quarta-feira, 30 de julho de 2014

Perguntas que reprovam professores e professoras

Tive acesso hoje, por meio da Internet, à seguinte imagem:


A pergunta da professora e a resposta do estudante dizem tudo. Então descobrimos mais uma variável que pode, sensivelmente, interferir no jubilamento e na reprovação de estudantes em todos os níveis: as péssimas perguntas feitas pelos professores e professora. No caso da imagem, pelo menos a professora do estudante teve a hombridade de considerar a resposta correta, ao passo que indicou o que ela desejava que fosse respondido. A afirmação dela, no entanto, permite dúbia interpretação; "Localize o Brasil no mapa da América do Sul e escreva seu nome". Como se diria no interior, o estudante não contou desgraça: localizou o Brasil no mapa e tascou o nome dele estudante, que, na cabeça dele equivale a "seu nome". A imagem me fez lembrar uma questão respondida pelo meu filho em uma prova de Artes. À época, o jogador Ronaldinho Gaúcho estava no auge da carreira, figurava entre os melhores do mundo, e ainda passava constantemente na TV uma propaganda na qual Gaúcho acertava a mesma trave seguidas vezes. O professor pediu na prova: "Cite o nome de um artista contemporâneo". Meu filho também não contou desgraça:"Ronaldinho Gaúcho". A pergunta foi considerada correta pois meu filho argumentou que considerava Ronaldinho Gaúcho "um artista da bola". Pergunta bem feita ajuda a combater a evasão escolar, é o que se pode inferir.


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terça-feira, 29 de julho de 2014

As maluquices dos pré-requisitos

No Reino da Dinamarca há coisas que Deus duvida. E uma das coisas que nem Deus na Terra entenderia são os critérios utilizados nos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) para se estabelecer se uma disciplina é pré-requisito de outra ou não. E se trata de uma variável que interfere diretamente na retenção e no jubilamento de estudantes nas universidades brasileiras. Emperra a vida dos estudantes e, em muitos casos, leva-os a serem expulsos das universidades. O pré-requisito é como se um curso fosse cheio de degraus e, pela regra, você fica impedido de subir um degrau a mais. Por mais que você esteja preparado fisicamente, está impedido de subir de dois em dois ou de três em três degraus. Imagina uma pessoa que fisicamente está na ponta dos casos ser obrigada a subir uma escada degrau por degrau. Talvez desista antes de completar o percurso. Metaforicamente é o que acontece nas universidades. Dia desses deparei-me com uma situação que beira à maluquice. Uma estudante tinha sido aprovada em Cálculo I. Solicitou matrícula em outro curso, numa disciplina cujo pré-requisito era Matemática Básica. E o pedido foi negado por falta de pré-requisito. Devo estar maluco, mas, não consigo entender: se uma pessoa possui habilidade para cursar, com êxito, Cálculo I, será que não tem habilidade sobre as operações básicas da Matemática?


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Educação muda ou molda?

Às vezes fico a remoer meu motorzinho interior a respeito de afirmações que se transformam em lemas, tais como:"Só a Educação é capaz de mudar um País". Intimamente me respondo: a Educação, nos moldes que temos, não muda. Molda as pessoas para a concorrência ferrenha e individualista do mundo capitalista. O País molda-se, passa a participar do jogo internacional do capital, e, aí sim, a falta de mão-de-obra qualificada empurra o País para a derrocada. É nesta perspectiva do olhar que a Educação realmente muda. Não se sabe, porém, se há, efetivamente, desejo dos governantes de que se mude. Mudar, de forma mais ampla, significa não moldar, tirar as formas. Situação que o modelo atual não é capaz de fazer. Uma educação que muda para a vida, para o exercício da cidadania, não molda, muda. E não pode se moldar a um único modelo de forma de vida em sociedade. Talvez, por isso, mudar, em Educação, faz parte do campo do discurso e não da prática efetiva.

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OBS: Post do dia 28/07/2014

domingo, 27 de julho de 2014

Estudantes também precisam mudar a mentalidade

A mudança de mentalidade necessária à Educação Superior do País não é apenas dos professores e professoras, dos gestores e dos órgãos reguladores e avaliadores. A maior mudança de mentalidade tem de ser dos estudantes. Se há professores (e professoras) que, às vezes, utilizam a pedagogia da opressão como regra, há, por seu turno, estudantes que se deixam oprimir. Exatamente por manterem, ainda, a mentalidade do Ensino Médio. É bem verdade que a universidade brasileira, dia após dia, recebe mais adolescentes, dos quais nós, os professores (e professoras), por não termos nenhuma preparação para lidar com os adolescentes (nem com os nossos filhos), exigimos mais e mais o comportamento adulto (e maduro) que se deve ter na Educação Superior. Talvez tenhamos que nos preparar melhor para lidar com adolescentes na sala de aula e, eles, os estudantes, também buscarem um novo olhar, uma nova mentalidade, para frequentarem a sala de aula. "Educar é, antes de tudo, um ato de amor". Em todos os sentidos.


