domingo, 26 de junho de 2011

A morte aos poucos dos professores

A morte súbita do ex-ministro da Educação no Governo Fernando Henrique Cardoso, Paulo Renato Souza, um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ocorrida ontem, em São Paulo, me fez refletir: será que não morremos aos poucos nesse ritmo maluco de cobranças, produção de artigos, aulas nos cursos de graduação e pós-graduação, atividades administrativas. Paulo Renato morreu de infarto. E nós? Será que não nos preparamos fielmente para algo igual ou semelhante ao que ele sofreu? Vale a pena ter fama e reconhecimento (inclusive dinheiro, e muito, pois segundo as más línguas o ex-ministro era acionista de uma rede de faculdades e centros universitários particulares) e morrer tão jovem? Penso que uma boa hora para refletirmos sobre essas coisas não é apenas quando um colega professor, famoso, morre. O momento em que a categoria acena com paralisação para discutir a carreira é o mais propício para colocarmos esses problemas à mesa. Em todos os níveis, as cobranças que recebemos são inversamente proporcionais à remuneração. É preciso incluir a qualidade de vida nas discussões. Antes que não tenhamos qualidade nem na hora da morte.

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