Que a Universidade Federal do Amazonas
(Ufam) foi a primeira do Brasil a criar uma Pró-reitoria de Inovação
Tecnológica, isso ninguém pode negar. Quem primeiro eu ouvir falar que, nessas
condições, era melhor uma Pró-reitoria que um Núcleo, na sede da Adua-Secção
Sindical, foi o “velho-lobo”, Antônio José Vale da Costa. Não que o “Tom Zé”
tenha se encantado com a proposta de política de inovação tecnológica da Ufam. Como
eu (e já discutimos isso exaustivamente), ele sabe que a Lei
de Inovação (Lei Nº 10.973, de 02/12/2004) não passa de uma espécie de “colchonete”,
ou seja, de amparo para as parcerias público-privadas nas universidades
brasileiras. E parcerias público-privadas na Educação Superior significam a
quebra da dedicação exclusiva e a regulamentação da prestação de serviços,
assessorias, consultorias de todo o tipo possível de relação entre as universidades
e o setor privado. Oras, desde 2004, com a referida Lei, o que se tem é um
marco legal que regulamenta essas relações, consideradas por muitos do
movimento dos docentes, incestuosas. Não significa que eu e Tom Zé capitulamos diante
da Lei da Inovação. Propor uma Pró-reitoria é, antes de tudo, incluir na
estrutura da Instituição um processo de decisão sobre a implantação da política
de inovação de forma mais colegiado e não centrado em um órgão suplementar. Não
sejamos ingênuos, porém. As parcerias público-privadas, bem como os mestrados
profissionalizantes, agora incentivados pelo Governo, são faces de uma política
pública neoliberal de o estado mínimo na Educação, implantada no Governo de
Fernando Henrique Cardoso e tão bem-refinada na Era Lula-Dilma. Que ninguém se
engane!
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