sábado, 8 de setembro de 2012

Tucanaram o fim da greve nas federais


Desde o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando os “Tucanos” da Social Democracia Brasileira chegaram ao poder, “tucanar” se transformou em um dos verbos mais usados pelos humoristas para representar as atitudes do Partido de FHC que “sempre ficava em cima do muro”. Na fala, “tucanar” é dizer uma coisa quando se quer, na verdade, dizer outra. Na última Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS), quando fui convencido por grande parte dos presentes que “não havia saída honrosa para a greve”, cheguei a dizer, em tom de ironia, que respeitava muito as decisões do Comando Nacional de Greve (CNG), porém, aquela expressão “suspensão unificada da greve” não passava de uma artifício para esconder o que já estava a ocorrer: o fim da greve. Hoje, não tenho apenas a convicção de que “tucanaram” o fim da greve. Fizeram pior, “tucanaram”, também, a “suspensão unificada”. Não se trata de um mero exercício de retórica. Quando um CNG encaminha para as bases a proposta de “suspensão unificada” do movimento, entendo que seria o seguinte, coso a proposta fosse a vencedora: todas as Seções Sindicais, em uma única data, suspenderiam a greve. Haveria unificação, no meu entendimento, se, pelo menos, as que decidissem por esse caminho, o fizessem conjuntamente. Quando se aprova o indicativo de “suspensão unificada” da greve, mas, cada uma sai na hora que bem-entender, o sentido de unidade do movimento já foi para o espaço faz tempo. Portanto, a ideia de “suspender a greve” para “ganhar forças” e retomar o movimento em seguida é uma grande balela. Enquanto algumas Seções Sindicais já decidiram que permanecerão em greve por tempo indeterminado, outras indicaram várias datas diferentes para a “suspensão”. Decisões nesse caminho podem ser tudo, menos unificadas. Ao que tudo indica, o Governo Federal atingiu o objetivo maior: trincar a unidade dos próprios docentes das federais. Juntar os cacos após o retorno, a suspensão, a saída o que quer que seja será o maior desafio das bases.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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