domingo, 30 de setembro de 2012

A educação superior precisa ser avaliada


A educação superior no Brasil precisa passar por um processo de avaliação continuada. À esquerda ou à direita, ninguém pode dizer que vivemos uma situação confortável. Se não, vejamos! Quando se abre uma edital par a seleção de mestrado ou doutorado nas universidades públicas brasileiras, o resultado é catastrófico. Isso se tivermos uma visão das mais otimistas. Para se ter uma ideia do quadro, em geral, não são aprovados 20% dos candidatos em se tratando de uma seleção para mestrado ou doutorado. Nos concursos públicos, inclusive os que envolvem estudantes egressos desses programas de pós-graduação, o índice de aprovação é sofrível. Esses números devem servir para um processo de autoavaliação que leve em conta, inclusive, as condições de trabalho. Sem que isso seja levado em conta, discursos em prol da qualidade do ensino não passam de obviedades vazias que não resultam em nada. É preciso, antes de tudo, que haja efetiva responsabilidade de cada um dos envolvidos com o processo de educação de qualidade, voltada para a inserção política das pessoas, centrada na qualidade de vida e no exercício da cidadania. Sem que haja participação política e pleno exercício da cidadania a participação política das pessoas é uma utopia. A universidade brasileira, portanto, tem papel fundamental nesse processo de inclusão política. Centrado, portanto, no exercício pleno da cidadania. Para que isso ocorra, é necessário um processo constante de avaliação da educação superior do País. Sem isso, os discursos serão maravilhosos em tese, na prática, porém, não resultarão em nada. É contra isso que devemos nos posicionar. Sempre!

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sábado, 29 de setembro de 2012

As várias visões sobre o resultado da greve


Ontem, às 19h, na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS), tomou posse a nova diretoria, eleita no dia 20, encabeçada pelo professor José Belizário Neto. Em seguida, houve um show da cantora Simone Ávila. Das 16h às 18h, os professores e professoras da Ufam participaram de uma Assembleia Geral para discutir o PL 4.368/2012que trata da estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal. O Projeto de Lei surgiu a partir de um arremedo de acordo assinado entre o Governo Federal e uma Federação-Fantasma denominada Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes). Essa entidade possui apenas de 5% dos professores das universidades federais. Ainda assim, o Governo forjou a assinatura de um acordo com essa entidade e deu a greve por encerrada. Acontece que esse PL desestrutura ainda mais a carreira docente e é fundamental que a categoria mantenha a mobilização a fim de buscar novas estratégias para, pelo menos, tentar tornar menos ruim o PL que tramita na Câmara dos Deputados. O Projeto é tão tuim que nos induz a pensar que não houveram ganhos com a greve. E esse, em muitos casos, foi o centro da discussão durante o show da cantora Simone Ávila, na confraternização ocorrida para homenagear a nova diretoria. Professores e professoras discutiram ardentemente os ganhos e perdas da greve. Para uns, a greve obteve um ganho político excepcional, por motivar novamente a categoria dos docentes em todo o País, porém, não houve nenhum ganho. Para outros e outras houve ganhos, porém, as perdas foram maiores. Não se pode esquecer, porém, que não saímos com a carreira pela qual lutávamos, mas, do ponto de vista da reposição salarial, as perdas foram menores do que ocorreriam caso não houvesse nenhuma greve. O mais importante de tudo, inclusive dessas discussões, é a universidade brasileira se reconhecer novamente como o espaço fundamental da diversidade e da troca de saberes.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os 35 anos das Relações Públicas no Amazonas


A palestra final do Congresso de 35 anos das Relações Públicas, realizada hoje, pela manhã, no Auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi um dos pontos mais importantes do Congresso por esclarecer, de forma inequívoca, a importância da pesquisa como diferencial na formação dos estudantes de graduação no País. A professora doutora da Universidade de São Paulo (USP), Margarida Kunsch, situou as Relações Públicas no âmbito do que ela denomina de novo paradigma: a comunicação organizacional. O Congresso ainda teve como palestrantes os professores Randolfo Biteencourt, que pode ser considerado “o pai das Relações Públicas no Amazonas”, a professora doutora da Pontifícia Universidade Católica d Rio Grande do Sul (PUC-RS), Cláudia Moura, e o professor doutor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rudimar Baldissera. Os três professores palestrantes de fora do Estado reuniram-se nos dias 26, 27 e 28 com professores e estudantes do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Ufam, sempre às 15h, para trocar ideias e indicar caminhos que possam auxiliar no processo de consolidação do programa. O Congresso teve a participação maciça de professores e estudantes, principalmente de Relações Públicas. Ao final da manhã de hoje, o Congresso foi encerrado com o lançamento do livro “Memória do Curso de Relações Públicas da UFAM: 35 anos de Trajetória”, organizado pelos professores Inara Costa e Jonas da Silva Jr. A troca de saberes ao longo do Congresso foram convergentes como se Cláudia Moura e Rudimar Baldissera tivessem combinado com Margarida Kunsch. Isso é uma demonstração de maturidade da área de Comunicação. Participei de dois dos três dias do Congresso e, especialmente hoje, senti uma ponta de orgulho por ter sido parte importante nesse processo de consolidação das Relações Públicas no Estado. Quando, no início dos anos 90, ao assumir a Chefia do Departamento de Comunicação Social (DECOM) propus uma mudança radical: o aumento de 30 para 40 vagas e a divisão de 20 vagas para cada habilitação, Relações Públicas e Jornalismo, fui duramente criticado. O tempo, o Congresso de hoje e a consolidação das Relações Públicas no Estado comprovaram o acerto da medida. Confesso-me recompensado!

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O mito da neutralidade em Ciência


Perdura há tempos, por isso é tradicional, a ideia de que a Ciência é neutra. Na academia, então, o método é a figura central dessa pseudoneutralidade. É como se o método fosse capaz de promover a “limpeza” necessária à Ciência para fazer dela (a Ciência) a mais tradicional e respeitada das ideologias. Não só neutra, a Ciência tradicional é, em tese, objetiva. Essa objetividade do método tradicional sustenta-se não na relação, mas, no distanciamento entre o sujeito e o objeto de pesquisa. Para ser neutra e objetiva, portanto, a Ciência (tradicional) não admite “proximidade” entre sujeito e objeto. É como se, na pesquisa, o autor (pesquisador) tenha de usar luvas para não ser contaminado pelo objeto pesquisado. É a esse mito da objetividade e da neutralidade na Ciência que denomino de assepsia. A criação do mito do método cartesiano, por ser de René Descartes, termina, ao final de tudo, por legislar em favor da Ciência como a “ mais objetiva das tradições”. Na sociedade atual, práticas científicas são consideradas exatas, ou seja, corretas, pelo uso do método, mas, práticas religiosas, por exemplo, são apenas questões de fé. O método, portanto, torna-se o bastião, o protetor, a garantia da “infalibilidade” da Ciência. Há, no entanto, uma apropriação desse discurso da neutralidade e da objetividade por parte do Capital, logo do Capitalismo, para legitimar o próprio capitalismo como se a Ciência (por consequência os cientistas) fosse a única tradição a ser respeitada na e pela sociedade. Há que se contestar, principalmente no ambiente acadêmico, essa unicidade, neutralidade e imparcialidade da Ciência como forma, inclusive, de tirá-la desse patamar de mito e aproximá-la definitivamente da sociedade. Em nome da Ciência, já se praticaram atrocidades inaceitáveis. Usar a Ciência como suporte para a manutenção do status quo, inclusive dentro da própria academia, é o tipo de prática que não se pode aceitar. Admitir a pessoalidade do cientista e a “relação” sujeito e objeto, ao invés do distanciamento é um caminho que a “nova Ciência” defende. Talvez não seja o ideal, mas, não percorrê-lo é um indicador da própria estreiteza do olhar.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O ataque contra a política de quotas sociais


