quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ufam diz sim à EBSERH por 26 a 13


Membros do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por maioria de 26 a 13, decidiram pela adesão do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A reunião do Consuni começou às 9h e passou do meio-dia. As falas foram divididas entre os que defendiam a adesão imediata à empresa e os que pediam que os conselheiros adiassem a decisão para que o assunto fosse mais amplamente discutido. Os que eram contra a decisão agora argumentavam que, na prática, se trata de um processo de privatização dos hospitais universitários. Reforçavam que a própria justiça brasileira considera que serviços de educação e saúde não podem ser privatizados. Defensores da adesão, por outro lado, dizem que a EBSERH é uma empresa estatal, portanto, não se trata de um processo de privatização, mas sim, de terceirização. O que houve, na verdade, foi uma pressão ilegítima, configurada em chantagem, do Governo Federal que, constantemente, ameaça com o fechamento os hospitais universitários que não aderirem à empresa criada para administrar os hospitais de todas as universidades brasileiras. Até agora, as universidades federias do Paraná e de Campina Grande, na Paraíba, decidiram não aderir à EBSERH. Se a ameaça do Governo Federal for cumprida, são dois hospitais universitários candidatos ao fechamento.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A reforma universitária em curso


Além da estratégia institucionalizada de chantagear suas Instituições de Educação Superior (IES), o Governo Federal, aplica outra com mestria: implantar a reforma universitária sem que se tenha de discuti-la no conjunto. Com isso espalham uma nuvem capaz de obscurecer a visão dos movimentos sindicais dos servidores. Estratégia tão vergonhosa e reprovável, por exemplo, foi dividir as categorias e negociar em separado. Do ponto de vista do Governo, mostrou-se a mais eficaz. Esfaceladas, as categorias acumulam derrotas, longas negociações que, ao final, terminam com ganhos quase irrisórios do ponto de vista salarial. A combinação dessas duas estratégias, da chantagem e de esfacelar a “reforma universitária”, fica escondida em cada movimento do Governo. Foi assim no Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) e, também, é assim com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Também aconteceu com a criação das fundações de apoio e, certamente, ocorrerá quando propuserem a criação da Empresa Brasileira de Serviços Educacionais (EBSEDUC) para administrar a contratação e o gerenciamento das atividades dos professores das universidades federais brasileiras. Aceitar a EBSERH é abrir uma porteira imensa para que, no futuro, o Governo crie a EBSEDUC e, enfia, conclua o objetivo estratégico de implantar um modelo completo de “o estado mínimo na educação”. Ou alargamos a nossa capacidade de enxergar cada movimento desses do Governo e o combatemos de frente ou perderemos a guerra. Há que se admitir, aliás, que muitas lutas já foram perdidas durante essa batalha. O modelo privatista de universidade ganha corpo, inclusive, entre grande parte dos nossos colegas professores e professoras. Não podemos perder, porém, a capacidade de reler a realidade e de lutar contra ela.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A chantagem institucionalizada contra as universidades


O Governo Federal, há muito, institucionalizou a chantagem como a única estratégia, tanto para pressionar servidores em greve, quanto para obrigar as universidade públicas a aderirem aos seus programas e projetos cujo objetivo maior é fazer valer a política pública de “o Estado mínimo na Educação”, implantada com mas profundidade nos governos de Fernando Henrique Cardoso, apurada nos oito anos do Governo Luiz Inácio Lula da Silva e posta em prática com a maior naturalidade do mundo no Governo Dilma Roussef. Foi assim com o O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), ainda no Governo Lula, e, agora, aparece de novo na criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A tática da chantagem é a mesma: ou se adere à empresa ou se fica sem verbas. É uma vergonha que membros da comunidade universitária aceitem esse tipo de argumento depois de 120 dias de greve justamente porque, O REUNI, que utilizou a mesma forma de pressão tenha redundado em fracasso na forma de implantação. Certamente, com os hospitais universitários acontecerá o mesmo: as promessas de rios e rios de dinheiro ficarão apenas, como já se sabe, nas promessas. É mister, portanto, que as universidades não se curvem a esse tipo de pressão e discutam, com mais profundidade, o desastre que pode ser essa adesão à EBSERH. Todo cuidado é pouco! E é didático não aceitar a chantagem como forma de pressão.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 28 de outubro de 2012

A mobilização precisa continuar


Desde a época que os professores e professoras, inclusive da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), decidiram suspender a greve, o que se ê é um completo clima de desmobilização. Até mesmo nos grupos no Facebook e em todas as demais Mídias Digitais, a motivação não é mais a mesma. Não podemos esquecer que um Projeto de Lei, não aceito por nós, tramita no Congresso, e que não tocaram, em nenhum momento, na questão fundamental da universidade brasileira: a falta de condições de trabalho. Sem que isso seja resolvido, manter o estado de mobilização constante é essencial para que se possa minorar, internamente, o problema das universidades brasileiras. Além de uma revolução nos métodos de pesquisa e nas questões didáticas básicas, a universidade brasileira precisa dar condições de que essas atividades, de pesquisa e de ensino, sejam desenvolvidas satisfatoriamente. Sem que isso ocorra, falar em “qualidade” é pura figura de retórica. A universidade brasileira só atingirá algum nível de excelência, quando, independentemente das correntes políticas, acertamos o prumo na questão da luta por melhores condições de vida e de trabalho, com dignidade. Para isso, manter o estado de mobilização, com greve ou sem greve, faz parte da essência do ambiente universitário. Não podemos perder de vista esse horizonte. Para o nosso nem como categoria e como profissionais da “arte de educar”.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sábado, 27 de outubro de 2012

A necessidade de recesso de um mês na Ufam


Professores, professoras, estudantes e técnicos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) devem ficar esclarecidos, definitivamente, de uma coisa: o recesso de 30 dias não é uma exigência dos professores: é uma necessidade administrativa, para que se possam tomar todas as medidas necessárias para ofertar disciplinas e matricular os estudantes no segundo período letivo de 2012, que começa no dia 10 de dezembro. É, também, necessário, que as disciplinas sejam finalizadas e lançadas no Sistema para a Informação do Ensino (SIE). Ë fundamental que seja difundida essa informação para que não se fique com a ideia de que “os professores, mal saem da greve e já vão ter 30 dias de folga”. Ou frase similar a essa por parte de estudantes e tive de esclarecê-los. As pessoas precisam entender, tanto na Ufam quando fora dela, que o processo de ensino-aprendizagem não se resume à presença dos professores e professoras em sala de aula. Esse momento só ocorre após algo que, na greve, foi denominada “condições de trabalho”. E uma parte dessas condições é o apoio administrativo. Não se chega ao momento da aula sem que haja um processo que vai da oferta de turma às matrículas. E esse processo é complexo, demorado e não pode ser feito a toque de caixa. Fica a dica!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Os professores e as mentiras nos debates


