segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O exercício da crítica e o direito de discordar do CLG


Quem vive intensamente a vida universitária como eu o faço e defendo tem o direito de discordar. Como indivíduo, não sou obrigado a concordar com nenhuma decisão tomada por um grupo, muito embora, como militante ativo de um movimento grevista e participante permanente do Comando Local de Greve (CLG) tenha de me submeter ao que a maioria decidir. Foi assim para “entrar em greve” no dia 17 de maio de 2012 e o será na hora que a maioria absoluta decidir voltar ao trabalho. Balançar a cabeça e seguir como “vaquinha de presépio” nunca foi minha postura. E jamais o será! Fiz parte do Comando Nacional de Greve (CNG) como representante do CLG-Adua por 15 dias, em Brasília. Em nenhum momento tomei decisões que não tenham sido tiradas das bases. Quem estava lá não era o indivíduo Gilson Vieira Monteiro. Era um representante do coletivo denominado Assembleia Geral, no caso permanente, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Assim funciona, assim tem de ser. O CNG encaminhou às bases uma consulta. E é tão salutar o exercício de “discordar” que a maioria votou pela permanência em greve por tempo indeterminado. Será que essa maioria “desqualificou” as ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)? É bom que fique claro uma coisa: Andes-SN e Adua-SS não são nem o CNG nem o CLG? A greve nacional é tocada por um CNG que tem como parte dele a diretoria do Andes-SN. Não se confunde com ele (Andes-SN). Há, porém, algumas ratazanas que se ufanam em se manter no anonimato e tentam esses sim, desqualificar a crítica feita a quem decidiu pelo fim da greve agora. É um direito inalienável o da crítica. Ainda mais dentro de uma universidade, mais ainda, em um movimento que “grita” pela democracia. Ou será que quem faz parte desse movimento e promove gritos em favor do livre pensar age, porém, como nas casernas e joga às masmorras quem do líder discordar. Ao que se sabe, as organizações militares ou paramilitares nunca primaram pela democracia, pelo livre pensar. Quem me conhece sabe. Durante a vida inteira bati de frente contra o a menina-dos-olhos da esquerda delirante: o centralismo democrático. Faço isso de peito aberto. Não aceito, porém, insinuação de quem vive nas sombras, esconde-se no anonimato, não tem coragem de mostrar a cara, ainda que fosse de um membro atuante do CLG, membro histórico do movimento e participante da maioria das Assembleias da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua-SS). Isso é coisa de covarde! Quer dizer que quando, lá de Brasília, participante do CNG, publiquei, dia 7 de julho de 2012, Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça, prestava para o movimento? E no dia 10 de julho de 2012, ao publicar Carta aberta de um professor superotimista à presidenta Dilma, expondo minha cara a tapa, aí sim, estava bom para os grevistas e para a greve? Não sou escravo do CNG nem do CLG. Lutei anos e anos para construir uma carreira profissional e uma reputação dentro da Ufam em defesa da liberdade, do direito de as pessoas manifestarem o pensamento. Faço isso, porém, sempre de cara limpa. Até fui agredido em pleno auditório do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) por defender e praticar o direito à crítica. Quem, dentro de uma universidade, opta por viver nas trevas do anonimato como ratazana de porão, tem um motivo de orgulho: a própria covardia. Gritar e alertar para o que escrevo na tentativa de me “jogar” contra o Andes-SN e a Adua-SS por discordar dos rumos tomados no momento da saída da greve, é desqualificar o trabalho que desenvolvi durante todos os mais de 100 dias da greve. Trata-se de uma covardia sem igual. Tenho como cidadão e professor universitário, o direito de discordar de quem quiser, inclusive da presidente do País. Quando achar que o Andes-SN e a Adua-SS não me representam mais, perderam a legitimidade para tal, faço algo simples: peço a desfiliação. Basta eu desconfiar, por exemplo, que críticas anônimas como as que li, partiram de gente de dentro da diretoria da própria Adua-SS. Não tenho fígado para engolir covardes que batem nas tuas costas, te elogiam, e, no anonimato, tentam “te queimar”. Penso que, de uma greve na qual todos lutamos pela liberdade, inclusive de criticar, o exercício da crítica tem de ser algo saudável e engrandecedor. E não um cutelo a desqualificar as entidades que nos representam. Volto a dizer: quando as entidades das quais faço parte não me representarem mais, naturalmente sairei delas. É um direito líquido e certo que tenho, como o de discordar. No mais, o limbo a quem opta por viver no lixo!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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