Quem ninguém se iluda! Haverá um ataque maciço, de todos os lados do espectro político, ou seja, à esquerda e à direita, contra s política de quotas sociais de 50% aprovadas pelo Senado federal e a serem implantadas nas universidades federais. Os argumentos serão os mais variados, porém, de pouca sustentação. O que se tem de entender é que essa política de quotas sociais é uma tentativa de se corrigir uma das maiores aberrações da política educacional do País: as universidades públicas são lugares dos “filhos das famílias abastadas” enquanto as instituições particulares recebem os filhos das famílias mais humildes. Como as universidades públicas não cumprem seu papel social, este é cumprido, com lucros escandalosos, pelas universidades particulares. Ao destinar 50% das vagas nas universidades federais aos estudantes que concluíram todo o Ensino Médio em escolas públicas, a Lei corta, pela metade, “a galinha dos ovos de ouro” das particulares. O argumento de que “obrigar” os professores a oferecerem disciplinas de “nivelamento” para esses estudantes oriundos das “quotas” afetará a “qualidade” dos atuais cursos de graduação é reacionário e falacioso. Parte, no mais das vezes, de pessoas que são convictamente contra qualquer política de quotas, sem, no entanto, aprofundarem os conhecimentos sobre o assunto. Para quem não sabe, o “nivelamento” é uma exigência do Ministério da Educação (MEC) em quaisquer dos cursos de graduação do País. Trata-se, inclusive, de item de avaliação constante nos formulários do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). As instituições particulares promovem o nivelamento para a grande maioria dos seus estudantes exatamente porque são provenientes de escolas públicas, trabalham durante o dia e pagam para estudar. Quer dizer que para “dar lucro” a prática é perfeitamente aceitável, porém, caso seja política pública de afirmação tem de ser condenada? Não se deve esquecer que, no capitalismo, as mesmas chances na hora da largada não existem. Condenar a política de quotas sociais é fechar os olhos para a enorme vala que existe entre ricos e pobres e fingir que a disputa pelas vagas nos vestibulares e, agora, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre nas mesmas condições. Trata-se de um argumento falacioso que serve muito bem pata manter o status quo. Mais nada!

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Professores da UFMT ignoram a decisão do Consepe


Professores e professoras em greve a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), uma das 13 que votaram junto ao Comando Nacional de Greve (CNG) pela continuidade da greve, decidiram ignorar a decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) daquela Instituição, que determinava o retorno das atividades para o dia 24 deste mês e mantiveram a decisão da Assembleia Geral de só retomar as atividades no dia 1 de outubro de 2012. A Associação dos Docentes da universidade (Adufmat) quer que a Resolução 53, de 20 de setembro de 2012. É importante que o exemplo dos professores da UFMT seja seguido pelos das demais universidades nas quais as administrações superiores querem aproveitar a “suspensão da greve” para deixar de agir democraticamente. Ora, se os professores, em Assembleia Geral, decidem pelo início da greve, são eles, por mesmo do mesmo instrumento, que decidem o retorno às atividades. Muito embora houvesse a recomendação do CNG para que o período de suspensão da greve fosse entre os dias 17 e 21 de setembro, há, porém, o princípio da autonomia. E, da autonomia das Assembleias também. O melhor caminho, porém, numa hora dessas, ao invés de ser o do confronto, é o do bom senso e da negociação. Transformar o fato em um cabo-de-guerra interno só prejudicará as relações dentro da própria UFMT.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Só Ciência e Tecnologia não melhoram a Educação


A ideia de que investimentos maciços em Ciência e Tecnologia (C&T) são capazes de melhorar qualidade geral da Educação no País, se não ingênua, é carregada de má-fé. Não há exemplo em nenhuma economia de mercado, e saudável, na qual o Estado seja o único responsável pelos investimentos em C&T. É da natureza desses investimentos serem de risco, aliás, de altíssimo risco, por isso, promovem retorno excepcionais. Faz parte da essência do capitalismo. O modelo misto que se quer implantar no Brasil, com o incentivo às parcerias entre as universidades e as empresas privadas é desequilibrado: deixa o risco nas mãos do Estado, por meio das suas representantes, as universidades, e os lucros nas mãos das empresas. Esse tipo de modelo nem melhora o capitalismo praticado no Brasil, nem a Educação do País. Sem que haja investimento em qualidade do processo de aprendizagem em todos os níveis não se chegará a produzir “gênios e cientistas” de primeiro mundo. Eleger “Ciência e Tecnologia” como ícones para melhorar a vida do cidadão comum é utopia (ou, como disse anteriormente, má-fé). Sem participação política, exercício pleno da cidadania, portanto, vida democrática, uma Nação não se firma como “opção ao próprio Capitalismo”, como parece ser o desejo do Brasil. Só seremos um País forte em “Ciência e Tecnologia” quando houver investimento equilibrado em todos os níveis da Educação, os quais, antes de tudo, promovam o crescimento das pessoas como gente. Tecnologias puras e simples, muito menos a Ciência, mudam a vida das pessoas.

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domingo, 23 de setembro de 2012

Ministério da Educação vira moeda de troca


Há muito se diz que a Educação, no País, não é levada a sério. O Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) parece querer confirmar essa máxima ao usar ministérios como moeda na troca de apoios. E quem seria usado para atrair mais aliados, caso o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad chegue ao segundo turno nas eleições de São Paulo, capital? É ninguém menos que o próprio Ministério da Educação (MEC). O atual ministro, Aluízio Mercadante, passaria para a pasta da Casa Civil e, para o seu lugar, iria o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), que também é candidato a prefeito de São Paulo, porém, não esconde de ninguém o desejo de ser ministro da Educação. Lotear ministérios nunca foi uma prática louvável em nenhuma época. Quando, porém, isso é feito por um partido dito “de esquerda”, deixa mais ainda de ser louvável. E quando é feito com o Ministério da Educação passa a ser reprovável. Quando a Educação for efetivamente prioridade neste País, esse tipo de prática não mais ocorrerá. O que se precisa no MEC não é de alguém para usá-lo como trampolim político. O fundamental é que se tenha uma política educacional verdadeiramente inclusive e capaz de preparar pessoas para o pleno exercício da cidadania e, como consequência disso, preparadas para ocupar posições no mercado de trabalho. E isso deve ser um processo nos três níveis: Fundamental, Médio e Superior. Enquanto não se tiver um olhar voltado para o “todo” do processo de educação, da troca de saberes, haverá sempre uma espécie de lacuna entre um nível e outro. Mais que isso, quando realmente a Educação for prioridade, a sociedade não aceitará que o Ministério da Educação seja usado como moeda de troca em acordos políticos. Nossa luta é para que um dia cheguemos a esse ponto. A responsabilidade por mudar essa realidade é de cada um de nós.

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sábado, 22 de setembro de 2012

Retorno às aulas antecipado pelo Consepe em Mato Grosso


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não respeitou a decisão dos professores e professoras em greve daquela universidade e antecipou para o dia 24 de setembro de 2012 o retorno às aulas. Em Assembleia Geral, os professores tinham decido que o retorno às atividades somente se daria no dia 1 de outubro de 2012. A Resolução 53, de 20 de setembro de 2012 está disponibilizada no Blog Focaia:
RESOLVE:
Artigo 1o– Aprovar a retomada das atividades de ensino de graduação presencial para o dia 24 de setembro de 2012.
Artigo 2º- Recomendar às unidades acadêmicas as orientações abaixo:
a – o calendário poderá permitir a revisão dos conteúdos ministrados;
b – nas duas primeiras semanas de aulas não deverão ser aplicadas provas e outros tipos de avaliação;
c – até o final da segunda semana de aula os docentes responsáveis pelas disciplinas deverão divulgar aos discentes o novo plano de ensino e o calendário de atividades e de avaliações.
Artigo 3º - Esta Resolução entra em vigor a partir desta data, revogando-se as disposições em contrário.

