, e não apenas nas entrelinhas, do que fazemos, escrevemos ou dizemos. Todos nós, incluo-me no grupo dos desavisados, ainda cometemos alguns deslizes, que, se levados à cabo, podem nos levar a receber a pecha de preconceituosos. Talvez, como disse, porque o preconceito ainda esteja dentro de cada um de nós, apesar da feroz luta diária para nos libertarmos. Não é simples pois, no mais das vezes, o preconceito é parte da nossa cultura. No machismo ainda predominante, na homofobia que tentamos negar, nas relações diárias carregadas de nuances preconceituosas. Não é raro, por exemplo, ouvirmos a expressão "coisa de mulher", como quase nunca se ouve "coisa de homem". São expressões que relacionam fraqueza à mulher e fortaleza ao homem. Ainda não se conseguiu eliminar o elevador de serviço dos prédios. Discursos homofóbicos ganharam força logo após o resultado das eleições. Assim como houve uma relação aos mais pobres, como se tudo o que houvesse de ruim no País fosse "culpa" dos menos afortunados. O Bolsa Família, na maioria das vezes, foi chamado de Bolsa Miséria. O Bolsa Petrolão não parece provocar a mesma ira. Talvez seja a hora de revermos nossos conceitos e preconceitos. Antes que seja tarde para nós mesmos.


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domingo, 16 de novembro de 2014

Intolerância e arrogância em relação à UFAM

É uma das coisas que considero mais incríveis em alguns estudantes que se formam na Universidade Federal do Amazonas (UFAM): a intolerância (ou seria mesmo arrogância). É como se eles (e elas) fossem a própria perfeição em forma de gente, os melhores profissionais do mundo (ainda com a fralda profissional de recém-diplomados) e a UFAM fosse nada, não significasse nada e fosse apenas o local onde eles (ou elas) conseguem registrar, no sentido de oficializar, o ofício que já exercem como as sumidades das áreas nas quais atuam. A UFAM, na visão dos arrogantes e intolerantes, é o locos que precisam tolerá-la (no sentido de suportá-la) para obterem licença do exercício profissional que já dominam mais do que seus professores. Julgam-se superiores em tudo e, quando vão embora, ainda deixam comentários ferinos, como o que li há pouco de uma recém-formada em jornalismo, que pedia para "desconsiderarem a parede descascada do auditório a UFAM". Desqualificar a UFAM é desqualificar o processo de formação. Se a intenção não é atingir a UFAM, só tem um fim: demonstrar a suprema arrogância de quem sai. É lamentável que nós, professores e professoras, não tenhamos sido capazes de desenvolver sequer gotas de tolerância e humildade nos estudantes.


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sábado, 15 de novembro de 2014

O que aprendemos com as operações da PF

Bons de investigações, quando querem, os agentes da Polícia Federal (PF), nos últimos tempos, se notabilizaram por "dar um nome" às operações que realizam. A investigação sobre a distribuição de propinas na empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás), recebeu o nome de "Operação Lava Jato", que, rigorosamente, significa "uma operação que lava aviões cujo mecanismo de propulsão são turbinas", também conhecidos como jatos. Infere-se, de cara, que a intenção não foi dizer isso. Ao que parece, o que a Polícia Federal deseja é promover uma limpeza na Petrobrás, lavando-a, à moda de jato, ou seja, de "saída impetuosa de líquido ou gás". Inadvertidamente, alguns poderiam argumentar que não ocorre a contração da preposição "a" com o artigo "a" antes de nomes masculinos. E é verdade. No entanto, quando se pode entender a expressão "à moda de", a expressão é aceita sem nenhum problema. Portanto, a operação que a Polícia Federal realiza, em Língua Portuguesa casta, deveria ser "Operação Lava à Jato". Quem tem uma empresa que "vive" de lavar carros, é proprietário de um Lava à Jato e não de um Lava Jato, que, castamente, deveria ser, Lava-jato. Porque quem tem um Lava Jato é especialista em lavar aviões por meio do uso de um objeto que permite "a saída impetuoso de água". Tanto a Polícia Federal quanto esses proprietários, porém, estão ecologicamente incorretos, pois, deveriam economizar água. Para não terminarem como estão os habitantes de São Paulo.


