sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Doutrinação e participação política

Há os que confundem a participação política de membros de partidos dentro das universidades e das escolas como se fosse um processo de doutrinação. Posso ser até ingênuo nas minhas interpretações, mas, entendo que o termo doutrinação liga-se mais às questões religiosas. Muito embora, quem não encara a vida político-partidária como um sacerdócio (logo ligada à doutrinação), termina por não obter êxito. Do ponto de vista da universidade e das escolas, entendo que, talvez não seja necessário um processo de doutrinação. No entanto, vejo como impossível o exercício pleno da cidadania sem a participação política. Uma Educação centrada apenas nos aspectos técnicos do saber, em todos os níveis, não educa para a vida. E, respeito quem assim não pensa, mas defenderei que a escola, em quaisquer dos níveis, só tem razão de ser se for para nos tornar mais livres e aptos a exercer a cidadania.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os partidos e a política na universidade

É uma visão equivocada tentar descolar as ações políticas dos partidos da prática política na universidade brasileira. Quando os partidos trazem para dentro da universidade a prática da troca de favores e do clientelismo nos processos decisórios, aí, sim, é preciso acender a luz vermelha. Fazer política, porém, é da essência do ser humano. O exercício da cidadania é um exemplo de prática política, nem sempre partidária. Tentar eliminar a política das relações entre os segmentos dentro da universidade é matar a própria essência da universidade e dos seus membros. Deixemos que os partidos cresçam e apareçam dentro das universidades. Façamos nosso exercício política de cada dia e lutemos por uma sociedade melhor e mais justa. Isso nos faz mais humanos, humanistas e menos técnicos. Nada contra esses últimos, mas, quero uma universidade feita por humanos e humanistas.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Inovação Tecnológica e a parceria público-privada

Que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi a primeira do Brasil a criar uma Pró-reitoria de Inovação Tecnológica, isso ninguém pode negar. Quem primeiro eu ouvir falar que, nessas condições, era melhor uma Pró-reitoria que um Núcleo, na sede da Adua-Secção Sindical, foi o “velho-lobo”, Antônio José Vale da Costa. Não que o “Tom Zé” tenha se encantado com a proposta de política de inovação tecnológica da Ufam. Como eu (e já discutimos isso exaustivamente), ele sabe que a Lei de Inovação (Lei Nº 10.973, de 02/12/2004) não passa de uma espécie de “colchonete”, ou seja, de amparo para as parcerias público-privadas nas universidades brasileiras. E parcerias público-privadas na Educação Superior significam a quebra da dedicação exclusiva e a regulamentação da prestação de serviços, assessorias, consultorias de todo o tipo possível de relação entre as universidades e o setor privado. Oras, desde 2004, com a referida Lei, o que se tem é um marco legal que regulamenta essas relações, consideradas por muitos do movimento dos docentes, incestuosas. Não significa que eu e Tom Zé capitulamos diante da Lei da Inovação. Propor uma Pró-reitoria é, antes de tudo, incluir na estrutura da Instituição um processo de decisão sobre a implantação da política de inovação de forma mais colegiado e não centrado em um órgão suplementar. Não sejamos ingênuos, porém. As parcerias público-privadas, bem como os mestrados profissionalizantes, agora incentivados pelo Governo, são faces de uma política pública neoliberal de o estado mínimo na Educação, implantada no Governo de Fernando Henrique Cardoso e tão bem-refinada na Era Lula-Dilma. Que ninguém se engane!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Consuni cria Pró-reitoria de Inovação Tecnológica na Ufam

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em longa reunião, que foi até a noite do dia 21 de setembro de 2001 (começara por volta 9h30), decidiu acabar com o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e criar uma nova Pró-reitoria, denominada provisoriamente de Pró-reitoria de Inovação Tecnológica. A sigla, certamente, não será PIT, uma vez que se confunde com o famigerado (e odiado) Plano Individual de Trabalho (PIT). Por mais que se possa ser contra a política de Inovação do Governo Federal, ela está posta. E a Ufam, em comparação com as demais universidades brasileiras, dá um enorme passo à frente. Uma Pró-reitoria, ao invés de um mero Núcleo, demonstra o compromisso coletivo com uma política de inovação institucional que, quer queiram, quer não, existe e precisa ser regulamentada dentro da Instituição. Já se fala que a professora Maria do Perpétuo Socorro Chaves, antiga coordenadora do NIT da Ufam será a primeira Pró-reitora da nova Pró-reitoria.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A fogueira das vaidades do poder

Penso que é urgente uma mudança no processo de escolha dos dirigentes das universidades brasileiras. Há uma contaminação nas relações com os estratos de poder do Estado inconcebível para uma Instituição Federal de Ensino Superior (Ifes). Inconcebível porque “a fogueira das vaidades do poder” misturada com relações incestuosas, partidárias ou pessoais, impede o pleno exercício da autonomia universitária. Ao que tudo indica, a universidade, apresenta os mesmos problemas das administrações públicas em geral. Ao invés de uma política pública, de um planejamento para longo prazo, o que se tem é um processo que dura de quatro em quatro anos. Não defendo o retorno da nomeação por indicação, nem que não haja participação da comunidade no processo de escolha dos dirigentes. Conclamo, porém, que se pense em uma nova forma que preserve as metas institucionais e abomine, de vez, as metas pessoais. Caso contrário, as fogueiras pessoais continuarão a arder.