Há pontos que devem ser examinados com cuidado porque o que foi aprovado em Mato Grosso talvez seja uma tendência nas demais universidades e o Consepe da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ainda não se reuniu. Uma delas é a letra b: “nas duas primeiras semanas de aulas não deverão ser aplicadas provas e outros tipos de avaliação”. Será, por exemplo, que os professores e professoras não poderão cobrar a entrega e apresentação de trabalhos que estavam previstos para a semana seguinte do início da greve? Ao que se sabe, a greve era de ocupação. Os estudantes tiveram ou não tempo suficiente para deixar todos os trabalhados em dia? A letra c também é problemática, por falar em novo plano de ensino e calendário de avaliações: “c – até o final da segunda semana de aula os docentes responsáveis pelas disciplinas deverão divulgar aos discentes o novo plano de ensino e o calendário de atividades e de avaliações”. Parece óbvio que a retomada das atividades deve ser do ponto em que foram suspensas, com a greve. Não se vai iniciar uma nova disciplina, apenas retomar as atividades que estavam em curso. Complicar o que é simples e deve ser feito de forma responsável e ética não me parece ser um bom caminho a se seguir.

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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O ICHL precisa de melhorias urgentes


Um dos pontos fundamentais da greve dos professores e professoras das universidades federais brasileiras foi o que se convencionou chamar, durante o período de greve, de “pauta local”. Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), especificamente no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), local onde desenvolvo minhas atividades profissionais, a necessidade de cuidados vai do banheiro, passa pelas salas de aulas e chega à estrutura geral do próprio Instituto. Uma das coisas que me preocupa há duas consultas para reitoria da Instituição, e foi ponto fundamental das propostas nas duas vezes as quais fui candidato a reitor: a falta de funcionamento dos hidrantes e todas as consequências negativas que isso pode acarretar em caso de um incêndio. Em ocorrendo um acidente desse tipo, principalmente em uma época de clima tão quente como agora, todo o patrimônio físico será perdido em segundos, uma vez que, além de a construção ser antiga, não há a mínima condição de os caminhões dos bombeiros chegarem ao ICHL em tempo de debelar o fogo. Desde 2004 chamo a atenção para esse item que revela “as péssimas condições de trabalho” nas quais desenvolvemos nossas atividades. E que fique bem claro, não se trata de responsabilizar o diretor da unidade. Nem tão pouco a reitoria. O que se tem é uma política pública de “segurar” as verbas para a manutenção das universidades. Não se pode admitir que sejamos obrigados a administrar as unidades com base na fé e na força das orações, a torcer diuturnamente para que não ocorra qualquer tipo de acidente. Além de não ter nenhum hidrante pronto para o uso, o ICHL é uma unidade fixada no “meio” da floresta, com imensas dificuldades de acesso para caminhões-pipas. Ou se soluciona esse problema antes que algo mais grave venha a ocorrer ou a história nos cobrará por sermos coniventes. Corremos o risco de perder não apenas o patrimônio físico, mas também, ter vidas ceifadas. O ICHL precisa de cuidados urgentemente. Antes que a porta não possa mais ser fechada.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nova diretoria da Adua será eleita hoje


Professores e professoras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) vão às urnas hoje, das 8h às 20h, em todas as unidades, para eleger a nova diretoria da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS), secção sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). No processo de discussão para a formação da chapa “Resistência, participação e conquistas”, para a nova direção da Adua-SS, foram tirados, consensualmente, os nomes do professor José Belizário Neto, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) como Presidente. A primeira vice-presidente será a professora Antonieta do Lago Vieira, da Faculdade de Tecnologia (FT). O segundo vice-presidente é o professor Rafael Bellan R. Silva, do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), Ufam de Parintins. A primeira secretaria será exercida pelo professor Marcelo Vallina, do ICHL, e a segunda secretaria pela professora Ana Lúcia Silva Gomes, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). O professor da Faculdade de Estudos Sociais (FES), Raimundo Nonato Pinheiro, será o primeiro tesoureiro e a professora da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Ana Cristina Belarmino de Oliveira, a segunda tesoureira. Embora seja uma eleição de chapa única, é fundamental que professores e professoras não deixem de votar. Só assim se terá uma nova direção da entidade forte e legitimada. No manifesto da chapa, os professores se comprometem em lutar por uma “Adua classista, combativa, autônoma e democrática”, bem como defender uma “educação pública, gratuita, laica, autônoma e democrática em todos os níveis como direito de todos e dever do Estado”. O resultado da eleição será divulgado no dia 21 e a Assembleia Geral de posse da nova diretoria será no dia 28 de setembro, no auditório da Adua-SS.

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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

As consultas Qualis A nas universidades brasileiras


A política produtivista que o Governo Federal tenta nos impingir, ou melhor, agravar com o Projeto de Lei 4.368/2012 não é algo gestado apenas nos gabinetes de Brasília. Encontra eco, e muito, entre os nossos colegas professores, que, em verdade, consideram-se pesquisadores, porém, não trabalhadores da Educação Superior. Essas pessoas fazem parte daquela elite de intelectuais que, inclusive, deve ter o maior preconceito em relação a Luiz Inácio Lula da Silva e ao Palhaço Tiririca, considerado por jornalistas como um dos melhores deputados federais do País. Essa comparação com Lula e Tiririca é para dizer que o despenho político-administrativo de uma pessoa na depende do dito “mérito acadêmico”. Portanto, soa esdrúxula, antidemocrática e pedante a ideia que esses “Pesquisadores Qualis A” começam a defender e tentar espalhar pelas universidades públicas do País inteiro: de que a escolha para o cargo de reitor seja feita tendo como critério o número de artigos publicados pelo candidato em “Revistas Qualis A”. Trata-se de uma proposta excludente e que revela a intenção política desses pesquisadores: formar uma nova casta dominante dentro das universidades brasileiras. Por isso, não é à-toa que estejam contentes com a nova carreira proposta pelo Governo Federal com barreira quase intransponível para a ascensão ao nível de professor titular. Os que fazem parte dessa turma, certamente, começarão a defender que a escolha para os próximos reitores (ou reitoras) seja feita no regime de 70% de peso para os professores, 15% para os técnicos e 15% para os estudantes, “como manda a lei”. Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), porém, conquistamos primeiro o direito de escolha por meio de “consulta à comunidade” com o uso do voto paritário. Em duas consultas participei dessa luta democrática, inclusive como candidato. Trata-se de uma conquista da qual não abrirei mão. Lutarei, conjuntamente com os colegas professores, técnicos e estudantes para que o processo, se não avançar para o voto universal, que se mantenha pelo menos a paridade. Da mesma forma, não perfilarei ao lado daqueles que defendem as “eleições Qualis A”. Seria uma incoerência tamanha participar de uma greve de 120 dias que defende uma carreira igualitária, com oportunidade de ascensão na carreira para todos os professores e,em seguida, defender que a escolha dos reitores seja baseada nos mesmos critérios produtivistas usados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Não esperem incoerência política da minha parte pois não a terão. Jamais participarei novamente de uma escolha para reitor cuja regra sejam os 70%, 15%, 15%, muito menos nas quais sejam usados os critérios “Qualis A” ainda que tenha as credenciais para tal. Defenderei os princípios democráticos nos quais acredito, muito embora já não creia tanto nesse modelo de democracia burguesa, não apenas por meio de palavras. Atos também demonstram nossas crenças.