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sábado, 26 de julho de 2014

O burocrata emperra, o gestor deixa fluir

Há uma diferença básica entre um burocrata e um gestor. O burocrata emperra a organização pois se limita a aplicar a letra fria da lei, das normas e dos regimentos. O gestor entende a organização como um sistema vivo e as leis, normas e regimentos como mutáveis. Compreende que as normas se subordinam à vida e não ao contrário. Às vezes, não é muito fácil fazer esta distinção. Ainda mais quando se entende exatamente o contrário: que as normas é que fazem a vida. Normas, leis, regimentos e quetais foram criados para "regrar" a vida em sociedade. Não são superiores à própria vida e ao nosso modo de interpretá-las. Portanto, normas, regimentos e leis são tão mutáveis quanto a vida. E dependem da interpretação que dela fazemos. Recorro a Chales Handy, com o seu conceito de Administração, para diferençar bem um burocrata de um gestor. Diz ele: "Administração não é uma ciência exata, mas antes um processo criativo e político que deve muito à cultura e à tradição prevalecentes naquele lugar e naquele momento“ O burocrata é um cego. Só vê as normas. Entende a Administração como uma ciência exata. Não enxerga a gestão como um processo criativo e político. Jamais consegue olhar para a cultura e a tradição. Nem do lugar, nem do momento. Por isso, emperra a organização. Diferentemente do Gestor, com letra maiúscula, que muda até as Leis, Normas e Regimentos para deixar a organização fluir de acordo com a cultura, a tradição, o momento e o lugar.


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sexta-feira, 25 de julho de 2014

A revalidação de diplomas e a reserva de mercado

Todas as vezes que se fala em diplomas, no Brasil, fico com a sensação de que vale mais a reserva do mercado do que a discussão sobre o conhecimento. Como representantes das carreiras também estão na ponta dos processos de revalidação de diplomas, por exemplo, o que se tem é uma discussão centrada nos interesses de cada uma das categorias profissionais existentes no País e não no processo de aquisição de conhecimento. A lógica é muito simples: quando mais se dificulta o processo de revalidação de diplomas, mais se garante a reserva de mercado para os profissionais formados em solo brasileiro. Do ponto de vista da Pesquisa e da Pós-graduação, no entanto, isso representa um atraso de anos, quiçá séculos. Porque fecha a porta para a troca de experiências, para a internacionalização plena. Ou se encara com naturalidade que o Brasil faz parte, efetivamente, de um mundo globalizado ou a revalidação de diplomas será cada vez mais dificultada no País.


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quinta-feira, 24 de julho de 2014

A mudança na escola deve ser de mentalidade

Voltei a lembrar, hoje, da afirmação da minha: "o papel da escola não é educar? Como podem expulsar um estudante? Expulsar não é educar" Sábias palavras de uma menina de 14 anos que, talvez, nem venha a ser professora. Tem, porém, uma visão tão profunda do processo educacional que, certamente, se o fosse, seria uma professora completamente diferente do padrão atual. Certamente, o que se precisa, para a revolução tão necessária à educação brasileira, é uma mudança de mentalidade, de visão a respeito do processo educacional. Em assim sendo, adiantará muito pouco mudar a estrutura física: o que se precisa é de uma mudança da nossa perspectiva do olhar a respeito do processo, do ato de educar. Enquanto em nós permanecer a visão de que para se educação se deve controlar e punir, tenderemos a ter a escola do fracasso que temos.


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quarta-feira, 23 de julho de 2014

A lentidão que parece ser regra

Um dos maiores problemas do serviço público no Brasil é a lentidão como traço marcado no DNA. Via de regra, tanto quem presta o serviço quanto quem o recebe, para acreditar que a lentidão, com ares de ineficácia, é regra, logo, deve ser mantida. Para que a exceção não se torne regra, em alguns casos, muitos executivos são obrigados a realizar tarefas meramente operacionais, quando deveriam se fixar nas tarefas estratégicas. E por se fixarem nessas tarefas, uma das partes do processo, a estratégica, fica capenga. E, quando isso acontece, o todo termina por ser prejudicado, muito embora se chegue a avançar na questão da agilidade. O desafio, portanto, em todas as organizações, mais ainda nas públicas, é garantir equilíbrio capaz de gerar agilidade sem quem os objetivos estratégicos deixem de ser atendidos. Aí sim, a lentidão deixa de ser vista como traço genético do serviço público.


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terça-feira, 22 de julho de 2014