Hoje, no debate para a prefeitura de São Paulo, o candidato do PSDB, José, prometeu “reciclar professores”. Pensa ele que somos matéria-prima que alimenta esse conceito fajuto de “desenvolvimento sustentável”? Relativamente aos professores e professoras, não sei quem mente mais, se o PSDB ou o PT, porque, no último debate da corrida presidencial, a então candidata Dilma Rousseff mentiu em cada palavra que disse sobre nós, os professores, e sobre os demais funcionários públicos federais. Disse, por exemplo, que era contra a terceirização. Há maior terceirização indireta do que a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)? Assegurou que, em seu governo, os professores seriam bem-remunderados, “inclusive para incentivar que os bons viessem e permanecessem” no serviço público. Outra grande mentira! Em verdade, tanto o PSDB quando o PT investem em políticas paliativas, todas baseadas na filosofia de “o estado mínimo na Educação”. Arrepiam-se de medo que haja mudanças efetivamente estruturais na educação do País. Perderiam a primazia de controlar os “currais modernos” por eles criados. A última greve dos professores, professoras e técnicos das universidades foi reveladora. Demonstrou, claramente, o descompromisso de um Governo dito “dos trabalhadores”. A cartilha neoliberal foi usada em cada fase da negociação para ameaçar com corte de ponto e fazer de conta que não há nenhum problema estrutural nas universidades brasileiras. Cretinos, cínicos e canastrões, os dois partidos, usam-nos como moeda de troca e como bucha quando é de interesse nos manipular. Particularmente, não confio mais em nenhum político, qualquer que seja o matiz, quando se referem à Educação. Serão sempre cretinos, cínicos e canastrões até me provem o contrário.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mesa redonda debate a Empresa de Serviços Hospitalares


Professores, professoras e técnicos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) participaram hoje, das 9h às 12h, da Mesa Redonda “Saúde pública, universidade e EBSERH: questões políticas e legais”, no Auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais (FES), setor Norte da Ufam. Uma das falas mais aplaudidas foi a do presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), médico Mário Vianna, ao dizer que o Brasil é pródigo em medidas inconstitucionais e, principalmente, ao chamar a atenção para uma estratégia usada pelo governo federal para obrigar as universidades públicas a aderirem aos seus programas. Ele tachou de chantagem o fato de o Governo Federal ameaçar não liberar verbas para os hospitais universitários que não aderirem à EBSERH. “Isso não pode ser chamado de outra coisa. Trata-se de uma chantagem”, disse o médico. Do ponto de vista legal, não se configura nenhuma ilegalidade deixar que as universidades “decidam ou não” se aderem à Lei da EBSERH. O problema é que se essa escolha vem precedida do “convencimento” de que “quem não aderir não terá verbas” comprova a interpretação do Médico Vianna.“ A Mesa foi organizada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE). No evento, o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, Felipe Augusto de Barros, e a Defensora Pública Federal, Marília Silva de Lima, destacaram artigos da Lei 12.550/11, que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O evento teve, também, a participação do presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM/AM), Jefferson Jezini, o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Vianna, e do diretor da Faculdade de Medicina da Ufam, Dirceu Benedicto Ferreira.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Educar para o respeito à diversidade


O mantra que consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de que se deve educar para a tolerância e o respeito à diversidade é um dos preceitos mais lindos (e justos) que uma Lei pode prescrever. Na prática, porém, nada disso se concretiza se essa mudança de atitude for “imposta” da escola para a vida. Enquanto, no núcleo familiar, educar para a tolerância e respeito à diversidade forem “artigos de luxo”, nada mudará. E fico a me perguntar? Como se pode ser tolerante e repeitar a diversidade quando os filhos são educados, ao longo da vida, para não terem autonomia e obedecerem sempre? Devem, inicialmente, obediência à figura do pai (ou da mãe). Em muitos casos, dos dois. Ou, quem sabe, ainda, obediência ao irmão mais velho (ou à irmã). Nessa estrutura que cheira a mofo, tempo de vida (nem sempre vividos com qualidade) geram autoridade por si. O fato de ser pai, ou mãe, nessa sociedade naturalmente autoritária (e nesse núcleo chamado família, mais ainda) também os transforma em autoridade apenas pelo fato de serem pais. Mais nada! Essa mesma sociedade impõe às crianças e jovens mais uma subserviência: aos professores e professoras. Ainda que, nem sempre, tenham autoridade suficiente para exercerem-na. Este é o cenário no qual nos criamos. A ter autoritarismo e subserviência com regras. Logo, essas regras não serão subvertidas, nas escolas, apenas porque uma Lei de Diretrizes estabelece. É preciso mudança de atitude. Como pais e professores. Caso contrário, a Lei terá um alfabeto inteiramente morto.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Educação fora da pauta dos candidatos


Uma das coisas que salta aos olhos é a falta de prioridade dos candidatos à prefeitura de Manaus, tanto Artur Neto (PSDB) quanto Vanessa Grazziottin (PC do B) para a Educação. É como se o problema se resumisse às creches e às escolas de tempo integral. Não será com a construção de centenas de creches e de outras dezenas de escolas em tempo integral que o problema da Educação Básica do município será solucionado. A primeira coisa que os candidatos deveriam ter era honestidade, algo didaticamente fundamental para que fosse implantado um processo ético nas relações. Apontar a construção de creches e escolas como se fossem a solução para minorar a péssima qualidade do processo nas escolas é um péssimo início para qualquer um deles. É preciso, antes de tudo, que fiquem explícitas as filosofias de trabalho e a postura que se terá no Governo do Município. Trazer para as discussões durante o processo a questão do casamento homoafetivo e do aborto, por exemplo, é um péssimo sinal. Não se pode espetar do prefeito (ou da prefeita) que incentiva a homofobia e a intolerância. E a questão do aborto não se decide apenas no âmbito municipal. Em todos os níveis da Educação, é fundamental que a tolerância seja parte do processo. Sem isso, de nada adiantam os prédios. Fundamental é o respeito às pessoas, ao outro.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A covardia que incomoda no uso das redes sociais


É preciso que nós, professores e professoras, principalmente das universidades, públicas ou não, tenhamos mais cuidado com as informações que circulam nas redes sociais. Não que se queira aplicar nenhum tipo de viés de censura. No entanto, há assuntos que deveriam circunscrever-se a boas discussões em sala de aula que ganham a rede e colocam em xeque a credibilidade de um curso inteiro. Será que os estudantes que acendem a pólvora e espalham-nas (as informações) como rastilhos, não se dão conta de que os próprios cursos perdem credibilidade? Ou seja, até eles, como profissionais oriundos daqueles cursos também caem no descrédito? Dia desses li, em uma dessas redes, a denúncia de que um professor tinha esquecido “as provas” em sala de aula e elas haviam sumido. Tal problema, no meu entendimento, ao invés de ganhar as redes sociais, deveria ser solucionado administrativamente. Pela poucas informações lidas, que geralmente são truncadas ou cifradas, o professor recebeu todas as provas, as colocou em um envelope, pegou o material e foi embora. Acontece que, por descuido, esqueceu o envelope das provas. Posso até estar enganado, parece-me, porém, covardia das maiores expor um professor dessa maneira. Esse é um assunto que, com transparência, poderia ser resolvido em sala de aula sem que ninguém tivesse de se deparar com a situação incomoda e constrangedora. É preciso, antes de tudo, estabelecer relações éticas e de respeito dentro da sala de aula. Em assim sendo, muito provavelmente, se um dos estudantes encontrou o envelope esquecido pelo professor, entregá-lo-ia imediatamente na secretaria do curso. Fossem criadas as condições de respeito e ética antes mencionadas, qualquer funcionário que também encontrasse o envelope o devolveria. Case falhemos nessa primeira missão educadora do estabelecimento de relações sólidas tenderemos a nos deparar como situações incomodas como essas que, ao pararem nas redes sociais, liquidam com a credibilidade do próprio grupo.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 21 de outubro de 2012