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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O complexo jogo da Educação

Transformou-se em moda encarar até a própria vida como um jogo. E é a partir desta metáfora de o jogo da vida que pretendo desenvolver o raciocínio da postagem de hoje. Partindo do pressuposto de que a Educação é um dos mais complexos processos, talvez, só compráveis, em complexidade, à própria vida. è pouco provável, por exemplo, que tenhamos medidas efetivas capazes de nos indicar o nível de complexidade da vida no Planeta. Assim como é pouco provável entendermos essa necessidade intrínseca de o ser humano se comunicar. E, muito provavelmente, foi a partir desta necessidade inata de se comunicar que surgiu o que hoje convencionamos chamar de Educação. E de onde vem essa complexidade do que chamamos de jogo da Educação? Do "simples" fato de que, ao mesmo tempo que é capaz de libertar, a Educação também pode aprisionar. No pêndulo entre aprisionar e libertar centra-se o estudante. Eis mais um exemplo da complexidade do processo. Que não deve ser confundido com simplificação. Porque sem reconhecer a complexidade do processo, pouco se pode fazer para mudar a Educação no País.


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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Estudantes da UFAM vencem competição internacional

A Medalha de Ouro conquistada por um grupo de estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), liderados pelos professores Carlos Gustavo e Spartaco Filho, no iGEM (International Genetic Engineered Machine), é a confirmação de algo que defendo desde o dia que entrei na UFAM como professor, em 1993:"não somos uma universidade de periferia. Temos as mentes, e mentes não estão associadas ao local de nascimento de ninguém". Para se tornarem os melhores do mundo, o estudantes da UFAM usaram técnicas de Biologia Sintética e desenvolveram "um sistema de detecção, coleta e biorremediação de mercúrio, um poluente dos rios amazônicos." Participaram da competição estudantes de do mundo e de equipes brasileiras da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado de São Paulo Centro de Estudos Avançados de Recife (UNESP), do Centro de Estudos Avançados de Recife e das Federais de São Carlos (UFSCAR) e de Minas Gerais (UFMG). Também competiram estudantes de Universidades como Harvard, Oxford, MIT, Pequim, Universidade de Sidney (Austrália), Universidade Heidelberg (Alemanha). O fato de estudantes da UFAM vencerem uma competição deste nível deve servir, certamente, de estímulo para que muitos outros grupos sonhem e transformem o sonho em realidade.


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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Critérios produtivistas que matam

Há que se pensar, urgentemente, em se rediscutir os critérios de medição, bases para a avaliação no País. Centrar o que se chama equivocadamente de avaliação apenas nos números, inclusive de artigos publicados, para medir a capacidade de um estudante ou professor (professora), pode ser produtivista, mas, não é produtivo. E, por linhas tortas, pode até levar à morte. Se não, a distúrbios de comportamento graves. A nota não pode ser a única forma de avaliar o desempenho dos estudantes ao longo dos seus cursos. Da mesma forma, o número de artigos publicados ou aceitos para publicação pode até ser um indicador. No entanto, não faz bem nem à saúde (e pode matar) caso seja o único a se usar para determinar se um professor é produtivo ou não. É preciso que se leve em conta as demais atividades prazerosas de quem pesquisa. Não pode fazer bem a nenhum ser humano dormir e acordar concentrado apenas no Documento de Área do programa de Pós-graduação do qual faz parte. Ou no número de artigos que, obrigatoriamente, terá de publicar a cada ano. Quando viver se resume apenas ao número de artigos publicados, certamente, a própria vida já perdeu sentido.