domingo, 25 de setembro de 2011

A primeira prisão do processo de Educação

Coitado do ser que passa nove meses dentro da barriga da mãe e, depois de tanto tempo de espera, pensa que vai se libertar. Sai do casulo e cai dentro de um hospital. Nos braços dos médicos e enfermeiras. Depois, da mãe, do pai, da família. Prisão pior que essa só quando atinge a idade escolar. A escola, no modelo educacional mundial, é a prisão mais sofisticada que existe. Leva-nos a crer que não há nada além do capitalismo e da vida em sociedade. Torna-nos prisioneiros de um padrão, de um modelo de uma única forma de viver em grupo. Pior que isso, transforma-nos em escravos do método e da metodologia. Deixa-nos sem criatividade e amarrados em regras e normas. Sem se libertar dessa primeira prisão é quase impossível ser criativo. Paulo Freire que me perdoe, mas, uma educação libertadora presume que nos libertemos da própria escola.

sábado, 24 de setembro de 2011

Avliação participativa da Pós no Brasil

Diga-se tudo o que se quiser dizer do Diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral, só não se pode dizer que ele não tenha firmeza de propósitos. Implementar a mudança que fez na avaliação dos programas de Pós-graduação no País é para quem tem topete. Tivesse seguido a cartilha petista de “mandar para as bases” as decisões a serem tomadas duvido muito que a ideia agora em vigor passasse. Ele insistiu em dizer que não houve nenhuma mudança, mas, houve sim. E significativa. As avaliações anuais feitas por uma comissão de seis pessoas, com todas e recomendações diretamente aos programas deixaram de existir. Agora, há o que ele denominou Seminário de Acompanhamento, a ser realizado no período de 5 a 7 de dezembro para a Área de Ciências Sociais Aplicadas I, por exemplo, no qual todos os coordenadores reúnem, recebem informações sobre os demais programas da área, trocam experiências e formulam apenas um relatório da área, com um elenco de pontos fortes e fracos a partir dos dados do Coleta/Capes. Neste caso, tendo 2010 como ano-base. Permanece, porém, a avaliação trienal, com a atribuição de notas feita pela Comissão de Área. Manter essa trienal nas mesmas bases anteriores é mexer para não mudar nada. E, nesse caso, devo dar razão ao diretor da DAV: não muda nada mesmo. A avaliação só será efetivamente participativa se a trienal também for feita pelos coordenadores de Programas de Pós das respectivas áreas. Em não sendo assim, mexe-se na avaliação anual, tornada mais participativa, porém, volta-se para a avaliação representativa na trienal. Ainda há tempo de se efetivar verdadeiramente a mudança.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nova fase na avaliação no Brasil

A reunião de ontem entre Coordenadores de todos os programas de Pós-graduação em Ciências da Comunicação, Área de Ciências Sociais Aplicadas I, com a Coordenadora da Área de Ciências Sociais Aplicadas I, Professora Doutora, Maria Helena Weber, no auditório da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) marcou o início de uma nova fase no processo de Avaliação da Pós-graduação no Brasil. Os dados do Coleta/Capes 2010 não mais serão avaliados, ano a ano, por uma Comissão presidida pela representante da área, no caso Maria Helena Weber, e sim pelo conjunto dos 40 coordenadores de programas de Pós-graduação ou seus representantes, no Seminário de Acompanhamento da Avaliação, a ser realizado em Brasília, no caso da área de Ciências Sociais Aplicadas I, no período de 5 a 7 de dezembro de 2010. Com a medida, a Diretoria de Avaliação (DAV) da Capes pretende induzir à auto-avaliação dos próprios programas e uma visão comparativa entre os programas. A julgar pelo clima da reunião de ontem, esse processo ainda provocará muitas tensões. No entanto, caminha-se a passos largos para uma avaliação mais qualitativa e processual da Pós-graduação com o olhar voltada para a redução das desigualdades regionais. E esse parece ser o grande avanço.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Coordenadores de Comunicação reúnem-se em Brasília

Coordenadores de todos os programas de Pós-graduação em Ciências da Comunicação, Área de Ciências Sociais Aplicadas I, reúnem-se hoje, às 9h, com a Coordenadora da Área de Ciências Sociais Aplicadas I, Professora Doutora, Maria Helena Weber, no auditório da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A reunião esclarecerá os coordenadores sobre o novo processo de avaliação anunciado em julho, no Encontro Anual da Compós, realizado em Porto Alegre. Daquela época, a Diretoria de Avaliação (DAV) da Capes, em relatório, indicava que “a avaliação entre programas propiciará uma auto-avaliação, uma visão comparativa do conjunto dos programas.” A proposta de mudança na avaliação é radical. Deixam de existir avaliação especifica, classificação ou nota. A previsão é que a DAV disponibilize os dados e informações do Coleta 2010. Na reunião de hoje, serão decididos o planejamento e a forma de como a avaliação coletiva será realizada.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pós-graduação ou intercâmbio?

O coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Gilson Monteiro”, é o convidado de hoje do Programa Nacional Jovem, das 14, às 15, horário de Brasília, para falar sobre o tema “Pós-graduação ou intercâmbio?” Ele falará vivo, dos estúdios da Radiobrás, em Brasília, para os jovens da Amazônia que, às vezes, precisam decidir entre continuar os estudos ou realizar um programa de intercâmbio no exterior. O professor Gilson Monteiro viaja a Brasília de uma reunião com a representante da área de Ciências Sociais Aplicadas I da Capes e para a Assembleia da Associação dos Programas de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (Compós). Foi convidado para a entrevista, ao vivo, que poderá ser ouvida, on-line, no site da Rádio Nacional da Amazônia, das 13, às 14h, horário de Manaus.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Versos costuram a moda nos poemas

Hoje, a partir das 19 horas na livraria Saraiva Megastore, no Espaço Thiago de Melo, a professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Linguagens, Mídia e Moda (Mimo), Cássia Nascimento, é a convidada do ciclo de palestras Mimo.com. Ela apresentará o tema “A moda costurada em versos”. Essa será a quarta palestra promovida pelo projeto que é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Linguagens, Mídia e Moda (MIMO) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que surgiu da necessidade de um diálogo interdisciplinar das pesquisas em Artes, Comunicação, Cinema, Linguística, Literatura, Mídia e Moda, e é coordenado pelo professor doutor da Ufam Gilson Monteiro. As do Projeto Mimo.com acontecem sempre na terceira terça-feira de cada mês e são abertas ao público.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Acolhimento na própria casa

O Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tomou hoje, em reunião realizada, às 9h, uma decisão política histórica: recusou os R$ 15.300,00 determinados pelo juiz federal por unanimidade. No entendimento do Decom a extinção da pena bem como o valor da multa foram irrisórios e incompatíveis com o tamanho da agressão. Após mais de dois anos da agressão que sofri dentro do Auditório Rio Negro e do silêncio completo da administração superior, pela primeira vez sinto-me moralmente acolhido e amparado pela instituição, principalmente pelo Decom, meu local de trabalho. O que mais me deixa tranqüilo é saber que, depois de mais de dois anos, enfim, tanto o Decom quanto algumas lideranças da Ufam começam a entender que a agressão por mim sofrida não atinge apenas o cidadão Gilson Monteiro, mas, a liberdade de cátedra e a própria autonomia da universidade brasileira. A sensação de não estar só nesta luta pela democracia e pela liberdade vale mais do que a migalha de R$ 15.300,00 oferecida e muito bem recusada pelo departamento.

Educação pela força

Por mais que grande parte das pessoas abale a minha crença de que a Educação é um processo de convencimento e não um ato de força; tenho de admitir que, às vezes, há seres que não só aceitam, mas também defendem a Educação como um ato de força bruta. Talvez, por isso, prisões cinematográficas realizadas em operações da Polícia Federal, por exemplo, sejam aceitas e até digam que possuem “caráter didático”. Isso faz todo o sentido se lembrarmos que nas universidades brasileiras os cursos possuem “grades curriculares”. É salutar, porém, que todos tenhamos necessidade de se libertar dessas amarras e pensar em um processo educacional baseado na tomada de consciência de cada um e não na força.
OBS: Post do dia 18/09/2011

sábado, 17 de setembro de 2011

Expansão com responsabilidade

Quero deixar bem-claro que, em tese, não sou contra a expansão das vagas na educação superior nas universidades federais brasileiras. Acontece que o Programa de Apoio a Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) praticamente obrigou as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) a aderirem. Embora fosse voluntária a adesão, na prática, quem não aderisse não receberia mais recursos públicos ou os recursos minguariam. Além disso, o processo de expansão foi mal-planejado ou feito de forma atabalhoada. Cursos foram criados sem a mínima estrutura para funcionamento: sem laboratórios e sem professores e técnicos suficientes. É contra essa forma de expansão que sou terminantemente contra. Cursos devem ser criados, sim; porém, devem oferecer condições mínimas de infraestrutura. Em não acontecendo, serei sempre contra por considerar irresponsável essa forma de expansão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pressão para a expansão cumpre metas do Reuni

A criação de cinco novos cursos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) longe de “atender às demandas da sociedade” como pregam as peças oficiais de divulgação, cumprem, na verdade, o contrato estabelecido entre a Ufam e o Ministério da Educação (MEC) para implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), por exemplo, disse não aos novos cursos enquanto o MEC não cumprir o prometido para os cursos já criado, algo que não ocorreu até hoje. Argumentarão os defensores do MEC que nenhuma universidade foi obrigada a aderir ao Reuni, o que não deixa de ser verdade. No entanto, quem não aderisse não teria mais recursos nos próximos anos. Acontece que os recursos liberados nem sempre foram proporcionais às metas cumpridas. Boa parte dos cursos do ICHL abertos dentro do Reuni não receberam a contrapartida prometida. Daí a decisão política de não oferecer novos cursos. Há, na verdade, uma pressão velada para que as metas sejam cumpridas, sob pena “novos professores” não serem contratados. Acontece que novos cursos não se fazem apenas com professores. É preciso o apoio dos técnicos, bem como infra-estrutura laboratorial. Será que esses novos cursos da Ufam possuem? De qualquer forma, Agronomia será ofertado no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET), em Itacoatiara. Em Manaus, os novos cursos são: Engenharia Sanitária (Diurno), Engenharia de Alimentos (Diurno), Educação Física (Noturno) e Ciências Biológicas (Noturno).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Picuinhas federais


