Durante anos fui discriminado dentro
da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela turma que sempre chamei de “esquerda
barulhenta”. Diziam que eu tinha “um projeto pessoal de poder” e representava a
“pequena burguesia”. E quem disse que o ex-presidente Lula, por exemplo, não pôs
em prática “um projeto pessoal de poder”? Trata-se, no meu entendimento, do “pequeno
burguês” mais bem-sucedido da história deste País. Desde que entrei na Ufam, em
1985, como estudante de Comunicação Social, habilitação jornalismo, luto por
uma universidade na qual a universalização do saber seja a meta e o exercício
pleno da cidadania seja a regra. Com projeto pessoal de poder ou não, Lula
transformou-se no melhor presidente deste País. Teve meu voto nas duas
eleições, porém, jamais me calei diante do mensalão e das denúncias recentes de
corrupção. Aprendi, com o jornalismo, a defender dois valores universais para o
exercício da profissão: credibilidade e independência. Acima deles, porém, há o
valor da liberdade. Que, em se tratando da universidade, recebe o pomposo nome
de autonomia. Aquela mesma esquerda barulhenta ainda proclama hoje em dia o
velho jargão da “universidade autônoma, democrática e cidadã.” Uma universidade
que curva os joelhos diante do poder estadual, que se cala num silêncio
sepulcral quando tem seu espaço sagrado da cátedra invadido e um dos seus professores
agredidos não é autônoma. E, quando cala e deixa seu professor lutar
solitariamente contra o poder estabelecido, perde a autonomia e o exemplo de
cidadania. É contra essa universidade que luto diuturnamente. E, que me perdoem
os incautos e imbecis, se isso for projeto pessoal de poder, que o seja. Só não
quero é perder de vista, em nenhum momento, os valores que sempre defendi e
lutei como profissional do jornalismo e como professor da área: liberdade,
credibilidade e independência. E não abrirei mão de nenhum deles. Perderei
quantas eleições forem necessárias, porém, jamais perderei a dignidade e
deixarei de lutar por uma Ufam que tenha práticas diferentes de boa parte das
práticas atuais. É o meu compromisso público e, mais que tudo, um compromisso
pessoal: honrar a minha profissão de professor e dela sentir orgulho sempre. Ainda
que me agridam e tentem me calar até com o silêncio. Não conseguirão!
Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e
o novo Blog do Gilson
Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e
no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.