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terça-feira, 11 de novembro de 2014

A base da educação formal

A interpretação (de textos e da vida) talvez seja o maior desafio do estudante moderno. Da mesma forma, deve mover professores e professoras em direção ao processo de aprendizagem. E deve ser um desafio desde os anos iniciais, porque, afinal, ainda que não seja por meio das letras, portanto, da escrita, o que se faz, em todas as áreas do conhecimento, é interpretar questões para, então, respondê-las. A dinâmica da educação tradicional, aliás, parece se basear, exatamente, neste movimento constante de idas e vindas relacionadas ao ato de "ler" e interpretar o mundo. Ou, do ponto de vista mais pragmático, ler e interpretar o que professores e professoras querem dizer e ouvir como resposta. Em sendo verdade, se pode concluir que a interpretação é a base da educação formal. Em assim sendo, portanto, torna-se o maior desafio para professores e professoras: como ensinar a interpretar? Não tenho uma resposta pronta. Existe?


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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Uma redação tipo assim meio Xuxa

Li postagens no Facebook dando conta de que algumas pessoas até desistiram da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) porque consideram o tema, A publicidade infantil, muito difícil. No máximo, diria Xuxa, foi uma redação tipo assim meio xata. Sacha, no entanto, xaria fácil demais. Eliana talvez considerasse xuper fácil e Mara, com todos os perdões que o trocadilho mereça, acharia Maravilha. Xisso fosse um problema, quem sabe a Turma do Balão Mágico não resolveria? Frutos de uma geração na qual tudo começava com X e terminava ao Deus dará, filhotes de Vênus Platinada e suas concorrentes, tínhamos, às manhãs, loiras das coxas grossas a despertar a sexualidade infantil desde cedo. Evidentemente, a publicidade infantil, subliminarmente ou não, também era inserida nos "famosos" programas infantis de televisão. Eles deixaram de existir, foram substituídos por BBBs e UFCs. Quem sabe para sentirmos muitas saudades de Xuxa, Eliana e Mara Maravilha. Ainda que, talvez por isso, tenhamos dificuldades com um tema assim meio chocho.


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domingo, 9 de novembro de 2014

O desafio de vencer a letargia

Há um desafio quase impossível de ser vencido no serviço público brasileiro, em especial nos serviços educacionais: a letargia dos envolvidos no processo. Criou-se uma cultura de que servidor público não trabalha, ou, ainda pior: que pode receber seus vencimentos sem trabalhar. Com isso, serviço público se transformou em sinônimo de desserviço. Mudar esta tendência, quase regra, é essencial em todos os níveis para que se tenha um serviço público minimante efetivo nas suas práticas. Não se pode mais admitir a visão perdulária de que o céu é o limite, tanto do ponto de vista administrativo quanto financeiro. A visão de que a responsabilidade na solução dos problemas é apenas de quem dirige chegou a um ponto que o ônus é sempre do chefe e raros são os bônus. Recentemente, ouvi de uma consultora, em uma emissora de rádio, que a preguiça não existe, o que existe é a falta de motivação. Talvez estejamos diante da chave para vencer desafio da letargia que aparece no título desta postagem: a motivação. Encontrar uma forma de motivar os servidores públicos é o caminho.


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sábado, 8 de novembro de 2014

Os prejuízos do péssimo atendimento

Os prejuízos decorridos do péssimo atendimento parecem não ser vistos, principalmente por quem atende mal. Fazer mal feito, por exemplo, não fica apenas na questão do retrabalho, ou seja, do fazer de novo. Poucos refletem que o fazer de novo significa novo custo, portanto, um prejuízo irreparável para a sociedade. No serviço público ou na iniciativa privada. Em todos os casos, perde a organização e perde quem dela depende. Isso porque, em qualquer episódio de atendimento mal feito, a imagem da organização sai arranhada e, poucas vezes, os prejuízos financeiros são computados, principalmente no serviço público. O que nos indica que a melhor solução para evitar os prejuízos futuros é investir no acerto. É como se fosse o processo de tratamento na área de saúde: é muito mais barato e efetivo investir na prevenção do que na cura (ou seja no retrabalho do trabalho mal feito). Refletir coletivamente para solucionar o problema é uma questão, inclusive, econômica.