No dia da manifestação contra a violência na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), um dos servidores da Ufam dirigiu-se a uma vereadora da cidade que distribuía panfletos na entrada do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) para convidá-la a participar da manifestação. Ele respondeu que não iria “porque estávamos brigando contra a reitora”. Santa idiotice parlamentar, diria Robin, o fiel parceiro de Batman. Alguns dos ex-partidos de esquerda são assim mesmo: assemelham-se às capitalistas “lojas de conveniência” e interpretam os fatos políticos de acordo com o que mais convém às lideranças e aos acordos estabelecidos, inclusive para a consulta pública dentro da Ufam. Só os idiotas e imbecis “vendem” ou acreditam nessa ideia de que existe uma briga minha contra a reitora da Ufam, Marcia Perales Mendes e Silva. Que ela foi adversária na última consulta, pessoas minimamente informadas sabem que sim. No entanto, terminado o processo, sempre tive o maior respeito e cortesia em relação a ela, assim como mantenho até hoje. No entanto, ela, Marcia Perales Mendes e Silva, colega de trabalho do ICHL e do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) ocupa o cargo de reitora e calou-se, até hoje, como calado fiou o antigo reitor, Hidembergue Ordozgoith da Frota. É contra essa omissão e covardia institucional que me insurjo. Fosse eu o agredido ou qualquer outro desafeto da Ufam, se assim o tivesse, a postura da administração superior de uma instituição é garantir a segurança e as condições de trabalhos de todos os seus servidores. Lutarei até o fim contra a omissão e manterei minha posição de respeito a quem ocupar o cargo de reitor, porque tenho respeito e zelo em relação à Ufam, muito embora ela, às vezes, institucionalmente, não demonstre nenhum respeito a mim. No mais, restam as picuinhas federais e a imbecilidade explícita de alguns parlamentares.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Enem como indutor de políticas públicas

Ao invés de usar os resultados do Exame Nacional dos Estudantes (Enem) para criar comparações entre escolas, os governos Federal, Estadual e Municipal deveriam era observá-los, minuciosamente, como indutores de políticas públicas. Em sendo essa a visão, os dados relativos aos estudantes de determinadas escolas devem ser avaliados escola a escola. Não para punir estudantes (talvez premiá-los), mas para servir de base às políticas públicas por escolas, por regiões administrativas e globais. Sem isso, os resultados do Enem servem apenas às escolas particulares como um bom instrumento de marketing. Absolutamente mais nada! Portanto, é preciso que se tenha clareza de que os objetivos do Exame não são de classificar as melhores escolas ou os melhores estados. No máximo, é um belo ornamento para o currículo do estudante. Faz-se necessário, portanto, que haja parcimônia na avaliação desses números. Caso contrário, o Exame perderá a razão de ser.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Manipulação dos dados do Enem

Há um equívoco muito grande pegar os resultados do Exame Nacional dos Estudantes (Enem) e compará-los entre escolas, e, mais ainda, entre estados. É evidente que as escolas particulares possuem interesses comerciais na publicação de classificações e “rankings” para depois utilizar essa própria divulgação gratuita em prol da “venda” de novas vagas. No entanto, divulgar nomes de escolas e estados, em bloco, como se o Enem medisse o desempenho das escolas e dos estados, é um erro gravíssimo. O Exame mede o desempenho dos estudantes, inclusive, individualmente. Portanto, não se pode dizer que a escola tal teve desempenho tal, ou que o estado tal é melhor que o outro. O Amazonas tem um prova cabal de como a estatística do Enem é equivocada. Uma das escolas mais famosas (e bem-sucedidas de Manaus) “convenceu” todos os seus estudantes, das duas unidades, a participarem do Enem. É evidente que essa escola terá desempenho melhor do que outra que não tenha conseguido “convencer” a totalidade dos seus estudantes. Ora, se nem todas as escolas participaram com 100% dos estudantes, como falar que o “Amazonas” ficou na “colocação” Y ou Z? O Enem, portanto, deve ser visto apenas, como o próprio nome diz, um exame nacional de estudantes. Comparar estudantes da mesma escola, no máximo, é o aceitável. Qualquer outra comparação dos dados do Enem é falaciosa. Pura manipulação midiática.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Manifesto contra a violência na Ufam

Estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) fazem hoje, às 16h, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), um Ato Público denominado “Manifesto contra a violência na Ufam”. Passados 2 anos e 4 meses da agressão por mim sofrida no Auditório Rio Negro, a socos e pontapés, diante de todos os estudantes, “Amin Abdel Aziz Neto pagou multa de R$ 15 mil, revertida à Ufam, e teve a punição pela prática de lesão corporal leve causada ao professor Gilson Monteiro extinta pela Justiça”. O Manifesto é uma forma de protestar contra uma pena tão leve diante de tamanha violência e contra o silêncio institucional da Ufam durante todo o processo. Os vários tipos de violência contra professores, técnicos e estudantes serão discutidos no ato público. Durante as eleições do ano passado, professores foram perseguidos por agentes da Polícia Federal e um estudante foi “convidado” a acompanhar um dos agentes por distribuir panfletos convidando para uma marcha contra a Pedofilia. Espera-se que hoje, às 16h, não ocorra uma nova invasão da Instituição por agentes federais ou por algum destemperado que apareça para agredir mais um professor, técnico ou estudante.

domingo, 11 de setembro de 2011

A política essencial na universidade

A manifestação de amanhã, às 16h, no Hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tem o caráter didático de demonstrar que é fundamental para a vida acadêmica que a política não seja eliminada do dia-a-dia. Quem investiu no que chamei de “assepsia política” matou o oxigênio da vida em grupo da Ufam. Não se pode imaginar uma universidade sem que as discussões políticas sejam a base do dia-a-dia. É preciso ter consciência de que, para a universidade, é fundamental discutir a si mesma e todos os problemas da comunidade. Sem isso, perde-se a essência da própria universidade. Portanto, é fundamental que professores, técnicos e estudantes estejam presentes e discutam os problemas básicos que afligem a Ufam. A participação de cada um é fundamental para que se tenha uma proposta coletiva a respeito do problema da violência que grassa na Ufam.

sábado, 10 de setembro de 2011

Não somos sacos-de-pancada

Com o tema “Não somos saco-de-pancadas”, estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reúnem-se segunda-feira, dia 12, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), às 16h, para discutir o processo de violência contra os três segmentos que se manifestam desde a agressão a professores até medidas de força “nunca ates utilizadas na história deste País”, contra os trabalhadores das universidades brasileiras, por exemplo. O que mais revoltou a comunidade da Ufam e gerou a manifestação de segunda feira foi saber que “Amin Abdel Aziz Neto pagou multa de R$ 15 mil, revertida à Ufam, e teve a punição pela prática de lesão corporal leve causada ao professor Gilson Monteiro extinta pela Justiça.” A comunidade não se conforma, primeiro, com o enquadramento do crime em “lesão corporal leve”, uma vez que o professor Gilson Monteiro ainda está com perda de 50% da capacidade auditiva e necessita ser submetido a uma cirurgia para recompor o tímpano. Outro fato revoltante: a Ufam, em nenhum momento, manifestou sobre a invasão e a agressão a um dos seus servidores, mas foi a beneficiada. Além disso, já houve prisão de estudantes no Campus da Ufam, afronta a professores em sala-de-aula por estudantes-policiais armados, agora, o espantoso caso de violência recente contra os técnicos que é fiscalizá-los, em plena greve, para verificar se 50% da categoria trabalha ou não. “Não somos sacos-de-pancada” é uma reação da comunidade à quebra da liberdade de cátedra e ao processo de desmonte da universidade pública brasileira.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quem te viu, quem PT!

É espantosa e de extrema violência política a postura do governo dito dos trabalhadores contra a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA). A primeira delas é fincar o pé e não abrir uma mesa de negociações com os técnicos. A mais dura, porém, foi entrar com um pedido de liminar obrigando 50% (cinqüenta por cento) da categoria a trabalhar sob pena de pesadas multas à FASUBRA. Mais impressionante é a Advocacia Geral da União (AGU), que age em nome do governo, é claro, solicitar formalmente, das diretorias administrativas das universidades o rol de técnicos que pararam em função da greve. O objetivo é detectar se a decisão do STF de estabelecer que 50% devem trabalhar é cumprida pelas universidades. Esse tipo de postura fere a autonomia das universidades, se nos parece claramente uma caças às bruxas e não pode ser admitido em tempos de democracia no País. Não podemos calar diante de tamanha violência.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A vida além dos muros

É uma grande bobagem imaginar que não existe vida inteligente além dos muros da academia. Saberes tradicionais e formais se misturam ao longo da vida. O que a sociedade brasileira, e, em especial, a manauense, precisam entender é que a universidade existe sim, mas, como lócus do saber formal, portanto, do saber formatado por regras, conceitos e preconceitos. Defender a liberdade e a universalização dos saberes como preceito fundamental não significa que se pode romper os muros do tradicionalismo e das ideias retrógradas. Se o princípio da liberdade nos guia, devemos defender, por convicção, a convivência sensata dos vários matizes: quer políticos e ideológicos, quer das visões, às vezes equivocadas, a respeito dos saberes. É desse caldo de manifestações antagônicas que o saber se alimenta e se renova. Sem esquecer, porém, de algo essencial: existe vida inteligente além dos muros das universidades. Respeitá-la é nosso dever.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Projeto pessoal de poder: o que é isso?