A missão da escola é educar

Há momentos de intensa emoção que passo com a minha filha, de apenas 14 anos. Ela, desde pequena, adora abordar o tema Educação. Numa dessas tiradas, revelou-me que tem um sonho: montar uma escola completamente diferente da que ela estuda. Uma escola na qual as pessoas gostem de estar e de estudar. Mais recentemente, sem saber que faço parte de uma Comissão instituída pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Estensão (CONSEPE), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), nas nossas conversas dentro do carro, ao voltar para casa, ela me saiu com essa, quando discutíamos a Educação no país, eu, ela e o irmão, agora universitário da UFAM:"Papai, não consigo entender. A missão da escola não é educar? Como é que se pode expulsar alguém de uma escola? Expulsar alguém não educa nada". Meus olhos marejaram! Meu filho completou:"Nos casos de agressões graves, aos professores ou colegas, a expulsão se justifica". Minha filha concordou. Meus olhos marejaram pela coincidência e pelo orgulho de pai, de os filhos terem, de alguma forma, absorvido os valores que ele defende. Além de ser ilegal, o jubilamento só se justifica em casos de agressão, ainda assim, após a ampla defesa. Em nenhum outro caso se justifica expulsar estudantes da escola em quaisquer dos níveis. Tenho muito orgulho da visão educacional avançada na minha filha. Espero convencer mais e mais colegas professores e professoras sobre o equívoco que é expulsar estudantes, principalmente da universidade. Precisamos sim, criar mecanismos capazes de estimular os que querem (e podem) estudar mais e mudar, definitivamente, essa visão punitiva a respeito do ato de educar.


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segunda-feira, 21 de julho de 2014

A postura pedagógica necessária

Ontem, neste mesmo espaço, abordei a questão sob o título "Há Pilatos na Educação brasileira". Hoje volto ao assunto porque ouvi, várias vezes, de colegas professores e professoras, que fizeram tudo o que puderam mas "ele não passou porque não quis". Leitores e leitoras, será que alguém ingressa em uma universidade para não passar, para ocupar a vaga ad infinitum e não passar porque não quer?
Esta verdade não é assim tão absoluta quanto parece. Ministrar a disciplina de forma tecnicamente considerada perfeita nem sempre é a garantia de que se "tenha feito tudo". No processo de aprendizagem há variáveis intervenientes que, no mais das vezes, não dependem apenas de nós, os professores e professoras. Mais do que tudo, é preciso ter postura pedagógica, avaliar a turma, sentir o conjunto dos estudantes e pensar na missão da universidade: que não é reprovar por reprovar, mas, formar.
Meu filho, estudante do Instituto de Computação (Icomp) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), chegou em casa estupefato. Disse que um dos professores das disciplinas que ele cursa (prefiro manter o nome em sigilo) adiou a data da prova porque avaliou que a turma não tinha atingido o nível necessário, o que ele avaliava com o nível ideal para que os estudantes seguissem em frente.
Fosse um professor tradicional, teria a seguinte atitude: marcaria a data da prova, diria que os estudantes tinham a obrigação de saber os conteúdos até aquela data e, quem não conseguisse passar, era porque não queria. Meu filho ficou impressionado com a postura do professor. Disse a ele que aquela deveria ser a postura de todos nós na universidade, uma vez que nosso objetivo maior é formar e não reprovar.
Fosse um professor com o olhar tradicional para o processo, talvez meu filho não fosse reprovado. Alguns colegas dele, porém, poderiam ir para as estatísticas dos futuros jubilados do Icomp. Numa decisão pedagogicamente louvável, o professor remarcou a prova e promoveu aulas de reforço aos estudantes. Caso nosso postura fosse assim sempre, os números da retenção e da evasão não seriam o escândalo que são hoje. E isso, nem de longe, é proteger os estudantes. Acima de tudo, é tratar de cumprir a nossa missão de formar estudantes efetivamente habilitados.


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domingo, 20 de julho de 2014

Há Pilatos na Educação brasileira

Todos temos conhecimento do episódio bíblico: Pôncio Pilatos (Pontius Pilatus), prefeito da província de Judeia, juiz que condenou Jesus Cristo a ser crucificado, embora nada encontrasse contra ele. Para tomar a decisão de condenar Cristo, ouviu o povo que gritou em coro: crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o! Quem "lava as mãos" na hora de decidir alguma coisa é comparada a Pilatos. Todo este preâmbulo é para dizer que há muitos e muitos Pilatos na Educação brasileira.
São aqueles professores e professoras que mal ministram suas aulas, nem sempre lançam as frequências, não entregam as notas parciais dos estudantes, enfim, cumprem mal e parcamente as obrigações de professor, estão quilômetros e quilômetros de distância de serem educadores e, para completar, ainda são capazes de declarar aos colegas que "odeiam os estudantes". Isso para não dizer que consideram cumprir todas as obrigações deles e "os estudantes é que são irresponsáveis".
Senhora e senhores professores! Caros leitores e leitoras! Não se pode transferir aos estudantes a responsabilidade pelo fracasso escolar. Se não cumprimos a missão de formar, se os estudantes saem da universidades níveis mínimos acima do que entraram, não são eles os responsáveis. Somos nós, professores e professoras, os maiores responsáveis pelo fracasso escolar.
Transferir aos estudantes uma responsabilidade que é nossa nada mais é do que assumir uma postura de Pilatos. E se os estudantes chegam às universidades tão despreparados, é porque temos uma cadeia de Pilatos ao longo da vida estudantil deles. Educar para a vida não é dever apenas da escola: é de cada um de nós. As responsabilidade devem ser divididas. Não devemos lavar as mãos. Só assim os estudantes e a sociedade terão mais respeito pelo nosso trabalho.


