Fico a me perguntar se as tantas e necessárias marchas e passeatas em favor da liberdade e contra a intolerância não são resultados de uma educação que aprisiona mais a cada dia. Fala-se tanto em liberdade, porém, penso que nem no núcleo familiar nem na escola, em todos os níveis, exercitamos a liberdade. Curioso é que Maria Montessorri e Paulo Freire são dois pensadores dos mais citados entre os educadores ditos modernos (e até pós-modernos). No entanto, sabe-se de poucas experiências motessorianas e paulofreirianas que tenham sido testadas. Menos ainda das exitosas. Ao que tudo indica, somos muito bons nos discursos no atacado, porém, nossas práticas, no varejo, são dissociadas do que pregamos. Certa vez, em uma das minhas palestras, abordava exatamente este tema: educação para a liberdade. E provoquei uma das professoras presentes: “seu filho tem quantos anos?” E ela: “já sei, professor, o senhor vai dizer que ele deve trazer a namorada em casa, dormir com ela. Isso eu não admito” “Acalme-se”, pedi. Nem era aquela a minha intenção, mas, a reação dela já demonstrara que a liberdade era bem relativa na casa dela. Sorri e completei: ”se o seu filho de 23 anos chegasse em casa e apresentasse a namoradinha de 55 a senhora aceitaria normalmente?” Alguém pode imaginar qual foi a resposta dela?
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