Durante anos fui discriminado dentro da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela turma que sempre chamei de “esquerda barulhenta”. Diziam que eu tinha “um projeto pessoal de poder” e representava a “pequena burguesia”. E quem disse que o ex-presidente Lula, por exemplo, não pôs em prática “um projeto pessoal de poder”? Trata-se, no meu entendimento, do “pequeno burguês” mais bem-sucedido da história deste País. Desde que entrei na Ufam, em 1985, como estudante de Comunicação Social, habilitação jornalismo, luto por uma universidade na qual a universalização do saber seja a meta e o exercício pleno da cidadania seja a regra. Com projeto pessoal de poder ou não, Lula transformou-se no melhor presidente deste País. Teve meu voto nas duas eleições, porém, jamais me calei diante do mensalão e das denúncias recentes de corrupção. Aprendi, com o jornalismo, a defender dois valores universais para o exercício da profissão: credibilidade e independência. Acima deles, porém, há o valor da liberdade. Que, em se tratando da universidade, recebe o pomposo nome de autonomia. Aquela mesma esquerda barulhenta ainda proclama hoje em dia o velho jargão da “universidade autônoma, democrática e cidadã.” Uma universidade que curva os joelhos diante do poder estadual, que se cala num silêncio sepulcral quando tem seu espaço sagrado da cátedra invadido e um dos seus professores agredidos não é autônoma. E, quando cala e deixa seu professor lutar solitariamente contra o poder estabelecido, perde a autonomia e o exemplo de cidadania. É contra essa universidade que luto diuturnamente. E, que me perdoem os incautos e imbecis, se isso for projeto pessoal de poder, que o seja. Só não quero é perder de vista, em nenhum momento, os valores que sempre defendi e lutei como profissional do jornalismo e como professor da área: liberdade, credibilidade e independência. E não abrirei mão de nenhum deles. Perderei quantas eleições forem necessárias, porém, jamais perderei a dignidade e deixarei de lutar por uma Ufam que tenha práticas diferentes de boa parte das práticas atuais. É o meu compromisso público e, mais que tudo, um compromisso pessoal: honrar a minha profissão de professor e dela sentir orgulho sempre. Ainda que me agridam e tentem me calar até com o silêncio. Não conseguirão!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A universidade forma para a vida

Não se pode discutir os rumos da universidade brasileira sem, antes de tudo, pensar o modelo de universidade que queremos para o País. Há dois caminhos que devem ser bem-claro: ou partimos para uma universidade humanística, que dá uma base filosófica e prepara para o exercício pleno da cidadania e, como conseqüência, prepara sim, para o mercado; ou investimos apenas no modelo tecnológico e tecnicista, que forma “só para o mercado”. É reducionista demais pensar que a universidade serve apenas para “treinar habilidades”. Muito menos para pessoas meramente técnicas. Uma universidade de verdade tem de sentir orgulho em formar pensadores. Pessoas com habilidades técnicas sim, porém, capazes de repensar o modo de fazer, ou seja, a própria técnica. Em assim não sendo, a universidade deixa de cumprir seu papel social basilar de preparar para a cidadania. E, preparar para a cidadania, significa o pleno exercício da política, algo que, aos poucos, em função da ação direta dos partidos, foi eliminada da vida acadêmica. Sem o exercício da polícia é quase impossível formar para a cidadania.

domingo, 4 de setembro de 2011

O futuro do rádio na Intercom 2011

O professor espanhol Mariano Cebrián Herreros, um dos mais destacados pesquisadores na área de radiofonia e novas tecnologias de todo o mundo é o convidado de honra do colóquio O Futuro do Rádio, que será realizado hoje,das 14h às 18h, na Universidade Católica de Pernambuco, em Recife, como parte das atividades do 34º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom 2011). O colóquio é promovido pelo Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom, em comemoração ao aniversário de 20 anos do GP. O tema da conferência do professor Cebrián será “La radio em el entorno de las multiplataformas de comunicaciones”. Também participará do evento o presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Emanuel Carneiro, que falará sobre “O futuro do rádio na visão do empresariado brasileiro”. Mais três conferências fazem parte da programação do colóquio: a professora Dóris Fagundes Haussen vai falar sobre a “Trajetória das pesquisas em rádio no Brasil”; a professora Nélia Del Bianco abordará o tema “Rádio digital no Brasil: indecisão e impasse depois de 10 anos de discussões” e a coordenadora do grupo, professora Nair Prata, vai abrir o evento com a palestra “Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom – 20 anos”. Após as conferências serão lançados os livros cujos temas relacionam-se ao rádio no Brasil, dentre eles, o livro “PANORAMA DO RÁDIO NO BRASIL” oranizado pela professora da Universidade Federal de Ouro Presto (Ufop), Nair Prata. É um trabalho em conjunto do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). O livro, publicado pela Editora Insular (www.insular.com.br) tem 590 páginas e mapeia 561 emissoras de todas as Regiões Metropolitanas. Com o capítulo “Panorama do Rádio em Manaus”, o coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é um dos 52 pesquisadores participantes da obra.

