terça-feira, 2 de outubro de 2012

A privatização dos hospitais universitários


Ninguém se iluda! A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), cuja sigla curiosamente também poderia servir para denominar uma possível Empresa Brasileira de Recursos Humanos, é uma porteira aberta para, em um futuro não muito distante, se criar a Empresa Brasileira de Serviços Educacionais (EBSEREDU) com a finalidade de administrar as universidades públicas brasileiras os institutos federais de educação. Ao desembarcar no Ministério da Educação (MEC), Aloizio Mercadante tinha essa ideia fixa. Propunha que a educação superior fosse para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que aliás, é uma ideia original a do senador Cristóvam Buarque, e que empresas resultantes de parcerias público-privadas administrassem as universidades. A ideia não vingou à época, mas, não significa que esteja morta. Talvez, como estratégia, fique a hibernar em alguma gaveta do MEC até que “passem” as primeiras empresas hospitalares. E esse é o grande motivo para não cruzarmos os braços e participarmos, amanhã, durante o dia, de todas as atividades contra “a privatização dos hospitais universitários” brasileiros. Via de regra, a estratégia usada pelo Governo, desde a época de Fernando Henrique Cardoso (FHC) é seduzir as instituições com o discurso de que “quem não aderir não terá verbas”. Como, também via de regra, os hospitais universitários sobrevivem à míngua, reitoras e reitoras terminam por ceder à pressões de Brasília e trabalham, conjuntamente com as unidades as quais estão ligadas os hospitais, a aceitarem essa espécie de chantagem que é a imposição das empresas hospitalares. Não devemos nos deixar enganar: não demora e vão criar organizações sociais para atuarem nas universidades brasileiras. O máximo que conseguiremos, como categoria, é, talvez, montar uma cooperativa de professores-doutores-pesquisadores para prestar serviços ao Estado. A carreira proposta no Projeto de Lei 4.368/2012, aliás, apresenta alguns flashes de como “funcionará” essa nova carreira de cooperativados: só quem tiver título e tempo de titulação delas poderão participar. Preservar os hospitais universitários é preservar o futuro da própria categoria na luta para vencer essa política de estado mínimo na educação reafirmada por todos os governos que passaram pelo Planalto desde a chamada Era FHC.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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