A tolice de bater de frente contra a Capes


Há professores das universidades públicas brasileiras que ainda insistem na tolice de tentar “bater de frente” contra a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) como se essa fosse uma entidade a pairar sobre nossas cabeças. Não o é! E se tem essa aura de entidade é porque ganhou credibilidade nacional pelo rigor com que promove as avaliações e autoriza (ou não) o funcionamento dos cursos de pós-graduação no País. Mais nas regiões Norte e Nordeste há uma espécie de “choro” contra as regras estabelecidas como se as duas regiões precisassem de “proteção”. As especificidades dessas duas regiões devem sim, ser levadas em conta, nos processos de avaliação. No entanto, não e pode, em nenhum momento, abrir mão do rigor. Sou partidário do movimento “slow science”. Não considero, porém, que a exigência de uma média de 2 artigos (ou capítulos de livros) por ano, ao final de cada triênio, seja exagerada. Com todas as vicissitudes enfrentadas por professores que trabalham em universidades nessas regiões, Norte e Nordeste, não se pode admitir doutores com produtividade zero como membros de programas de Pós-graduação. E, sejamos honestos, no mais das vezes, nossos representantes de área, na Capes, compreendem a “baixa produtividade” dos cursos mais novos, porém, não toleram quando essa produtividade (baixa) se mantém constante ao longo dos anos. E, nesse sentido, ao invés de chorar, professores e professores que “atuam” nos programas de Pós-graduação deveriam mesmo era, antes de tudo, publicar, produzir pesquisas, portanto, Ciência. Porque só na conversa ninguém mantém um programa em funcionamento.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sábado, 20 de outubro de 2012

Sala de aula: o espaço das descobertas


O processo de aprendizagem não se completa sem que haja as descobertas. Enquanto a sala de aula for um espaço tradicional similar a uma prisão, será sempre lócus de experiências não libertadoras e tradicionais. Transformar o ambiente da sala de aula em algo prazeroso e atraente é o desafio de qualquer professor e escola em quaisquer dos níveis. Não se pode admitir, tanto nas universidades quanto nas escolas de ensino básico que a sala de aula seja lugar de se manter tradições. No entanto, atualmente, é o que se vê em grande parte das escolas e universidades. À parte os salários e a falta de condições de trabalho, creio ser necessário uma cruzada contra o tradicionalismo na sala de aula. Como já defendi aqui em várias outras postagens, profanar a sala de aula e quebrar o tradicionalismo vigente é fundamental para que se transforme o processo de aprendizagem e troca de saberes. Sem que isso ocorra, qualquer política pública voltada para a melhoria da qualidade do ensino será fadada ao fracasso. A sala de aula precisa ser um ambiente atrativo e acolhedor para estudantes e professores. Só assim se muda essa perspectiva histórica de uma educação exclusiva e seletiva. O desafio da educação brasileira não é servir apenas ao mercado, mas, incluir pessoas em postos de trabalho e indicar o rumo das descobertas do exercício pleno da democracia. Pode ser utópico. Mas, tem de ser a meta.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Número mínimo e o compromisso com a educação


É louvável que o Senado Federal, por intermédio da Comissão de Educação, Cultura e Esporte tenha aprovado a propositura do senador Humberto Costa (PT-PE) de altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e estabelecer limite mínimo de estudantes em sala de aula. Acontece que nada mudará na Educação brasileira apenas “pelo gosto” dos senadores e deputados federais. É preciso compromisso com a Educação de ambas as partes: governantes e profissionais. Pouco será acrescentado ao processo de troca de saberes diminuir o número de estudantes em sala de aula. Será preciso, acima de tudo, responsabilidade por parte dos professores com uma educação libertadora, voltada para o exercício pleno da cidadania em todos os níveis. É uma questão de visão de mundo, de defesa da liberdade, de respeito ao outro, às diferenças. Afora isso, é preciso investir em salários. Efetivamente bons salários, para poder atrair os melhores profissionais de cada área para o exercício do magistério. Se as salas de aulas tiverem profissionais incompetentes e mal-remunerados dentro delas, o número de estudantes, compatível ou não com o exercício atividade docente, terá impacto zero na melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem. Portanto, deve-se olhar com cuidado essa criação de limites de estudantes em sala de aula. É importante que ocorra, no entanto, se não for acompanhada de outras ações com o objetivo de melhorar a aula em si, terá pouca influência na melhoria da Educação no País.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Senado aprova número mínimo de estudantes em sala de aula


A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou Projeto de Lei do senador Humberto Costa (PT-PE) que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e estabelece o limite de 25 estudantes por sala de aula no Ensino Básico e 35 no Ensino Médio. O projeto foi aprovado de forma "terminativa". Assim sendo, não passa pelo plenário do Senado, portanto, segue diretamente para ser analisado na Câmara dos Deputados. Ninguém duvide! Trata-se de outra lei que terá reações contrárias da iniciativa privada, uma vez que o número excessivo de estudantes em sala de aula é exatamente de onde vem o lucro das “empresas prestadoras de serviços educacionais”. Isso não significa que o Estado brasileiro, em todos os níveis, também não tenha aderido à fórmula da “educação sardinha em lata”. A falta de investimentos em infraestrutura (escolas) e na contratação de professores obriga prefeituras e governos a manterem salas de aulas com número excessivo de estudantes. O mesmo acontece, cada vez mais, nas universidades públicas. Nas particulares, nem se fala. Como nas escolas, as salas de aulas superlotadas são, exatamente, o que garantem o lucro, também na Educação Superior. Na Câmara dos Deputados, seria bem interessante que houvesse uma emenda que também estabelecesse um número máximo de estudantes por turma. Só assim, a Educação brasileira tomaria um novo rumo e passaria a ser administrada levando-se em conta questões pedagógicas.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Câmara aprova 10% do PIB para a Educação


A Câmara dos Deputados conclui a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) contrariando todas as “indicações” do Governo Federal, ao destinar investimentos de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País para a Educação. A redação final do Projeto foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com isso, a proposta não passa pelo plenário da Câmara e vai direto para votação no Senado Federal. Diferentemente da reivindicação dos professores e professoras das universidades públicas brasileiras, que defendiam 10% do PIB para a Educação já, os deputados aprovaram que a meta será de 10% do PIB nos próximos 10 anos. Para que a meta seja alcançada, os recursos virão do governo federal e dos orçamentos dos Estados e dos municípios. A proposta inicial do Governo Federal era destinar 7% do PIB para a educação. No entanto, não conseguiu, na comissão especial, aprovar o que pretendia. Tentou, então, colher assinaturas para obrigar o Projeto a ser votado obrigatoriamente pelo plenário. A ideia era, com a maioria que tem, aprovar o teto máximo de 7% do PIB em 10 anos. A estratégia não deu certo porque muitos deputados retiraram as assinaturas e derrubaram o recurso. Sem isso, o Projeto do PNE foi parar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que dá redação final aos projetos. Enquanto os deputados deram encaminhamento ao Projeto e, com a aprovação da redação final, remeteram-no diretamente ao Senado, o Governo diz que não tem recursos suficientes para implantar o projeto nos próximos 10 anos. Ainda que não tenha sido o projeto por nós defendido, cabe não-apenas a nós, professores e professoras, fiscalizar a aplicação dos recursos, mas também, a toda a sociedade. Deve-se lembrar, porém, que a questão da Educação no País não se resume meramente às finanças. É essencial que haja uma mudança de postura e de cultura em todos os níveis para que se possa incorporar, definitivamente, uma postura inclusiva. Só assim a escola cumpre o papel social de mudar o status quo da sociedade.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O nivelamento como direito do cidadão