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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Derrotados são os que fogem da luta ou fingem dela participar


Há uma turma de péssimos leitores dos fatos políticos, inclusive professores e professoras das universidades, que fazem uma leitura completamente negativa do movimento de 120 dias de greve das universidades brasileiras. Saio da greve com a sensação de que não era hora de suspendê-la, ou sair, qualquer que seja a denominação a usar, por não ter ocorrido nenhum fato novo naquele momento da suspensão. Passei momentos de tristeza e melancolia por entender que tínhamos forças para prosseguir. Enganei-me! Não se faz greve sozinho por mais convicção que se tenha. A partir do início de setembro o movimento não tinha mais a força coletiva que imaginávamos ter. Se, no auge da greve, das 59 universidades, 57 aderiram, no final de agosto, início de setembro, havia praticamente uma divisão entre as que queriam continuar e as que votaram pela suspensão. Sinal claro de que o movimento estava na descendente e eu, como muitas outras pessoas, teimávamos em não ver. Saio da greve, não do movimento, com uma certeza: derrotados são os que fogem à luta ou dela fingem participar. Lutei bravamente junto com meus colegas de Comando Local de Greve (CLG) e Comando Nacional de Greve (CNG). Participei de todas as atividades de rua, das assembleias, das reuniões. Tenho a consciência tranquila. Não sei se é o mesmo caso daqueles e daquelas que usaram o tempo da greve para passear, tirar férias, aparecer uma ou outra vez nas assembleias para, assim, fingirem que da greve participavam. Agisse eu dessa forma, morreria de vergonha. Alguns colegas e algumas colegas, no entanto, não ficam nem vermelhos. A maioria dos que fazem esse discurso da derrota, de que não ganhamos nada, são os mesmos que quase nunca apareciam em nenhuma atividade da greve. Terceirizaram o movimento como sempre o fizeram a vida inteira como se dissessem: “Vocês do Comando fazem a greve. Se vencermos, comemoramos. Caso não, atiraremos pedras e desqualificaremos o movimento”. Assim o fizeram a vida inteira! Assim o fazem hoje! Para além de derrotados, são cegos: daqueles que não querem ver. Ganhos obtivemos. E muitos. Até o dia 17 de maio, quando deflagramos nossa greve, o lema do Governo Federal era não negociar com categorias em greve. Fomos a primeira categoria a entrar em greve. Depois de nós, todos os demais servidores federais fizeram o mesmo. Arrancamos a maior reposição de todas as classes do funcionalismo pela força da nossa greve. Ficássemos de braços cruzados, nenhum tipo de correção teria havido. É bem verdade que não reporá toda a nossa capacidade de compra do período. No entanto, só a Polícia Federal conseguiu reposição similar. Ao assinar acordo forjado com a Federação-Fantasma, o Governo Federal nos induziu a esquecer desse ganho fundamental da greve ou a negá-lo. O ganho da reposição salarial é nosso. E não podemos abrir mão dele. A carreira proposta é pior que a que temos? É. Mas nossa capacidade de lutar não se esgota com a greve. Nesse ponto está o flanco aberto para buscarmos, na Justiça, a garantia dos direitos adquiridos. Mesmo no caso do PL 4.368/2012, é possível tentar torná-lo menos pior por meio dos parlamentares. Em geral, deputados e senadores são serviçais do Governo. Deixar de lutar, no entanto, não é a melhor opção. Tivemos uma derrota fragorosa com relação às condições de trabalho. Sobre esse ponto o Governo se negou a discutir. Não esqueçamos, porém, que faz parte da própria política do estado mínimo na Educação “fingir que tudo está bem”. O Governo aposta em calarmos diante da “oferta de vagas” para professores e na expansão física irresponsável. Essa foi uma das nossas outras vitórias: denunciamos o descaso no qual se encontram as universidades públicas brasileiras. Não conseguimos mexer, também, na questão do produtivismo dominante. Ele parece ter sido introjetado na mente dos que passei a denominar “Pesquisadores Qualis A”. Eles são tão presunçosos e prepotentes que já defendem que os reitores das universidades devem ser escolhidos entre os “pesquisadores com artigos publicados em revistas Qualis A”. Vejam a que ponto chegamos! Essa é mais uma guerra que temos de vencer; contra os nossos próprios colegas que não se consideram trabalhadores, mas, uma casta acima do bem e do mal. A guerra mal começou!

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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aulas serão retomadas a partir de amanhã na Ufam


Em Assembleia Geral realizada hoje, às 15h, os professores e professoras em greve da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ratificaram a decisão tomada na última Assembleia Geral, realizada dia 12, no Auditório Eulálio Chaves, setor Sul, de suspensão unificada da greve e retorno às atividades acadêmicas a partir de amanhã, dia 18. Embora o Conselho Universitário (Consuni) ainda não tenha reunido, a decisão tomada hoje significa que todas as atividades a serem realizadas a partir de amanhã serão validadas quando o Conselho fizer nova reunião. É necessário esclarecer que antes de a decisão sobre o novo Calendário Acadêmico ser referendada pelo Consuni, terá de passar pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Instituição. Outra decisão ratificada foi a transformação do Comando Local de Greve (CLG) foi transformado em Comissão Local de Mobilização (CLM) conforme proposto na AG anterior, bem como o Fundo Local de Greve passa a ser Fundo de Mobilização a fim de que a categoria possa participar das atividades nacionais em torno do Projeto de Lei 4.368/2012. Uma coisa deve ficar bem clara para a comunidade. As emissoras de Rádio e Televisão divulgam, desde o final-de-semana, que o Ministério da Educação (MEC) exige que todos os dias parados sejam repostos. Isso é mais uma das mentiras do Governo que ganha eco principalmente na mídia nacional. Na verdade, o compromisso público assumido pelos professores e professores em greve foi de repor as aulas qualquer que fosse o resultado dela. Trata-se, portanto, de um compromisso ético de quem fez a greve: os professores reporão as aulas não em função de o MEC querer, mas, de um compromisso ético de greve assumido publicamente perante a comunidade.

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domingo, 16 de setembro de 2012

Somente 15% são doutores nas particulares


O PL 706/2007, de autoria do então senador amazonense Artur Virgílio Neto (PSDB), em tramitação no Congresso Nacional toca em um ponto fundamental do modelo de educação superior do País: a absorção de doutores pelo mercado. De acordo com matéria divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, somente 15% do total de docentes das universidades particulares possuem o grau de doutor. Os dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) são reveladores: escancaram o modelo da educação superior no País: as particualres, no fundo, são uma espécie de “supermercados da Educação”, uma vez que só trabalham com o ensino, nas modalidade de Centro Universitário e Faculdades. Deixam a formação e a absorção de doutores para as universidades públicas. Em uma década, de 2001 a 2010, o número de doutores nas particulares subiu apenas 3,3 pontos percentuais, enquanto, nas federais, passou de 36% para 50%. O PL 706/2007, portanto, além de tudo, é uma tentativa de o Governo Federal programar uma política pública capaz de “equilibrar” o processo e tornar o modelo atual menos injusto. Não se pode pensar em uma educação superior de qualidade quando as instituições particulares “cuidam” de “formar” graduados e o Estado é obrigado a investir diretamente na formação e na contratação de doutores. É fundamental, portanto, o Projeto de Lei seja realmente aprovado como está a fim de que as particulares mantenham um mínimo de 25% de doutores, e desses, 40% com Dedicação Exclusiva. Não se terá um País moderno e avançado sem que os investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia sejam divididos entre quem participa do Sistema de Educação. Se as particulares são parte do Sistema, precisaram ter os bônus (lucros) mas arcar com os ônus (investimentos). Ficar só com os lucros é injusto para toda a sociedade.