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sábado, 19 de julho de 2014

Educar é, antes de tudo, um ato de amor

Reuniões de conselhos, colegiados, colegas de trabalhos, ou mesmo de departamentos, são momentos de profunda angústia para mim. Sinto-me em um círculo dos horrores. Chego a duvidar da minha capacidade intelectual. Saio de cada uma delas profundamente deprimido e triste. Inseguro. A me perguntar: Meu Deus, será que tudo o que estudo, será que todos os seminários e discussões (nacionais e internacionais) sobre ato de educar, foram inócuos? Será que de nada valeram os anos debruçados sobre os temas avaliação e administração? Ou será que institucionalmente estamos cegos, na contramão da história e não nos damos conta? Como encarar que existe "uma instituição, uma organização" à parte de nós, se a instituição somos nós, ou, pelo menos, resultado de o que pensamos nós? E o bom de se estar por dentro da estrutura, como estou agora, é poder avaliar os pesos e medidas usados em situações extremamente similares. O que, de certo modo, leva-me a olhar para dentro de mim e me perguntar: devo estar completamente louco, ou vejo demais e os outros estão cegos. Centro o raciocínio no seguinte exemplo hipotético: digamos que uma agência de fomento encerra um convênio, em determinado projeto, cuja documentação estava completa, mas, por descuido, se deixou de, no prazo estabelecido, fazer o pedido de prorrogação e, por isso, milhões deixarão de entrar na instituição nos próximos anos, qual a nossa reação institucional? A agência tal é rigorosa demais, não levou em conta o custo social de se encerrar um convênio desses, quantas pessoas deixarão de ser beneficiadas se as obras não forem concluídas... Natural! De alguma forma, o erro foi nosso. Tendemos a transferir para a agência de fomento a rigidez, a aplicação fria da letra da lei. Sejamos, porém, honestos: qual o parâmetro usado para se tomar a decisão? O mecanicista, o frio olhar sobre a Lei, afinal, um convênio é uma Lei, e se alguém deixa de cumprir um prazo estabelecido tem o direito de encerrá-lo. Ou não?
Examinemos, agora, outra situação hipotética. Ao final de um processo extramente exitoso de matrícula, no qual 99,99% dos estudantes cumpriram rigorosamente tudo o que se pede (como nós, a instituição diante da agência de fomento), restam 1, ou 1.001 estudantes, o número pouco importa, que perderam o prazo. Extemporaneamente, decidiram recorrer e solicitar matrícula em disciplinas, digamos assim (só para ficar mais trágico) de primeiro período. Há vagas, ou professores dispostos a aceitar os estudantes em suas respectivas turmas, mas, nós, com o cutelo da Lei à mão, para não sermos "injustos" com os 99,99% que cumpriram os prazos, negamos os recursos. E ainda saímos de lá com a consciência tranquila de que, em nome da igualdade, fizemos justiça. Examinem a imagem a seguir, leitores e leitoras:


Ao ver esta imagem, lembro de uma frase, quase um mantra, da então candidata à recondução ao cargo de reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), professora doutora Márcia Perales Mendes Silva, quando se referia às unidades da UFAM localizadas fora da sede:"Não se pode tratar os diferentes como se fossem iguais". A imagem aqui postada (que recolhi da Internet) e o mantra da professora Márcia Perales parecem se contrapor ao princípio constitucional "todos são iguais perante a Lei". Ao olhar a imagem, diria, que, do ponto de vista constitucional, a LEI são os caixotes da imagem à esquerda. Diante dela, porém, temos três diferentes, o que corrobora a tese de que não se pode tratar como iguais, os diferentes. Promover a igualdade, portanto, é usar a Lei (os caixotes), para que todos, inclusive, os diferentes, tenham a mesma chance de ver o jogo. Fazer justiça, portanto, é aplicar a Lei para promover a igualdade de oportunidades. A Lei é igual para todos é algo muito diferente de todos são iguais perante a Lei. Os caixotes (a Lei), vejam o que nos deixa claro, a imagem, devem ser aplicados (dispostos) de forma diferente para que promovamos a igualdade.
Nos dois casos hipotéticos que aqui apresentei, o princípio do menor prejuízo social se contrapõem sim, ao cumprimento do prazo, letra fria da Lei (e do convênio). A agência de fomento faria justiça e praticaria um ato altamente pedagógico para a Instituição se, ao invés de suspender o convênio, enviasse uma correspondência, explicasse o prejuízo interno que é ter de examinar um processo daqueles com menos de 30 dias (prazo estabelecido no convênio), assim como nós, em relação aos 31 estudantes poderíamos fazer algo similar e aceitar o pedido deles. Negar a matrícula de 31 estudantes em disciplinas que o fazem ficar periodizados, é empurrá-los para a estatísticas dos jubilados (uma violência inaceitável) do futuro. Algo está errado na universidade brasileira. Lavar as mãos quando, de cada 10 estudantes que ingressam, três se formam, três permanecem, três são expulsos (jubilados) e um não sabemos nem o que acontece (outros nas estatísticas), é uma tragédia da qual, nós, os professores e administradores escolares, certamente, participamos dela, ao longo da apresentação, pelo menos em um dos seus atos. E, nesses casos, educar, tem sido, ao longo dos anos, um ato de dor e não de amor.