Ao me manifestar sobre a Lei de Cotas, antecipei, há muito a necessidade de se implantar uma política pública de nivelamento dos que fossem beneficiados pela Lei. Não deu outra! A regulamentação prevê a necessidade do nivelamento. Ainda que a Lei não previsse, pedagogicamente, entendo, que o nivelamento é fundamental quando se tem o foco na saída dos estudantes e não na entrada. Logo, de suma importância quando se fala em elevar o nível da Educação no País. Mais que isso, defendo que o nivelamento é um direito social, quiçá fundamental, de todo cidadão. Não se pode encará-lo meramente como uma necessidade de “nivelar a clientela” como o fazem as instituições particulares. Nas instituições públicas, creio e defendo, se trata de um direito básico. Tomemos como exemplo, o modelo anacrônico e atual de “avaliação” que, em verdade vos digo, se trata, apenas de “medição”. Ainda hipoteticamente, tomemos um curso de Medicina com 50 vagas. E tomemos uma escala de 100 pontos em um vestibular qualquer. A universidade selecionará os 50 primeiros. Apenas como exercício mental, vamos imaginar que o primeiro colocado conseguiu 100 pontos e todos os demais candidatos foram aprovados com 50 pontos. Essa turma de Medicina tem o mesmo nível? Todos foram aprovados, mas, há uma vala enorme entre o primeiro e os demais selecionados. Embora hipotético, casos similares ocorrem permanentemente quando se usa o processo de seleção atual. Com Enem ou com Vestibulares, pedagogicamente, criar programas de nivelamento é essencial para que se corrija essa falha que não é apenas a formação, mas, do próprio processo. Dessa forma, não se pode o nivelamento como uma “queda na qualidade” do ensino superior. Ao contrário, é parte do processo de melhoria, de elevação do nível de todos os que conseguirem passar pelo funil da seleção nas universidades públicas. Lavar as mãos e esperar que todos os estudantes que foram selecionados cheguem preparados comprovadamente não deu certo. A Lei de Cotas, talvez, por caminhos tortos, leve as universidades a fazer o que sempre deveriam ter feito.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O vampiro que quer sugar nossos cérebros


Na última campanha eleitoral para a Presidência da República, comparei a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Roussef, a Chuck, o Brinquedo Assassino, e o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra, a Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro pelos personagens famosos que os dois me fazem lembrar. Votei em Chuck, no último minuto. Hoje, com a campanha para a Prefeitura de São Paulo, e José Serra de novo na disputa, vejo que o futuro me deu razão em ter escolhido Dilma, embora discorde frontalmente dela, principalmente no que tange ao tratamento que deu aos trabalhadores federais em greve. Bento Carneiro, certamente, não faria melhor (quer dizer, pior). Não posso, porém, olhar o mundo e vê-lo apenas com minhas próprias lentes ou da categoria da qual faço parte. E o que José Serra faz agora, em São Paulo, ao “deixar por menos” o apoio que recebe do pastor Silas Malafaia na cruzada deste contra o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, por quem não tenho nenhum apreço pela forma com que conduziu e aprimorou a política pública do PSDB para a Educação superior, é deplorável e inaceitável. Trata-se de uma cruzada homofóbica e indigna de alguém que já disputou a Presidência da República deste País. Quem errou feio foi a presidente Dilma Rousseff, ao recuar e vetar a distribuição do que foi pejorativamente batizado de “Kit Gay”. Deveria tê-lo feito independentemente da pressão da Igreja Católica e das Evangélicas. O Estado brasileiro é laico e assim deve permanecê-lo para o todo e sempre por mais que sejamos excomungados. O culto a qualquer tipo de religião é livre e não se confunde com nenhum tipo de opção sexual. Curvar-se a esse tipo de discurso é optar por uma sociedade intolerante e fundamentalista. Quaisquer que sejam nossos matizes políticos, cabe a nós, os professores universitários, de qualquer religião, combatermos vorazmente a intolerância, tanto religiosa quanto de gênero e de opção sexual. Não podemos deixar que os vampiros engulam nossos cérebros.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 14 de outubro de 2012

A Educação brasileira nunca mais será a mesma


Sei que não serei a única voz favorável. E, ainda que o fosse, jamais deixaria de falar sobre a convicção que tenho: a Lei de Cotas talvez seja a experiência mais ousada proposta pelo Senado e bancada pelo Governo Dilma Rousseff (PT) para mudar, definitivamente, para melhor, a Educação brasileira. A regulamentação da Lei será publicada no Diário Oficial da União (DOU) de amanhã e já recebeu severas críticas, não apenas dos mais interessados diretamente, as particulares, mas também, das alas mais conservadoras e reacionárias (ou não) que existe na própria universidade pública brasileira. O discurso de que se deve investir na “melhoria da qualidade” da Educação Básica é anacrônico e esconde, no fundo, o desejo premente de que nada mude na sociedade. Em 10 anos, após a implantação da Lei de Cotas, a Educação brasileira terá dado um salto de qualidade e, mais que isso, incluído um número tão grande pessoas das classes média e baixa no mercado de trabalho que até o mais reacionário dos capitalistas baterá palmas. Sem falar no impacto de incluir socialmente pessoas por meio do ensino, da pesquisa e da extensão. E quem duvida que esse seja o papel fundamental de uma universidade pública? Stephen Hawking, um dos maiores cientistas vivos, é autor de uma frase lapidar: “o maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, e sim a ilusão da verdade.” Não quero, portanto, com a reflexão, impor a ninguém a minha visão a respeito do assunto. Assim sendo, não tenho a menor pretensão de “ilusão da verdade”. Quero, porém, provocar. Inclusive os que são contra as cotas. E tomarei um dos exemplos desses críticos para sustentar meu raciocínio. Os maiores críticos da Lei dizem que a universidade pública deverá criar “disciplinas de nivelamento”. Qual é o problema de isso ocorrer? As universidades, faculdades e centros universitários fazem isso normalmente. Inclusive, é item de avaliação nos formulários de avaliação do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (Inep). Só pude cursar o Mestrado em Administração na melhor e mais prestigiada da América Latina, a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (Usp), após ser aprovado em 10 disciplinas de nivelamento. Como não sou graduado em Administração, na FEA-Usp, quem não é da área tem de cursar disciplinas de nivelamento para ter domínio dos fundamentos básicos da área. O nivelamento, portanto, não inviabiliza as cotas. Ao contrário, é uma necessidade. Atualmente, quem cumpre esse papel de incluir pessoas, principalmente os de menor renda, são as instituições privadas. E o fazem porque são “boazinhas”? Não! Fazem-no para que não haja evasão extrema e não percam os “clientes”. Isso é visão de mercado. Mais nada. Porém, ao final, terminam por incluir todas aquelas pessoas que foram “ajudadas”. Assim será nas instituições públicas. E, acredito, isso mudará a lógica da má-qualidade do ensino em todos os níveis. Porque a FEA-Usp faz nivelamento? Pura e simplesmente para manter a “qualidade” na saída, ou seja, dos seus egressos. Quem são as professores que trabalham nas escolas públicas e privadas do Ensino Básico? São os mesmos profissionais “formados” pelas universidades brasileiras. Tenho convicção que, independentemente das cotas, as instituições superiores já deveriam, há muito tempo, praticar o nivelamento. Não posso crer que as universidades brasileiras, principalmente as públicas, “lavem as mãos” quando a maioria absoluta dos seus egressos não passa nas seleções dos programas de Pós-graduação e nos concursos públicos de carreira. Na situação em que se encontra a Educação brasileira só vejo uma saída para elevar a qualidade dos egressos: com cotas ou não, criar nivelamento, pelo menos nas áreas básicas de Língua Portuguesa, Ciências e Matemática. Sem uma base sólida, trabalhada mal e parcamente hoje em dia na Educação básica e média, não venceremos o desafio de mudar a Educação brasileira. As cotas, a meu ver, promoverão, a longo prazo, uma mudança jamais vista.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sábado, 13 de outubro de 2012