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sábado, 15 de setembro de 2012

Particulares reagirão contra o novo percentual de mestres e doutores


O PL 706/2007, de autoria do então senador amazonense Artur Virgílio Neto (PSDB), aprovado na Comissão de Educação do Senado, não duvidem, provocará uma reação barulhenta, talvez virulenta, das Universidades, Centros Universitários e Faculdades particulares. Ele modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, e sobe de um terço para 50% a exigência de mestres e doutores no quadro das universidades. Desse percentual, especifica que 25% do quadro devem ser compostos por doutores. Outra modificação importante para a carreira dos professores, principalmente nas particulares, é que o percentual de professores com dedicação exclusiva, que pela Lei atual é de um terço, passará a ser de 40%. As universidades terão três anos, a partir da sanção do projeto, para se adequarem às novas exigências. A previsão do relator do projeto, João Vicente Claudino (PTB-PI) é de que a proposta não deverá ser votada em plenária. Isso significa que as mudanças são consensuais. A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), já reagiu: alega que não há doutores suficientes no Brasil. Não é de hoje que as mantenedoras particulares reagem às tentativas de se regulamentar a LDBEN. Não querem, no fundo, nem a aplicação dos próprios percentuais da LDBEN em função do “custo dos doutores”. Para tanto, fazem lobby e conseguem, no mais das vezes, modificar até os instrumentos de avaliação usados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep) que cobram a aplicação específica desses itens da Lei. Há casos mais escandalosos: um conhecido grupo nacional contrata só o mínimo de mestres e doutores exigidos pela Lei para receber os avaliadores do Inep. Quando os avaliadores deixam a instituição, demitem todos os mestres e doutores e contratam apenas especialistas. Ao invés de serem autorizados a funcionar, grupos como esses deveriam ser sumariamente eliminados dos serviços (que para eles são meros negócios) da Educação Superior brasileira. Com força política (apesar da prática pouco ética e vergonhosa), grupos como esses também fazem parte da Abmes. Certamente, são maioria. Daí reagirem com esse discurso de que “faltam doutores”. Faltarão, sempre, porém, se a política educacional e salarial do País, inclusive das particulares, não valorizar a titulação. O PL 706/2007 sim, valoriza a titulação e o mérito. E não esse projeto 4.368/2012 que o Governo forjou conjuntamente com a Federação-Fantasma. Pela força do lobby das particulares e pela política de estado mínimo na Educação do Governo Dilma Rousseff (PT), duvido muito que o PL 706 seja aprovado assim de forma tão consensual como prever seu relator. Se assim o for, ponto para a educação brasileira.

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Reitoria da Ufam explica-se ao CLG


Causa estranhamento a explicação que o vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Hedilnaldo Narciso Lima, deu ao Comando Local de Greve (CLG) da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS) sobre a divulgação antecipada, ou seja, antes da Assembleia Geral realizada terça-feira, dia 12, às 15h, de que as aulas seriam retomadas na instituição dia 17, segunda-feira. Alegou o dirigente que a notícia publicada no site da Pro-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) ocorreu com autorização da reitoria pois “tínhamos entendido que a greve já tinha sido suspensa” pode até justificar a antecipação do calendário acadêmico e da notícia mas, não me convence. Para não ser injusto, devo dizer que, até então, a conduta da administração superior da Ufam fora impecável em relação à greve e aos grevistas. No entanto, a mim me parece muito mais razoável admitir que houve precipitação e não alegar “entendimento” equivocado. Não posso crer que tenha sido nenhum tipo de ingenuidade exatamente pelo comportamento até agora. Desinformação também não é argumento aceitável uma vez que, como no início da greve, parece-me lógico que, na suspensão, a administração superior também seria oficialmente comunicada pelo CLG e pela Adua-SS. O episódio torna-se extremamente desagradável por plantar a dúvida entre estudantes, professores e a própria comunidade. É preciso ficar bem claro que a greve não foi suspensa “a partir do dia 17”. Houve um indicativo de suspensão unificada tendo como base a data do dia 17. A decisão foi encaminhada ao Comando Nacional de Greve (CNG) que delibera e remete,de volta, às Assembleias. Em Manaus, será realizada nova Assembleia na tarde do dia 17, às 15h. Só então as primeiras decisões sobre novo calendário acadêmico passam a ser tomadas.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Professores da Ufam votam pela suspensão unificada da greve


Eu reunião com a presença de 201 e professores e professoras, na maior Assembleia Geral dos últimos tempos da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS), realizada ontem, às 15h, no Auditório Eulálio Chaves, a categoria do docentes da Ufam decidiu pelo indicativo de “suspensão unificada da greve” a partir do dia 17 de setembro de 2012, com retorno às atividades de sala-de-aula no dia seguinte. Notícias desencontradas foram publicadas dando conta de que as aulas retornariam já no dia 17 de setembro não estão corretas. O que se aprovou foi o “indicativo”, que será encaminhado ao Comando Nacional de Greve (CNG) para deliberação de todas as universidades ainda em greve, como é o caso da Ufam. Com a decisão de se optar pela “suspensão unificada”, o próprio CNG encaminhará como ocorrerá essa “unificação”. Podem apontar, por exemplo, para uma data única de suspensão ou para uma semana na qual cada um das universidades retoma suas atividades de ensino. Os professores e professoras também se posicionaram por unanimidade contra o Projeto de Lei 4.368/2012 que “reestrutura a carreira docente”. O Comando Local de Greve será transformado em Comando Local de Mobilização e o Fundo de Greve foi transformado em Fundo de Mobilização para que sejam realizadas atividades permanentes de mobilização até a votação do Projeto de Lei.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Professores decidem hoje os rumos da greve na Ufam


Professores e professoras em greve da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizam hoje, às 15h, no Auditório Eulálio Chaves, uma Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS) para decidirem os “rumos da greve” na intuição. A se levar em conta os resultados das Assembleias Setoriais realizadas entre os dias 10 e 11 deste mês, será aprovado o indicativo de “suspensão unificada da greve”. Isso não significa, porém, que a greve seja imediatamente suspensa a partir de segunda-feira, dia 17, por exemplo. Pelo processo de tomada de decisões, todos os resultados das assembleias serão encaminhados ao Comando Nacional de Greve (CNG) que, após as avaliações e análises, voltará para as bases com os resultados e encaminhamentos para serem decididos em uma nova rodada de assembleias. Particularmente, mantenho a convicção de que nada de novo ocorreu que justifique a “suspensão” do movimento agora. No entanto, não se pode, porém, tomar uma decisão dessas de forma individual ou baseada em voluntarismo. Não se faz greve sozinho, a não ser que seja de fome. E de fome, com o perdão do trocadilho, para que o Governo Federal nos quer matar faz tempo. Assim como foi para entrar em greve, acompanharei a decisão da maioria dos colegas professores e professoras. Isso faz parte do “Injusto jogo da democracia burguesa”. E quem aceita participar dele tem que aceitá-lo. Não sem lutar! Porém, ao que parece, o campo da luta agora é outro.