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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ineficácia na Educação Superior

Dados dos Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), relativos ao acesso à educação superior, na faixa etária de 18 a 24 anos, mais que dobrou no período de 2000 a 2010. Aumentar o número de ingressantes, no entanto, gera pouco resultado se não houve preocupação com a retenção e com a evasão. E é neste indicador que os números são escandalosos e demonstram uma ineficiência absurda do sistema de educação superior do País. Em 2010, de acordo com dados do mesmo Instituto, na faixa etária de 18 a 24 anos, 1,1 milhões de pessoas tiveram acesso à educação superior, mas, somente 61% deles se formaram. Isso significa que houve 39% de retenção. Se levarmos em conta que os números são do sistema inteiro e que, nas instituições públicas, a evasão é ainda maior, estamos diante de números escandalosos de ineficiência no uso dos recursos públicos. Há que se encarar o problema não apenas como problema localizado ou de responsabilidade de cada uma das instituições. A sociedade não pode mais investir tanto para resultados tão pífios.


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Descentralizar não é lavar as mãos

Há uma confusão mais que evidente, em todas as organizações, sobre o pomposo nome norteamericano " empowerment", que pode ser traduzido livremente como empoderamento, mas, que, no fundo, significa a velha e batida descentralização. Acontece que descentralizar não significa lavar as mãos, transferir o poder e não mais se preocupar, deixar de supervisionar. E muitos superiores, principalmente nas organizações públicas, como uma universidade, por exemplo, esquecem isso. Após descentralizar, deixam de supervisionar. Há também, outra visão equivocada: o direito à autonomia daqueles que assumem a descentralização. O nível intermediário na escala de poder, por exemplo. Quando o executivo começa a supervisionar, a exercer sua função, é acusado de ceifar a autonomia dos diretores. Alto lá, gente! Repito: descentralizar não é lavar as mãos. Reflitamos!

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OBS: Post do dia 17/07/2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Aprovado o Regimento Geral da Pós da UFAM

O novo Regimento Geral da Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) foi aprovado hoje em reunião extraordinária do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) que começou às 8h40min e terminou por volta das 16h com o intervalo de 1h para o almoço. A maior novidade é a aprovação de um regimento apenas com a essência do que é a Pós-graduação na Instituição, ficando as questões operacionais para Resoluções complementares. Relatado pelo Conselheiro Jackson Colares, o novo Regimento da Pós-graduação da UFAM é resultado das discussões realizadas três dias seguidos no Fórum de Coordenadores dos Programas e quatro reuniões da Câmara de Pesquisa e Pós-graduação (CPPG). As novas regras tem por objetivo dar mais agilidade e flexibilidade ao processo decisório.


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terça-feira, 15 de julho de 2014

Posturas neoliberais na Educação Superior

É impressionante como, em essência, o modelo misto implementado pelo Governo FHC foi refinado no Governo Lula e ninguém percebe, ou finge não perceber. Ou alguém considera que a disputa neoliberal por captação de recursos nas universidades públicas, entre professores (e professoras), não prejudica o objeto principal, a formação? Programas do próprio governo, como o Parfor, canibalizam os cursos de graduação quando professores viajam, passam 15 dias fora e, no mais das vezes, não deixam ninguém em seus lugares. O clima entre colegas de trabalho se torna péssimo quando são obrigados a concorrer entre si pelos minguados, às vezes polpudos, recursos das empresas. Há uma corrida do outro rumo às bolsas de produtividade. Enfim, o modelo misto de financiamento, principalmente da pesquisa, nos levou a esquecer teorias e posturas revolucionárias. Em alguns casos, mal conseguimos ser neoliberais de baixo coturno.


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Por ações coordenadas na Educação

Ao que tudo indica, a mera Federalização da Educação Básica, como deseja o Senador Cristovam Buarque (PDT-DF), apresentada neste espaço, na postagem de ontem, não será a panaceia para a Educação brasileira. Quaisquer que sejam as medidas, antes de tudo, são necessárias ações coordenadas a fim de que mudanças cá não provoquem efeitos danosos lá. Um exemplo claro deste problema foram as adesões das universidades brasileiras ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e uso das notas desta prova para o Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Se por um lado resolveu o problema que muitas universidades que tinham seus vestibulares anulados seguidas vezes por suspeitas de fraudes e quetais, por outro, tornou nacional uma disputa que, antes, era local. Na gênese, a ideia de uma disputa nacional era oferecer ao estudante maiores possibilidades de escolher o curso que desejasse fazer. Na prática, virou a oportunidade que "eu puder" fazer até conseguir a pontuação necessária para mudar de curso. Ações coordenadas exigem visão global dos processos. Promover possibilidades de ingresso com listas e mais listas de chamada significa, lá na ponta, um caos na gestão acadêmica das universidades, com turmas fechadas quase no final do período. Prova de que, em política pública, o fazer deve ser antecedido pelo estudar, pesquisar e planejar exaustivamente para diminuir as possibilidades de erros.

