É estranho que nenhuma das entidades representativas dos três segmentos da comunidade da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não tenha contestado a forma de escolha dos delegados que comporão o Congresso Universitário Estatuinte, ou seja, quem redigirá o Estatuto da Ufam para os próximos anos. Causa-me espanto, inclusive pelo processo de desmobilização por que passam todas as universidades, que uma decisão tão importante para o futuro da Ufam não seja tomada por meio de eleições, com voto direito de cada segmento da comunidade. A Comissão Executiva do Processo de Estatuinte (CEPE) indicou que as Assembléias Estatuintes Setoriais (AESs) escolheriam os delegados. Diz o documento da CEPE, aprovado no Conselho Universitário (Consuni) em 17 de setembro de 2010, que as Comissões de Base da Estatuinte (CBEs) devem ser “Composta por todos os membros de cada Unidade. Cada um dos segmentos (docentes, TAEs e discentes) deverá garantir a maior participação de seus pares para que as discussões e decisões reflitam os anseios de todos.” O espírito é, portanto, garantir a maior participação dos pares para que as discussões reflitam os anseios de todos. Conservadores de esquerda em algumas das CEBs, porém, preferiram abrir mão do número de delegados aos quais os institutos tinham direito como forma de “castigar” professores que se candidataram, mas não tinham participado das reuniões, inclusive da reunião de escolha dos delegados. Usaram pesos e medidas diferentes para eliminar desafetos e manter simpatizantes. A CEPE da Ufam deveria adiar a data do Congresso, pois as discussões foram completamente esvaziadas e não atingiram nem a Sociedade Civil Organizada, pois nenhuma entidade se inscreveu para participar do processo. Não sei se por falta de interesse da própria comunidade ou por um processo de divulgação inócuo, mas a verdade é que não se pode admitir uma Estatuinte sem a participação da Sociedade Civil Organizada e sem que os delegados sejam escolhidos pelo foto direito e universal dos seus pares. Assim são escolhidos os reitores, diretores e chefes de departamentos. Assim devem ser escolhidos os delegados do Congresso Universitário Estatuinte para mantermos o mínimo de coerência com as ideias que lutamos e defendemos ao longo da história democrática da Ufam.
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