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Manobra do Governo para esvaziar o Inep e a SESU


Parece-me muito estranho, e cheira à manobra, o movimento feito pelo Governo Federal de enviar ao Congresso Nacional, no mesmo dia, dois Projetos de Lei de suma importância para a Educação Superior do País. Exatamente no dia 31 de agosto de 2012, quando encerrou as negociações unilateralmente com os docentes em greve, o Governo mandou ao Congresso o Projeto de Lei 4.368/2012, que “reestrutura a carreira docente”. Junto com ele, e pouca gente percebeu, foi, também, o PL 4.372/2012, que “cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (INSAES) e dá outras providências”. Esvaziar parece ser um verbo ameno para os propósitos do PL 4.372/2012. O que ele propõe é acabar com o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). Vejamos o que diz o Art. 2º do Projeto: “O INSAES tem por finalidade supervisionar e avaliar instituições de educação superior e cursos de educação superior no sistema federal de ensino, e certificar entidades beneficentes que atuem na área de educação superior e básica.” De uma tacada só o Governo acaba com o Inep e esvazia a Secretaria de Educação Superior (SESU) do próprio Ministério da Educação (MEC). Dentre as “competências do INSAES” chama a atenção: “VIII - decretar intervenção em instituições de educação superior, e designar interventor, nos termos de lei específica”. Outro ponto que deve ser destacado: “X - conceder, renovar concessão e supervisionar a regularidade do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social - CEBAS, quanto às entidades de educação superior e de ensino básico, observados os requisitos e a sistemática da Lei Nº 12.101, de 27 de novembro de 2009”. Mais um ponto das competências que me chamou a atenção: “XII - aprovar previamente aquisições, fusões, cisões, transferências de mantença, unificação de mantidas ou descredenciamento voluntário de Instituições de Educação Superior integrantes do sistema federal de ensino”. Ao que parece, e posso estar errado, o Inep será engolido, a SESU perde poder e, pior, a autonomia já capenga das universidades brasileiras e dos institutos federais recebe um golpe de misericórdia. Fico a me perguntar, também, se a criação deste Instituto com tantos poderes não seria parte do “processo de negociação e acordo” com aquela Federação-Fantasma com a qual o Governo “assinou” o acordo do PL 4.368/2012? Há algo de muito estranho no ar. Com greve ou sem greve temos de pautar, com urgência, também, a discussão do PL 4.372/2012 sob pena de sermos engolidos sem nem percebermos. Fica a sugestão!

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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O exercício da crítica e o direito de discordar do CLG


Quem vive intensamente a vida universitária como eu o faço e defendo tem o direito de discordar. Como indivíduo, não sou obrigado a concordar com nenhuma decisão tomada por um grupo, muito embora, como militante ativo de um movimento grevista e participante permanente do Comando Local de Greve (CLG) tenha de me submeter ao que a maioria decidir. Foi assim para “entrar em greve” no dia 17 de maio de 2012 e o será na hora que a maioria absoluta decidir voltar ao trabalho. Balançar a cabeça e seguir como “vaquinha de presépio” nunca foi minha postura. E jamais o será! Fiz parte do Comando Nacional de Greve (CNG) como representante do CLG-Adua por 15 dias, em Brasília. Em nenhum momento tomei decisões que não tenham sido tiradas das bases. Quem estava lá não era o indivíduo Gilson Vieira Monteiro. Era um representante do coletivo denominado Assembleia Geral, no caso permanente, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Assim funciona, assim tem de ser. O CNG encaminhou às bases uma consulta. E é tão salutar o exercício de “discordar” que a maioria votou pela permanência em greve por tempo indeterminado. Será que essa maioria “desqualificou” as ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)? É bom que fique claro uma coisa: Andes-SN e Adua-SS não são nem o CNG nem o CLG? A greve nacional é tocada por um CNG que tem como parte dele a diretoria do Andes-SN. Não se confunde com ele (Andes-SN). Há, porém, algumas ratazanas que se ufanam em se manter no anonimato e tentam esses sim, desqualificar a crítica feita a quem decidiu pelo fim da greve agora. É um direito inalienável o da crítica. Ainda mais dentro de uma universidade, mais ainda, em um movimento que “grita” pela democracia. Ou será que quem faz parte desse movimento e promove gritos em favor do livre pensar age, porém, como nas casernas e joga às masmorras quem do líder discordar. Ao que se sabe, as organizações militares ou paramilitares nunca primaram pela democracia, pelo livre pensar. Quem me conhece sabe. Durante a vida inteira bati de frente contra o a menina-dos-olhos da esquerda delirante: o centralismo democrático. Faço isso de peito aberto. Não aceito, porém, insinuação de quem vive nas sombras, esconde-se no anonimato, não tem coragem de mostrar a cara, ainda que fosse de um membro atuante do CLG, membro histórico do movimento e participante da maioria das Assembleias da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS). Isso é coisa de covarde! Quer dizer que quando, lá de Brasília, participante do CNG, publiquei, dia 7 de julho de 2012, Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça, prestava para o movimento? E no dia 10 de julho de 2012, ao publicar Carta aberta de um professor superotimista à presidenta Dilma, expondo minha cara a tapa, aí sim, estava bom para os grevistas e para a greve? Não sou escravo do CNG nem do CLG. Lutei anos e anos para construir uma carreira profissional e uma reputação dentro da Ufam em defesa da liberdade, do direito de as pessoas manifestarem o pensamento. Faço isso, porém, sempre de cara limpa. Até fui agredido em pleno auditório do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) por defender e praticar o direito à crítica. Quem, dentro de uma universidade, opta por viver nas trevas do anonimato como ratazana de porão, tem um motivo de orgulho: a própria covardia. Gritar e alertar para o que escrevo na tentativa de me “jogar” contra o Andes-SN e a Adua-SS por discordar dos rumos tomados no momento da saída da greve, é desqualificar o trabalho que desenvolvi durante todos os mais de 100 dias da greve. Trata-se de uma covardia sem igual. Tenho como cidadão e professor universitário, o direito de discordar de quem quiser, inclusive da presidente do País. Quando achar que o Andes-SN e a Adua-SS não me representam mais, perderam a legitimidade para tal, faço algo simples: peço a desfiliação. Basta eu desconfiar, por exemplo, que críticas anônimas como as que li, partiram de gente de dentro da diretoria da própria Adua-SS. Não tenho fígado para engolir covardes que batem nas tuas costas, te elogiam, e, no anonimato, tentam “te queimar”. Penso que, de uma greve na qual todos lutamos pela liberdade, inclusive de criticar, o exercício da crítica tem de ser algo saudável e engrandecedor. E não um cutelo a desqualificar as entidades que nos representam. Volto a dizer: quando as entidades das quais faço parte não me representarem mais, naturalmente sairei delas. É um direito líquido e certo que tenho, como o de discordar. No mais, o limbo a quem opta por viver no lixo!

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domingo, 9 de setembro de 2012

A inocência de alguns neófitos na greve


Fui alertado por um colega, Marcelo Abreu, de que poderia estar em jogo, já, a sucessão para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). E que o fato de permanecer em greve seria uma tática para desgastar o ANDES-SN. Confesso, sou neófito nessa “guerra interna dos sindicatos” e isso nem me passou pela cabeça. O que me moveu durante todo o período dessa greve foi a luta por uma carreira digna e por melhores condições de trabalho. Jamais imaginei uma diretoria do Andes-SN, muito menos a reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). As duas coisas não podem e não devem ser misturadas. Porém, imaginar que todos os participantes desta greve que é histórica por ser a maior na histórica do sindicalismo público deste País não pode ser avaliado inocentemente. E, talvez, tenha cometido esse erro. Há uma corrente de petistas arrependidos e de petistas assumidos em todos os sindicatos. Inclusive, o ANDES-SN. Não sejamos ingênuos, portando, em imaginar que iremos afetar o Governo neoliberal do Partido dos Trabalhadores (PT) e da presidente Dilma Rousseff. Ela navega em um índice de popularidade inimaginável. E não será atingida, em nenhum momento, pela greve dos professores professoras. Essa certeza; talvez, tenha sido o combustível que a empurrou a tratar os professores e professoras em greve como se fossem nada. Retornar estrategicamente para as salas de aulas e convencer, dia-a-dia, nossos colegas professores e estudantes de que o PL 4.368/2012 é uma catástrofe para a universidade pública brasileira pode ser um caminho mais inteligente no momento. Sou terminantemente contra sair da greve agora. No entanto, seguirei e defenderei até a morte a decisão tomada pela maioria. Se não conseguir meus pares da necessidade de continuar, tenho de me submeter à decisão da maioria. Caso não, baterei de frente contra a democracia burguesa. Muito embora, atualmente, tenha críticas ao modelo, não rompi com ele. Portanto, é digno e honesto me curvar à decisão da maioria ainda que seja contra ela. Esse será o caminho que tomarei.