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OBS: Post do dia 14/07/2014

domingo, 13 de julho de 2014

Federalização da Educação Básica

A ideia do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de federalizar a Educação Básica pode ser motivo de um plebiscito no Brasil, no dia 5 de outubro de 2014. Para tanto, basta que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal vote por este caminho. O projeto prevê a realização do plebiscito em 5 de outubro de 2014, junto com as eleições para a Presidência da República, os governos estaduais e o Legislativo estadual e federal. Nas notícias do Senado Federal que tratam do assunto se pode ler:
"Na justificativa, Cristovam faz referência aos resultados do Programme for International Student Assessment (Pisa) de 2012. O exame - que avalia o desempenho dos alunos em Leitura, Ciências e Matemática - apontou o Brasil em 55º lugar entre os 65 países pesquisados, demonstrando, segundo o senador, “a situação vergonhosa da nossa educação básica”.
“A continuar neste ritmo", acrescenta ele, "o Brasil está duplamente condenado: a ficar para trás no cenário mundial – com todas as consequências de uma economia atrasada científica e tecnologicamente – e a ter sua sociedade dividida entre educados e não educados."
“Se não realizarmos uma revolução na educação brasileira, o país continuará com seu futuro comprometido por falta de uma população com educação básica de elevada qualidade”, completa Cristovam Buarque.
Ele cita como exemplo a Coreia do Sul, que investiu na melhoria da educação e obteve notável avanço econômico, social e tecnológico. Cristovam lembra que há 40 anos aquela nação tinha uma renda per capita que era metade da brasileira, e hoje são os brasileiros que possuem uma renda per capita que corresponde a aproximadamente a metade da renda per capita sul-coreana."
Da forma como anda a Educação Superior por consequência da péssima Educação Básica e Média, talvez a medida radical de federalizar o Ensino Básico seja a saída para se promover uma revolução na educação do País.


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sábado, 12 de julho de 2014

Por uma graduação de bons resultados

É preciso, com urgência, tomarmos uma decisão de estado para solucionar o problema da Educação Superior brasileira, pois, como ressaltamos ontem, neste espaço, "Pós brasileira morre no útero". E será enterrada, conjuntamente com toda a Educação Superior, se nada for feito. Não dá mais para esconder o estado calamitoso no qual se encontra o Ensino de Graduação e as implicações deste na Pós-graduação. Sem necessidade de uma pesquisa mais ampla, é possível detectar dois problemas gravíssimos: a falta de comprometimento de inúmeros professores (e professoras) com o ensino de graduação e com a universidades brasileira e a carga horária excessiva de atividades em sala de aula. O primeiro problema só se resolve quando as coordenações de cursos deixarem de apenas controlar a oferta de disciplinas e perderem o receio de enfrentar os colegas professores (e professoras) descomprometidos. O outro depende, também, de os professores (e professoras) deixarem de defender as categorias profissionais as quais pertencem e passem a discutir o processo de aquisição de saberes. Sem isso, estamos todos perdidos.


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Pós brasileira morre no útero

Certa vez, no lançamento do Programa PAC-PAG, em dezembro de 2012, no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais (FES), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral, foi de uma felicidade ímpar. Ele declarou que a Pós-graduação brasileira estava "natimorta". O que ele quis dizer, e depois o fez com base em números do Brasil inteiro, era que a Pós-graduação brasileira ou morre dentro do útero ou durante o parte, ou seja, morre antes de nascer. E isso se torna mais cristalino cada vez que se faz uma seleção para um programa de Pós-graduação em qualquer canto do País. O nível dos estudantes, vindos dos cursos de graduação, beira o ridículo. A declaração bombástica de Amaral, feita em 2012, não gerou nenhum tipo de reação. Talvez muitos nem a tenham notado. O que me incomoda é estarmos na metade de 2014 e nada, efetivamente, ter sido feito na direção de o problema ser atacado. Triste!

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OBS: Post do dia 11/07/2014

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Filosofia de levar vantagem em tudo

Recorro, de novo, ao futebol, para falar em Administração. Veio de uma propaganda feita pelo jogador Gerson, campeão do mundo em 1970, no México, a máxima de "levar vantagem em tudo". E, durante muito tempo, o próprio País ficou com essa marca cravada no jeito de ser do seu povo, complementado por uma figura das histórias em quadrinhos chamada Zé Carioca. Até hoje ainda se encontra, tanto no futebol quanto na vida, muita gente que se pauta pela máxima conhecida como Lei de Gerson. Parece ser uma vergonha lidar com recursos públicos, por exemplo, sem levar vantagem. Assim, o desafio de quem administra, principalmente o administrador público, é vencer, definitivamente, o "espírito da Lei de Gerson" que ainda paira sobre nós.