Lei de cotas nas federais é regulamentada


O Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira, dia 15, coincidentemente a data na qual se comemora o “Dia do professor”, trará a regulamentação da Lei de Cotas, sancionada pela presidente Dilma Rousseff quinta-feira, dia 11. De acordo com a Lei, a universidades públicas federais e institutos técnicos federais devem reservar, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado o ensino médio em escolas da rede pública. Desses 50%, metade deve ser destinada a estudantes com renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa. A outra metade será destinada a estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas proporcional ao grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade. A base a ser levada em conta são os dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para esse segundo grupo não se leva em conta a renda per capita do aluno. Ainda não se tem detalhes do decreto, mas, é quase certo que serão detalhas as regras e o cronograma de implementação do novo sistema de distribuição de vagas no sistema federal de ensino superior. A Lei prevê que universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar o porcentual de reserva de vagas. Inclusive, as que adotam algum tipo de sistema afirmativo na seleção de estudantes. Há outro ponto que, certamente, o decreto regulamentará: mecanismos para compensar eventuais diferenças entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal. É esperar para ver!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A formação para o exercício da cidadania


Comercialmente se comemora hoje o “Dia das crianças”. Que tal refletirmos sobre alguns dos problemas que enfrentamos na Educação Superior e tentarmos relacioná-los com o processo de crescimento e (de) formação (ou para ser mais exato, de formatação) dessas crianças? Dos contatos que mantenho com estudantes de graduação dos anos iniciais posso listar três coisas que me incomodam: caretice, falta de iniciativa e insegurança. No guarda-chuva que chamei de “caretice” enquadro desde os versos de Belchior “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, no caso de alguns, são mais caretas até que eu. Nessa categoria encontro, principalmente, a falta de respeito ao outro e às diferenças. Sem falar que são jovens pouco afeitos às experiências pedagógicas inovadoras dentro (e fora) da sala de aula. Querem a aula tradicional, receita de bolo para tudo, como se a resposta para os problemas do mundo (e do jornalismo, no meu caso) estivessem em mim, que sou o professor. A suposição que tenho é que, desde o núcleo familiar, esses jovens foram podados. Impedidos de ousar em todas as áreas da vida. Daí, ao que parece, sonharem com padrões, principalmente no processo de aprendizagem. Logo, descambam para a segunda categoria que denominei de “falta de iniciativa”. Ao sonharem com “receitas de bolo” e serem protegidos pelos padrões do núcleo familiar, fazem sempre aquilo que lhes é mandado (quando fazem). Sem os padrões, modelos ou manuais, perdem-se pelo caminho, não tomam iniciativa para nada e se transformam em jovens “inseguros” em um mundo do trabalho no qual cada vez mais se valorizam os empreendedores, ou seja, os ousados. Daí a pergunta: “Formamos mesmo para o exercício da cidadania?” Suponho que não! Temos uma visão de mundo careta, inclusive nós, os cientistas. Somos pouco ousados. O novo nos assusta. Preferimos o velho método cartesiano. Execramos, em grande maioria, Morin e Capra. No máximo passamos os olhos por Maturana e Varela. Deleuze e Guatarri, com seus rizomas, encontram eco nas áreas de Artes e em alguns abnegados da Comunicação. É pouco. Precisamos nos libertar das amarras das visões padronizadas do mundo e da vida. Quando isso ocorrer, desde o núcleo familiar, talvez tenhamos um ambiente propício ao processo de troca de saberes com vistas à preparação para o exercício pleno da cidadania e da liberdade. Enquanto entendermos o mundo como um conjunto de saberes em caixinhas superpostas, sobrepostas e justapostas estaremos longe de atingir a meta de formar para a vida.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O modelo neoliberal aplicado à Educação


Por mais que se diga que não, o modelo de financiamento da Educação superior no Brasil tem uma dose de neoliberalismo. A avaliação ad hoc de projetos e a liberação do financiamento diretamente na conta dos pesquisadores, a meu ver, são características que aproximam o modelo da prática neoliberal: o da “livre concorrência” entre os pares. Não se trata de avaliarmos esse tipo de operação como melhor ou pior. O certo, porém, é que esse tipo de prática dá mais agilidade ao processo de compra de equipamentos e ao uso dos recursos públicos. No entanto, afrouxa o processo de fiscalização do uso desses mesmos recursos uma vez que a compra de equipamentos e a contratação de serviços de pessoas físicas e jurídicas são feitas diretamente pelo próprio pesquisador. O uso correto ou não dos recursos públicos, neste caso, depende da ética do próprio recebedor dos recursos. Sem emitir nenhum tipo de julgamento moral, o que se tem, ao fim de tudo, é uma sobrecarga de trabalho de quem “vence” os editais públicos na hora de prestação de contas e dos relatórios. O que se tem de avaliar, portanto, é se essa aplicação do modelo neoliberal à Educação, faz bem ou não ao financiado. Reconhecidamente, dá mais agilidade ao processo de compra e contratação de serviços. No entanto, tira das universidades e passa ao pesquisador a responsabilidade pelo uso correto dos recursos públicos. Tenho lá minhas dúvidas se essa é a melhor forma de liberar recursos públicos para Ciência e Tecnologia. Mas, é o que existe e com o qual temos de conviver. Em grande parte das vezes, com muitos sacrifícios pessoais.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Craque em todas as áreas do conhecimento


Fosse cientista, o deputado federal Romário de Souza Faria (PSB-RJ) poderia ser chamado de “craque em todas as áreas do conhecimento”. O jogador, que já foi famoso principalmente por não gostar de treinar, ou seja, de comparecer ao local de trabalho, é um dos deputados que mais presentes nas sessões da Câmara Federal, destaca-se por, embora faça parte da dita “base aliada”, criticar ferozmente a Copa do Mundo de 2014, como “um dos maiores roubos da história o País”. Agora, Romário ataca na área da Educação Superior com o Projeto de Lei 4411/12, um dos maiores avanços, se for aprovado, para a Ciência do País. O projeto prevê a simplificação do processo de importação de mercadorias destinadas às pesquisas científicas e tecnológicas. Certamente, o deputado Romário Faria(PSB-RJ) buscou auxílio junto a alguém da área, pois, o texto tem aquele jeitão de quem já foi prejudicado inúmeras vezes pela burocracia de Brasília. Pela proposta, pesquisadores terão a “liberação automática das mercadorias livres de taxas da Receita Federal e da Anvisa.” O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) será incumbido de criar um cadastro nacional de pesquisadores que teriam liberação imediata das mercadorias. Para ter direito à benesse, porém, ainda de acordo com a proposta, o pesquisador será responsabilizado “pelos danos à saúde e ao meio ambiente” caso haja alteração de finalidade para o material declarado e ingressado no País. Levantamento feito pelo deputado indica que “76% dos cientistas brasileiros já perderam material científico na alfândega e 99% resolveram mudar os rumos das pesquisas em virtude das dificuldades para importar os reagentes.” Os números demonstram a relevância do projeto. A Ciência brasileira, certamente, terá muito a agradecer a Romário.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Faltam sexo e pornografia ao ensino"