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sábado, 8 de setembro de 2012

Tucanaram o fim da greve nas federais


Desde o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando os “Tucanos” da Social Democracia Brasileira chegaram ao poder, “tucanar” se transformou em um dos verbos mais usados pelos humoristas para representar as atitudes do Partido de FHC que “sempre ficava em cima do muro”. Na fala, “tucanar” é dizer uma coisa quando se quer, na verdade, dizer outra. Na última Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS), quando fui convencido por grande parte dos presentes que “não havia saída honrosa para a greve”, cheguei a dizer, em tom de ironia, que respeitava muito as decisões do Comando Nacional de Greve (CNG), porém, aquela expressão “suspensão unificada da greve” não passava de uma artifício para esconder o que já estava a ocorrer: o fim da greve. Hoje, não tenho apenas a convicção de que “tucanaram” o fim da greve. Fizeram pior, “tucanaram”, também, a “suspensão unificada”. Não se trata de um mero exercício de retórica. Quando um CNG encaminha para as bases a proposta de “suspensão unificada” do movimento, entendo que seria o seguinte, coso a proposta fosse a vencedora: todas as Seções Sindicais, em uma única data, suspenderiam a greve. Haveria unificação, no meu entendimento, se, pelo menos, as que decidissem por esse caminho, o fizessem conjuntamente. Quando se aprova o indicativo de “suspensão unificada” da greve, mas, cada uma sai na hora que bem-entender, o sentido de unidade do movimento já foi para o espaço faz tempo. Portanto, a ideia de “suspender a greve” para “ganhar forças” e retomar o movimento em seguida é uma grande balela. Enquanto algumas Seções Sindicais já decidiram que permanecerão em greve por tempo indeterminado, outras indicaram várias datas diferentes para a “suspensão”. Decisões nesse caminho podem ser tudo, menos unificadas. Ao que tudo indica, o Governo Federal atingiu o objetivo maior: trincar a unidade dos próprios docentes das federais. Juntar os cacos após o retorno, a suspensão, a saída o que quer que seja será o maior desafio das bases.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um projeto de lei para matar a universidade pública


É difícil entender, causa-me revolta e decepção, o caminho tomado pelas universidades públicas brasileira em um momento crucial para a sobrevivência delas: a tramitação do Projeto de Lei 4.368/2012, resultado de um acordo forjado entre o Governo Federal e a Federação-Fantasma que atende pelo pomposo nome de Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Ao invés de indicarmos a “suspensão unificada” da greve, o momento era de radicalização e luta, nem que fosse junto ao Congresso Nacional. Razões temos, de sobra, para permanecermos em greve, e nenhuma, isso mesmo, nenhuma para retomarmos o trabalho. Ainda que o PL 4.368/12 fosse o melhor dos mundos, a forma como foi gestado e imposto aos professores e professoras em greve já seria um excelente motivo para não aceitarmos a postura autoritária do Governo. Afora isso, os professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) resumiram o desastre que será para a universidade pública brasileira a aprovação deste PL da forma que está: “torna a carreira nas UFs pior que do EBTT, permite contratar graduados para dar aulas fazer pesquisa e extensão no ensino superior, permite que professores busquem outra fonte de renda mesmo sendo DE e torna a carreira não atrativa para futuras contratações com supressão dos direitos trabalhistas.” Esses mesmos professores da Unifesp, após quatro horas de Assembleia, realizada no dia 5 de setembro de 2012, tomaram as seguintes decisões: indicativo de suspensão temporária para dia 17/9, indicativo de não ministrar aulas para ingressantes e de suspensão do vestibular caso PL não seja revisto.” Para além das decisões políticas, consideraram imprescindível a “retirada do art.37, o qual cancela o decreto que regulamenta a carreira docente e seus direitos e deveres” e, se necessário, irão à justiça questionar a constitucionalidade do PL 4.368/12. Vou mais além. Defendo sim, para não prejudicar os estudantes, retomemos o período letivo suspenso, porém, sem saída ou suspensão da greve. Algo que o professor Aloysio Nogueira, em tempos idos, denominou de greve didática. E como os colegas da Unifesp defendem, que não retomemos o segundo período letivo caso o PL não seja modificado. Só em greve seremos capazes de nos mobilizar para pressionar o Congresso Nacional a não aprovar esse PL que desestrutura a já combalida carreira do Magistério Superior. Fiz, na última Assembleia da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS) a proposta de que, unidos Brasil afora, pressionemos os parlamentares de cada estado para a criação de uma Frente Parlamentar cujo nome provisório seria “Frente Parlamentar Suprapartidária por melhores condições de trabalho e pela carreira de professor federal (contra o PL 4.368/12)”. É um engodo dizer que não devemos lutar contra aprovação desse PL por não ter sido por nós referendado. Deixar de lutar e engolir uma carreira pior do que já temos é uma covardia coletiva inadmissível.

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ufam: qualidade de ensino ZERO uma ova!


Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo, editado pela empresa Folha da Manhã S.A, divulgou o “Ranking Universitário Folha (RUF)”, com o objetivo de ser tornar referência, como o fazem algumas empresas no exterior, na avaliação das universidades brasileiras. A empresa usou quatro indicadores para atribuir notas: qualidade de ensino, qualidade de pesquisa, avaliação do mercado e indicador de inovação para chegar a uma “nota final”. A classificação, em ordem decrescente, portanto, foi baseada na nota final. No critério utilizado pela empresa, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi classificada como a 43º do País, com as seguinte notas: zero em qualidade do ensino, 36,71 em qualidade de pesquisa, 9,37 em avaliação do mercado e 3,63 em indicador de inovação. A nota final da Ufam foi 49,71. Apesar de todos os pesares, a Ufam aparece a frente da Universidade Federal do Grande ABC (Ufabc) e da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). Não se deve, porém, supervalorizar ou subvalorizar esse tipo de classificação. Fazer ranking é uma mania norte-americana que os brasileiros parecem ter incorporado ao dia-a-dia. Nada mais que isso. No entanto, não se pode deixar de comentar, e até se indignar, que a elaborar esse tal RUF, a Folha de S. Paulo chegou ao mágico número de 132, das 191 avaliadas, com nota ZERO em “qualidade do ensino”. Todos sabemos das péssimas condições de trabalho nas universidades brasileiras. Esse, inclusive, foi o item da pauta de luta dos professores e professoras em greve que mais unificou a categoria: muito além dos salários. Aliás, a divulgação de um “ranking” desses justamente no auge da greve, com as melhores classificadas sendo as assumidamente “produtivistas”, que seguem rigidamente a cartilha da Capes e o CNPq não me parece algo “sem nenhuma intenção”. Não chegarei ao extremo de dizer que o RUF não merece respeito e que não tem credibilidade nenhuma porque, se isso fosse verdade, nem eu estaria aqui a escrever sobre o assunto. Não sei as outras que “ganharam o Zero”, porém, como professor da Ufam e orgulhoso do trabalho individual que desenvolvo e em nome de muitos colegas que conheço, extremamente profissionais, que sacrificam horas e horas na preparação de aulas, que compram os melhores livros do mercado e os repassam aos seus estudantes, enfim, em respeito ao sacrifício individual e coletivo de cada colega para superar as péssimas condições de trabalho e exercer com dignidade a profissão (embora em condições indignas) digo a você Folha de S. Paulo, com seu RUF, “qualidade de ensino Zero na Ufam uma ova”. Como poderíamos chegar aos 36,71 de qualidade de pesquisa e aos ínfimos 3.63 de índice de inovação se fossemos “zero” em ensino? Temos limitações sim, no entanto, não somos ZERO. É bem-verdade que, com a carreira imposta pelo Governo, temos grandes chances de piorar. Que o trabalho que desenvolvemos diariamente em sala-de-aula precisa melhorar, não tenho dúvidas. Mantenho a convicção de que o pior ambiente de aprendizagem dos nossos tempos é a sala de aula. Não se pode ter aprendizagem dissociada da vida. Temos um grupo, na Ufam, inclusive, que sempre defendeu publicamente a necessidade de excelência no ensino de graduação desde 2005. De lá para cá, pouca coisa se fez nesse sentido. Assumir publicamente um ZERO em qualidade de ensino, porém, seria negar o acúmulo de experiências ao longo de toda a história da instituição. Que as empresas sejam mais criteriosas e honestas quando forem publicar classificações como essas é o que se espera!