Mobilização permanente de professores

Insisto! É preciso haver uma mobilização permanente dos professores das universidades federais brasileiras. A conjuntura e os sinais vindos do Governo Federal apontam para o desmantelamento da carreira nos moldes atuais, resultado de muita luta de todos os servidores por meio de greves, piquetes e mobilizações. No caso dos técnicos, por exemplo, o nível de terceirização é tamanho que nem 90 dias de greve serviram para sensibilizar o Governo a iniciar negociações. Como são prestadores de serviços, os terceirizados não fazem parte do movimento grevista dos técnicos. Com isso, na prática, a universidade funciona, embora precariamente, sem os técnicos. A proposta do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante (PT-SP) de que as universidades sejam administradas como Organizações Sociais levará os professores a terem de montar essas Ongs ou Cooperativas. Cair nessa conversa é decretar a morte antecipada das universidades públicas. Daí a minha insistência em a categoria se manter permanentemente mobilizada.

sábado, 3 de setembro de 2011

Justiças e injustiças da Lei

O fato de o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM) ter agido rigorosamente de acordo com o que prescreve a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) não significa que, para a opinião pública (nem pra mim) a justiça foi feita. Saí do episódio com três socos e vários pontapés, perda de 50% da capacidade auditiva no lado direito e muitas sessões de terapia até recuperar a auto-estima. Mais doloroso que os socos foi o silêncio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que, além de não se manifestar publicamente em nenhum momento contra a invasão do seu espaço físico, jamais defendeu o seu professor. É bem-verdade que, por pressão da comunidade (professores, técnico e estudantes), o então reitor, Hidembergue Ordozgoith da Frota, publicou nota tímida, escondida nos classificados de um dos jornais da cidade. Mais nada! Por tê-lo enfrentado nas urnas (e perdido por apenas 179) deve ter se sentido vingado pelo irmão do governador e não tomou mais nenhuma providência para defender a instituição e o seu servidor. A nova administração, herdeira da anterior, manteve o mesmo silêncio, apesar de ter sido instigada várias vezes. E, ao que tudo indica, não se manifestará. Por isso torna-se tão revoltante um (dito) empresário pagar módicos R$ 15 mil, em três vezes, para a Instituição que, até hoje não destinou os recursos ao Departamento de Comunicação Social (Decom) conforme a decisão judicial. Tanto se nos apresenta injustos um valor tão ínfimo, pago em três vezes, quanto destinar os recursos à universidade. Apesar de tudo, é a Lei, com suas injustiças e justiças ao ser aplicada.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MPF/AM agiu dentro da lei

Uma leitura mais acurada da Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), incluso o artigo Art. 8º ”Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil” deixam claro que tanto o juiz do caso quanto o MPF/AM não feriram, em nenhum momento a referida Lei. Portanto, não cabe qualquer tipo de denúncia, muito menos ao Conselho Nacional de Justiça, como talvez, tenha deixado transparecer parte da nota “Nova luta solitária pelos meus direitos”, publicada hoje neste mesmo Blog. Por mais que seja revoltante você sair de um episódio desses com 50% de perda auditiva e nenhum apoio Institucional da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do ponto de vista legal, depois da leitura e da interpretação correta, nada desabona o MPF/AM. É bem-verdade, como afirmei na nota anterior, que o cidadão Gilson Vieira Monteiro, teve o seu “direito à informação e livre expressão” violentamente vilipendiado dentro do auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), no dia 11 de maio de 2009, quando foi agredido por Amin Abdel Aziz Neto. Do ponto de vista político, era dever da Ufam defender seu servidor, bem como representar contra o invasor e agressor. Ainda não o fez. Poderá fazê-lo. Magoa-me profundamente esse silêncio Institucional. É como se a Ufam estivesse contra o professor e conivente com a agressão. Poderá redimir-se! Tem tempo e pessoas legalmente constituídas para tal. Revolta-me ainda essa proposta de acordo, pago em três vezes, com extinção da pena. Considero justo que o Departamento de Comunicação Social da Ufam (Decom) seja beneficiado. Isso não redime a administração superior da Ufam do silêncio sepulcral que ainda mantém sobre o fato. Ao MPF/AM nossas escusas, muito embora o desabafo não tenha, em nenhum momento, indicado que houve qualquer conduta de o desabonasse. Quanto ao agressor, além de ter pago os R$ 15 mil a ser revertido para o Decom, recebeu talvez, a pena que mais o atinge: está proibido, em função da própria Lei nº 9.099/95, de bater em professor pelos próximos cinco anos. Um alívio para mim e para meus colegas de profissão.