Hoje tive uma daquelas conversas rápidas, empolgantes e provocadoras, no chat do Facebook, com o meu amigo Aldo Victório Filho, um dos líderes do grupo de pesquisa “Estudos Culturais em Educação e Arte” da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Conversávamos sobre o fato de termos participado do “11° Encontro internacional de arte e tecnologia (#11.ART): homo aestheticus na era digital”, realizado no Auditório 2 do Museu Nacional de Brasília, e de não ter havido tempo para nos encontrarmos fisicamente e trocarmos sempre uma boa e provocante conversa. Ele me dizia que ainda considera o ambiente de pesquisa em Artes um pouco excessivamente deslocado do mundo concreto. Deu o exemplo de que “falar de arte & tecnologia e apresentar uma pesquisa sobre métodos de ensino de piano pela internet” é algo pouco produtivo. Respondi que é essa coisa meio descolada do “concreto” atual que me encanta. Concordo, porém, que misturar métodos tradicionais, inclusive de ensino, com pesquisas de ponta, em quaisquer das áreas, “não cola, não dá liga”. “Temos de profanar o método”, afirmei. Victório provocou de lá: “há tempos defendo que a educação não precisa de métodos. Não se trata de inventar novas metodologias para acertar o que tem fracasso histórico. A questão fundamental da educação (ensino latu sensu) não é metodológica, é filosófica. Ao ensino falta corpo, falta carne, falta sexo, falta pornografia. É o que defendo.” Respondi que talvez esse gosto pela ousadia seja o que nos aproxima: Bingo. Isso talvez seja o elo: “Adorei o Rubens Velloso e suas teorias de profanações e superfícies de eventos.” “Sou um materialista hedonista”, respondeu ele, rindo. “Vamos comer Caetano, vamos devorá-lo...” cantaria Adriana Calcanhoto. Vamos?!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Não se aprisiona o mundo em laboratórios


A cada dia que passa tenho mais clara a sensação de que a escola, no termo, incluído, inclusive, as universidades, fenecerá gradativamente se não tiver a capacidade de se renovar e usar o mundo e as interconexões (ocultas ou não) como fonte primordial do processo de aquisição de saberes. Imaginar que se pode isolar o mundo em um laboratório, experimentar para, em seguida, entendê-lo, é uma bobagem que não se sustenta mais em nosso tempo. Até a Física, nos estudos quânticos, reconhece que somos feitos de energias e “possibilidades de energia”. Em Relato de um Certo Oriente, do amazonense Milton Hatoum, o fotógrafo Dorf, em uma de suas mais belas falas, justifica as angulações de suas fotos com uma frase que, para mim, tornou-se inesquecível: “tudo na vida depende da perspectiva do olhar”. Só desenvolveremos a tolerância e o respeito ao outro como valores se tivermos clareza disso: a perspectiva do olhar é tudo. Como um artista, a escola precisa ser inconformada, transgressora. Não pode ser curvar às leis pré-estabelecidas. A permanecer conservadora e formatadora, não cumprirá o papel de desenvolver espíritos para o exercício pleno da cidadania. E se esse espírito crítico e informado não for desenvolvido nos ensinos básico e médio, tem a obrigação de sê-lo no ensino superior. E é nesse ponto que entra a nossa responsabilidade, como já disse ontem, de profanarmos todos os templos nela estabelecidos. Só assim cumpriremos o nosso efetivo papel de não aprisionar o mundo em um laboratório e devolver em conhecimento para as pessoas, portanto, a sociedade, o investimento constantemente feito em nós.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

domingo, 7 de outubro de 2012

A sala de aula como superfície de eventos


Na fala de 20 minutos de Rubens Velloso ontem, no “11° Encontro internacional de arte e tecnologia (#11.ART): homo aestheticus na era digital” realizado no Auditório 2 do Museu Nacional de Brasília, encontrei a chave para resolver um problema para o qual chamo a atenção há anos: a sala de aula tradicional é o pior ambiente de aprendizagem que existe. A educação, em nenhum dos níveis, principalmente no nível superior, não pode mais ser esse ambiente com cheiro de naftalina e enxofre. É preciso implodir o conservadorismo dominante na sociedade, portanto, na universidade. E nós, cada um de nós, somos responsáveis por essa falta de ousadia. Participar do evento, almoçar com Rubens Velloso e Lilian Amaral, foi fundamental para confirmar a convicção eu tenho, cada vez mais clara, de que só a arte liberta, enquanto a política aprisiona. Ao fala de Velloso sobre a peça mais recente do coletivo Grupo de Arte Global Phila 7, provocou um brilho em meus olhos a partir do próprio título do Espetáculo: PROFANAÇÕES – superfície de eventos. Fiquei ali no meu canto do auditório a me perguntar: Por que não profanar a sala de aula tradicional e transformá-la em uma “mera” superfície de eventos? Profaná-la, como explicou Velloso, no sentido dado por Giorgio Agamben: “Profanar em sentido próprio denomina-se àquilo que, de sagrado que era, é devolvido ao uso e à propriedade dos homens.” Chegamos a um ponto no qual é uma questão de sobrevivência para as universidades profanar não só a sala de aula, mas também essa estrutura didático-pedagógica tradicional. A sala de aula, esse ambiente sagrado no qual o poder do professor é incontestável, deve ser devolvida ao uso e à propriedade dos seres vivos, do povo, da sociedade, portanto, dos estudantes. A universidade só faz sentido se preparar para a vida, logo, dela não deve se distanciar. A sala de aula, assim sendo, não pode ser um espaço para o exercício da tirania. Tem de ser o espaço da troca, do pleno exercício da democracia. Tem de transformar cada um dos que dela fazem parte em “singularidades desejantes”, conceito proposto por Velloso. Um ambiente como superfície de eventos também é uma singularidade desejante. Quando o espaço da aprendizagem for um ambiente singular, estimulante para o exercício pleno da liberdade e da criação, retomaremos o prazer da troca de experiências, conhecimentos e saberes. Para tanto, é essencial profanarmos a sala de aula e os currículos, implodirmos as disciplinas e “religarmos os saberes” como propõe Edgar Morin. E para isso, precisamos ser mais artistas e menos políticos. Afinal, se eu estiver certo, só a arte liberta, enquanto a política aprisiona, inclusive, em parâmetros curriculares nacionais. Parametrizar o Brasil com base em padrões nacionais é um exemplo desse tipo de prisão. Quem topa o desafio de profanarmos todos esses templos em prol de uma educação, inclusiva e criativa?