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

"Não há saída honrosa da greve"


Ontem, na Assembleia realizada a partir das 15h, dos professores e professoras em greve da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no Auditório da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS), aprendi uma coisa: há sim, diferença substancial, ainda que seja para inglês ver, entre saída de greve e suspensão unificada da greve. Para mim, não passa de tucanar o termo saída, ou, como diria o personagem das histórias em quadrinho Leão da Montanha, “saída pela direita”. Não passa de balela e puro eufemismo esse discurso de que ganhamos algo. A saída da greve agora é a mais humilhante e acachapante derrota da luta sindical dos últimos anos da história deste País, como diria Luiz Inácio Lula da Silva. Concretamente, o que ganhamos? N. A. D. A. Sairemos da greve fingindo que “suspensão unificada” é algo diferente de “saída” como forma de esconder a nossa incapacidade de indignação e revolta contra um processo escabroso de “negociação” levado a efeito por um governo dito dos trabalhadores, que, no entanto, é, totalitário e intransigente. Seremos obrigados a sair da greve pior do que entramos? Com um plano de carreira indigno e que solapa nossos direitos adquiridos? Na Assembleia de ontem aprendi que “suspensão da greve” não é a mesma coisa que saída. Mais ainda: aprendi que não existe saída honrosa para esta greve, na situação em que chegamos. Quer dizer que lutar, fazer valer suas convicções e manter o movimento não é honrado? Penso diferentemente da maioria dos colegas. Sair agora da greve com “uma mão na frente e a outra atrás” é humilhante e vergonhoso. Levar uma categoria a entrar em greve e protagonizar a maior e mais relevante greve de professores e professoras da história deste País e depois recuar como cordeiro amestrado é mais indigno que permanecer no movimento. Sou do time que defende a luta até o fim, mesmo que sejamos derrotados na guerra. Se os meus colegas estão corretos de que “não há saída honrosa” para greve, sair dela agora é assumir publicamente nosso fracasso e nossa humilhante derrota. Isso não o farei! Morrerei na luta! Posso até me submeter ao desejo da maioria e voltar humilhado ao trabalho. Só não assumirei que este é o melhor caminho. No dia 31 de agosto de 2012, o Governo mandou ao Congresso o PL 4.372/2012 que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (INSAES). Não duvido que essa seja a entidade a nos avaliar e supervisionar daqui para a frente. Certamente, será dirigida por muitos dos componentes da Federação-fantasma que forjou o acordo com o governo. Morro a lutar e a defender a continuidade da greve. É a minha honra! Ainda que digam não existir honra numa hora dessas. Prefiro continuar firme na luta a assumir publicamente a desonra de sair de uma greve pior do que entrei!

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terça-feira, 4 de setembro de 2012

O neocolonialismo e o fim da greve dos professores


Hoje, a partir das 15h, quando começar a Assembleia Geral dos professores e professoras em greve da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no Auditório da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-SS), quando se começar a discutir a suspensão unificada da greve, como principal encaminhamento do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), viverei um dos episódios mais tristes e melancólicos da minha carreira de professor da Ufam. E explicarei o porquê destas tristeza e melancolia. No dia 31 de agosto de 2012, na AG que votou pela continuidade da greve, o discurso da professora Sandra Noda, ao revelar que pela proposta de “acordo” forjado entre o Governo Federal e uma Federação-Fantasma, ela, com 30 anos de trabalho, estacionará no nível como professora Associada até a aposentadoria. Para ela, manter a greve era uma questão de justiça. Tinha prometido a mim mesmo que não me manifestaria. A fala da professora Noda me estimulou a contar o meu drama profissional-pessoal. Pela carreira atual, em março de 2013, passaria para o nível de professor Associado II. Pela proposta que agora tramita no Congresso como Projeto de Lei (PL), ficarei estacionado na condição de Associado I até 2022. Contei essa história naquela AG. Nossas falas foram fundamentais para que o placar favorável à continuidade da greve fosse 86 a 2, com 2 abstenções. De lá para cá, nenhum fato novo ocorreu que me fizesse mudar de ideia: tenho convicção que nossa luta por uma carreira digna é justa e que o PL em tramitação no Congresso é desastroso para a carreira e para a universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Das 51 universidades que se mantinham em luta apenas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) votou pela saída da greve. As 50 demais se pautam pelas grandes universidades? Será que somos neocolonias dessas “grandes universidades”? Essa greve é forte porque 33 universidades pararam conjuntamente. As demais foram levadas de roldão, inclusive, a UFRJ. Que votemos pela saída da greve, portanto, por convicção. E não porque “uma grande” saiu da greve. Entendo que não se pode passar a vida inteira em greve. Sair dela, porém, com “uma mão na frente e a outra atrás” é um ato de covardia coletiva das demais 50 instituições que ainda estão paradas. Em não sendo covardia coletiva, trata-se de uma espécie de “neocolonialismo sindical”, algo que também não sou obrigado a aceitar. Será que temos “complexo de periféricas”? Não entrei nesta greve, inclusive como membro efetivo e atuante do CLG-Adua-Ufam, para ser massa de manobra de ninguém. Fui convencido da necessidade de uma remuneração justa, porém, acima de tudo, melhoria das condições de trabalho. A carreira que engoliremos é um desastre, uma catástrofe para a universidade pública na qual acredito. As condições de trabalho são indignas. Ainda assim, nossos líderes apontam para a suspensão unificada da greve. Não há nenhum fato novo capaz de mudar a convicção que eu tinha na sexta-feira, dia 31. Curvar-me-ei à decisão coletiva. Particularmente, porém, qualquer que seja o eufemismo usado para a saída da greve, o farei com o sentimento de tristeza e melancolia por “abandonarmos o front” contra essa forma autoritária com que o Governo Federal nos obrigou a engolir uma carreira catastrófica e um acordo forjado entre ele (o governo) e uma Federação-Fantasma. Estou convicto de que não é hora de recuarmos apenas porque a UFRJ nos deixou no meio do caminho! Mas, respeitarei o que a categoria decidir. Em respeito aos colegas do CLG-Adua-Ufam, manter-me-ei em silêncio sepulcral na Assembleia de hoje. É minha forma de protesto!

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