Nova luta solitária pelos meus direitos

Irei às últimas conseqüências, se necessário, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para desfazer o acordo proposto pelo Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM). Fui agredido física e moralmente. Tenho perda de 50% da audição do lado direito em função da agressão sofrida, e o MPF/AM propõe ao Juizado Especial Criminal adjunto à 4ª Vara Federal no Amazonas um acordo moralmente lesivo a mim e que beneficia diretamente o réu e agressor, Amin Abdel Aziz Neto. O pagamento de R$ 15 mil, em três vezes, à Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a extinção da pena é uma afronta. O fato de ser irmão do governador do Estado, Omar Aziz (PMN), não é salvo-conduto para ninguém (no caso parece que foi). Como pode um juiz usar a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) como argumento para beneficiar o réu ferindo a própria Lei? Vejamos o que diz o artigo Art. 8º da referida Lei:”Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.” Logo, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) jamais poderia ser parte representada pelo MPF/Am neste processo. E só poderia ser beneficiada se a proposta de acordo partisse de uma pessoa física, ou seja, eu. Acontece que o MPF/AM do Amazonas não poderia, por Lei, nem me representar como pessoa física, uma vez que só pode exercer a “tutela coletiva”. Quem compareceu à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) para fazer a denúncia foi o cidadão Gilson Vieira Monteiro, cujo “direito à informação e livre expressão” foi violentamente vilipendiado dentro do auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), no dia 11 de maio de 2009, quando foi agredido por Amin Abdel Aziz Neto. Causa-me estranheza que, diante dos elementos colhidos, se tenha chegado à conclusão, que a agressão tenha sido “apenas” à Ufam e ao curso de Comunicação Social. Ambos o foram sim. Porém, a maior agressão, física e moral, que sofreu fui eu. E nada disso foi levado em conta! Espanta-me mais ainda que a Ufam jamais tenha feito algo em prol da minha defesa, nunca tenha se dignado a responder qualquer questionamento sobre o assunto e já tenha recebido os R$ 15 mil a título de indenização e ressarcimento pelos “danos morais” sofridos, sem que tenha nem se sentido atingida, uma vez que não tomou nenhuma providência legal até hoje como, por exemplo, denunciar a invasão ao auditório e a agressão de um de seus professores. O silêncio da administração superior da Ufam revela uma covardia institucional e uma subserviência ao poder do Governo do Estado inaceitável em ambiente no qual deveria imperar a “autonomia universitária”. Lutarei, mais uma vez, contra tudo e contra todos, para fazer valer os meus direitos! Ainda confio na Justiça!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nojo e revolta com o silêncio da Ufam

Espanto, nojo e revolta foram as sensações que senti ao ler a uma nota da Assessoria de Imprensa da Procuradoria da República do Amazonas. Vejamos o primeiro parágrafo: “O Juizado Especial Criminal adjunto à 4ª Vara Federal no Amazonas acatou proposta de acordo feita pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) a Amin Abdel Aziz Neto, em processo por lesão corporal leve contra o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Gilson Monteiro.” Como pode o MPF/AM propor um acordo desses sem que eu tenha sido ouvido uma única vez? Como não levar em conta a perfuração do meu tímpano direito comprovada com documentos e exames médicos? “Lesão corporal leve” é uma brincadeira de mau gosto do MPF do Amazonas. Segue a nota: ”O acordo, que foi aceito e cumprido, prevê o pagamento de R$ 15 mil a serem revertidos ao curso de Comunicação Social da universidade. Amin Abdel Aziz pagou o valor da multa em três parcelas. Por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, com previsão de pena menor que dois anos de reclusão, a punição contra ele foi extinta com o cumprimento do acordo. Conforme a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), Amin Aziz não poderá ser beneficiado novamente por medida semelhante - juridicamente conhecida como transação penal - nos próximos cinco anos.” Pagar R$ 15 mil em três veze não é punição, é benefício. Mais revoltante é a Ufam ser beneficiada em um processo no qual não moveu uma palha durante todo o tempo. Pior ainda, é ter recebido a quantia e nunca ter se manifestado nem para me defender, muito menos para dizer que recebeu a indenização. Leiamos, juntos, o teor do ofício encaminhado no dia 10 de maio de 2011, véspera do “aniversário de dois anos do fato, e nunca respondido pela Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam): “Magnífica Reitora, Amanhã, dia 11 de maio de 2011, completa dois anos do episódio da agressão ocorrida dentro do Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), perpetrada contra mim pelo senhor Amin Aziz, irmão do atual governador do Estado, Omar Aziz. No dia 01 de outubro de 2010, por intermédio dos Ofícios Of. Nº 057-2010/PPGCCOM, de 01 de outubro de 2010 e Of. Nº 060-2010/PPGCCOM, de 01 de outubro de 2010, que tratam do episódio da referida agressão, solicitei novamente manifestação Oficial da Diretoria do ICHL sobre as providências tomadas por aquela unidade acadêmica e pela própria Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a respeito da invasão sofrida pela universidade e da agressão da qual fui vítima naquela data. Dirijo-me, portanto, a Vossa Magnificência, para solicitar, mais uma vez, informações oficiais sobre as providências tomadas pela administração superior da Instituição quando à agressão por mim sofrida.” Quem pagará a cirurgia do tímpano direito que talvez, recupere os 50% de perda de audição que tenho hoje? Como pode a Reitoria manter silêncio sepulcral sobre o assunto? O mais grave é a Ufam receber o dinheiro da indenização, deixar o processo ser extinto “com o cumprimento do acordo” e, em nenhum momento, defender-me ou me comunicar sobre o ocorrido. Daí minha repulsa, meu nojo e minha revolta! Para completar, o processo foi extinto desde junho deste ano e só agora o MPF/AM publica uma nota sobre o assunto. Lamentável que a impunidade seja regra por essas bandas.