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sábado, 6 de outubro de 2012

A greve também deixou estragos nas categorias


Não bastasse o fato de o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) conseguir, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) – 10ª Região, se desvincular do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e passar a ser, oficialmente, o único representante os professores das universidades federais naquele estado, professores do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) discutem a criação de uma seção sindical, a se filiar a um sindicato, que represente apenas a categoria docente do IFMT. Os professores não concordam com a forma de como o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) conduziu o final da última greve. A tão sonhada unidade dos servidores públicos federais, a cada dia não passa de utopia. Na prática, e essa greve também foi didática ao demonstrar isso, não existe unidade nem na luta. Por convicção, sou terminantemente contra o pensamento único. Transgressões são essenciais para que as sociedades avancem. Como estratégia de luta, no entanto, quanto mais os sindicados se fragmentarem, tanto mais o governo, que no caso dos servidores públicos federais, gerencia a empresa do patrão maior, o povo, ganha forças. O problema é que os governos das nações, ao invés de representar os interesses do povo, portanto, do patrão, passaram a representar única e exclusivamente os interesses do capital internacional. E uma das diretrizes básicas do capital para enfraquecer as categorias é incentivar “o neoliberalismo sindical”, ou seja, a cisão. Do ponto de vista estratégico, a mim me parece, o caminho mais lógico seria reforçar ainda mais os sindicatos nacionais, talvez por categorias, e, nesse caso, os professores da UFMT tem razão, mas não perder o horizonte efetivo da unidade na luta. Sem isso, estamos fadados a acumular derrotas e cisões a cada nova greve.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ecoem/Ufam apresentado em Encontro Internacional


O professor Gilson Monteiro, coordenador do Programa de Mídias Digitais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) participou hoje, das 10h às 13h, da mesa “Entre Arte e Educação”, no “11° Encontro internacional de arte e tecnologia (#11.ART): homo aestheticus na era digital” com o trabalho “Ecossistemas, mídias digitais: a experiência do Ecoem/ Ufam”. O ocorre no Auditório 2 do Museu Nacional de Brasília e é realizado pelas Universidades de Brasília (UnB), Programa de Pós-Graduação em Arte, Universidade Federal de Goiás (UFG) - Media Lab / UFG, com participação do Paço das Artes de São Paulo. É baseado em conexões que envolvem arte, ciência e tecnologia com o objetivo de para ampliar espaços de comunicações, palestras e mostras de arte, “visando questionar, criticar e analisar o pensamento atual, sem esquecer o passado, na prospecção do futuro.” O encontro avalia como a relação entre arte, ciência e tecnologia produz efeito sobre a estética, resultado de uma colaboração entre diferentes campos de conhecimento. “Visa também, através da história, distinguir trabalhos artísticos, que utilizam a tecnologia digital como uma ferramenta para produzir formas tradicionais artísticas, de outras obras de arte que surgiram a partir da colaboração entre arte, ciência e tecnologia. Avalia-se, assim, como os artistas desenvolvem sistemas inéditos indissociáveis de um pensamento que conceitualiza o conhecimento sensível do homo aestheticus.”O professor Gilson Monteiro a experiência do Programa de Mídias Digitais da Universidade Federal do Amazonas (Ecoem/Ufam), cuja característica principal é ser um “Programa de ensino, pesquisa, extensão e gestão administrativa e acadêmica de Instituições de Educação Superior (IES) concebido e criado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da Comunicação, Informação, Design e Artes (Interfaces) da Ufam, a ser implantado em parceria com o Instituto de Computação (Icomp) e com o Centro de Processamento de Dados (CPD) da Instituição. É uma expansão do Parque Científico e Tecnológico para a Inclusão Social (PCTIS), a Rede de Pesquisa, Extensão e Inovação Tecnológica da Ufam.” É é uma proposta de Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora cujo diferencial são ações de Ensino, Pesquisa e Extensão em uma mesma plataforma digital concomitantemente, com capacidade, por exemplo, de se tornar um programa estratégico nacional para a implementação efetiva do que estabelece a Lei Nº12.527/2011, conhecida como Lei de acesso à informação pública. À medida que promove uma universidade efetivamente digital, o Ecoem pretende se tornar referência como uma das ações mais importantes do Grupo de Estudo e Pesquisas em Ciências da Informação, Design e Artes (Interfaces) que convencionou denominar esta proposta de universidade em três dimensões. O Ecoem/Ufam será o locus para o desenvolvimento dos projetos de ensino, pesquisa e extensão gerenciados ou desenvolvidos pelo Centro de Mídias Digitais da Ufam projeto incentivado com Bolsa Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, do CNPq/MCT. O Ecoem criará condições para que sejam implantados projetos de ações de extensão em multiplataformas receptoras tais como smartphones e tabletes, além de desenvolver e difundir ações nas demais mídias digitais. O conceito de uso das Mídias Digitais para a sustentabilidade é o fio condutor deste projeto em todas as suas ações e parte do pressuposto de que conhecimento, informação e cultura são bens-públicos e devem ser distribuídas e difundidas livremente. Por meio dele serão criados os Centro de Mídias Digitais, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Tecnológicos de Software/Hardware e o Centro de Pesquisa em Tecnologia da Informação e Comunicação. Esses três Centros trabalharão em rede e serão os responsáveis pelo gerenciamento do Ecoem/Ufam.”

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O MEC também precisa ser avaliado


Ao mandar para o Congresso o Projeto de Lei (PL) 4.372/2012, que “cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (INSAES) e dá outras providências”, o Governo Federal não deixa dúvidas de que apertará o cerco das universidades públicas e privadas com a criação de mais uma entidade para “avaliar e supervisionar” a educação superior do País. No entanto, o Governo parece esquecer que supervisionar e avaliar a Educação Superior do País também passa por se avaliar o próprio Ministério da Educação (MEC) só para ficar em um exemplo. Recordemos o que diz o texto do PL 4.372/2012, no Art. 2º: “O INSAES tem por finalidade supervisionar e avaliar instituições de educação superior e cursos de educação superior no sistema federal de ensino, e certificar entidades beneficentes que atuem na área de educação superior e básica.” Ora, se o MEC cria mais órgão de “fiscalização”das universidades brasileiras, quem fiscalizará o MEC? A avaliação como processo não pressupõe que quem avalia também tem de ser avaliado. O processo de tomada de decisões no Ministério é democrático, pressupõe o respeito às diferenças, respeita a autonomia das universidades? Pensa a supervisão e a avaliação da educação como se fosse similar ao mesmo processo em uma fábrica não se sustenta. Pior que isso será se nós, professores e professoras das universidades, aceitarmos algo importo da forma como parece ocorrer. Se a avaliação não é um processo de mão-dupla, passa a ser simplesmente medição. Ou o que é pior, mera supervisão ou fiscalização. Essa é uma forma estreita de se encarar o problema da educação no País. Se é para avaliar, o MEC também precisa ser avaliado.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Nem Andes nem Proifes: agora um sindicato por Estado


O Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) conseguiu uma vitória no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) – 10ª Região, que pode inaugurar uma nova fase na luta sindical brasileira: a do neoliberalismo das representações sindicais. O TRT condenou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) a retirar de todos os seus atos constitutivos e estatutos a base territorial de Santa Catarina. Na prática, isso significa que, em Santa Catarina, os professores das universidades federais, oficialmente, não são mais representados nem pelo ANDES-SN nem pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação). Esse tipo de decisão enterra de vez a ideia de um “sindicato nacional” e acaba, também de uma vez, com a filosofia da unidade sindical. Do ponto de vista do direito democrático de os trabalhadores se organizarem em entidades como “bem entenderem”, nada a divergir. No entanto, a se levar em conta a visão política da luta dos trabalhadores, trata-se de um desastre. Com a decisão tomada pela Justiça do Trabalho de Santa Catarina, em sentença assinada pelo juiz Raul Gualberto Fernandes Kasper de Amorim, que além de retirar legalmente do Andes-SN o direito de representar nacionalmente os professores federais, “dá prazo de 30 dias para que isso aconteça, sob pena de multa de R$ 10 mil em favor da Apufsc-Sindical”, qualquer seção sindical que discorde de algum posicionamento nacional pode, também, requerer que o Andes-SN não mais o represente. Sem unidade, as lutas futuras contra o Governo Federal terão cada vez menores chances de vitória. Na prática, a decisão cria possibilidades de que legalmente haja um sindicado de professores federais em cada estado: “o E. Tribunal reconheceu a legalidade da vontade dos professores de universidades federais de Santa Catarina em serem representados por sindicato próprio e não por aquele de abrangência bem mais ampla, que representa todos os professores de instituições de ensino superior no país”. Por fim, o juiz afirma: “com apoio em precedentes jurisprudenciais da C. Corte Suprema e do próprio E. TRT 10ª Região, decidiu-se que inexiste qualquer irregularidade na criação de entidade sem a participação ou observância do estatuto daquela associação originária. Os trabalhadores de categoria específica podem se reunir e decidir criar o sindicato sem qualquer consulta ao sindicato genérico”. A representação sindical, pelo menos entre os professores federais, jamais será a mesma após essa decisão da Justiça do Trabalho de Santa Catarina.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A privatização dos hospitais universitários


Ninguém se iluda! A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), cuja sigla curiosamente também poderia servir para denominar uma possível Empresa Brasileira de Recursos Humanos, é uma porteira aberta para, em um futuro não muito distante, se criar a Empresa Brasileira de Serviços Educacionais (EBSEREDU) com a finalidade de administrar as universidades públicas brasileiras os institutos federais de educação. Ao desembarcar no Ministério da Educação (MEC), Aloizio Mercadante tinha essa ideia fixa. Propunha que a educação superior fosse para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que aliás, é uma ideia original a do senador Cristóvam Buarque, e que empresas resultantes de parcerias público-privadas administrassem as universidades. A ideia não vingou à época, mas, não significa que esteja morta. Talvez, como estratégia, fique a hibernar em alguma gaveta do MEC até que “passem” as primeiras empresas hospitalares. E esse é o grande motivo para não cruzarmos os braços e participarmos, amanhã, durante o dia, de todas as atividades contra “a privatização dos hospitais universitários” brasileiros. Via de regra, a estratégia usada pelo Governo, desde a época de Fernando Henrique Cardoso (FHC) é seduzir as instituições com o discurso de que “quem não aderir não terá verbas”. Como, também via de regra, os hospitais universitários sobrevivem à míngua, reitoras e reitoras terminam por ceder à pressões de Brasília e trabalham, conjuntamente com as unidades as quais estão ligadas os hospitais, a aceitarem essa espécie de chantagem que é a imposição das empresas hospitalares. Não devemos nos deixar enganar: não demora e vão criar organizações sociais para atuarem nas universidades brasileiras. O máximo que conseguiremos, como categoria, é, talvez, montar uma cooperativa de professores-doutores-pesquisadores para prestar serviços ao Estado. A carreira proposta no Projeto de Lei 4.368/2012, aliás, apresenta alguns flashes de como “funcionará” essa nova carreira de cooperativados: só quem tiver título e tempo de titulação delas poderão participar. Preservar os hospitais universitários é preservar o futuro da própria categoria na luta para vencer essa política de estado mínimo na educação reafirmada por todos os governos que passaram pelo Planalto desde a chamada Era FHC.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Avaliação não se confunde com plano de metas


Ao escrever ontem neste espaço que “A educação superior precisa ser avaliada” quero deixar bem claro que uso o verbo avaliar e os termos dele derivados com o sentido atribuído por Cipriano Luckesi em todos os seus estudos sobre avaliação da aprendizagem. Não tem, portanto, nenhuma relação com planos de metas ou coisas do gênero. Entendo que avaliação é processo, sempre inclusiva, assim, somativa. Não se trata, portanto, de qualquer relação com o que se ouve falar sobre avaliação no País, em todos os níveis da educação. As práticas nas universidades não diferem em nada do que Cipriano Luckesi constatou nos demais níveis. Ele explica as diferenças fundamentais entre o ato de examinar e o ato de avaliar: “Iniciemos pelos exames escolares. Em primeiro lugar, eles operam com desempenho final. Ao processo de exame não interessa como o respondente chegou a essa resposta, importa somente a resposta. Em consequência dessa primeira característica, vem a segunda: os exames são pontuais, o que significa que não interessa o que estava acontecendo com o educando antes da prova, nem interessa o que poderá acontecer depois. Só interessa o aqui e agora. Tanto é assim que se um aluno, num dia de prova, após entregar a sua prova respondida ao professor, der-se conta de que não respondeu adequadamente a questão 3, por exemplo, e solicitar ao mesmo a possibilidade de refazê-la, nenhum dos nossos professores, hoje atuantes em nossas escolas, permitirá que isso seja feito; mesmo que o aluno nem tenha ainda saído da sala de aulas. Os exames são cortantes, na medida em que só vale o aqui e o agora, nem o antes nem o depois. Em terceiro lugar, os exames são classificatórios, ou seja, eles classificam os educandos em aprovados ou reprovados, ou coisa semelhante, estabelecendo uma escala classificatória com notas que vão de zero a dez. São classificações definitivas sobre a vida do educando. Elas são registradas em cadernetas e documentos escolares, “para sempre”. As médias obtidas a partir de duas ou mais notas revelam isso. Por exemplo, quando um aluno tem um desempenho insatisfatório numa prova de uma  determinada unidade de ensino e obtém uma nota 2,0 (dois), nós professores lhe aconselhamos estudar um pouco mais e submeter-se a uma nova prova. Então, o aluno faz isso e, nesta Segunda oportunidade, obtém nota 10,0 (dez). Qual será a nota final dele? Certamente será 6,0 (seis), que é a média entre o dois inicial e o dez posterior. Mas, por que não 10,0 (dez), se foi essa a qualidade que ele manifestou na segunda oportunidade? Antes, ele não sabia, porém, agora, sabe. Não atribuímos o dez a ele, devido ao fato de Ter obtido dois antes. Esse  dois era definitivo, de tal forma que não nos possibilitou atribui-lhe o dez, apesar de ter manifestado essa qualidade plenamente satisfatória em sua aprendizagem. Em consequência dessa terceira característica emerge a quarta. Os exames são seletivos ou excludentes. Porque classificatórios, os exames excluem uma grande parte dos educandos. Muitos ficam de fora. A pirâmide educacional brasileira é perversa; o aproveitamento de nossos educandos é estatisticamente muito baixa. Numa média bem geral, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, aproveitamos, no país, em torno de 35% dos alunos efetivamente matriculados. Evidentemente que para essa perda estão comprometidos fatores tais como a distribuição de renda no país, nossas políticas públicas e as determinações socioculturais. Ao lado desses fatores, os exames contribuem, e em muito, para esse fenômeno de exclusão educacional que vivemos, devido eles serem seletivos.” É nessa concepção que falo de avaliação. E é por assim pensar que reafirmo: a educação superior precisa ser avaliada. Mais que isso, precisa passar a pratica a avaliação. Tem de se libertar da herança dos jesuítas e avançar, pelo menos até Santo Agostinho. Se chegarmos a Comenius, teremos muito a comemorar.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.