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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Novas lições da Administração para o futebol

Em inúmeras postagens, aqui neste mesmo espaço, defendo o uso do futebol para ilustrar aulas de Administração. Usei, ao longo do tempo, o jogo como metáfora da vida das organizações. Hoje, um dia depois de uma goleada humilhante aplicada à seleção brasileira pela Alemanha, vejo que a Administração tem novas (e muitas lições), também, para o futebol. E mais: aposentou de vez a filosofia Zeca Pagodinho, "deixa a vida me levar, vida leva eu...", usada por Luis Felipe Scolari no último titulo que obteve. Os 7 x 1 impingidos pela Alemanha foram resultados de 10 anos de planejamento, profissionalismo e investimentos de uma organização (Alemanha) contra o mero Marketing do amor à pátria, tão velho quando o lema da "pátria de chuteiras" da época dos militares. Com um planejamento pífio, falta de treinos e fé na ideia de que um jogador (Neymar Jr) seria capaz de definir uma Copa do Mundo, Scolari atribui ao acaso o fato de apanharmos de um time organizado, superior em campo, com a marca do profissionalismo. Que a Administração dê lições ao futebol e nos salve de novas e humilhantes goleadas.


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terça-feira, 8 de julho de 2014

Momento histórico da Pós em Benjamin Constant

A defesa da primeira dissertação do Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia e a qualificação da primeira tese, no mesmo programa do qual sou professor, são dois momentos históricos que merecem registro pela importância que possuem para a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e para o processo de interiorização da Pós-graduação. Ontem, às 19h, no Auditório do Instituto de Natureza e Cultura (INC), em Benjamin Constant, participei como membro da banca examinadora da dissertação "O conhecimento escolar socializado aos Tikuna do Brasil e da Colômbia: interculturalidade e identidade", defendida pela professora do INC, Shirlane Pantoja da Silva. A banca Examinadora foi presidida pela professora Marilene Correa da Silva Freitas e contou, ainda, com a professora Rosemara Staub de Barros. O trabalho foi aprovado e a Banca recomendou a publicação, após, os ajustes, em função do valor histórico da obra, por ser a primeira dissertação produzida a partir do processo de Interiorização do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), iniciado em 2012. Hoje, às 9h, no mesmo local, também farei parte da Banca Examinadora da primeira qualificação do Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia, da proposta de Tese da professora Antônia Rodrigues da Silva, denominada "Concepções e práticas educativas dos povos ameríndios na Amazônia: um olhar para a Educação escolar dos Tikuna no Alto Solimões". Além das professoras Marilene Correa, que preside a Banca, participam a professora Rosemara Staub e a professora Renilda Aparecida Costa, que é do INC e credenciada no PPGSCA. São dois momentos históricos para o processo de interiorização da Pós-graduação da UFAM.


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segunda-feira, 7 de julho de 2014

A necessidade de se tomar decisões

Ao se tomar posse em um cargo administrativo, há aprendizados que se consolidam. Um deles é que administrar tem uma necessidade precípua: tomar decisões. E tomar decisões significa arcar com as consequências positivas ou negativas do ato. Nem sempre a tomada de decisão é capaz de agradar a todos (e todas). Portanto, quem administra jamais pode pensar em ser benquisto por todo mundo. E, às vezes, a tomada de decisão, principalmente no serviço público, pode gerar inimigos permanente. Em muitos casos, eternos. A nós que assumimos tais cargos, porém, não nos cabe deixar de tomar decisões por medo. Ou fazemos isso ou, honrosamente, vamos embora. E, nessas horas, pouco se tem a fazer a não ser olhar pra dentro de si, medir as consequências do ato e agir. Faz parte do ofício de administrador tomar decisões.


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sábado, 5 de julho de 2014

Educação e sensibilidade em tempos de Copa

O zagueiro brasileiro David Luiz, além do bom futebol que vem apresentando durante a Copa, tem dado demonstrações de sensibilidade e educação doméstica pouco vista entre seus pares. Há alguns dias, na saída de um treino, ouviu o grito de uma criança por seu nome, esperou o menino, recebido com abraços e ainda deu uma camisa ao garoto. Prova de sensibilidade, acima de tudo. E, claro, de educação exemplar, porque sensibilidade numa hora dessas é uma tremenda prova de educação doméstica. Respeito ao outro. Ontem, após o jogo Brasil x Colômbia, vencido pelo Brasil com um gol de David Luiz (pra mim, numa falha do cunhado de James Rodriguez, o goleiro Ospina), o brasileiro foi ao encontro do craque colombiano, James Rodriguez, por enquanto artilheiro da Copa, com seis gols, consolá-lo e pedir aplausos do torcedor brasileiro para o adversário, em reconhecimento ao excelente futebol que o colombiano joga. Gestos assim talvez resumam o que se pode chamar de "Educação para o futuro".