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A teoria dos braços cruzados

Há uma tese não dita, porém posta em prática diariamente na Administração Pública. É a tese do "eu já fiz a minha parte", que poderia ser transformada na Teoria dos Braços Cruzados. E, talvez, esse seja o maior problema dos pífios resultados e do péssimo atendimento no serviço público. Se cada um fizer a sua parte, o máximo que teremos é a justaposição de um todo, ou seja, partes postas lado a lado. É a forma menos efetiva de se resolver um problema, que chega inteiro a um setor qualquer. Normalmente, o problema, que chega inteiro, é dividido em partes. Digamos que, hipoteticamente, seja dividido em 10 partes. Pouco adiantará se todos os nove responsáveis pelas nove partes iniciais tiverem feito tudo no tempo previsto e o último, ou seja, o décimo, nada fizer. Com todo o esforço hercúleo dos noves primeiros, se o décimo não fizer a sua parte, a imagem que fica é a da falta de efetividade. Portanto, não se pode dividir um problema inteiro em dez partes e não ter quem faça a "colagem" das partes nas quais o problema foi dividido. A responsabilidade pela solução do problema é dos 10. E se um deles não "fizer a sua parte", os nove devem fazê-los e depois cobrar de quem não o fez. Só assim uma equipe funciona. Caso contrário, a imagem que fica para quem foi em busca da solução do problema é a de que ele não foi resolvido. Pense nisso!

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OBS: Post do dia 07/11/2014

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O exercício supremo da tolerância

Desde a infância ouço a expressão "eu não tolero Fulano". Ou uma variação dela: "eu não tolero Beltrano". Era uma forma mais branda de dizer que se odiava o outro na acepção que se falava nos corredores, ainda nos anos iniciais da escola. Anos depois, nos corredores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ainda como estudante, ouvi quase uma pregação de que deveríamos ser sempre tolerantes em relação ao outro. Não nos parece, no entanto, ser o verbo mais adequado para significar, nem de forma ampla, o que se quer efetivamente dizer: respeitar o outro, respeitar as diferenças. Na acepção moderna, não passa de um exercício supremo de sofre e suportar. Não tem, portanto, relação direta com o ato de respeitar. Afinal, respeitar não pode ser, nem gerar, sofrimento extremo. è fundamental que reflitamos sobre o significado do que se quer dizer para que respeito não se torne sinônimo de sofrimento.


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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CAPES financiará internacionalização das publicações brasileiras

A Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) financiará a publicação de revistas brasileiras de padrão internacional por meio da contratação de um grupo editorial escolhido, por meio de licitação, para tal. O anúncio feito pelo presidente da CAPES, Jorge Guimarães, não foi acompanhado, ainda, dos valores a serem envolvidos no projeto. A internacionalização das publicações brasileiras é parte de um projeto mais amplo de incentivo à internacionalização da graduação e da pós-graduação materializados, até agora, no Ciências Sem Fronteiras. Criticado por muitos, defendido por outros muitos, o Ciências Sem Fronteiras promove a ida de estudantes brasileiros exterior em áreas previamente selecionados como estratégicas pelo Governo Brasileiro. A internacionalização das publicações é um novo caminho que, certamente, tem potencial para elevar qualidade dos programas de Pós-graduação brasileiros.