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O respeito a quem pensa diferente

O fato de me manifestar nas Mídias Digitais, especialmente no Facebook, contra os "brasileiros vira-latas" é pura zoeira na hora do jogo de futebol. Tenho inúmeros amigos, inclusive o meu filho, que se deixaram contaminar pela imprensa mundial que só se refere ao jogador brasileiro Neymar Jr como "cai-cai". Discordo! Sempre discordei. Neymar Jr, desde que apareceu para o futebol, é o melhor jogador brasileiro em atividade. Mantenho o que digo desde 2009. Ninguém é obrigado a me seguir, a pensar igual. E não defendo o bom futebol de Meymar Jr só porque ele recebeu uma entrada criminosa que fraturou a terceira vértebra lombar. Faço-o por gostar do bom futebol. Aliás, o que falta à Seleção Brasileira: bom futebol. Garra e superação nos sobram. E, talvez, essa mistura ponha em ebulição os jogadores e a torcida. Aproxime mais os brasileiros: jogadores e torcedores. Apesar de não concordar com os que torcem contra Neymar Jr e o Brasil, não quero a morte de nenhum deles por discordarem de mim. Algo me diz, desde o início, que o Brasil pode ganhar a Copa, embora este seja um dos piores times que já tivemos (jamais deixei de ser crítico em relação a isso). Pura intuição. Respeito os que pensam diferente. Mas não sou obrigado a concordar com eles. Muito menos a deixar de zoar na hora do jogo. Nada além disso!

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OBS: Post do dia 04/07/2014

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O funeral da utopia da universidade pública

Queiramos ou não, resistamos ou não, mas, aquela universidade na qual os professores (e professoras) ficavam isolados em seus laboratórios, financiados pelo estado e sem a menor necessidade de prestar contas efetivamente das verbas  recebida e dos chamados resultados finalísticos, não existe mais. Está morta e enterrada. E nem adianta, em época de campanha, procuramos os mais puros e os menos puros. A universidade pura, que não se aproximava do capital privado foi morta no Governo de Fernando Henrique Cardoso e enterrada no Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ponto! Sorrateiramente, de quando em vez, uma nova política pública joga professores e professoras nos braços da iniciativa privada ou, de alguma forma, injeta recursos públicos na iniciativa privada. O que era considerada uma relação incestuosa das universidades com as empresas privadas, hoje é uma "lua-de-mel". A cada nova Lei, a cada novo Decreto ou Programa lançado, fica mais do que claro que o envio de verbas a fundo perdido para as Instituições de Educação Superior (IES) já era. E não me venham com essa de que Fernando Henrique é o demônio e Lula um santo que não engulo por ser um discurso manipulador. O que acontece é que as universidades brasileiras, em geral, dormiram no berço esplêndido da proteção legal e esqueceram de aprimorar as formas de devolver ao público (seu único investidor), em descobertas, inovações e produtos, o que nela era investido Manteve sempre a visão de que bastava formar seus filhos que a sociedade investiria infinitamente nelas sem cobrar mais nada. Quando se prestava contas, era mal e parcamente. Não havia (e talvez ainda nem haja) mecanismos de controle das atividades. Pela escassez de recursos e a ineficácia na aplicação dos mesmos, nem o Governo, nem a sociedade que ele representa, parecem não querer mais aquele modelo de universidades totalmente financiada com recursos públicos tão sonhada por todos nós dos movimentos sindicais. Não demora, e o máximo que os saudosistas (eu incluso) poderão fazer é acender velas de sete dias. E, no futuro, talvez cheguemos à conclusão que, ao longo do tempo, não foram nem Fernando Henrique nem Lula os responsáveis pela morte da utopia de uma universidade pública e de qualidade. Mas, nós, pelo anacronismo das práticas profissionais e o descompromisso com a Instituição na qual exercemos nossa atividade (profissional).


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quarta-feira, 2 de julho de 2014

FIES para a Pós-graduação em vigor

Os estudos nos Programas de Pós-graduação das instituições particulares possuem mais uma forma de financiamento. Passou a vigorar, desde o dia 01 de julho de 2014, a possibilidade de o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) poder ser usado por estudantes para financiar mensalidades nos cursos de Pós-graduação das Instituições Particulares. O Portal do Sistema Informatizado FIES se encontra aberto para a adesão das Instiuções. Depois deste período, os estudantes podem fazer a adesão ao FIES no próprio site do Sistema. Com a medida, o Ministério da Educação (MEC) espera que haja aumento no número de propostas de cursos de Pós-graduação pela universidades não-públicas. Estudantes da modalidade de Mestrado Profissional também poderão solicitar o FIES, o que deve provocar um aumento substancial na oferta deste tipo de curso.


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terça-feira, 1 de julho de 2014

O velho discurso de privatização das universidades

Não esperava por outro coisa que não fossem acusações de que pessoas da equipe do candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, apresentariam um Plano de Privatização das universidades públicas brasileiras. O discurso é tão velho que cheira a mofo. É como se houvesse um grupo que defende as universidades públicas ferozmente, o do Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados, e outro, do PSDB, DEM e correlatos que as querem ver pelas costas. Em verdade, o que se tem é um País que não sabe o que fazer com as universidades públicas e as empurra para um modelo de financiamento no qual os pesquisadores são obrigados a participar de uma disputa interna para a captação de recursos quaisquer que sejam os governos. Os mais liberais enfrentam a questão de cara limpa e dizem que querem um modelo misto, no qual o Governo invista mas a iniciada privada também possa fazê-lo. Na prática, com a Lei de Inovação e a legalização da relação com as Fundações de apoio, o modelo misto é aplicado desde 1994. O que sobra é um velho discurso maniqueísta. E só!


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