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A reciprocidade na Internacionalização

O processo de Internacionalização da Pós-graduação nas universidades brasileiras não é uma via de mão única. Não podemos pensar a Internacionalização como um processo de apenas enviar estudantes ao exterior. É preciso, fundamentalmente, reciprocidade. Ou seja: o movimento de enviar estudantes pressupõe o de, também, recebê-los. Sem esse olhar, a Internacionalização perde o sentido. E para que se cumpra tal pressuposto, é necessário que as universidades brasileiras estejam preparadas para receber estudantes e professores das instituições para as quais enviam estudantes. Tenho sérias dúvidas de que estejamos efetivamente preparados para receber uma leva de estudantes e professores estrangeiros. A troca de experiências, ou seja, a mobilidade, é extremamente salutar. O movimento, porém, não pode ser de mão única: necessariamente terá de ser de mão dupla.

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OBS: Post do dia 04/11/2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A atuação profissional tem limites

Sou daqueles que defendo a plena liberdade de formação por entender que o conhecimento existe e pode ser apreendido sempre por quem se dedica em aprofundar, digamos, "o fazer". Embora a liberdade seja plena no que consumo chamar de processo de aquisição do conhecimento, no entanto, jamais será plena no exercício profissional. Vejamos um exemplo prático: é perfeitamente normal que exista médico dedicado às Letras, excelente poeta ou escritor, sem nunca ter cursado o Letras. As habilidades podem ser tranquilamente ao longo do curso, ou até antes de ele ser médico. Pela especificidade do curso de medicina, é pouco provável, porém, que um estudante de Letras, por mais que seja dedicado a estudar medicina ao longo do processo de formação, que se torne um médico habilidoso. O fazer médico é diferente do fazer literário. No limite, as duas habilidades podem ser adquiridas sem que se passe pela escola. No entanto, dificilmente um bom médico cirurgião se forma sem a prática das cirurgias. Assim sendo, se pode concluir que a atuação profissional tem limites e deve se concentrar no campo de atuação de cada profissional no caso de formações extremamente técnicas como é o caso da medicina. Porém, ainda que seja no caso da medicina, o que o mundo do trabalho quer hoje é um profissional com capacidade para ler o próprio mundo e não ser meramente um "passador de receitas" ou atestado médico. Se a atuação profissional tem limites, o conhecimento não.


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domingo, 2 de novembro de 2014

A miopia da formação profissional

Há uma miopia na formação profissional que precisa ser vencida urgentemente: a prática como base sem que tenhamos professores com experiência prática suficiente para solucionar problemas. E isso ocorreu, de certo modo, por políticas públicas equivocadas que levaram os sindicatos da classe a lutarem pela figura da "Dedicação Exclusiva", inicialmente uma estratégia para melhorar a remuneração dos professores que, agora, se revela uma espécie de nocaute no processo de formação. Isso porque, quem for obrigado a se afastar das atividades profissionais, aos poucos, perde a habilidade. É como "andar de bicicleta". Ninguém desaprende. Porém, quando mais o tempo passa, mais se perde as habilidades adquiridas na juventude. Logo, nas profissões extremamente técnicas, tirar os professores do mercado de trabalho é um golpe de morte no processo de formação. Precisamos, com urgência, mudar a perspectiva do olhar sobre o processo a fim de evitarmos descompassos que, talvez, marquem a formação para o restante da vida. Centrar a formação em disciplinas cujos professores estão afastados do mercado de trabalho é não se importar com a própria formação.


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Múltiplas habilidades profissionais

Desde ontem, dia 31 de outubro de 2014, quando fez quatro anos da morte do meu pai, Pedro Paulo Guedes Monteiro, passei a lembrar, com mais detalhes, das múltiplas habilidades profissionais adquiridas por meu pai, nenhuma delas na escola. Lembrei-me, também, que "essa coisa de ser metido" da qual me acusam profissionalmente, talvez seja um traço herdado. Que eu tenha notícia, ninguém era melhor saxofonista que ele. Também era considerado o melhor alfaiate de Sena Madureira. Depois, na minha infância, acompanhei como ele se transformou na principal pessoa a "cuidar" das bicicletas dos moradores da cidade. Sem falar que ninguém era melhor radiotécnico que ele. Isso para não falar na habilidade inigualável (dele) com um copo de cachaça (tão competente quanto nas outras habilidades, ou mais). Mas, fiquemos nas múltiplas habilidades profissionais, todas adquiridas sem passar pela porta da escola. Hoje pela manhã, ao sair com o meu filho Felipe para comprar uns componentes eletrônicos que ele precisava para "desenvolver um projeto" no curso de graduação dele na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), as imagens do meu velho pai passavam na lembrança. Condenava todas as chaves de fenda: fazia cada uma das ferramentas que usava. Como aprendia? Desmontava os rádios, limpava meticulosamente cada peça, depois montava de novo. Foi assim com as bicicletas e os rádios. Fabricava as ferramentas. Fazia as peças possíveis dos rádios e das bicicletas. Adaptava as tesouras para fabricar os melhores ternos da cidade. Do saxofone sei pouco. Apenas que era levado de Sena Madureira para tocar nas festas de Rio Branco por sua habilidade com o Sax Tenor. Talvez o meu "gosto" pela multidisciplinaridade e a busca constante da PLURI e da TRANSdisciplinaridade, cordões umbilicais da interdisciplinaridade, tenham sido desvendadas.

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OBS: Post do dia 01/11/2014

sábado, 1 de novembro de 2014

O que não se aprende na Escola

Hoje, dia 31 de outubro de 2014, faz quatro anos da morte do meu pai, Pedro Paulo Guedes Monteiro, vítima do descaso com que um médico deixou de atendê-lo no Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, minha cidade natal, no Acre. A soma do descaso do médico com a falta de itens básicos no Hospital (descaso da Prefeitura e do Governo do Estado) levaram meu pai a falecer. Não fossem parcos exemplos que ele nos deixou e a formação profunda nos dada pela nossa mãe, Clotilde Alves Vieira Monteiro, muito provavelmente estaríamos a defender a retirada do escalpo do médico. Reagimos na forma que se deve reagir em um Estado democrático de direito. Quatro anos se passaram e nada foi feito: nem para melhor a estrutura do Hospital, nem para punir o médico. O que resta o episódio: a lição de que respeitar os princípios basilares da democracia é muito fácil quando não se vive o problema. Quando o problema é na sua casa, com o seu pai, a dor é muito mais intensa. Porque a democracia dos afetos e das relações não é feita só de amores. Em alguns casos, a dor bate à porta. E é isso o que a Escola não ensina: tolerância e respeito ao outro é um processo de aprendizagem constante. A Escola pode até participar deste processo, mas, só a vida, com suas dores e amores, nos ensinam. Que o meu pai descanse em paz com a certeza de que nenhum dos seus filhos fugiu à luta ou fugirá.

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OBS: Post do dia 31/10/2014

Os limites da liberdade em Educação

Não é de hoje que, em tese, defendo a liberdade, principalmente no ambiente da Universidade. Afinal, o livre-pensar é pressuposto da vida acadêmica, o livre-agir, no entanto, impede a vida em sociedade porque leva à barbárie. E no campo do livre-agir está a palavra, tanto dita quanto escrita. Nada, nem ninguém, pode me impedir de pensar. Os limites da ética e da vida social devem sim, me impedir de dizer e de escrever tudo o que penso. Ter consciência desses limites, umas vezes mais, outras menos, talvez tenha sido o fator que mais contribuiu para que a sociedade chegasse ao ponto que chegou. Isso me leva a crer que o processo educacional não pode se basear no princípio da liberdade plena, mas, da liberdade plena sim, de pensar, porém, com os limites impostos pelos códigos sociais no agir. Só assim, as atrocidades preconceituosas e separatistas que ouvimos, vimos e lemos nas Mídias Digitais após a vitória da candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rouseff, teria provocado reações menos covardes, ardilosas e tão carregada da maldade intrínseca a cada um de nós.

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OBS: Post do dia 30/10/2014